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Atualmente existem vários estudos de qualidade que mostram a relação direta entre centralidade na pessoa e adesão terapêutica (DOWELL; JONES; SNADDEN, 2002). Centrar na pessoa ao elaborar um plano é colocá-la no protagonismo dessa construção. Uma das metas principais do método clínico centrado na pessoa é encontrar um consenso que ao mesmo tempo seja fundamentado em evidências científicas e reflita necessidades e valores da pessoa assistida. No fim das contas é a pessoa quem vai seguir uma orientação, tomar um remédio, fazer um exame, mudar um hábito de vida. Somente ela é capaz de dizer sobre suas preferências, o que acredita que vai trazer benefícios, qual é o foco e o que é viável ou não de ser colocado em prática. Podemos entender nosso papel como alguém que informa as indicações e diretrizes à luz da ciência, as opções disponíveis e vantagens e desvantagens de cada uma, além de dar apoio nas decisões.
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
Antes de começar a a.vidade Seja grato ao colega que está trazendo a gravação da sua consulta – ele será a pessoa mais exposta durante a a2vidade. Reconheça e respeite as experiências anteriores dos indivíduos presentes na sessão. Reconheça sempre e valide os sen.mentos de vulnerabilidade que podem surgir ao dar e receber feedback, oferecendo um ambiente seguro e de suporte. Pra.que a escuta a.va e demonstre compreensão e empa.a pelas experiências do outro sempre que for fazer um comentário – “percebo que você está preocupado com...”, “às vezes sinto a mesma apreensão por...”, “entendo a sua preocupação quando...”. Foque na dificuldade de comunicação que o colega trouxe para discussão. Foque seus comentários na comunicação , mesmo que todas as perguntas específicas para algum diagnós2co diferencial não tenham acontecido. Falar sobre carências clínicas durante a sessão podem colocar em risco o sucesso da sessão. Lembre-se! Você é o principal responsável pelo seu próprio aprendizado e desenvolvimento profissional. Portanto, par2cipe e contribua posi2vamente com a discussão. Escute atentamente à apresentação do caso e à AGENDA do colega que trouxe o vídeo – toda a a2vidade deve acontecer para ajudá-lo na sua AGENDA. Preparando o seu feedback Tenha sempre em mente a AGENDA do colega que trouxe o vídeo. Sua missão será ajudá-lo na sua AGENDA. Assista à consulta gravada com atenção plena, livre de distrações. Tome nota dos pontos posi.vos que você observou e exemplos específicos. Isso o ajudará a estruturar seu feedback de maneira clara e obje2va. Sempre aguarde que o colega que trouxe o vídeo fale por primeiro. Escute atentamente o que ele tem a dizer e seja empá2co com a sua descrição sobre o momento da consulta que estamos assis2ndo. Ancore seu feedback nos 28 itens do Calgary-Cambridge Observa.on Guide. Isso ajudará a todos na compreensão dos elementos fundamentais de uma consulta. Estruturando o feedback Comece sempre reconhecendo o esforço e a vulnerabilidade do colega que está trazendo a consulta para ser discu2da – “Obrigado por compar2lhar sua consulta. Sei que isso exige coragem e abertura.”. Destaque os pontos fortes que você observou e cite exemplos. Isso ajudará a construir confiança e validará os esforços do colega. Exemplo: “Percebi que você estava preocupada em fazer o paciente falar abertamente sobre o seu problema e isto é muito importante. Você fez isto em alguns momentos, quando disse ‘me conte mais sobre isso, seu João’; ou ainda incen2vando o paciente a falar mais dizendo ‘este detalhe é importante, seu João! Poderia falar mais sobre isto?’”. Busque mais informações junto ao colega antes de fazer sugestões de melhoria ou de tecer algum comentário. Por exemplo: “O que você estava pensando neste momento da consulta?”, “O que você pensou em fazer neste momento?”, “Que estratégia você já tentou ao abordar este problema com este paciente?”. Promova a reflexão do colega e do grupo , ao invés de fazer crí2cas e antes de fazer sugestões. Por exemplo: “O que você acha que o Sr. João entende quando você fala comorbidades, polifarmácia e dislipidemia?” ao invés de dizer “você usa linguagem inapropriada com seus pacientes” ou até mesmo “use menos jargões médicos durante a consulta”. Use termos posi.vos. Ao invés de apontar “erros”, sugira “oportunidades de melhoria”, por exemplo, “percebo aqui que já uma oportunidade de aprimorar a clareza no momento de explicar ao paciente a e2ologia da doença”. Seja específico e obje.vo : forneça exemplos concretos do que observou e como melhorar. Isso torna o feedback tangível e acionável. Por exemplo, ao invés de dizer ao colega “você deveria conversar com o seu João sobre reduzir essa quan2dade enorme de medicamentos” dê exemplos concretos de como fazer isso – “Uma forma que eu u2lizo para falar sobre polifarmácia é: ‘seu João, nós dois precisamos conversar sobre os comprimidos que o senhor está usando. Vejo aqui um problema que nós dois precisamos resolver juntos. O senhor aceita conversarmos sobre isso?’”. Sempre reitere os aspectos posi.vos observados para encorajar a confiança do colega. Exemplo: “Con2nue a fortalecer essa conexão emocional com seus pacientes, é um dos seus grandes pontos fortes.”. Mostre disponibilidade para ajudar no desenvolvimento das habilidades. Exemplo: “Estou aqui para te apoiar no que precisar para aprimorar suas técnicas de comunicação!” ou ainda “Se você quiser, podemos drama2zar agora como seria esta conversa com o sr. João sobre polifarmácia. Você pode ser o sr. João e eu faço o papel de médico que vai abordar polifarmácia.”. Ao receber o feedback Esteja aberto para receber sugestões dos colegas, inclusive se forem sugestões sobre temas de comunicação para além da sua agenda. Não se sinta cobrado ou avaliado pelos colegas. Ninguém deve nada para ninguém nesta a2vidade e estamos todos aqui para aprender. Agradeça aos colegas a oportunidade de discu.r uma consulta sua em um ambiente protegido e respeitoso. O que NÃO fazer! Não faça generalizações vagas como “sempre” ou “nunca”. Não faça julgamentos sobre a pessoa , ao invés de falar sobre a ação – Não diga “você é muito incisivo nas suas perguntas!”, mas sim “quando dizemos – me diga se o senhor teve febre ou não, seu João! – o paciente acabará se sen2ndo pressionado a responder algo, mesmo que não saiba a resposta. Ele poderá se sen2r in2midado”. Não faça comentários prescri.vos , do 2po “seja mais empá2co com o paciente” ou “não interrompa o paciente quando ele está falando”. Não faça comentários deprecia.vos sobre o paciente , como “eu já teria mandado esta paciente para o psicólogo!”. Não faça julgamentos sobre a conduta clínica adotada pelo colega na consulta apresentada. Haverá outros espaços para isto. Se mesmo assim quiser fazer algum comentário sobre conduta clínica, faça privadamente para o tutor, evitando constrangimentos junto à turma.
Versão brasileira do CALGARY-CAMBRIDGE OBSERVATION GUIDE (CCOG – versão resumida) para avaliação de habilidades comunicacionais, adaptado para o Brasil por Marcela Dohms com permissão da autora Suzanne Kurtz. Este documento foi elaborado conjuntamente pelos médicos de família Marcela Dohms, Luís Guilherme de Mendonça e Adelson Guaraci Jantsch.