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A Ironia e o Feminismo em 'Emma' de Jane Austen, Notas de aula de Literatura

Este texto discute a ironia e o feminismo na obra de jane austen, 'emma'. Austen descreve uma sociedade patriarcal com uma subtil tom de ironia, enfatizando as condições da mulher no século xix e sua relação com o casamento. O texto está dividido em quatro partes e analisa como austen retrata a sociedade e as mulheres em relação ao casamento, mostrando suas influências e transformações na sociedade inglesa.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Andre_85
Andre_85 🇧🇷

4.5

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Universidade Estadual da Paraíba
Departamento de Letras
Curso de Letras Habilitação Português/Inglês
GILAYANE FERREIRA DOS SANTOS
EMMA: UMA LEITURA SOBRE A IRONIA E O FEMINISMO
Guarabira Paraíba
2014
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Universidade Estadual da Paraíba Departamento de Letras Curso de Letras – Habilitação Português/Inglês

GILAYANE FERREIRA DOS SANTOS

EMMA: UMA LEITURA SOBRE A IRONIA E O FEMINISMO

Guarabira – Paraíba

Gilayane Ferreira dos Santos

EMMA: UMA LEITURA SOBRE A IRONIA E O FEMINISMO

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito final para conclusão do curso de Licenciatura em Letras, sob a orientação do ProfºMs. Auricélio Soares Fernandes.

Guarabira – Paraíba 2014

A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” (Arthur Schopenhauer)

Agradecimentos

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse ао longo dе minha vida е nãо somente nestes anos como universitária, mаs tambémеm todos оs momentos, é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, à minha amada mãe; ao meu noivo que esteve ao meu lado, me ajudou e nunca mediu esforços para me ajudar_._ Ao meu orientador pela paciência, apoio е confiança.

Obrigadaà todas as pessoas que contribuíram para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês.

ABSTRACT

This paper discusses the irony and feminism in Jane Austen's Emma. In that work, Austen describes a patriarchal society with a subtle tone of irony, emphasizing the conditions of women in the nineteenth century and their relation to marriage, seen as the only way of social ascension at that time. For a better understanding of the style of the author, we are going to divide this work in four parts. The first one addresses the cultural and historical context of the author's work, information that becomes relevant for this research. The second seeks to address the literary influence that Austen got, what, in fact, contributed to her formation as a writer. In the third part we are going to focus on a discussion about feminism from eighteenth to the twentieth century and the criticality which whom Austen faced this issue. Finally in the fourth part, we are going to do a reading with a focus on the irony and how such elements can be found in the novel.

Keywords: Emma – Feminism – Irony.

Sumário

  • INTRODUÇÃO
  • Capítulo
  • 1.1 Contexto Histórico, sócio-cultural
  • JANE AUSTEN: LITERATURA E INFLUÊNCIA
  • Capítulo
  • O FEMINISMO NA INGLATERRA DO SÉCULO XVIII
  • Capítulo
  • EMMA : ANÁLISE E IRÔNIA
  • CONSIDERAÇÕES FINAIS

personagem ainda revela traços superficiais de uma “mulher” em construção, acarretados talvez, por um poder – de acreditar- de manipular as situações.

Uma personagem, um tanto diferente das outras criadas por Jane Austen, Emma é retratada com uma particularidade de poder aquisitivo econômico elevado – justo que a diferencia das demais. Com personalidade forte e cheia de autonomia elementos que fizeram Austen declarar “Eu vou criar uma heroína, a qual ninguém além de mim vai gostar".

Capítulo 1

1.1 Contexto Histórico, sócio-cultural

Jane Auten escreveu Emma durante o século XIX, precisamente no ano de 1814 e após uma revisão sobre a mesma foi publicada em 1815. Faz-se necessário termos um conhecimento acerca desse período para que se compreendam alguns costumes e hábitos dos personagens descritos na obra. Cheio de críticas à sociedade, Austen já com uma literatura “madura” traz traços daquele século, mas ironizando hábitos rotineiros da época.

Durante as suas viagens de visita ao seu irmão Henry que morava em Londres, o qual tinha a finalidade de “cuidar” dos assuntos editoriais da irmã, Jane Austen veio a conhecer o médico do até então príncipe de seu país, que ao descobrir que ela era a autora de Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade, pediu para que ela escrevesse uma obra e dedicasse ao príncipe, e assim Austen o fez, aproveitando-se do fato da mesma não aceitar as condições de vida do príncipe, Emma veio para ironizar o retrato de uma época. Além de escândalos esse período foi também marcado por muitas guerras, batalhas entre exércitos faziam de Londres uma cidade agitada.

Para Queiróz (2013) coisas não iam bem, se por um lado o avanço tecnológico marcou o século XVIII, por outro, as relações entre empregado e patrão não eram boas, já que as condições de trabalho eram precárias. Por causa disso, os trabalhadores se uniram e criaram uma espécie de sindicado que visava melhorias de trabalho. Com o fortalecimento da classe burguesa juntamente com o crescimento do proletariado, veio o desenvolvimento dado pelo aumento das cidades por conta das fabricas instaladas; o vapor era usado tanto como fonte de energias como também em gás e eletricidades.

São alguns avanços desse período: a energia elétrica, a indústria do frio e com ela a conservação de alimentos, a utilização de éter como anestésico, o descobrimento dos micro-organismos responsáveis pela sífilis, pela malária e pela tuberculose etc. Somado a issohá o incremento de transporte ferroviário e marítimo e a expansão da comunicação telegráfica(QUEIRÓZ, 2013).

Sendo assim, esse período viria a ficar marcado não só na história da sociedade inglesa, mas também em todo o mundo. Nessa época surgiram teorias que até hoje

importância, uma vez que apresenta as limitações impostas pela sociedade do que a mulher poderia ou não fazer, e consequentemente podendo interferir em suas decisões.

JANE AUSTEN: LITERATURA E INFLUÊNCIA

Jane Austen veio de uma família que cultivava o hábito da leitura, o que impulsionou a mesma a seguir a carreira de escritora. Juvenília, primeira obra escrita pela autora, assim como provavelmente outros romances da autora, nunca foi publicada:

O período inglês, especialmente o século XVIII, é marcado pela construção e o surgimento do romance. É fato que a importância do contexto histórico, bem como as mudanças sociais ocorridas são relevantes para o fortalecimento deste movimento (NASCIMENTO, 2012 p.01). Apesar de alguns de seus escritos serem datados ao século XVIII, não podemos classificá-la como autora desse período, uma vez que, sua primeira publicação se deu em 1811. Compreendendo assim os anos de 1809-1817, podemos enquadrar Jane Austen em três períodos:

Emma foi escrito em um contexto regencial, isso fica explícito porque a autora remota na obra passagens que remontam um cenário rural, como a vila de Highbury.

No século XIX, houve a disseminação da ideologia da Rainha do Lar. A maioria das mulheres era vista apenas como reprodutoras, e se elas almejassem trabalhar, o emprego feminino só poderia ser o de professora, de governanta, e enfermeira (atividades maternais). Atrelada a essa ideologia também estava as questões do desejo (que deveria ser reprimido) e o decoro como desejável as mulheres da classe burguesa ( NASCIMENTO, 2012 p.01). A sociedade da época também apresenta características regenciais, completa de mesmices e hábitos rotineiros dos quais Austen soube retratar claramente em seu romance. Contudo, o elemento que se destaca é a posição em que a mulher se apresenta na obra, submissa, ou até mesmo por sua auto independência econômica como é o caso da protagonista, mas o fato é, a autora aponta uma realidade diferente entre as moças daquele período.

A seguir, faremos uma breve explanação dos três períodos políticos e sócio- culturais, dos quais podemos discutir a obra Emma :

 PERÍODO REGENCIAL

Desta maneira, Jane Austen apresenta também traços românticos, assim como os escritores e poetas época como Lord Byron, Shelley e Keats. A obra de Jane Austen tem como influência o ambiente rural juntamente com os costumes e cotidiano da época e de relações interpessoais com pessoas de mesma classe econômica que a sua, expondo assim obras com um tom irônico e crítico que faz em relação à sociedade inglesa. Compõe suas personagens a partir da cultura de uma sociedade burguesa e com alguns traços de ideologia.Vem a ser romântica apenas por ter seus escritos publicados nesse período.

O romance é constituído principalmente pelas mudanças históricas e sociais, e em seguida começa a afetar a postura do leitor. Este, por sua vez, é ativo para a consolidação do gênero, pois os leitores também constituem o romance. É importante salientar que o público é o receptor da arte, e também reproduz e produz ideologias. No entanto, há leitores que apenas fazem uma leitura de superfície do enredo, e não a aliam com o contexto histórico e social. (NASCIMENTO, 2012 p.01) Essas mudanças das quais Nascimento aponta, referem-se ao fato de o romance atingir uma proporção maior de leitura e acessibilidade, algo que não era possível até o século XVII, o que, por sua vez aumentou o interesse de uma gama cada vez maior de leitores.

 ERA VITORIANA A era vitoriana, período denominado pelo do reinado da rainha Vitória, em meados do ( 1837 - 1901 ) foi um longo período de prosperidade e paz (Pax Britannica) para o povo britânico. Nesse período, os lucros advindos da expansão colonial do Império Britânico, tornaram a Inglaterra um dos países mais ricos do planeta, o que foi ainda impulsionado pelo auge e consolidação da Revolução Industrial e o surgimento de novas invenções. Tais fatores sócio-econômicos permitiram o desenvolvimento de uma grande e educada classe média. Alguns estudiosos compreendem o início do período à época da aprovação do Ato de Reforma de 1832, como início de uma nova e verdadeira era cultural. A era vitoriana foi precedida pela era da regência ou período georgiano e antecedeu o período Eduardiano (GREENBLAT, 2012).

Como antecessora da Era Vitoriana, uma vez que, Jane Austen morreu um ano antes de a rainha Vitória nascer, a mesma fez parte do período do romantismo no contexto geral, tanto histórico quando cultural. “Insere-se no contexto de uma nação que vive um momento de mudanças devido à crescente industrialização e logo ao descontrole

populacional desencadeado por fatores sociais, econômicos e imperialistas” (BARBOSA, 2007, p. 01). Passa-se a discutir com mais ênfase questões relacionadas aos direitos de gêneros, (BARBOSA, 2007) as distinções sexuais das quais cada gênero eram submetidos no século XIX traçam a caracterização social das quais ambos eram instruídos a seguir devido o seu gênero sexual. E essa sexualidade, ainda no mesmo século, demonstra o quão eram contestados os conflitos tanto de gêneros quanto do poder aquisitivo da época.

O fato é que essas revoluções influenciaram o contexto literário da época. Afinal, o romance no século anterior continuou a propagar as ideias que eram adequadas para cada classe. Assim, de acordo com a mudança social histórica, neste caso especificamente, visto pelas mudanças de classes, também houve a mudança no foco de como as personagens deveriam agir ou não. A era vitoriana foi um período de mudanças dramáticas que levou a Inglaterra a seu ponto mais alto de desenvolvimento como uma potência mundial (NASCIMENTO, 2012 p.03). Cheio de mudanças, seja na representação social ou no âmbito econômico, esse período ficou marcado também pela revolução artística que criticava arduamente o modo de vida da nova burguesia e aristocracia a emergir na sociedade inglesa. Escritores como Charles Dickens, William Thackeray, Oscar Wilde, Thomas Hardy, Lewis Caroll entre outros escreviam seus romances e peças com temas relacionados à sociedade da época, como as difíceis condições de trabalho, a fome e miséria e a ascensão e excêntrico modo de vida da classe média londrina, como em A Importância de ser Honesto, Um Marido Ideal e Uma Mulher sem Importância , de Oscar Wilde.