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Trabalho de Conclusão de Curso
Tipologia: Trabalhos
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Entre as principais preocupações relacionadas às questões ambientais por parte das empresas e organizações na atualidade, está o desenvolvimento e fornecimento de produtos ou serviços que evitem impacto negativo sobre o meio ambiente natural e que sejam seguros em sua utilização. Estes produtos e serviços devem apresentar melhor rendimento em termos de consumo de energia e recursos naturais, que possam ser reciclados, reutilizados ou cuja disposição final não venha oferecer riscos para o meio ambiente. Como também no caso da extração de recursos naturais que constituem matéria-prima para obtenção de determinados produtos, que possa apresentar um sistema que venha garantir certo nível de sustentabilidade. Para tanto, as políticas de desenvolvimento sustentável buscam nortear as empresas de forma a participarem ativamente na implementação de seus programas. As políticas da indústria e do comércio, incluindo as empresas multinacionais, têm um papel fundamental na redução do impacto no meio ambiente e no uso dos recursos naturais. Contudo, a presente pesquisa tem como objetivo um estudo de caso que compreende o setor de mineração de uma indústria de cerâmica vermelha e o seu processo produtivo. A metodologia utilizada irá envolver a exploração de conteúdo bibliográfico, pesquisas relacionadas, descrição de fatores que compreendem a atividade, levantamento de dados e informações através de entrevistas com proprietário e colaboradores. Objetivam-se também, a busca de documentos que possam receber tratamento analítico, como licenças ambientais, planos de gerenciamento ambiental e registros relacionados ao sistema e processos administrativos e produtivos da empresa. Através de visitas técnicas às áreas de extração da matéria-prima e ao setor produtivo, se pretende descrever os processos e ilustrar as etapas da produção. A pesquisa estará voltada para o planejamento da gestão de melhoramento da qualidade ambiental, priorizando o levantamento dos impactos e resíduos gerados pela organização e quais as ações estabelecidas para minimização desses impactos. Tendo como ponto de vista a relação de modelos de gestão com um enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável, formação de recursos humanos em nível técnico de gestão ambiental e as leis de políticas ambientais. Com base no que será apurado dentro da pesquisa, co-relacionado as informações e os métodos de conduta direcionados para a qualidade do meio ambiente aplicados ao setor em âmbito geral, pretende-se sugerir e recomendar à empresa estudada, formas e alternativas, se assim couber, de melhorar o nível de qualidade ambiental em seus processos de extração e de produção.
A efetivação deste trabalho com tais modelos, necessita de ações coletivas entre a organização, o profissional qualificado encarregado desta função e o órgão regulamentador e fiscalizador. A aplicação de modelos de gestão ambiental, porém, não deve ser encarada como uma mudança a ser estabelecida com data de início e fim, por que é um processo contínuo com intensa participação de todos os níveis da organização, partindo de seus cargos mais altos até os mais baixos. Atualmente muitas empresas são impelidas a se adequarem as novas normas e estabelecerem padrões que venham amenizar e até mesmo extinguir determinados impactos negativos ao meio ambiente, seja ele natural ou social. O estudo pretende contribuir para o desenvolvimento da atividade englobando os fatores de qualidade ambiental e estabelecendo iniciativas sócio-econômicas adequadas às exigências atuais.
O tema aqui relacionado trata da Gestão da Qualidade Ambiental (GQA) na indústria de cerâmica vermelha, considerando as normas vigentes na política nacional de meio ambiente. Quanto ao problema levantado, considerando os requisitos de gerenciamento ambiental, ecológico e de desenvolvimento sustentável, o que a indústria cerâmica poderá fazer para melhorar o nível da qualidade ambiental em seus processos?
1.2.1 Objetivo Geral
Identificar os procedimentos básicos, ferramentas e fatores de influência para a melhoria da qualidade ambiental, voltado para a extração de argila e de produção da indústria cerâmica.
Para isso, segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000, p. 112),
a abordagem de gestão ambiental proposta dentro dos contornos delineados pelo modelo de gestão ambiental, sistêmico e metodológico, requer o envolvimento de técnicos e gestores da organização, visando garantir maior eficiência na implementação das estratégias ambientais, pois, como conhecedores da realidade nos diferentes níveis da organização, tais profissionais permitem maiores ganhos quanto à seletividade dos dados, bem como quanto ao tempo despedido nas atividades de gestão ambiental/gerenciamento ecológico.
A proposta do presente trabalho está em sugerir alternativas que conduzam a uma melhoria na gestão ambiental da empresa Stein Indústria e Comércio de Cerâmica Ltda., conforme as necessidades atuais, contribuindo assim para a geração de uma consciência de maior compromisso com o meio ambiente, pela qual se consente a internalização das conseqüências negativas geradas pela sua atividade, buscando proporcionalmente assim, gerar vantagens sócio-econômicas para a empresa através da imagem de sua responsabilidade.
Cada empresa ou organização que empenhe recursos para o seu crescimento e o desenvolvimento da sociedade, necessita a utilização de uma série de funções imprescindíveis para conduzir sua gestão administrativa. Com vistas ao objetivo do presente trabalho, apresenta-se de forma sucinta, alguma teoria relacionada com a prática da administração que veio estabelecer nos dias de hoje, mais do que nunca, um estreito relacionamento com o uso e aplicação racional dos recursos naturais pelos administradores dessas organizações. Para a teoria neoclássica, conforme Chiavenato (2000), as funções do administrador correspondem aos elementos da administração, que Fayol (1841-1925) definira no seu tempo (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar), mas com uma roupagem atualizada. De um modo geral, se aceita hoje o planejamento, a organização, a direção e o controle como as funções básicas do administrador e que constituem o chamado processo administrativo. Essas funções representam uma seqüência cíclica, pois elas estão intimamente relacionadas em uma interação dinâmica, de forma que quando consideradas como um todo formam o processo administrativo. E quando consideradas isoladamente constituem cada uma como uma função administrativa. Para Floriano (2004, p.08), “planejar é, talvez, a principal característica que distingue as atividades humanas das dos outros animais”. De acordo com Chiavenato (2000), o planejamento é a primeira função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Trata-se, pois, de um modelo teórico para a ação futura. Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos necessários para atingi-los da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos e escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los. O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que seqüência. Por ser racional, o homem pode analisar o que ocorreu em situações semelhantes para prever o que é necessário fazer no futuro, copiando o que deu certo e evitando os erros do passado; a este processo de organizar de forma prévia as atividades futuras com base no conhecimento do passado chamamos “planejamento”. (FLORIANO, 2004) Conforme Chiavenato (2000), a Teoria Neoclássica nada mais é que a Teoria Clássica ampliada, revista e melhorada, baseada no princípio que a Administração é um processo
cada vez mais restrita e detalhada. Com base no desdobramento de objetivos, relaciona-se o objetivo do presente estudo com os métodos a serem aplicados na empresa. Pois os métodos são planos prescritos para o desempenho de uma tarefa específica, detalha como o trabalho deve ser realizado, sendo necessária geralmente a utilização de fluxogramas para representar o fluxo ou a seqüência de tarefas e operações. Com base nesse fluxo ou seqüência das tarefas, podem-se ter conclusões mais precisas de como estabelecer as mudanças relacionadas com uma gestão ambientalmente correta da empresa em estudo. Segundo Chiavenato (2000), além da hierarquia de objetivos, existe também a hierarquia do planejamento. Existem três níveis distintos de planejamento, são eles: 1- O Planejamento Estratégico: que vem ao encontro da realidade do presente estudo, pois é mais amplo e abrange toda a organização, pelo fato de ser projetado para longo prazo, tendo seus efeitos e conseqüências estendidos a vários anos pela frente, abrange todos os recursos e áreas de atividade, e preocupa-se em atingir os objetivos ao nível organizacional e é definido pela chefia da organização. 2- O Planejamento Tático: Que se trata do planejamento que abrange cada departamento ou unidade da organização, projetado para médio prazo abrangendo seus recursos específicos com a preocupação em atingir os objetivos departamentais. 3- O Planejamento Operacional: Se trata do planejamento que abrange cada tarefa ou atividade específica, caracterizando-se pela projeção para curto prazo envolvendo cada tarefa ou atividade isoladamente, preocupando-se com o alcance de metas específicas. Planejamento é uma ferramenta de gestão. É um processo de organização de tarefas para se chegar a um fim, com fases características e seqüenciais que, em geral, estão na seguinte ordem: identificar o objeto do planejamento, criar uma visão sobre o assunto, definir o objetivo do planejamento, determinar uma missão ou compromisso para se atingir o objetivo do planejamento, definir políticas e critérios de trabalho, estabelecer metas, desenvolver um plano de ações necessárias para se atingir as metas e cumprir a missão e objetivos, estabelecer um sistema de monitoramento, controle e análise das ações planejadas, definir um sistema de avaliação sobre os dados controlados e, finalmente, prever a tomada de medidas para prevenção e correção quanto aos desvios que poderão ocorrer em relação ao plano. (FLORIANO, 2004)
O quadro 2 a seguir, demonstra o relacionamento do nível de detalhamento no planejamento com o ambiente, níveis organizacionais envolvidos e as responsabilidades em cada nível respectivo:
Quadro 2 – Relacionamentos entre responsabilidades, ambientes, níveis organizacionais e de planejamento Fonte: Floriano (2004, p.03)
Floriano (2004) explana sobre os níveis organizacionais com base no que está ilustrado no quadro 2. A identidade da organização é a sua história, valores, filosofia e caráter. A primeira coisa que identifica a organização é o que ela fornece, ou o que ela produz. É o resultado da sua atividade. A seguir vem o relacionamento com os clientes, fornecedores e colaboradores e a maneira como a organização encara o ambiente é outro fator de sua identidade considerado relevante na atualidade. As relações na organização envolvem os sentimentos, as expectativas, frustrações, simpatias, comunicação, liderança, integração interna e com o meio externo. As relações têm grande influência sobre os processos produtivos, pois é o nível das decisões táticas. Processos são os fluxos existentes na organização, seja de material, de informação, de pessoal ou de dinheiro. Os processos são os sistemas de produção e todos os demais procedimentos adotados pela organização para que qualquer coisa seja realizada. Exemplos: Processo de transporte; pagamento e fabricação. Os recursos de uma organização são o seu contingente de pessoal, instalações, equipamentos e capital. Os recursos da organização são os seus níveis de base e têm
manufatura de peças de cerâmica deixou o Japão e, se espalhou pela Europa e Ásia, não existindo, entretanto, um consenso sobre como isto ocorreu. Do calor do sol, para os fornos atuais utilizados para tornar as peças mais firmes, a história da cerâmica percorreu e auxiliou no cotidiano de todos os povos. Da Era Neolítica aos dias de hoje, os artistas continuam com seus dedos ágeis transformando blocos de argila e criando novas utilidades para a população. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CERÂMICA,
Com base no histórico levantado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (2008), estudiosos confirmam ser, realmente, a cerâmica a mais antiga das indústrias. Ela nasceu no momento em que o homem começou a utilizar-se do barro endurecido pelo fogo. Desse processo de endurecimento, obtido casualmente, multiplicou-se e evoluiu até os dias de hoje. As primeiras cerâmicas que se tem notícia são da Pré-História: vasos de barro, sem asa, que tinham cor de argila natural ou eram escurecidas por óxidos de ferro. A cerâmica para a construção (fabricação de tijolos e telhas) e a cerâmica artística com características industriais só ocorreu na antiguidade em grandes centros comerciais. Mais recentemente iniciou uma vigorosa etapa de evolução, após a Revolução Industrial. Com a prosperidade da cerâmica, cada povo descobriu seu estilo próprio, e com isso, surgiram novas técnicas. Foram os chineses justamente os primeiros a usar, a partir do segundo século antes da nossa era, um finíssimo pó branco, o caulim, que permite fabricar vasos translúcidos e leves, a porcelana. Com a utilização da Porcelana a cerâmica alcançou níveis elevados de sofisticação. A cerâmica, hoje, extrapola o dia a dia para auxiliar na área científica: na medicina, vem sendo utilizada na prótese de ossos e dentária; na pecuária australiana, reveste os chips que injetados dentro do animal, possibilitam uma contagem mais precisa e segura; os dentistas, nas obturações; algumas empresas fabricam facas com lâminas de porcelana; é ainda o material utilizado quando existe a necessidade de um produto resistente a altas temperaturas, como é o caso do trem bala no Japão, onde a cerâmica é colocada nos trilhos. Da mesma forma, com o progressivo desenvolvimento industrial, os revestimentos cerâmicos para utilização em paredes e pisos deixaram de ser privilégio dos recintos religiosos e dos palácios, tornando-se acessíveis a todas as classes sociais. Eles trouxeram para as paredes externas das casas o colorido e o luxo das paredes internas. Deixaram de figurar apenas em obras monumentais e passaram também para as fachadas dos pequenos sobrados comerciais e
residenciais e, até mesmo, de pequenas casas térreas. (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE CERÂMICA PARA REVESTIMENTO, 2008)
2.2.2 Origem da Cerâmica no Brasil
Conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (2008), no Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na Ilha de Marajó. A cerâmica marajoara tem sua origem na avançada cultura indígena que floresceu na Ilha. Estudos arqueológicos, contudo, indicam a presença de uma cerâmica mais simples, ocorreu, ainda, na região amazônica por volta de 5.000 anos atrás. A tradição ceramista não chegou, então, ao Brasil com os portugueses ou veio na bagagem cultural dos escravos. Os índios aborígines já tinham firmado a cultura do trabalho em barro quando Cabral aportou aqui. Por isso, os colonizadores portugueses, instalando as primeiras olarias nada de novo trouxeram, mas estruturam e concentraram a mão-de-obra. O rudimentar processo aborígine, no entanto, sofreu modificações com as instalações de olarias nos colégios, engenhos e fazendas jesuítas, onde se produzia além de tijolos e telhas, também louça de barro para consumo diário. A introdução de uso do torno e das “rodadeiras”, parece ser a mais importante dessas influências, que se fixou especialmente na faixa litorânea dos engenhos, nos povoados, nas fazendas, permanecendo nas regiões interioranas as práticas manuais indígenas. Com essa técnica passaram a haver maior simetria na forma, acabamento mais perfeito e menor tempo de trabalho. (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE CERÂMICA PARA REVESTIMENTO, 2008)
2.2.3 A Matéria-Prima
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (2008), a argila é um material natural, de textura terrosa, de granulação fina, constituída essencialmente de argilominerais, podendo conter outros minerais que não são argilominerais (quartzo, mica, pirita, hematita, etc.), matéria orgânica e outras impurezas. Os argilominerais são os minerais característicos das argilas; quimicamente são silicatos de alumínio ou magnésio hidratados, contendo em certos tipos outros elementos como ferro, potássio, lítio e outros.
2.2.4 A Cerâmica na Atualidade
Com base na Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (2008), a cerâmica, que é praticamente tão antiga quanto a descoberta do fogo, mesmo utilizando os antigos métodos artesanais, pode produzir artigos de excelente qualidade. Nos últimos anos, acompanhando a evolução industrial, a indústria cerâmica adotou a produção em massa, garantida pela indústria de equipamentos, e a introdução de técnicas de gestão, incluindo o controle de matérias-primas, dos processos e dos produtos fabricados. A Indústria Cerâmica na atualidade pode ser subdivida em setores que possuem características bastante individualizadas e com níveis de avanço tecnológico distintos. São eles:
Vivemos momentos de grandes transformações no mundo, sendo que todas as transformações que até agora aconteceram, trouxeram diferentes impactos ao meio em que vivem os seres vivos. Esses impactos podem ser positivos e negativos, mas os que mais tiveram atenção nas últimas décadas foram os impactos negativos relacionados com o meio ambiente natural. É necessário que se tenha conhecimento de como surgiu os movimentos ambientais que desencadearam programas e leis determinantes à defesa dos recursos naturais como patrimônio. “Problemas ambientais são os impactos negativos que as atividades antrópicas causam ao ambiente. Os fatores de impacto (rejeitos ou modificações) são classificados quanto ao
meio físico impactado, ou quanto aos efeitos causados no ambiente.” (FLORIANO, 2004, p.
Em 1968, em Paris foi realizada uma reunião de especialistas em ciências que veio a despertar uma consciência ecológica mundial, conhecida como a Conferência sobre Biosfera, que assim como a Conferência das Nações Unidas realizada no ano de 1972 em Estocolmo, colocou a questão ambiental nas agendas oficiais internacionais. (ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2002) O Brasil, a partir da segunda metade do século passado, veio sofrendo grandes transformações em função do crescimento demográfico e da modernização de suas bases de desenvolvimento. “De um estágio de economia predominantemente exportadora de produtos agrícolas passou a um estágio de industrialização considerável, com predominância de produtos manufaturados em sua pauta de exportações.” (VIANNA; VERONESE, 1992 apud ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2002, p. 05) A partir da intensificação da industrialização em determinadas áreas, pôde-se sentir o agravamento da questão ambiental. O governo brasileiro sentindo a necessidade e vendo a oportunidade de institucionalizar autoridade em nível federal, orientando-se para a preservação ambiental do país, veio a participar da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo em junho de 1972. A partir deste momento desencadeou-se a criação e instituição de muitos órgãos ambientais com a conseqüente elaboração e realização de programas em prol do meio ambiente. Segundo Floriano (2004), “Planejamento Ambiental” é uma expressão recente, usada com maior freqüência nos últimos anos por uma boa razão: de 3 a 14 de junho de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, a ECO-92, foi criado o maior programa de planejamento ambiental que já se imaginou: a AGENDA 21; que previa um planejamento em cascata do nível global, para o nacional, regional (estadual), até o nível local (ou municipal), com o objetivo de melhoria da qualidade de vida do ser humano e de conservação e preservação ambiental. Em 4 de setembro de 2002, havia encerrado a RIO+10 em Joanesburgo, África do Sul, uma nova conferência promovida pela ONU com o objetivo de avaliar os resultados obtidos com a aplicação da AGENDA 21 e de criar um novo programa para o futuro. Pouco depois da ECO-92, ao final de 1996, a Organização Internacional de Padronização publicou as normas sobre padrões ambientais internacionais ISO série 14000,
Se cada um dos passos acima for levado a sério pelas organizações, e essas se comprometerem com os esforços relativos à formação de sua mão-de-obra através de uma educação ambiental que acima de tudo preza pela qualidade de vida do ser humano, essa por sua vez poderá contribuir para o bom aproveitamento dos recursos disponíveis através da qualidade dos seus serviços. Com isso, as organizações poderão atingir bons níveis e padrões eficientes em seus processos.
Quando se têm recursos e processos em nível ótimo, estaremos aptos a atingir a eficiência; a eficácia será conseguida quando tivermos ótimas relações, além de recursos e processos ótimos; mas, a excelência somente será conseguida quando a identidade organizacional estiver de acordo com os melhores padrões, além de já se ter conseguido ótimas relações, processos e recursos. (FLORIANO, 2004, p.03)
2.4.1 A Indústria
A indústria cerâmica constitui um setor de relevante importância nacional, segundo a Associação Brasileira de Cerâmica (2008), com base em 2003, existem no Brasil cerca de 11.000 unidades produtoras (empresas), que consomem em torno de 64.164.000 toneladas de matéria-prima in natura (argila) anualmente. Constituindo um faturamento de R$ 4,2 bilhões por ano, empregando diretamente em torno de 214.000 pessoas.
No Brasil, segundo Bustamante e Bressiani (2000 apud VALE et al , 2006, p. 39), “convencionou-se em definir o Setor Cerâmico em segmentos que se diferenciam pelos produtos obtidos e mais precisamente pelos mercados aos quais se inserem”. “O processamento da argila até o produto final é simples, inicia-se com a extração da argila da jazida, acréssimo de água a argila, em seguida é homogeneizada, passa pela maromba onde as peças são moldadas, depois secas e queimadas.” (VALE et al , 2006, p. 39) Ainda conforme Vale et al (2006, p. 39), “a grande maioria das empresas é de gestão familiar tradicional, ou seja, o conhecimento foi adquirido de forma empírica”. O setor enfrenta uma série de problemas ambientais, econômicos e de qualidade dos produtos fabricados, entre os quais podem ser destacados o desconhecimento de técnicas modernas de produção de material cerâmico, de normas técnicas sobre a qualidade do produto, concorrência predatória baseada na diminuição das dimensões dos tijolos e blocos como forma de diminuir custos, a dificuldade de obtenção de assistência técnica qualificada, irregularidades na atividade extrativa da lenha e da argila usadas para a produção, dificuldade de gerenciamento da produção, desperdício de matéria-prima pela exploração não planejada, desperdício de energia e inexistência de controle de qualidade racional. (ROMAN; GLEIZE, 1998 apud MANFREDINI; SATTLER, 2005) As empresas do ramo industrial, nas quais os problemas ambientais começaram, são as geradoras de impactos ambientais de extrema relevância, dada sua característica de serem transformadoras de insumos produtivos finais. É a forma pela qual ocorre a exploração das fontes de matérias-primas que pode provocar os maiores efeitos ambientais e ecológicos. (ANDRADE, 2002) De acordo com Andrade (2002, p.66), “a essência da formulação de uma estratégia empresarial é relacionar uma empresa a seu meio ambiente, identificando, assim, seus elementos estratégicos genéricos”. O setor que compreende a extração da argila está vinculado às estratégias empresariais/ambientais relativas às organizações pertencentes ao setor econômico concentrado. Pois segundo Andrade (2002, p.67), “neste setor são encontradas empresas que, em face de características inerentes a seu processo produtivo, estão sujeitas a produzir impactos ambientais de extrema intensidade”.
para que seja aceita a associação das indústrias, é que elas possuam o licenciamento ambiental. Nisso, a principal exigência feita pelos órgãos ambientais no estado diz respeito à exploração das jazidas de argila, com o objetivo de garantir que a exploração esteja de acordo com os procedimentos considerados adequados pelo órgão ambiental fiscalizador. Das oito indústrias relatadas pelos pesquisadores, apenas duas delas incorporam à argila, outras matérias-primas, o que é considerado uma estratégia viável para diminuir o consumo de argila, diminuir custos, e reduzir impactos com a extração. No entanto, é ressaltado que deve-se considerar a origem desses resíduos agregados, no que diz respeito não apenas à sua composição química que pode emitir poluentes aéreos quando submetidos a queima, mas também à distância do fornecedor, o que aumenta o consumo energético com transporte e as emissões de CO2. Um dos principais insumos energéticos utilizado pelas indústrias cerâmicas, é a lenha, no entanto, segundo Grigoletti e Sattler (2003, p.26), “algumas indústrias têm substituído esse insumo sempre que possível por outros de menor custo, tais como óleo BPF, resíduos de refilamento de serrarias, serragem e cavaco, das indústrias de móveis, e papel, proveniente da indústria calçadista.” A redução do consumo de energia é uma estratégia importante para reduzir impactos e custos com esse insumo. Algumas iniciativas foram observadas, como é o caso do uso do calor do forno para a secagem artificial e os investimentos em eficiência energética, mas apenas em indústrias de grande porte. As pequenas indústrias devem buscar otimizar seus processos e qualificar sua mão-de-obra, para reduzir perdas desnecessárias em todas as etapas do processo, pois, de forma direta ou indireta, desperdiçam energia. (GRIGOLETTI; SATTLER, 2003) Manfredini e Sattler (2005), apontam para estudos com base em informações levantadas junto a SIOCERGS, ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e à Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (FEPAM), e para visitadas e aplicação de questionários a 40 indústrias do estado do Rio Grande do Sul, foram destacados os resultados obtidos em 20 dessas indústrias de cerâmica vermelha de portes variados, com relação ao aproveitamento energético para secagem e queima da cerâmica. De acordo com Manfredini e Sattler (2005), as indústrias de pequeno porte são as que possuem equipamentos e técnicas mais precárias, além da falta de controle dos insumos empregados, essas indústrias diante sua classificação, produzem de 40.000 a 100.000 peças por mês. Das cinco indústrias deste porte pesquisadas nenhuma reaproveita o calor dos fornos na secagem, sendo que dessas cinco indústrias, todas utilizam secagem natural; três possuem
fornos intermitentes; e duas possuem fornos semicontínuos. Utilizam para queima retalho de móveis, serragem e lenha. Das indústrias de médio porte, com produção entre 120.000 a 300.000 peças/mês, sendo tijolos e blocos, três possuem fornos intermitentes, e duas, semicontínuos. Três utilizam os dois processos de secagem conjuntamente, e o restante utiliza secagem natural. Deste grupo, somente uma indústria reaproveita o calor do forno na secagem, o que reduz o gasto energético. Também utilizam para queima, recursos energéticos como os retalhos de móveis, serragem e lenha. As indústrias de grande porte, assim classificadas pela produção de 320.000 a 1.500.000 peças/mês, possuem tecnologia e equipamentos mais adequados do que as outras. Sendo que das oito indústrias pesquisadas que produzem tijolos e blocos, todas possuem fornos do tipo túnel, sendo que duas delas ainda utilizam fornos do tipo intermitente, para complementar a produção. Destas, somente uma utiliza secagem totalmente natural; enquanto três utilizam os dois tipos de secagem. Destacam-se na pesquisa seis indústrias que reaproveitam o calor do forno. O recurso energético por elas utilizados, são o cavaco, a serragem, sabugo de milho, e lenha. Segundo Grigoletti e Sattler (2003), o impacto mais significativo, no que diz respeito à obtenção de matéria-prima, é o desflorestamento da área de extração da argila, uma vez que a atividade não envolve recursos como explosivos, que geram ruído, material particulado e grande degradação das áreas, bem como a geração de liberações tóxicas ao ambiente no seu beneficiamento, pelo fato da matéria-prima ser usada praticamente in natura, e não compromete os recursos hídricos, pois a argila não é extraída de rios, lagos e otros mananciais.
2.4.2 A Extração
A degradação de uma área, independentemente da atividade implantada, verifica-se quando: a) a vegetação e, por conseqüência, a fauna, são destruídas, removidas ou expulsas; e b) a camada de solo fértil é perdida, removida ou coberta, afetando a vazão e qualidade ambiental dos corpos superficiais e/ou subterrâneos d’água. Quando isso ocorre, reflete-se na alteração das características físicas, químicas e biológicas da área, afetando seu potencial sócio-econômico. (AMBIENTE BRASIL, 2008) Os principais efeitos deletérios decorrentes da atividade de extração “são a desertificação de florestas e serrados, devido ao uso irracional da lenha, a degradação do solo,