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Narrativa pessoal de uma jovem que conta sua trajetória de vida, desde a infância, mudanças de moradia, estudos, até a luta de sua mãe contra o câncer. Descrição de como ela iniciou seus estudos no lar recanto do carinho, continuou no colégio catarinense e planeja estudar direito.
Tipologia: Esquemas
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Trajetória de vida Como solicitado na entrevista do Prouni, venho por meio deste contar minha história de vida e toda a trajetória até eu vir morar com a família que estou hoje, que me acolheu e cedeu um quarto na casa dos mesmos. Meus pais nasceram em Minas Gerais e lá se conheceram, meu pai é autônomo, lapidário, e quis vir morar em Santa Catarina procurando melhores oportunidades de trabalho, minha mãe veio junto com ele, viveram 17 anos juntos, sem nenhum documento comprovando união estável ou algo do gênero. Primeiramente moraram em Balneário Camboriú, onde nasci em 2003, sempre atrás das mudanças do mercado, nos mudamos para Itapema em 2005. Já em 200 7 viemos para Florianópolis, de novo por conta do trabalho do meu pai. Minha mãe tinha ensino médio completo, mas infelizmente não conseguiu nenhuma oportunidade para ingressar em uma graduação, trabalhou em maior parte da vida como doméstica. Logo que chegamos na cidade eu iniciei a creche no Lar Recanto do Carinho, uma casa lar que recebe crianças de fora na creche, eles recebem apoio do CEMJ para formar as crianças que moram lá. Estudando com a metodologia do menino jesus e conhecendo o colégio solicitei e fui contemplada com uma bolsa de estudos integral, onde iniciei diretamente no 2° ano em 2010. Lá eu conheci o Luís Felipe, que se tornou um grande amigo desde o primeiro momento. No final do mesmo ano meus pais se separaram e logo em seguida minha mãe descobriu o câncer de mama, posteriormente identificamos ser uma metástase que evoluiu para o fígado, pulmão e cabeça. Desde então passamos a ser apenas eu e ela em uma luta constante contra a doença, em diversas sessões de quimioterapia e radioterapia. Em 2014 minha mãe fez uma cirurgia para retirada das mamas, mas o câncer permaneceu no local, ela já estava aposentada por invalidez, mas continuava fazendo algumas faxinas diárias para nos manter financeiramente. Durante todo o processo eu continuei meus estudos no CEMJ, sempre com o apoio dos meus amigos e minha mãe. Em 2016 minha mãe teve uma piora no quadro clínico dela, o câncer da cabeça dificultou seus movimentos do lado esquerdo do corpo, a fazendo cair no chão e sempre se acidentar, como filha, achei a situação insustentável, já não conseguia ajudar minha mãe da forma que gostaria. Procuramos o CEPON, hospital do câncer em que ela se tratava e pedimos sua internação, imaginando se tratar apenas de uma noite inicialmente. Na época meu pai estava em Minas Gerais resolvendo problemas pessoais, e eu com apenas 13 anos, não tinha com quem ficar. Meu amigo Luís Felipe, tendo acompanhado toda a minha história durante anos, e sua família, que eu já conhecia por frequentar bastante sua casa, se ofereceram para cuidar de mim enquanto meu pai estivesse fora. Minha mãe ficou hospitalizada de agosto a outubro e meu pai retornou nesse meio tempo. Ao final de outubro, minha mãe faleceu, iniciando o processo da minha guarda. Essa família que me acolheu, gostaria muito de me adotar, mas não queríamos
me afastar do meu pai, por esse motivo, fui morar com ele ao fim do ano letivo em 2016. Em 2017 finalizei meu ensino fundamental e em 2018 iniciei o ensino médio no Colégio Catarinense também com bolsa integral. Mesmo morando com meu pai, sempre passava algumas temporadas com minha família afetiva. Em 2020 finalizei meu ensino médio e comecei meus planos para a faculdade, sempre sonhei em fazer Direito, e almejava usar a pensão da minha mãe para isso ao atingir minha maioridade. Ao completar 18 anos em 2021, dividi com meu pai a ideia de partilharmos minha pensão com valor de um salário mínimo, metade para minhas despesas pessoais e metade para ajudar com as despesas da casa. Meu pai não gostou da ideia e se opôs a dividir, dizendo para cada um achar uma casa para si. Assim, a família do Luís Felipe me cedeu um quarto na casa deles, e passei a viver com o valor da minha pensão.