Baixe Ghost Love de Deusah Oliver as pessoas amam muito menos e quando
amam, pouco demonstram e outras Esquemas em PDF para Artes, somente na Docsity!
Ghost Love Preparação e escrita Deusa´h Oliver Capa Ildeberto Vasconcelos Diagramação Deusa´h Oliver Meios de contactar a autora: E-mail: deusaholiverescritora@gmail.com Whatsapp/ Call center: 998460966 Instagram: deusah_oliver_escritora PáginaOficcialFacebook: Deusa´h Oliver_Escritora Blogmotivacional: Bessangana Wattpad:@DeusahOliver Proibida a reprodução deste conteúdo sem o consentimento do autor.
Ghost Love
Deusa´h Oliver “ Nem todo amor sentido É expresso E nem todo amor expresso É sentido’’
Deusa´h Oliver Dedicatória Eu, Deusa`h Oliver, dedico este livro à minha querida mãe que da forma mais bonita e diferente possível aprendeu a puxar a cortina do palco das suas emoções e dá-me o privilégio de todos os dias sentir o seu amor. Aos meus queridos sobrinhos que nas suas chatices e momentos de euforia fazem- me sentir a tia mais amada que o universo poderia ter. Uma dedicatória especial a todos os meus leitores, todos os amigos e até desconhecidos que de coração tiram sempre um tempo para ler as minhas histórias, por vocês eu farei cada vez mais e melhor. E uma dedicatória mais do que especial, para o meu querido pai que quando em vida deu- me o melhor presente que eu poderia ter‘’ O seu amor’’ e hoje, mesmo já não estando aqui ainda sinto esse amor nos valores e princípios deixados.
Ghost Love Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus pelo maravilhoso talento e pelos seus cuidados, e a mim mesma pela minha dedicação e persistência.
Ghost Love Introspecção Vivemos em uma sociedade com tão pouco amor hoje em dia, as pessoas amam muito menos e quando amam, pouco demonstram. Amor é uma pequena palavra, mas com grande significado teórico e prático. Muitos problemas hoje em dia alastram-se por razões que poderiam ser resolvidas com uma pequena, porém sincera dose de amor. Uma dose de amor-próprio, uma dose de amor ao próximo, amor às sociedades. O mundo seria um lugar bem melhor se as pessoas conseguissem cada vez mais colocar-se nos lugares umas das outras, se pensassem no que a outra pessoa sentiria antes mesmo de lhe causar qualquer dano físico ou emocional, se aprendessem não só a falar, mas também a ouvir, se não se deixassem dominar pelo medo e corressem atrás da própria felicidade. Muitos filhos pensam em tirar e uns até mesmo chegam a tirar as suas vidas por se sentirem ignorados pelos pais, muitos pais se deprimem por mil problemas externos e internos e acresce-se à isso a desgraça do abandono por parte dos próprios filhos. Muitos estudantes vivem stressados e ansiosos por se sentirem incompetentes por não corresponder às expectativas do professor ou deles mesmos, acarretando assim um fraco desempenho académico ou até bom, mas com um desempenho emocional muito fraco. Adolescentes deprimem-se a toda hora por depositarem demasiadas expectativas nas suas paixões e amizades e ao depararem-se com a decepção sentem-se usados, insuficientes, não amados, destinados à solidão e a coisa piora quando olhando à sua volta percebem que não têm com quem conversar, mas apenas julgamentos com que lidar. Precisamos começar a abordar aspectos como esses para que a falta de amor não mate mais pessoas, mental, emocional, espiritual e fisicamente. Eu escrevi esse livro pensando em você, caro leitor, com a intenção de o fazer enxergar o quão amado é, mesmo que não perceba. Escrevi esse livro para lhe dizer que não precisa encubar os seus sentimentos, demonstre-os, você poderá salvar vidas, não deixe que o medo de uma experiência ruim o impeça de acreditar que pode amar e ser amado. E principalmente, para deixar claro que A Sua vida tem valor, você tem valor! Não deixe de acreditar nisso. Você é muito amado, Deus ama você, sua família ama você ainda que de um jeito imperfeito (O que é aceitável, pois somos todos imperfeitos) Seus amigos amam você… Olhe-se ao espelho e diga para você mesmo o quanto se ama. Deusa´h Oliver.
Deusa´h Oliver Antes de embarcar nesse mar de emoções literário, eu o desafio, caro leitor a fazer um pequeno exercício: Sempre que terminar um capítulo, vá diante de um espelho e diga: ‘’eu amo-me, eu sou uma pessoa incrível e mereço amar e ser amado’’. Depois disso, vá ter com alguém, mande uma mensagem ou ligue e diga o quanto ama essa pessoa e o quão importante ela é para você e para todas as pessoas que da sua vida fazem parte. Aceite esse desafio e dê uma dose de amor à sua vida e à das pessoas à sua volta.
Deusa´h Oliver PREFÁCIO Aquilo que o coração sente afecta a mente, e aquilo que a mente pensa afecta o coração. O amor é um sentimento capaz de nos elevar e dar um sentido à nossa vida, por amor somos capazes de grandes gestos, por amor somos capazes de sentir a dor do outro, por amor nos colocamos em segundo plano, por amor somos capazes de perdoar o que for preciso. Por amor nós somos capazes de dar a vida e por amor somos capazes de tirar até mesmo a nossa própria vida. Palavras machucam, as coisas caem e quebram, pessoas cometem erros e devemos aprender a perdoar sempre, pois a melhor utilidade que se pode dar à vida é amar. Quando pensamos que a nossa falta não seria sentida por ninguém… pessoas há que sofreriam muito e sentiriam a nossa falta se partíssemos. O amor dos pais para com os seus filhos, muita das vezes não é demonstrado e acabamos pensando que não somos amados por eles, mas é completamente diferente. Eles estão sempre aí torcendo por nós, lutando por nós, defendendo- nos de tudo e todos. O verdadeiro amor não é expresso por palavras, o verdadeiro amor é visto pelos grandes e pequenos gestos, isso sim é um amor inexplicável. “ Ghost Love ” o amor às vezes magoa muito, mas ainda assim não devemos desistir desse sentimento bom e puro... O amor fantasma, ele está aí mais a gente nem sempre consegue enxergar esse amor, pois ele é invisível para os olhos de quem o vê. As pessoas devem ser cuidadas enquanto estiverem em vida, o amor deve ser demonstrado enquanto estivermos vivos. Momentos são inesquecíveis e devemos aproveitar cada um deles porque um dia restarão apenas lembranças, lembranças que nos farão sorrir ou mesmo chorar. Só existe uma vida e ela deve ser bem aproveitada, ou como eu tenho dito sempre: “ a vida só é vida quando é vivida ”. Amar… amar é correr riscos e eu estou falando de todo tipo de risco: de se decepcionar, de perder, de ser mal compreendido, de ser rejeitado e até mesmo de ser surpreendido. É preciso tirar para fora tudo aquilo que nos mata por dentro, desabafar sobre o que nos incomoda e sobre o que nos entristece. Seja com um pai, uma mãe, um irmão, ou mesmo um amigo. Devemos dizer sempre as pessoas o quanto amamos elas, enquanto elas podem nos ouvir porque o amanhã pode ser tarde. Jandiro Liryo
Ghost Love CAPÍTULO 1 Numa tarde de sexta-feira, própria dos dias de cacimbo, pois ainda era Julho, Tchissola chegou a casa totalmente desesperada, triste, desolada. Ninguém compreendia o que se passava, pois nem ela conseguia explicar direito devido a sequência de soluços que acompanhavam o choro. Então, sem conseguir explicar-se, abruptamente correu para o quarto e lá se fechou. E já deitada na cama, derramou-se num oceano de lágrimas até adormecer. Na manhã seguinte, ela não saiu do quarto, então a sua mãe preocupada, mas também aborrecida bateu a porta do quarto exigindo explicações e ordenando-lhe que tomasse um banho e em seguida descesse para tomar o pequeno-almoço. Tchissola respondeu que estava sem fome e que queria ficar sozinha, mas a mãe insistiu, até que ela abriu a porta e a mãe com um notável aborrecimento expresso no rosto, respirou fundo e com um ar mais sereno perguntou:
- Por que estás assim, minha filha? O que aconteceu?
- Tchissola, com lágrima no canto dos olhos, concentrando-se para não chorar, explicou que tinha sido traída pelo namorado com uma das colegas e que o mesmo a tinha humilhado perante a escola toda e isso a fez sentir-se triste e abandonada.
- Por isso estás assim? – Perguntou a mãe.
- Se a mãe soubesse o quanto dói...
- Ah! Menina, para com isso! Achei que tinha acontecido algo mais grave, a culpa é tua. Nem devias namorar ainda, estuda apenas que é o suficiente e começa já a te acostumar porque ainda vais sofrer muito nessa vida por causa de relacionamentos. És apenas uma criancinha que pouco sabe sobre a vida, guarda as lágrimas para quando aprenderes o que é sofrimento de verdade. E cuidado, filha, do jeito que és sensível e estúpida muitas vezes, será difícil encontrar alguém que realmente goste de ti. Esquece aquele jovem e para o teu próprio bem, não te apaixones novamente para não voltares a ferir- te, enxuga essas lágrimas e desce imediatamente para o mata-bixo. No meu tempo levavas mexaricos para chorares bem. A filha, totalmente devastada sentiu o seu mundo desabar naquele mesmo instante. Ela esperava um apoio da mãe, mas em troca recebeu uma chicotada onde já havia tantas feridas. Sentiu-se sem forças para dizer qualquer coisa, então fingiu acompanhar a mãe e assim que a mesma já tinha os dois pés do outro lado da linha que a separava do quarto, a filha fechou a porta e trancada nele voltou a afundar-se naquele oceano de lágrimas. E do outro lado da porta, ecoavam os gritos da mãe contra o pai dizendo que era tudo culpa dele e que dele a filha herdara tal malcriadez. E o pai sem dizer uma só palavra, levantou-se da mesa, subiu ao quarto da filha, abriu a porta com uma chave que o mesmo tinha de reserva e com um ar sério, mas com olhar que transbordava ternura, disse apenas…
- Por favor, desce agora, senta naquela mesa e come ou ao menos finge comer para agradar à tua mãe, mas desce por favor! Eu já tenho problemas demais e ouvir tanto barulho a essa hora não me ajuda em nada, filha. E terminando aquelas palavras, fechou a porta e retomou o seu assento à mesa onde ainda a esposa se encontrava resmungando…
Ghost Love se colocassem em pé…a jovem tampou os ouvidos com medo do que os colegas fossem dizer e levantou-se para sair da turma quando em coro todos os seus colegas, incluindo Kizua disseram:
- Pedimos desculpa, Tchissola! Então, abrandando os passos, ela ouviu atenta e com muito espanto cada palavra, não acreditava no que ouvia, pois os seus colegas eram tão soberbos e orgulhosos que aquilo mais parecia um sonho, ou mesmo “um pesadelo”. Eles desculparam-se, realçaram que tinham muito respeito por ela e que lamentavam muito pelo ocorrido.
- Não voltará a acontecer, não precisas sentir-te mal por teres gostado de alguém que não sabe valorizar uma mulher como deve ser. Descansa o teu coração, minha menina, que um dia aparecerá alguém que realmente o mereça – Reforçou o professor.
- Está bem, professor Cláudio! – Respondeu a jovem já mais aliviada soltando um leve, mas forçado sorriso – Muito obrigada por essas palavras! Será difícil esquecer o que aconteceu, mas eu não guardo mágoas de ninguém, não posso dizer que estão perdoados, pois eu não sou juíza de ninguém. Perdoem vocês a si mesmos! – Continuou. E terminando aquela frase, retiniu o sino de entrada e todos voltaram a sentar-se para continuar a aula. Ficou um momento muito tenso, todos ficaram num silêncio profundo e ninguém se atrevia a olhar para Tchissola, o que tornava tudo ainda mais estranho, Ela questionava-se se aquela estranheza por parte dos colegas devia-se apenas ao acto nobre do professor… – “Será que o professor os repreendeu tão severamente que eles ficaram assim? Rhum” – Pensou. Mas como não mais queria esquentar a cabeça não se inquietou, só queria ir logo para casa e contar o ocorrido aos pais mesmo sabendo que talvez eles nem demonstrassem interesse “eles eram os únicos que ela tinha para conversar”. Aí, quando ela chegou a casa, contou a novidade aos pais e como tinha ficado surpresa e aliviada com a atitude dos colegas. E em coro ouviu:
- Que bom, filha! Ela olhou fixamente para os pais e franzindo as sobrancelhas:
- Bem, não foi tão mal! – e subiu as escadas.
- Vamos ver se agora deixas esses mimos – resmungou a mãe.
- Se eu não ouvisse isso acharia que um alien entrou aqui e trocou a minha mãe por uma outra – respondeu ela sorrindo mesmo antes de se fechar no quarto.
Deusa´h Oliver Capítulo 2 Passados alguns dias, num domingo, Kahosi, o irmão, sentiu uma particular necessidade de ir ao shopping. Pediu que o pai o levasse, mas o mesmo respondeu que estava muito cansado e sugeriu que o menino fosse pedir à mãe. Kahosi imaginando a fria resposta da mãe preferiu não arriscar, então foi pedir à irmã e como de costume entrou no quarto sem ao menos bater a porta e já aos gritos…
- Mana, mana, vamos ao shopping! Acorda logo sua preguiçosa, vamos!! – Mas a irmã nem se moveu… então ele gritou ainda mais e mais, mas mesmo assim ela não respondeu e após concluir que a irmã o estava a ignorar desceu as escadas a chorar e expôs ao pai a situação.
- Que estranho! A tua irmã não é disso – surpreendeu-se o pai – vou lá ver o que se passa. E quando lá chegou, reparou em algo que Kahosi nem sequer prestara atenção, um frasco de comprimidos vazio bem do lado da mão esquerda da filha, logo entrou em desespero fazendo de tudo para a acordar mas nada resultava, era claramente uma tentativa suicida. Ela estava ainda viva, mas com a pulsação muito fraca. O pai levou-a ao hospital às pressas.
- Ah! Minha filha, por que fizeste isso? – lamentava o pai seguindo-lhe a esposa e o filho aos choros. Foram todos com ela e deixaram-na aos cuidados médicos, ficando na sala de espera por cerca de 4 horas sem notícias, sem respostas e logo, dona Zola, como não podia deixar de ser e penso que qualquer mãe em seu lugar teria feito o mesmo, colocou-se aos gritos exigindo respostas e que a deixassem ver a filha.
- Tragam a minha filha! O que vocês fizeram com ela? – E chorando, sem forças sentou-se no chão com a mão à cabeça e enquanto o esposo a levantava fitou seu olhar desesperado.
- Calma, mulher. Não a vamos perder – e ficaram ali estáticos apoiados um no outro orando em silêncio para que o pior não acontecesse. Naquele momento, Kahosi já não se encontrava com eles, a mãe tinha pedido à sua tia, que fora para lá deixar uma tigela de sopa para que a sobrinha comesse ao acordar, que o levasse a casa. Depois de tanta espera, chegou o médico e informou que a filha deles já tinha acordado, mas que tiveram de a colocar a dormir, pois estava muito agitada repetindo desesperadamente que queria morrer. O casal ficou completamente chocado e transtornado… Passando algumas horas, a mãe disse que precisava ir a casa assegurar-se de que estava tudo bem com Kahosi e que o mesmo tinha tudo pronto para ir à Escola no dia seguinte, pois ele não podia faltar.
- Vai, mulher! Eu fico aqui com a nossa filha, vê se tranquilizas o nosso pequeno, ele deve estar assustado e preocupado com a irmã. E lá foi dona Zola, ficando o senhor Tchika naquele quarto de hospital olhando a filha enquanto dormia ainda sem acreditar que aquele cenário fosse real, afinal nunca imaginara que a filha fosse ser capaz de praticar tal acto.
- Parece que nem tirar a minha própria vida eu consigo né?! – Enfatizou a filha quando acordou e deparou-se com o pai olhando-a fixamente, e o mesmo nada respondeu.
Deusa´h Oliver
- Já perguntou ou apenas se preocupou em julgar?
- …Eu…
- Espero que não tenha tido o desprazer de alguma vez ter proferido julgamentos pesados contra o seu pai, pois seria um grande pecado da sua parte. Nós, os filhos muitas vezes nos esquecemos que os nossos pais apesar de mais crescidos são seres humanos como nós e também se sentem feridos ou acarinhados pelo que dissemos e que apesar de quase nunca terem as palavras certas para demonstrar o zelo que têm por nós, demonstram-no nos seus gestos que nós, na nossa ingratidão e egoísmo não conseguimos ver. O menino nem encontrou palavras para responder, apenas esperou chegar em casa, abraçou o pai e disse:
- Desculpa, pai! Eu sou muito grato por tudo o que tens feito por nós, desculpa por tudo o que dissemos, não voltará a acontecer...
- Não se preocupe, meu filho, já passou. Mas, por favor, Nunca desista de viver, pois eu morreria só para você viver – respondeu o pai correspondendo ao abraço. Terminou a história e terminou a última colher de sopa.
- Essa “história” é real, pai? – Questionou Tchissola.
- Depende, minha amada filha. Ela torna- se real a partir do momento em que conseguimos perceber o que ela nos quer dizer e aplicar os seus ensinamentos na nossa vida prática. […] E após esse momento chegou a mãe de Tchissola, que parada na porta do quarto colocou a mão à cabeça e deu um suspiro em tom de alívio misturado com decepção.
- Ah! Minha filha, queres-me matar do coração? Por quê? Ahm, filha? Só queres mesmo deixar a tua mãe? Não te falta nada, tu tens tudo.
- Isso é o que a mãe pensa, esse tudo que a mãe diz que eu tenho, para mim é nada. Falta, falta sim. FALTA AMOR. Ninguém me ama, os meus próprios pais nem conseguem falar comigo, a mãe só ralha, ralha tipo me odeia. Nada do que faço está bom para a mãe. Qual foi a última vez em que recebi um abraço vosso? Qual foi a última vez em que o pai conversou comigo sobre como ia a escola ou sobre qualquer outra coisa? Mãe, a mãe só me destrói psicologicamente com cada comentário, eu tentei desabafar contigo sobre o que tinha acontecido, mas só piorou tudo. A mãe diz que a culpa é minha, mas já se perguntou se também não é da mãe? Quando é que conseguiu encostar-se a mim para falar sobre amor, sobre o que eu precisava saber antes de entrar em qualquer relacionamento? A mãe só sabe gritar e xingar como se isso resolvesse tudo. Mas não, mãe, isso não resolve, só piora. Eu não preciso disso, mãe. Eu preciso de conselho, de apoio, de ralhetes que justamente me coloquem na linha, preciso de orientação, inspiração, motivação.
- Mas, filha…Tu já parecias tão bem. Foste à escola e contaste-nos o que aconteceu, já não estava tudo bem?
Ghost Love
- Não, mãe! não estava e só não deram conta porque não se importam. Se a mãe tivesse ao menos perguntado, saberia que eu não estava bem. Eles pediram desculpas, sim! Mas isso não muda o que aconteceu nem tão pouco apaga os danos emocionais que eles me causaram, que vocês me causaram. A mãe fica na ignorância de achar que pela minha pouca idade razões nenhumas tenho para sofrer, mas saiba que não é bem assim, sou adolescente, mas também sou humana, sou mulher e tal como a mãe também sinto, também sofro e também tenho os meus próprios problemas que apesar de não se compararem aos seus, não deixam de ser problemas. Sim, eu também tenho muito em que pensar, não penses que é tão simples sair de casa todos os dias para ter de lidar com bullyng na escola, professores de todo o tipo, disciplinas que fazem parecer a nossa inteligência inexistente, amizades falsas. Olhar para as outras jovens e ver que elas parecem bem mais bonitas e felizes do que tu, chegar em casa e não ter com quem conversar sobre as alterações corporais que nos incomodam, sobre os amores e desamores que nos ferem, tristeza que vem do nada…sim! e ainda ter uma mãe que só julga e critica…
- Mas filha, assim então quem aqui é adivinha? Estás a reclamar que eu não converso, mas algum dia já chegaste mesmo e disseste “ mãe, estou triste, estou isso, estou aquilo…”? Tchissola tens de falar porque eu também não tenho como adivinhar, são tantos problemas e tantas coisas para resolver às vezes que epá, filha, é difícil.
- Todos os problemas da mãe e do pai são sempre mais importantes do que nós…
- Chega, filha, descansa! – Interrompeu o pai.
- Sim, pai! É mesmo só assim, não conseguem ouvir a verdade. Deviam deixar-me morrer, trouxeram- me aqui por quê?
- Porque és a nossa filha, Tchissola, a nossa filha. Nós nunca vamos deixar-te morrer, és a nossa filha, entende só, Tchissola! Nós falhámos como pais, mas isso não significa que não te amemos e que queiramos que morras. O que seria de nós sem ti, minha filha? Queres deixar-nos sozinhos? Deixar o teu irmão sozinho?
- Descansa só, minha filha! Por favor, tens de repor as energias. Isso vai passar, é só uma fase – Interveio a mãe tentando acalmar os ânimos. Instantes depois chegou o médico que após perguntar à sua paciente como se sentia informou que logo logo ela poderia ir para casa, mas precisaria receber apoio psicológico dali em diante e que se os pais concordassem, ela teria duas sessões por semana. Os três concordaram e comprometeram-se a cumprir com as recomendações à risca. Mas antes de se retirar, o médico chamou-os atenção para algo:
- Antes de eu começar a trabalhar nesse hospital também era ignorante concernente ao facto e achava que tentar suicídio era só mimo dos adolescentes para chamar atenção, mas agora ficou claro para mim que todos os dias um adolescente tenta tirar a própria vida por factores que muitas vezes eles mesmos desconhecem. A mente humana é muito complexa e um pequeno acontecimento pode causar uma grandiosidade de danos que vocês nem imaginam. O sentir-se “não amado” conduz à depressão que é um mal que tem tomado como refém muitos jovens e muitas vezes perdem- se vidas devido a isso. Tudo porque nós os pais na nossa ignorância achamos que demonstrar amor e conversar não é importante, esquecemos que a área emocional é a mais importante na formação de um ser humano e que nem a melhor educação ou todo dinheiro do mundo pode comprar a felicidade que é roubada quando o nosso estado emocional desaba. Amemos os nossos filhos! Não deixemos que eles morram por dentro para que eles não morram por fora. Não precisamos esperar que os nossos filhos morram