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Guias e Dicas
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Gestão da Emoção, Resumos de Psicoterapia

Gestão da Emoção. Técnicas de coaching emocional para gerir a ansiedade, melhorar o desempenho pessoal e profissional e conquistar.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Carioca85
Carioca85 🇧🇷

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Adaptação de
Ana Rita Silva
Gestão da Emoção
Técnicas de coaching emocional para
gerir a ansiedade, melhorar o desempenho
pessoal e profissional e conquistar
uma mente livre e criativa
Augusto Cury
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Adaptação de

Ana Rita Silva

Gestão da Emoção

Técnicas de coaching emocional para

gerir a ansiedade, melhorar o desempenho

pessoal e profissional e conquistar uma mente livre e criativa

Augusto Cury

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Coaching e psicoterapia: dois mundos tão próximos e tão distantes

É possível gerir-se uma empresa com milhares de funcionários e, ao mesmo tempo, ser-se incapaz de gerir com a mínima maturidade a mais complexa das empresas, a única que não pode falir: a mente humana. É possível ser-se um multimilionário, empreender e saber ganhar dinheiro como poucos e, ainda assim, mendigar o pão da alegria e da tranquilidade. Há muitos mendigos a morar em palácios. É possível um intelectual ter artigos publicados no mundo inteiro mas não saber ser contrariado, viver ansioso e frustrado, enfim, estar na infância da gestão emocional. É possível um médico, um psiquia- tra ou um psicólogo orientar bem os seus pacientes e não saber fil- trar os estímulos stressantes, fazendo da própria psique uma terra de ninguém. Educar o Eu para exercer os seus papéis vitais como líder da psi- que; equipar e proteger a emoção para ser saudável, profunda, estável, contemplativa; gerir os pensamentos para aquietar a ansiedade; e li- bertar a criatividade são alguns dos elementos que constituem o mais admirável de todos os treinos, o coaching emocional. A gestão da emoção é a base de qualquer treino psíquico: profissio- nal, educacional e interpessoal. Ela pode, inclusive, contribuir muito para o melhor desempenho dos atletas. Como já comentei com alguns desportistas famosos, os jogos ganham-se primeiro na mente. Uma pessoa rígida, impulsiva, tímida, fóbica, pessimista, ansiosa pode bloquear o seu desempenho mais do que tem consciência. A emo- ção, como veremos, está não só na base do registo da memória, mas também na abertura ou no encerramento das janelas da memória,

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a memória e o raciocínio, com sérios riscos cognitivos. Dispensar a mente, como veremos, compromete as finíssimas tarefas de aceder à memória e construir cadeias de pensamentos. Muitos reformam a própria mente anos ou décadas antes de se reformarem do trabalho; desenvolvem um raciocínio preguiçoso, bem como uma perceção, in- tuição criativa, imaginação e consciência crítica limitadas e lentas. Embora o tempo seja um carrasco do corpo e inevitavelmente o debilite, sob o enfoque da gestão da emoção há uma área em que nunca devíamos envelhecer: o território da emoção. As TGEs podem estimular-nos a ser eternamente jovens, nutrindo a curiosidade, a pro- atividade, a aventura, a motivação e os sonhos. Todavia, se não irrigada ou estimulada adequadamente, a emoção pode envelhecer rapidamente, desobedecendo à cronologia. É gravís- simo que jovens com vinte anos de idade apresentem sintomas de falência emocional ou velhice intrapsíquica, como se observa hoje. Os sintomas mais comuns deste quadro são a dificuldade de tomar a iniciativa, de agradecer e de se motivar, a necessidade de reclamar, de querer tudo rápido e pronto, isto é, o imediatismo no alcance das metas e a falta de prazer no processo para as atingir. Há jovens com idade cronológica de vinte anos – sempre agarrados a telemóveis e jogos eletrónicos – e idade emocional de oitenta, e indivíduos com corpo de oitenta, mas idade emocional de vinte – extremamente entu- siasmados e dinâmicos. Qual é a sua idade emocional? Ao longo de mais de trinta anos, tenho estudado e produzido co- nhecimento sobre o processo de construção de pensamentos e de for- mação da consciência existencial. Para ter uma ideia da complexidade deste processo, saiba que, ao ler um parágrafo desta obra, inconscien- temente dispara um fenómeno chamado de «gatilho da memória», que abre milhares de janelas ou arquivos para verificar milhões de dados e por fim compreender cada pronome, substantivo e verbo inserido em cada uma das frases. É um processo cognitivo admirável e espetacular, embora não nos apercebamos disso. Fundamentado neste sólido período de estudo e teorização, estou convencido da gravidade de reformarmos a mente. Este processo significa pouco a pouco deixar de estimulá-la, irrigá-la, fomentá-la,

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provocá-la, o que pode levar a asfixiar a imaginação, a interpretação, a fluência das ideias, enfim, o raciocínio complexo.

Questões fundamentais

Uma pergunta fundamental que todos devem fazer: onde termina o coaching e onde começa a psicoterapia, ou vice-versa? Como mem- bro do júri que avalia teses de mestrandos e doutorandos em coaching na Florida Christian University (FCU) ou como conferencista sobre novas modalidades de coaching ao lado de líderes mundiais da área, tenho procurado deixar claro aos alunos que deve haver uma divisão nítida entre coaching e psicoterapia. Muitos profissionais não compreendem esta importante linha di- visória. A própria psicologia e diversos centros de coaching confun- dem a atuação vocacionada para a melhoria do desempenho pessoal e profissional com a atuação psicoterapêutica, e isso traz riscos para os clientes. Espero trazer luz a esta área. A gestão da emoção promove os mais diversos tipos de treino, com destaque para os voltados para as habilidades intelectuais, pessoais e profissionais, enquanto a psicoterapia trata dos conflitos que asfixiam estas habilidades; a gestão da emoção capacita o Eu a ser líder de si próprio, ao passo que a psicoterapia trata das armadilhas mentais que aprisionam esta liderança; a gestão da emoção leva o espectador a desempenhar com eficiência os seus papéis no palco social e empre- sarial, e a psicoterapia desata as algemas que prendem o espectador à plateia; a gestão da emoção estimula o indivíduo a construir janelas light (saudáveis) no córtex cerebral, enquanto a psicoterapia o conduz a reeditar janelas killer (conflituantes). As ferramentas inteligentes de gestão da emoção podem preve- nir transtornos psíquicos e sociais; quanto às ferramentas inteligentes da psicoterapia, independentemente da teoria utilizada, atuam nos transtornos mentais já instalados. O coach (treinador ou técnico) não deve, portanto, atuar como psicoterapeuta, pois essa é uma tarefa de profissionais de saúde mental, como os psiquiatras e os psicólogos

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Um casamento perfeito

A psicoterapia e o coaching unem-se no Programa de Gestão da Emoção, produzindo um casamento perfeito que contribui para o desempenho socioemocional. Ambos os profissionais, psicoterapeuta e coach , poderiam, em casos específicos, atuar juntos. Todavia, entre promover habilidades e tratar doenças psíquicas há mais mistérios do que imagina a nossa conflituante ciência, embora em diversos casos as duas áreas se sobreponham no psiquismo. Os dois profissionais devem saber claramente os seus papéis, apropriar-se das mais apuradas téc- nicas e adotar um comportamento ético para encaminhar os clientes para um ou outro quando necessário. Infelizmente, nem a psicoterapia nem o coaching são profissões regulamentadas no Brasil, o que dificulta o processo de aprendizagem, treino e formação. De qualquer modo, considero que quem exerce o coaching , em especial a gestão da emoção, deve ter uma sólida for- mação académica, de preferência, mas não necessariamente, em áreas das ciências humanas como a psicologia, a filosofia e a sociologia. Conheço engenheiros e gestores competentes que foram sistematica- mente treinados e se tornaram excelentes formadores. O coach tem de saber que, além de ser um formador, é um eterno aprendiz. Quem não se recicla constantemente torna-se estéril. A au- tossuficiência é um cancro para a continuidade do crescimento. Seria desejável que os psicólogos se tornassem bons coaches , contudo mui- tas faculdades de psicologia ainda não acordaram para a promoção de especialistas nesta área em desenvolvimento. Não é por não atuar no âmbito da psicoterapia que o coaching tem um trabalho psicológico reduzido, apequenado ou diminuto. Pelo contrário: se considerarmos o Programa de Gestão da Emoção, a atua- ção do coaching é extensa, riquíssima e promissora para expandir o Homo sapiens em pelo menos quinze fabulosas áreas:

  1. eficiência socioprofissional;
  2. reciclagem de falsas crenças;
  3. descaracterização de paradigmas limitadores;

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  1. rutura com o cárcere do conformismo;
  2. capacidade de se reinventar nas crises;
  3. promoção do raciocínio complexo e do pensamento estratégico;
  4. liderança e gestão de pessoas;
  5. expansão do potencial criativo;
  6. habilidade de pensar antes de reagir;
  7. empatia;
  8. carisma;
  9. relações saudáveis;
  10. formação de pensadores;
  11. fomento da resiliência;
  12. prevenção de transtornos psíquicos.

O Programa de Gestão da Emoção ainda pode e deve equipar o Eu para ser um consumidor emocional responsável, um investidor solene na qualidade de vida. Todos os formadores e clientes devem ter cumplicidade, confiança estreita, transparência mútua. Nenhum processo de treino é cirúrgico, rapidíssimo, miraculoso, ainda que determinadas habilidades simples, como expressar ideias em público, possam ser incorporadas pelo Eu com maior facilidade. Conforme veremos adiante, um dos motivos que impedem o resul- tado rápido, tanto da psicoterapia como do coaching , é a impossibili- dade de apagar a memória, ou seja, de eliminar os arquivos doentios, ou as janelas killer, que contêm conflitos, fobias, impulsividade, auto- punição, culpa. Não há heróis nem ditadores que mandam e desman- dam na memória. Todos somos pequenos aprendizes.

Se pudesse, quem é que apagaria?

A única possibilidade de apagar a memória é através de trauma- tismos físicos ou de processos mecânicos, como um tumor cerebral, uma doença degenerativa, um traumatismo craniano, um acidente vascular. O Eu, portanto, nunca extingue os traumas; contudo, tem a capacidade magistral de reeditar as janelas traumáticas ou de construir

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As Técnicas de Gestão da Emoção não costumam ser simples; pelo contrário, são complexas e extensas e, por isso, chamadas de Megatéc- nicas de Gestão da Emoção (MegaTGE). Uma MegaTGE representa um conjunto de técnicas de gestão que precisam de ser aplicadas como um todo para a sua plena eficácia. Lembre-se de que a emoção é o mais belo e inóspito dos planetas; explorá-lo, dominá-lo e usar os seus recursos de forma inteligente é o nosso maior desafio – e uma tarefa em que quase todos falhamos redondamente. A compreensão plena de algumas Técnicas de Gestão da Emoção que apresentarei dependerá do conteúdo dos capítulos posteriores. Embora as técnicas possam produzir raro prazer, um nutriente ini- gualável para o desenvolvimento das complexas habilidades da inteli- gência socioemocional, exigem-se coragem e inteligência para mapear continuamente os próprios fantasmas mentais, bem como foco e dis- ciplina para os domesticar e usar como aliados. Muitos perseveram nos seus conflitos, incluindo traumas e falsas crenças, durante toda a sua história, porque nunca tiveram a ousadia de entrar em camadas mais profundas da própria mente. A necessidade neurótica de ser perfeito impede-nos de rir das nossas tolices, da nossa estupidez, das nossas fobias e manias, o que asfixia a nossa capacidade de reciclar o lixo psíquico que adquirimos ao longo da vida. Somos ótimos a acumular detritos na nossa mente. Costuma reciclar os seus conflitos, desconstruir as suas mágoas, abrandar as suas perdas?