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Jorge Ponciano Ribeiro, Gestalt-terapia de Curta. Duração, se destaca entre os autores de propostas de psicoterapias breves por uma singularidade: enquanto a ...
Tipologia: Notas de estudo
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Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, do Instituto de Psicologia, da Universidade de Brasília, como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em Psicologia Clínica e Cultura. Área de concentração: Psicologia Clínica. Prof. Orientador: Jorge Ponciano Ribeiro, PHD
Brasília
2016
À minha esposa, Edna, ao meu filho, Igor, amores da minha vida, fontes de inspiração e encorajamento.
Agradeço ao Prof. Dr. Jorge Ponciano Ribeiro, pela orientação dedicada e amiga, aplicada, atenciosa e diligente, que, não raro com sacrifício de seus muitos afazeres, mostrou-se sempre disponível, interessado e um guia seguro e atencioso; aos professores da UnB do departamento de psicologia, por sua incansável dedicação ao ensino; e a todas as pessoas, demais professores de outros cursos, amigos, colegas e clientes, que de alguma forma me permitiram chegar aqui.
O homem cria o seu mundo na medida em que lhe dá significado e age sobre ele. Distingue-se dos demais seres por sua subjetividade e, através dela, sentindo-se impedido de se tornar objeto, torna-se pessoa e não outra coisa, pessoa mutante, no aqui-agora. O método desenvolvido pelo professor Dr. Jorge Ponciano Ribeiro, Gestalt-terapia de Curta Duração, se destaca entre os autores de propostas de psicoterapias breves por uma singularidade: enquanto a quase totalidade destas concepções são focais , trabalhando diretamente o sintoma que aparece, o procedimento delineado por Ribeiro não olha apenas aquilo que mais sofrimento traz à pessoa, mas, ao invés disso, toma o indivíduo como um todo e o torna o centro de uma ação psicoterápica. Este Estudo de Caso, em nível de dissertação de mestrado, aplicou o método de Ribeiro em uma pessoa adulta e voluntária, com demanda significativa na área de saúde mental, a fim de avaliar, através do relato do participante da pesquisa, as mudanças produzidas. O método Gestalt-terapia de Curta Duração propôs-se levar o cliente à consumação de si mesmo, a fim de que ele pudesse expressar-se e, ao se expressar, desdobrar-se no sentido de quem ele é. Foram realizadas dez sessões de duas horas cada uma e a cliente pode experimentar-se, tomando consciência ( awareness ) de quando faz um contato genuíno com o mundo e quando prefere eleger figuras que confirmam os sintomas que emergiram durante as sessões.
Palavras-chave: Gestalt-terapia, psicoterapia breve, psicoterapia de curta duração, existência, fenomenologia, sintoma, mudança, awareness , cura, qualidade de vida.
The man creates his own world to the extent that gives himself a meaning and its acts on him. It is distinguished from other beings by their subjectivity and, through it, feeling unable to become object, becomes a person and nothing else, mutant, in person here-now. The method developed by professor Jorge Ponciano Ribeiro, PHD, Short Term Gestalt Therapy, stands out among the authors of brief psychotherapies proposals by a singularity: while these conceptions are wholes focal almost working directly the symptom appears, the procedure outlined by Ribeiro doesn't look just what more suffering brings to person, but, instead, takes the individual as a whole and makes it the center of a psychotherapeutic action. This case study applied the method of Ribeiro in an adult and voluntary, with significant demand in the area of mental health, in order to assess, through the account of the subject of research, changes produced. The method Gestalt Therapy short-lived proposes taking the customer to the consummation of himself, so that he can express himself and, to express himself, unfolding in the sense of who he is. Ten sessions of 2 hours each were carried. The customer can try, taking consciousness (awareness) when does a genuine contact with the world and when you'd rather elect figures that confirm the symptoms that emerged during the sessions.
Keywords: Gestalt Therapy, brief psychotherapy, psychotherapy, existence, Phenomenology, symptom, change, healing, quality of life.
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criativos que envolviam o corpo como totalidade, a corporeidade, o organismo no meio – conjunto de concepções que ultrapassavam de longe a prática asséptica da psicanálise tradicional, (Ribeiro, 2012).
A Gestalt-terapia de Curta Duração encampa e objetiva, de maneira ainda mais radical, estes pressupostos de uma terapia operante, que produza modificações significativas no indivíduo, em um curto espaço de tempo. Ela vem de encontro às demandadas da contemporaneidade, marcada pelas desigualdades sociais, pela crescente violência e pelo aumento das psicopatologias e degradação do meio ambiente, (Ribeiro, 2009). Vive-se hoje uma época de urgências. Para além da luta política e visão sócio-histórica por uma sociedade mais justa, nos deparamos com os fatos concretos do dia a dia: a mulher que foi espancada e estuprada pelo marido, necessita cuidados e acolhimento. As emergências crescem dia a dia. “O processo de desenvolvimento tende a criar uma disparidade entre as demandas sempre crescentes e a organização de recursos técnicos-teóricos de que dispomos para dar conta delas”, reflete Héctor Fiorini (2004), médico psiquiatra de formação psicanalítica, no trabalho que empreendeu sobre a fundamentação das psicoterapias breves, (2004). Por esse olhar, é imperativo que se estimule, desenvolva e aprimore as técnicas de psicoterapias breves ou de curta duração – um campo novo e experiencial - que, cuidadosamente pesquisadas, vão produzir soluções que sejam úteis para as pessoas.
A psicanalise é a teoria que mais dá suporte aos variados tipos de intervenção breve. Alguns autores afirmam que as psicoterapias breves surgem de uma dissidência da psicanálise, no instante em que um grupo de teóricos começa a discordar, na década de 30, da técnica freudiana (Gillièron,1986). Duas reclamações se destacavam: a que demandava uma postura mais ativa do psicanalista, em lugar da conhecida neutralidade e passividade e a que reivindicava maior flexibilização das técnicas, (Santero, 2005). O campo das psicoterapias breves, hoje, é um espaço de vanguarda, pragmático e objetivo. Os sistemas propostos não devem ser fechados, com formulações acabadas e rígidas. O terreno é fértil para inovações, mas não pode deixar margem para a falta de rigor de uma exploração científica, (Fiorini, 2004).
A terapia tradicional é o encontro entre psicoterapeuta e cliente, visando a ressignificação da vida da pessoa e a ampliação de consciência sobre si e sobre o mundo. Essa interação se dirigi para uma mudança na vida do indivíduo como um todo, (Pinto, 2009). Já as psicoterapias breves, segundo a maior parte da compreensão que se tem a respeito delas, se
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dirigem de maneira focal a um ponto da vida do indivíduo que, naquele momento e contexto, produzem sofrimento corporal e/ou psíquico (Gillièron, 1986).
Este trabalho de estudo de caso debruça-se sobre o método desenvolvido pelo professor Dr. Jorge Ponciano Ribeiro, A Gestalt-terapia de Curta Duração (2009), que se destaca entre os autores de propostas de terapias breves por uma singularidade: sob o guarda-chuva dos pressupostos teóricos da Gestalt-terapia, o procedimento delineado por Ribeiro não olha apenas a questão que mais sofrimento gera à pessoa, mas, ao invés disso, em cerca de 15 sessões, toma o indivíduo como um todo, e o torna o centro de uma ação psicoterapêutica (Ribeiro, 2009). À diferença das psicoterapias dirigidas a problemas focais do sujeito (Bellak e Smal, 1980), no método de Ribeiro, a pessoa é convidada, em curto espaço de tempo, “[...] a ampliar a sua percepção ao infinito, vendo as coisas exatamente como são, descobrindo possibilidades e, nelas, vendo-se possível e realizado na vida”, (Ribeiro, 2009, p. 7).
1.2 Justificativa.
O Relatório Sobre a Saúde no Mundo (2001), último balanço publicado pela Organização Mundial da Saúde, ao acentuar a possibilidade de um novo olhar sobre o bem- estar psíquico, ancorou-se no título: Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança. Sob o tema “Cuidar, sim. Excluir, não”, o documento afirma que há lugar para todos no mundo e que é preciso compreender e aceitar as vicissitudes geradas pelo adoecimento mental e não estigmatizar e discriminar. Sugere que ciência e sensibilidade podem se combinar para derrubar barreiras reais e/ou imaginárias em relação à atenção e à cura em saúde mental, mencionando uma etiologia multifatorial para o adoecimento que perpassa fatores genéticos, biológicos, sociais e ambientais. “A OMS está fazendo uma declaração muito simples: a saúde mental – negligenciada por demasiado tempo - é essencial para o bem-estar geral das pessoas, das sociedades e dos países, e deve ser universalmente encarada sob uma nova luz”, (p.7).
E essa luz é a que acolhe e não discrimina em virtude de doenças mentais, seja a depressão ou prevenção ao suicídio, entre tantas outras. A depressão grave é atualmente a principal causa de incapacitação em todo o mundo e situa-se em quarto lugar entre as dez principais causas da carga patológica mundial. A estarem corretas as projeções, caberá à depressão, nos próximos 20 anos, a lastimável distinção de ser a segunda das principais causas da carga mundial de doenças (Relatório Sobre a Saúde no Mundo, 2001, p. 7). Estima-se hoje, que essa profecia já se tenha cumprido, antecipando o este prognóstico. Com referência ao Brasil, Viana (2009) mapeou 5037 pessoas da região metropolitana de São Paulo, a respeito da
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regras quando possível – em suma, peritos em truques por baixo do pano que costuma apanhar todos os outros jogadores, ou a maioria deles, despreparados”, (Bauman, 2005, p. 58).
Por esta perspectiva, a missão de cada um é apenas a de ter fichas para continuar o jogo. O poder social se baseia no fato de ser “não localizável” e sua atitude é evasiva, volátil, imprevisível e desorientada em relação aos movimentos dos indivíduos. Com agilidade de ilusionista, alicerçada em promessas que flutuam ao sabor do vento, tudo é impermanente. Autoridades respeitadas em breve serão ridicularizadas ou, ainda, ignoradas ou desprezadas. As chamadas celebridades, em semanas estarão esquecidas. As novidades passam a ser descartáveis e verdades eternas são substituídas por outras com a mesma pretensão. Organizações políticas que parecem portentosas se mostram débeis em um lapso de tempo e poderes aparentemente indestrutíveis, se enfraquecem e se dissipam. Capitais sólidos, carreiras retumbantes, empresas que se exibiam reluzentes, simplesmente desaparecem. Parece que nada leva a nada e que a humanidade está num beco sem saída, (Balman, 2005)
A principal força motora por trás desse processo tem sido, desde o princípio, a acelerada “liquefação” das estruturas e instituições sociais. Estamos agora passando da fase sólida da modernidade para a fase “fluida”. E os “fluidos” são assim chamados porque não conseguem manter a forma por muito tempo e, a menos que sejam derramados num recipiente apertado, continuam mudando de forma sob a influência até mesmo das menores forças.
Dada a crescente demanda na busca por auxílio em saúde mental por parte desse homem que se liquefaz e à cresceste expectativa cultural deste mundo globalizado que postula serviços eficazes em um curto espaço de tempo, as terapias de curta duração tendem a assumir um papel relevante no tratamento das desordens e perturbações psíquicas (Ribeiro, 2012). Freud, a seu tempo, já se preocupava com a demora no tratamento psicoterápico, mas não tinha intensão de modificar a prática psicanalítica em função de outras demandas observadas. Ao contrário, nessa época, ele se expressava contra a sugestão de seus colaboradores, Ferenczi e Rank, e mantinha o postulando segundo o qual o analista deve manter-se “atemporal” como forma de aproximar- se dos conteúdos inconscientes do paciente, (Gilliéron, 2004). Nesse momento, se delineavam duas correntes no movimento psicanalítico: uma mais voltada para a ortodoxia, focando mais as pesquisas metapsicológicas e atribuindo pouca importância à realidade externa; e outra mais técnica, capitaneada por Ferenczi e Rank, que buscavam aprofundar a relação terapeuta- paciente – vertente que iria influenciar o trabalho de Fritz Perls.
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A discussão sobre a duração do processo terapêutico, que será retomada adiante, se impõe no pano de fundo pós-moderno, conforme referimos acima, mas suscita uma outra questão: a controvérsia ideológica. Entendemos que a ideologia é um arranjo de ideias e valores dominantes que são impostos à sociedade e são naturalizados, ou seja, abstraídos de sua construção social e histórica, em proveitos de grupos ou classes dominantes, (Chauí, 1981). Temos observado na história brasileira dos últimos 50 anos, o absurdo entrave das políticas econômicas no sentido de promover melhor distribuição de renda e atenuar de forma consistente as desigualdades sociais, colocando sobre os ombros dos cidadãos brasileiros, a conivência com processos excludentes e alienantes, erráticos e desumanos, sob a égide do maquiavelismo e da esperteza, do vício e da degradação. As paisagens urbanas mostram o crack e a miséria na rua, ao lado de caricatas representações da sofisticação e ostentação, na mais absoluta banalização da violência.
Não se propõe a prática de psicoterapia de curta duração que não leve em consideração a crítica a essas bases ideológicas. “Isso equivale a dizer uma teoria das técnicas [relativa a terapias breves] que não aceita limitar-se a dar conta de manejos concebidos com fins de mera utilidade, que não visa obter “resultados” isolados de um amplo quadro social, teórico e ideológico”, (Fiorini, 2008, p. 2). Não se concebe a técnica como prescrição para que as pessoas sejam mantidas acomodadas ao “sistema”. Ao contrário, pois se assim fosse, todo interesse por técnicas estaria satisfazendo fins espúrios. A técnica, expressa pela linguagem oral e corporal, é um instrumento, e seu alcance não estará necessariamente comprometido com as superestruturas da injustiça social que descrevemos acima. O paciente-pessoa é visto na sua dimensão biopsicossocial, sujeito em relação com o mundo, onde seus problemas e sofrimentos serão vinculados aos diversos aspectos do mundo ao seu redor, fazendo com que ele possa distinguir fantasias e realidade, (Fiorini, 2008).
A ideologia, por outro lado, não é capaz, por si mesma, de substituir a psicologia e dar conta do sofrimento humano. Mas o inverso é possível: o processo psicoterápico faculta a ampliação de consciência do sujeito sobre sua condição de classe, quebra as amarras da atitude natural e a crença de que o mundo existe por si mesmo, desvinculado do humano. Essa atitude natural, que equivale à alienação do sujeito, ignora a consciência como doadora de sentido daquilo que se apresenta no mundo. Catalisados pelo método fenomenológico, cliente e terapeuta saem em busca da descrição da experiência imediata vivida. Suspendem todo e qualquer pressuposto explicativo do fenômeno, visando apreender a sua estrutura essencial, chegando à redução fenomenológica, que não é uma abstração, mas significa transformação,
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Podemos sintetizar todos estes objetivos nas palavras de Edgar Morin:
O humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Carregamos em nós esta tripla realidade. Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie. (Morin, 2000, p. 17).
2. GESTALT-TERAPIA DE CURTA DURAÇÃO: FILOSOFIAS DE BASE
2.1 Gestalt-terapia De Curta Duração e Humanismo
“O filósofo é um funcionário da humanidade.” (Merleau-Ponty) O psicoterapeuta também. Sobretudo quando o trabalho que empreende se fundamenta no humanismo, existencialismo e fenomenologia, pressupostos filosóficos da Gestalt-terapia,
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que sustentam as dimensões de um encontro genuíno do ser humano, com ele e com a alteridade. A psicoterapia de curta duração, de base gestáltica, se fundamenta nos pressupostos filosóficos da Gestalt-terapia tradicional e os amplia e amplifica, pois, no centro de suas preocupações, está o objetivo primordial de dar acesso às pessoas, aos benefícios do tratamento psicoterápico. Ser funcionário da humanidade é estar disponível para o outro, cuidar do tu que precisa descobrir a si mesmo, ajudá-lo a revelar-se naquilo que pretende ser e essa visão, assenta-se, antes de tudo, nas potencialidades e capacidades do humano, o seu poder de criação e transformação sobre a sua realidade, em detrimento de pretensos condicionamentos naturais ou históricos, que, se existem, não representam a sua totalidade, (Ribeiro, 2012). Essa visão e conceito se alargam e se estendem quando se trata de pensar que, através de um atendimento breve, que não significa menos eficaz, mais clientes podem ascender ao que vem sendo o privilégio de poucos: a intervenção terapêutica, que organiza a vida do seu vir a ser.
“Humanismo” é uma expressão genérica, que reúne um conjunto de princípios e valores voltados para a dignidade da pessoa humana, norteadores da forma como o homem deve ser encarado e tratado, independente das circunstância do grupo social a que pertença, (Mendonça, 2013). Devido a essa abrangência, apresenta uma espécie de descontinuum de concepções de homem – que vão desde a valorização de seus aspectos positivos, até a sua idealização, (Martins, 1992). Essa colcha de retalhos, tecida em torno de múltiplos conceitos e concepções do ser humano, aparece como um tremendo esforço do homem no sentido de compreender-se e ser compreendido, (Ribeiro, 2012). Diante de tantas e consideráveis frustrações e desapontamentos, sobretudo após dois conflitos mundiais, a pessoa surge como um enigma, ( idem )
Se a história da humanidade é feita de muitos fracassos, isso se deve ao fato de que o homem tem também um significado ideal, transcendental, que ele próprio não consegue entender. O homem luta permanentemente consigo e com o outro, em sua busca de ser amado, reconhecido e pertencente. Está sempre à procura de um sentido, (Ribeiro, 2012). A reflexão humanista irrompe como um socorro purgativo da pessoa de suas dimensões exclusivamente individualistas e autocentradas, a partir de uma consciência empática, que deve reproduzir-se na aceitação de todos – homens, animais, plantas, meio ambiente – e na formação de uma visão fraterna e compassiva, onde predomine o acolhimento de todas as diferenças, (Ribeiro, 2012).
O homem é singular [...]. Apenas ele tem consciência de sua singularidade. Portanto, o homem é a categoria central da existência. A existência individual, assim como a concebe Kierkegaard, é para ser