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Este documento discute os diferentes cursos utilizados no treinamento especializado para melhorar o atendimento aos traumatizados, além da importância da monitorização e formação de equipas especializadas. O texto também aborda a importância de sistemas integrados para a gestão do trauma, como a triagem pré-hospitalar, comunicação e transporte.
Tipologia: Trabalhos
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Trabalho mensal da disciplina de urgência e emergência, prof. Hamilton Leite, como exigência para o curso de Pós-graduação pela Faculdade Paulista de São Caetano do Sul. SÃO PAULO 2019
De acordo com Mock (2004), o trauma pode ser definido como qualquer ferimento ou choque causado por uma força externa que pode levar a défices permanentes ou à morte. Todos os dias, 16000 pessoas morrem devido a ferimentos, e por cada uma que morre, milhares passam a viver com sequelas permanentes. Englobando 16% dos encargos da Saúde, os problemas relacionados com trauma são um problema de saúde em expansão, especialmente nos países em vias de desenvolvimento, nos quais ocorrem 90% dos casos mundiais. As orientações gerais no sentido de obter essa melhoria pautam-se por aumentar a capacidade técnica de execução dos procedimentos essenciais à avaliação, monitorização e tratamento dos doentes, através de treino especializado. Neste sentido, existem diferentes cursos utilizados a nível mundial. Entre estes destacam- se, sem qualquer destaque em particular: o Advanced Trauma Life Support (ATLS), propriedade do American College of Surgeons (ACS); o National Trauma Management Course (NTMC) e o Definitive Surgical Trauma Course (DSTC), ambos desenvolvidos e implementados pela IASTSIC; o Essential Surgical Skills (ESS), gerido pelo Canadian Network For International Surgery (CNIS) em parceria com departamentos de cirurgia de diversos países africanos; o Primary Trauma Care (PTC), administrado pela PTC Foundation, tendo sido fundado, em parte, pela World Federation of Societies of Anaesthesiologists (WFSA); e o Trauma Nursing Core Course (TNCC), administrado pela Emergency Nurses Association. Para além do treino especializado, outro método utilizado para a melhoria dos cuidados de saúde é a monitorização dos elementos de diagnóstico, tratamento e resultados, que avalia tanto o cuidador individualmente como o sistema em que trabalha. Essa monitorização é feita através de Conferências de Morbilidade e Mortalidade, Estudos de Morte Prevenível, Complicações e Mortalidade Ajustada ao Risco, sendo o seu objetivo principal identificar os problemas existentes e que podem ser corrigidos. A inspeção hospitalar e a consequente acreditação também são fundamentais para a melhoria dos cuidados aos doentes vítimas de trauma. Em terceiro lugar, a formação de equipes especializadas no tratamento de trauma, também fazem a diferença na assistência a poli traumas, existindo para isso a necessidade de uma boa organização e planeamento antecipado. Neste sentido, as equipas deverão ser formadas por: líder de equipa (médico), controlo da via
aérea (Cirurgião, anestesista, emergência a ou outro), médico assistente (segundo necessidade), enfermeiro principal, registo (normalmente enfermeiro, sendo este papel por vezes desempenhado pelo enfermeiro principal), assistente da via aérea (terapeuta respiratório, enfermeiro ou outro com as competências necessárias), técnico de RX e técnico de laboratório, sendo estes dois técnicos supletivos. Por último, a integração dos sistemas para a gestão do trauma, nomeadamente a triagem pré-hospitalar, o centro de trauma, as referências e transferências Inter hospitalares, a comunicação, o transporte e o registo de todos os dados relevantes para uma posterior avaliação do sistema.
2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA Todo o protocolo de avaliação e tratamento do doente deve consistir de uma avaliação primária rápida, reanimação e restauro das funções vitais e avaliação secundária mais detalhada, de modo a chegar-se à instituição do tratamento definitivo. Neste contexto, a avaliação do doente é efectuada segundo o protocolo XABCDE: X. Sangue A. Manutenção da via aérea e controlo da coluna cervical B. Respiração e ventilação C. Circulação e controlo de hemorragias D. Défice neurológico E. Exposição / Controlo ambiental (despir o doente, mas prevenindo hipotermia). Logo após é devido tomar as seguintes condutas avaliativas, as quais incluem o eletrocardiograma (ECG), colocação de cateter urinário (para avaliação da diurese e concomitantemente com análise à urina) e sonda nasogástrica (para drenagem gástrica), monitorização da frequência respiratória, frequência cardíaca, tensão arterial, gasometria de sangue arterial (GSA) e saturação de oxigénio. A evolução destes parâmetros, realizada de forma quantitativa, permite avaliar se a reanimação está a decorrer de forma adequada, já que a avaliação realizada durante a avaliação primária é qualitativa. Esta monitorização deve ser feita o mais rapidamente possível, logo após a avaliação primária, e deve repetir-se periodicamente. A realização de Raio X
A primeira, e tal como se suspeitava à partida, os Centros de Trauma, em particular os Centros de Nível I, são, sem margem para dúvidas, benéficos técnica e economicamente, apesar do seu elevado custo de manutenção. Isto porque, por um lado levam à diminuição da mortalidade, e por outro levam à diminuição da morbilidade, que resultam da melhoria técnica da assistência ao traumatizado. Com a diminuição da mortalidade e morbilidade, os pacientes têm mais condições para regressar à sua atividade quotidiana e gerar riqueza, tornando o investimento nos Centros de Trauma economicamente viável. Ao longo da análise da bibliografia deste trabalho ficou claro que níveis de cuidados como os Centros de Trauma, não são o único meio de resposta na assistência a um politraumatizado. Ficou evidente que a implementação de um Sistema de Trauma, mesmo que sem a criação de novas unidades de atendimento, revelou-se bastante benéfica na assistência dos traumatizados. A simples organização e hierarquização dos diversos níveis de atendimento, com orientações claras e práticas, no encaminhamento de um traumatizado é uma ação que deve ser realizada num futuro próximo em Portugal. Assim, quanto aos Sistemas de Trauma, e para uma eventual aplicação prática rentável deste conceito, conclui-se que é importante começar por fazer a distinção entre um Sistema de Trauma Rural e um Sistema de Trauma Urbano, para as populações nas quais se quer implementar tal conceito. Pois, o encaminhamento de pacientes deve ser diferente, tendo em conta as diferenças dessas populações. Nos Sistemas de Trauma Rurais conclui-se que o paciente deve ser, inicialmente, transferido para um Centro de Trauma. Se o tempo de transporte, para o Centro de Trauma, for superior a cinquenta minutos, o paciente deve ser transportado para um hospital comunitário com um cirurgião presente e posteriormente transportado para o Centro de Trauma, após a situação clínica estar estabilizada. Quanto aos Sistemas de Trauma Urbanos, conclui-se que os pacientes devem ser transportados, diretamente, para um Centro de Trauma, se o tempo de transporte for inferior a 30 minutos. A partir daí, deve começar-se a equacionar a possibilidade de estabilização num Centro não-trauma, de acordo com a condição clínica do paciente.