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geografia bíblica 2021, Notas de estudo de Geografia

livro top para leitura e melhor visão biblica

Tipologia: Notas de estudo

2021

Compartilhado em 26/04/2021

geovaneeana
geovaneeana 🇧🇷

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ANTES DE LER

“Se você encontrar erros de ortografia durante a leitura deste e-book,

você pode nos ajudar fazendo a revisão do mesmo e nos enviando.”

Precisamos de seu auxílio para esta obra. Boa leitura!

E-books Evangélicos

Todos os Direitos Reservados. Copyright © 1987 para a língua portuguesa da Casa

Publicadora das Assembléias de Deus.

220.91 Andrade, Claudionor Corrêa de, 1955 -

Alg Geografia Bíblica. Rio de Janeiro. / CPAD, 1987.

1. Bíblia - Geografia, Civilização e Descrição. I. Título.

CDD - 220.

Casa Publicadora das Assembléias de Deus

Caixa Postal 331

20001, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

2ª Edição/

3ª Èdição/

Índice

Prefácio Apresentação Dedicatória Introdução

Primeira parte A cosmogonia hebraica

Segunda Parte Os Impérios humanos e a supremacia divina Império Egípcio Assíria Babilônia O Império Persa O Império Grego O Império Romano

Terceira Parte Israel, palmilhando a Terra Santa O solo sagrado por excelência Planícies da Terra Santa Vales da Terra Santa Planaltos da Terra Santa Montes da Terra Santa Desertos da Terra Santa Hidrografia da Terra Santa Clima da Terra Santa

Quarta parte Geografia Econômica da Terra Santa

Quinta parte Geografia Humana da Terra Santa

Sexta parte Geografia Política da Terra Santa

Sétima Parte Jerusalém - A Capital Indivisível e Eterna de Israel 197 Cidades e Estradas da Terra Santa

Apresentação

Eu amo a Terra de Israel. Gostaria de conhecê-la. Talvez, algum dia, possa visitar a terra que mana leite e mel, e palmilhar os caminhos dos profetas, juízes, reis, sábios e apóstolos hebreus. Israel exerce um poder muito grande sobre a minha alma; interiormente, sinto-me um israelita. Por esse motivo, choro as dores do povo judaico e não consigo compreender o diabólico sentimento de anti-semitismo responsável pelo Holocausto. Hoje, infelizmente, não poucos pseudo-intelectuais e políticos inescrupulosos tentam amainar os horrores do holocausto, que se constituiu na maior tragédia do povo eleito. Essa bárbara matança de seis milhões de homens, mulheres e crianças pela Alemanha de Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, é considerada um mal necessário e uma conseqüência inevitável da luta pela sobrevivência, por alguns pseudo-intelectuais e políticos inescrupulosos. Sobre essa perigosíssima retórica, discorre o pastor Martin Hiemoeller, pouco antes de ser sacrificado nos idos de 1940, na Alemanha: "Primeiro, eles vieram buscar os comunistas. Não falei nada, pois não era comunista. Depois, vieram buscar os judeus. Nada falei, pois não era judeu. Em seguida, foi a vez dos operários, membros dos sindicatos. Continuei em silêncio, pois não era sindicalizado. Mais tarde, levaram os católicos e nem uma palavra pronunciei, pois sou protestante. Agora, eles vieram me buscar, quando isso aconteceu não havia ninguém para falar." Três anos após ser escrita a mais trágica da história judaica, ou melhor, da história da própria humanidade, Israel renasce. No dia 14 de maio de 1948, é lida a declaração de independência da nova e milenar nação. É justamente sobre a geografia dessa maravilhosa terra que falamos neste livro. Caminhemos, pois, nesse solo sagrado.

Em Cristo, Claudionor Corrêa de Andrade

Dedicatória

Dedico este livro, com muito amor e carinho, aos meus pais: Vitória Corrêa Quintella e Claudionor Pinheiro de Andrade. Eles ensinaram-me a trilhar o caminho da verdade e a me encontrar com o Senhor Jesus Cristo. Aos meus queridos pais dedico todas as vitórias que tenho alcançado em nome de Jesus. Sei muito bem que eles continuam a orar por mim, para que eu vença novos desafios e transponha outras montanhas.

II - A GEOGRAFIA ATRAVÉS DA HISTÓRIA

1.1 Na Antigüidade Os conhecimentos geográficos dos egípcios limitavam-se ao Nordeste da África, à Ásia Ocidental e à Assíria. Os fenícios e gregos foram mais longe. Estimulados por intensas transações comerciais, vasculharam o mar Mediterrâneo. Afoitos e aventureiros por natureza, fundaram Cartago, em 800 a.C, transpuseram o estreito de Gibraltar e chegaram às ilhas britânicas. Eles, afirmam alguns estudiosos, aportaram, inclusive, nas costas brasileiras, onde deixaram inscrições em vários monolitos. Mais comedidos, os gregos limitaram-se à região do Mediterrâneo. Fundaram diversas cidades, entre as quais Massília (atual Marselha). Alexandre Magno foi quem alargou os conhecimentos geográficos dos helenos, em virtude de suas rápidas, fulminantes e dilatadas conquistas. Saindo da Macedônia, na Europa Oriental, ele alcançou a índia, no Extremo Oriente. Renomados pensadores gregos dedicaram-se ao estudo da Geografia: Píteas, Heródoto, Hipócrates, Anaximandro, Tales, Eratóstenes e Aristóteles. Concebiam os ocea- nos unidos em uma só massa líquida e os continentes em uma só massa de terra. O primeiro conceito seria corroborado por navegadores europeus dos séculos XV e XVI. 1.2 - Em Roma Pragmáticos, os romanos não se limitaram ao mundo conhecido pelos gregos. Foram além. Em virtude de suas vastíssimas conquistas, alargaram, sobremaneira, os co- nhecimentos geográficos de então. Seus generais, durante as guerras expansionistas, elaboraram minuciosos relatórios acerca das novas possessões romanas. Júlio César, por exemplo, escreveu "Comentários sobre a guerra contra os gauleses", obra riquíssima em informações geográficas. Políbio e Estrabão deixaram importantes tratados geográficos. Os trabalhos de Estrabão, aliás, são tão abalizados que foi chamado o pai da Geografia. Sem os seus apontamentos, os geógrafos posteriores encontrariam enormes dificuldades para elaborar descrições mais acuradas da Terra. 1.3 - Na Idade Média A Geografia não progrediu na Europa durante a Idade Média. Detentor do monopólio cultural, o clero só transmitia ao povo as informações que, segundo seu critério, estivessem de conformidade com os textos sagrados e com as tradições católicas. Apesar das Cruzadas à Terra Santa, não houve progresso sensível nas informações geográficas. Muitos conceitos bíblicos foram deturpados nessa é-poca pela "Santa" Sé. Os padres ensinavam ser a Terra plana, em uma despropositada alusão à mesa do Taberná-culo. Afirmavam, também, ser o Sol o centro do Universo, ao interpretar, erroneamente, uma passagem do livro de Josué. Censurados, os escritos de Marco Polo em nada contribuíram para o desenvolvimento da Geografia. Os povos pagãos, entretanto, livres dos tentáculos de Roma, apresentaram notáveis progressos nessa ciência, notadamente os víquingues. Com o islamismo, os conhecimentos geográficos foram dilatados. Os árabes chegaram à China, embrenharam-se na Rússia e dominaram a África. Ibn Haw'qal deixou importante obra, contendo preciosas descrições das terras conquistadas pelos maometanos. A Geografia, para o Islã, é uma ciência agradável a Deus, por facilitar a peregrinação dos fiéis a Meca. 1.4 - Tempos Modernos Com as descobertas de novos continentes, Portugal e Espanha deram inestimável

contribuição à Geografia. 0 capitalismo mercantilista do Século XV, XVI e XVII, levou ambos esses povos ibéricos às mais remotas regiões do Globo. O descobrimento do Novo Mundo marcou, de forma definitiva, o fim de uma era de obscurantismo. Finalmente, o homem redescobria uma verdade elementar dita no Século VIII a.C. pelo profeta Isaías: a Terra é esférica. Galileu. enfim, tinha razão. A partir dos feitos de Colombo. Vasco da (lama e Cabral, começaram a ser produzidas, com mais regularidade, obras geográficas especializadas. 0 jovem alemão Varenius. notável pela sua genialidade, escreveu dois tratados: Geografia generalis e Geografia specialis. O segundo trabalho, aliás, não pôde ser completado, por causa da morte prematura do autor. Kant empreendeu vários estudos geográficos, objetivando conhecer empiricamente o mundo.

III - A ESTRUTURAÇÃO CIENTÍFICA DA GEOGRAFIA Deve-se a dois sábios alemães, a estruturação da Geografia como ciência. Ambos viveram na mesma época é. durante algumas décadas, em Berlim. Alexander von Humboldt (1769-1859) e Carl Kitter (1779-1859). Influenciados por Varenius e Kant, traçaram novos métodos e rumos para a Geografia. Eles não objetivavam contrariar os postulados de seus antecessores. Apôs seus estudos, porém, tornou-se possível, por exemplo, fazer a correlação dos fenômenos carac- terísticos de uma região. A Geografia deixou de ser um mero acervo de dissertações e descrições á disposição de militares e administradores, para tornar-se uma ciência madura e dinâmica. Hoje. aliás, lançamos mão de seus métodos, inclusive, para confirmarmos a veracidade e a exatidão das informações bíblicas.

IV - A GEOGRAFIA BÍBLICA E A SUA IMPORTÂNCIA Farte da Geografia Geral, a Geografia Bíblica tem por objetivo o conhecimento das diferentes áreas da Terra relacionadas com as Sagradas Escrituras. Descrevendo e de- limitando os relatos sagrados, dá-lhes mais consistência e autenticidade e auxilia-nos na interpretação e compreensão dos fatos bíblicos. A Geografia Bíblica, definida por Mackee Adams como o "painel bíblico em que o Reino de Deus teve o seu início e onde experimentou seus triunfos". é indispensável a todos os estudiosos da Bíblia.

apregoa serem todas as coisas, inclusive a alma, compostas por corpúsculos, invisíveis a olho nu. Esses corpúsculos são conhecidos como átomos. Alguns pensadores gregos, todavia, aproximaram-se timidamente do criacionismo bíblico. Pitágoras de Samos, em seu cego devotamento pela matemática, aponta Deus como a Cirande Unidade e o Número Perfeito. Dele, aduz, nasceram os mundos e o homem. Fundador da Escola Eleática, Xenófanes mostra-se monoteísta. Não hesita em desprezar a mitologia helena, por crer que o Universo é obra de Deus, do único Deus. O que diz a Bíblia acerca da matéria original? O autor da Epístola aos Hebreus escreve: "Pela fé entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem" (Hb 11.23). Pela fé, apenas pela fé. Ousaria alguém fazer semelhante afirmação? É-nos impossível, por causa de nossas limitações, entender como Deus criou o Cosmo do nada. Os escritores sagrados descartam, radicalmente, a existência de uma matéria original. Para eles, todas as coisas foram criadas, simplesmente, pela palavra de Deus. Não há explicação mais plausível e convincente! No Areópago, Paulo mostra-se convicto ante os filósofos epicureus e estóicos: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe..." (At 17.24). Homem de fé, assevera aos exigentes helenos que, do nada, do não-ser, o Todo-poderoso fez os céus e a Terra. Os gregos, durante séculos, receberam de seus sábios as mais desencontradas e absurdas idéias acerca do aparecimento do Universo. O apóstolo, contudo, rejeita-as e ex- põe-lhes as mais cristalinas verdades concernentes à gênese do Universo. É muito importante ao homem saber sua origem e a de seu habitai. Mostremos, pois, aos que jazem em trevas ser Deus o Criador do Universo. Mostremos, acima de tudo, ser Deus rico em misericórdia e que, não obstante seu imenso poder, está pronto a receber-nos por intermédio de -Jesus!

II - A ESFERICIDADE DA TERRA Alguns sábios egípcios acreditavam estar a Terra suspensa sobre cinco colunas. Outros admitiam haver sido o nosso mundo chocado de um descomunal ovo cósmico. Os mais desvairados diziam estar a linda esfera azul librando-se no infinito com um magnífico par de asas. Moisés, embora fosse educado em toda a ciência do Egito, jamais transportou para seus escritos quaisquer resquícios da mitologia e da cosmogonia egípcias. Inspirado pelo Espírito Santo, revela-nos a verdadeira gênese dos céus e da Terra. Os gregos, não obstante seu espírito inquiridor e apego ao saber, só descobririam as verdades reveladas aos santos do Antigo Testamento concernentes à esfericidade e ao movimento da Terra, séculos mais tarde. Cognominado de o "pai da ciência", Tales de Mileto, que viveu um século após Isaías, desconhecia a forma da Terra. Ele a imaginava com o formato de um pires. Anaxágoras, contemporâneo de Tales, ensinava ter o nosso habitat forma cilíndrica e que se mantinha centrado no espaço, em virtude da pressão atmosférica. Insuperável em seus conhecimentos, Pitágoras, depois da Bíblia, foi o primeiro a declarar ser a Terra uma esfera em constante movimento. Seus postulados só seriam ultra- passados por Copérnico, que nasceria quase dois milênios após sua morte. Aproximando-se da moderna astronomia, Aristarco conclui, no Século III a.C, ser a Terra muito menor do que o Sol. Descobriu, também, estar o nosso planeta movendo-se em

redor do astro-rei. A forma da Terra é, realmente, esférica? Responde-nos a Bíblia, por intermédio do profeta Isaías: "Ele |Deus| é o que está assentado sobre o globo da Terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos: ele é o que estende os céus como tenda para neles habitar..." (Is 40.22.) Essa verdade foi dita no Século VIII a.C e continua atual. Não pode ser contestada!

III - HELIOCENTRISMO OU GEOCENTRISMO? Ensinadas, principalmente por Ptolomeu, as teorias geocêntricas eram a base do ensino astronômico medieval. Todos (com raras exceções) criam ser a Terra o centro do Universo. Em torno dela, giravam os demais planetas e o próprio Sol. A Igreja Romana tinha o geocentrismo como dogma. Ai de quem ousasse pensar de outra maneira! Sofreria todos os rigores do "Santo" Ofício e da insana e bestial "Santa" Inquisição. Nicolau Copérnico (1473-1583), entretanto, instigado pelos ares renascentistas da cultura greco-romana, volta-se às idéias de Pitágoras, Heráclites do Ponto e Aristarco de Samos. Inconformado com as complicações do geocentrismo, admite a hipótese heliocêntrica, segundo a qual é o Sol, e não a Terra, o centro do Universo. Formado em Medicina, Matemática, Leis e Astronomia, afirma Copérnico, esse padre ilustre, em seu famoso tratado De Revolutiones Orbium: "Não me envergonho de sustentar que tudo que está debaixo da Lua, inclusive a própria Terra, descreve, com outros planetas, uma grande órbita em redor do Sol, que é o centro do mundo ... E sustento que é mais fácil admitir o que acabo de afirmar, do que deixar o espírito perturbado por uma quantidade quase infinita de círculos, coisa a que são forçados aqueles que retém a Terra fixa no centro do mundo." A teoria do renomado polonês, confirmada pela ciência, foi uma das principais causas da crise científico-religiosa iniciada no Século XVI. A Igreja Romana opôs-se ferozmente ao posicionamento coperniano. A obra do in-signe cônego foi condenada pela Santa Sé e incluída no Index. Até mesmo o progressista Lutero, referindo-se ao grande astrônomo, teria afirmado: "O imbecil queria conturbar toda a ciência astronômica". Caberia a Galileu (1564-1633), todavia, o desferimen-to de um contundente golpe nesssa crença da teologia tradicional. Em sua obra intitulada Dialoghi sopra idue Massa-ni Sistemi dei Mondo Tolomaico e Coperniano, que se tornou célebre rapidamente, execra, com energia, os ultrapassados conceitos astronômicos existentes até Copérnico. Acusado de heresia pela fanática e reticente Igreja Romana, o grande físico, já com 70 anos, foi obrigado a comparecer ante o Tribunal da Inquisição, em Roma. Para salvar sua vida, teve de ajoelhar-se ante seus inimigos, admitir seus "erros" e renegar suas descobertas. Galileu, no entanto, não cria em um conflito entre a ciência e a Bíblia. Diz ele: "A Santa Escritura não pode jamais mentir, desde que, todavia, penetre-se seu verdadeiro sentido, o qual - não creio possível negá-lo - está muitas vezes escondido e muito diferente do que parece indicar a simples significação das palavras". Em conseqüência das absurdas posições da "Santa" Sé quanto à evolução científica, conforme já dissemos, iluministas e renascentistas voltam-se contra a Bíblia, considerando-a incompatível com a razão e o bom-senso. A Palavra de Deus, contudo, é inerrante, absolutamente inerrante. Nunca cometeu um disparate sequer. A Bíblia, a propósito, jamais afirmou ser a Terra o centro do Universo. Os incréus, não obstante, apresentam o relato de -Josué como prova da falibilidade bíblica. Esquecem- se, porém, de que o autor sagrado, ao registrar o fato, fê-lo em linguagem comum, por desconhecer a nomenclatura cientifica. Era ele, afinal de contas, militar e não cientista.

Quanto a nós, falíveis seres humanos, devemos dirigir-nos a Deus: "...teu é o reino, o poder e a glória, para sempre. Amém."

Segunda Parte

Os Impérios humanos e a supremacia divina

Desde a fundação do mundo, os impérios continuam a ascender e a cair. A supremacia divina, porém, continua indelével, imarcescivel. Frova-nos isso estar Deus no supremo comando da História. De acordo com a sua soberana vontade, vão os filhos dos homens escrevendo suas crônicas. Depois de exaltar-se e desafiar os céus, confessa Nabucodonozor. poderoso rei de Babilônia: "Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço e glorifico ao rei do céu; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37). Veremos, a seguir, como os grandes impérios da antigüidade e mencionados na Bíblia ascenderam e caíram. Tanto em sua ascensão, como em sua queda, não nos será difícil vislumbrar a potente mão de Deus. Rapidamente, portanto, acompanharemos o nascimento, o apogeu e a queda destes impérios: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, (irécia e Roma. Logo após, na terceira parte desta obra, começaremos a caminhar sobre a Terra Santa, onde desenrolou-se a maravilhosa história da salvação.

Império Egípcio

Sumário: Introdução. I - História do Egito. II -Geografia do Egito. III - A grandeza do Egito. IV - O Egito e os filhos de Israel.

INTRODUÇÃO O Egito representa uma das mais antigas civilizações humanas. Sua história é quase tão antiga como o próprio homem. Julgam alguns historiadores, por isso, ter sido o Vale do Nilo o berço da humanidade. Mas, por intermédio das Sagradas Escrituras, sabemos ser a Mesopotamia o primeiro lar de nossos mais remotos ancestrais. Napoleão Bonaparte, em sua campanha pelo Oriente Médio, ficou extasiado com a antigüidade da civilização egípcia. Ao contemplar as colossais pirâmides, exclamou aos seus homens: "Soldados, do alto dessas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam". A grandiosidade do Egito exerce um grande atrativo sobre o nosso espírito. Como não admirar as monumentais conquistas dos forja-dores da civilização egípcia? A presença do Egito nas Escrituras Sagradas é muito forte. Por esse motivo, precisamos conhecer melhor a história e a geografia desse lendário e misterioso país. Tendo em vista o exíguo espaço de que dispomos, não poderemos tratar, com profundidade, da cultura egípcia. Cabe ao leitor, entretanto, aprofundar-se no assunto e buscar novas informações em uma bibliografia adequada. Basta-nos. por enquanto, alguns dados gerais sobre o outrora portentoso império do Nilo.

I - HISTÓRIA DO EGITO Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territórios egípcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa. Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida

suficiente para tornar defensáveis as fronteiras egípcias. Esses invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, aproximadamente, são conhecidos como hicsos. Eles iniciam sua dominação em 1.785 e são expulsos por volta de 1580 a.C. Idel Becker, com muito critério, fala-nos acerca desse conturbado período: "Esta é a época mais confusa e discutida da história do antigo Egito: um período de invasões e de caos interno. Os hicsos - conglomerado de povos semitas e arianos, invadiram o Egito (através do istmo que o ligava à península do Sinai), venceram os exércitos de faraó e dominaram grande parte do país. Possuíam cavalos e carros de guerra (com rodas); e armas de bronze (ou talvez, mesmo, de ferro), mais bem acabadas e mais fáceis de manejar do que as dos egípcios. Tudo isso explica a sua superioridade bélica e os seus triunfos militares. Os hicsos talvez estivessem fugindo da pressão dos invasores indo-europeus (hititas, cassitas e mitanianos), sobre o Crescente Fértil." Com os hicsos, acrescenta Becker, devem ter entrado no Egito os hebreus.

3 - Novo Império Com a expulsão dos hicsos, renasce o Império Egípcio com grande pujança. Com Ames I, os faraós tornaram-se imperialistas e belicosos. Tutmés III, por exemplo, con- quistou a Síria e obrigou os fenícios, cananitas e assírios a pagarem-lhe tributo. A expansão egípcia, entretanto, esbarrou nos interesses dos poderosos hititas, senhores absolutos da Ásia Menor. Na ocasião, o célebre faraó, Ramsés II fez ingentes es- forços para vencê-los. Como não conseguiu o seu intento, assinou com o reino hitita um tratado de paz, que vigorou por muitos anos. 32 Foi durante o Novo Império (1580-1200 a.C), que os israelitas começaram a ser escravizados pelos faraós. 4 - Decadência Após o Novo Império, o Egito começou a sofrer sucessivas intervenções: líbia, etíope, indo-européia, assíria, persa, grega e romana. Em linhas gerais, essa nação, cujo passado foi tão glorioso, pertenceu ao Império Romano, durante 400 anos; ao Império Bizantino, durante 300 anos. No Século VII d.C, fica sob a tutela dos muçulmanos. A partir de 1400, torna-se possessão turca. No Século XIX, fica sob a custódia franco-inglesa. No início deste Século, torna-se protetorado inglês. Em 1922, todavia, conquista sua independência. Hoje, porém, não passa de um apagado reflexo de sua primeira glória.

II - GEOGRAFIA DO EGITO Netta Kemp de Money descreve o antigo Egito: "O Egito da antigüidade se assemelhava em sua forma a uma flor de lótus (planta importante na literatura e na arte egípcia), no extremo de um talo sinuoso que tem à esquerda e um pouco abaixo da própria flor, um botão de flor. A flor é composta pelo Delta do Nilo, o talo sinuoso é a terra fértil que se estende ao longo do dito rio, e o botão é o lago de Faium que recebe o excedente das inundações anuais do Nilo". O Egito atual tem o formato de um quadrado. Localizado no Nordeste da África, limita-se ao norte, com o mar Mediterrâneo; a leste, com Israel (e, também, com o mar Vermelho); ao sul, com o Sudão; a oeste, com a Líbia. De sua área, de quase um milhão de quilômetros quadrados, 96 por cento são compostos de terras áridas. Sua população, de 45 milhões de habitantes, é obrigada a viver com os 4 por cento de terras cultiváveis. Localizava-se o Alto Egito no Sul do atual território egípcio. Essa região, chamada de Patros pelos hebreus (Jr 44.1,15), é constituída por um estreito vale ladeado por penedos

de formação calcária. O Baixo Egito, por seu turno, localizava-se no Norte e sua área mais fértil encontra-se no Delta. O Egito, no entanto, não existiria sem o Nilo. Esse rio é o mais extenso do mundo, com um percurso de 6.400 km com suas vazantes, fertiliza vastas extensões de terra, tor- nando possível fartas semeaduras. Heródoto, com muita razão, disse ser o Egito um presente do Nilo. Em seu livro Geografia das Terras Bíblicas, afirma o pastor Enéas Tognini: "Sem o Nilo, o Egito seria um Saara - terrível e inabitado. O Nilo proporcionou riquezas aos faraós que puderam viver nababescamente, construindo templos suntuosos, monumentos grandiosos, palácios de alto luxo, pirâmides gigantescas e a manutenção de exércitos bem armados que, não somente protegiam o Egito, mas tomavam, nas guerras novas regiões. Os egípcios não tinham necessidade de observar se as nuvens trariam chuvas ou não. O Nilo lhes garantia a irrigação e as suas águas lhes davam colheitas fartas e certas. É fato que uma seca poderia trazer pobreza à terra, como aconteceu no tempo de José. Se a cheia fosse além dos limites, as águas poderiam arrasar cidades, deixando o povo desabrigado e preju- dicariam as safras. Mas, tanto secas como enchentes eram raras. O Nilo era então, como é hoje, a vida do Egito e o principal fator de suas múltiplas organizações, simples algumas e sofisticadas e complexas outras".

III - A GRANDEZA DO EGITO Os egípcios deixaram um marco de indelével grandeza na História. Desde as pirâmides às conquistas científicas e tecnológicas, foram magistrais. Haja vista, por exemplo, os arquitetos modernos que continuam a contemplar, com grande admiração, os monumentos piramidais construídos pelos faraós. Desta forma Halley descreve a Grande Pirâmide de Queops: "O mais grandioso monumento dos séculos. Ocupava 526,5 acres, 253 metros quadrados (hoje 137), 159 m de altura (hoje. 148). Calcula-se que se empregaram nela 2.300.000 pedras de 1 metro de espessura média, e peso médio de 2,5 toneladas. Construída de camadas sucessivas de blocos de pedra calcária toscamente lavrada, a camada exterior alisada, de blocos de granito delicadamente esculpidos e ajustados. Estes blocos exteriores foram removidos e empregados no Cairo. No meio do lado norte há uma passagem, 1 m de largura por 130 de altura, que leva a uma câmara cavada em rocha sólida, 33 m abaixo do nível do solo, e exatamente 180m abaixo do vértice; há duas outras câmaras entre esta e o vértice, com pinturas e esculturas descritivas das proezas do rei". Os antigos egípcios destacaram-se, ainda, na matemática e na astronomia. Há mais de quatro mil anos, quando a Europa revolvia-se em sua primitividade, os sábios dos faraós já lidavam com fórmulas para calcular as áreas do triângulo e do círculo e, também, do volume das esferas e dos cilindros. Souto Maior fala-nos, com mais detalhes, acerca do avanço científico dos antigos egípcios: "Apesar de não conhecerem o zero, já resolviam nessa época equações algébricas. Os seus conhecimentos astronômicos permitiram-lhes a organização de um calendário baseado nos movimentos do Sol. A divisão do ano em doze meses de trinta dias é de origem egípcia; os romanos adotaram-na e ainda hoje é conservada com pequenas modificações. A medicina egípcia também era surpreendentemente adiantada. Chegaram a fazer pequenas operações e a tratar com habilidade as fraturas ósseas. Pressentiram a importância do cora- ção e, na observação das propriedades terapêuticas de certas drogas, adquiriram alguns conhecimentos de farmaco-dinâmica".