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do Estágio Supervisionado dos alunos-estagiários, que os educadores da educação infantil graduados ou não, apresentavam uma prática desarticulada da teoria ...
Tipologia: Esquemas
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Tubarão, 2004
Dissertação de Mestrado apresentado ao Curso de Mestrado em Educação, para obtenção do título de Mestre em Educação, na Universidade do Sul de Santa Catarina, sob a orientaçãoNóbrega Bollmann da Profª Drª Maria da Graça
Tubarão, 2004
Dedico esta dissertação a minha querida e saudosa mãe, Maria Cardoso Pereira ( in memoriam ) que sempre participou da minha vida. Te amo!
Teoricamente, o ideal de educação infantil está fundamentado no educar, cuidar e no brincar. O conceito dessastrês ações vem sendo repassado na formação de educadores de crianças de 0 a 6 anos. Embora haja integração entrecondicionando a atuação dos mesmos no abrigo, na proteção, no cuidado e na alimentação da criança. essas concepções, a prática desses profissionais está geralmente baseada no assistencialismo, Considerando a criança como ser histórico-social, a prática do educar, cuidar e brincar, deveria ser integrada afim de promover uma formação voltada ao exercício da cidadania e ao convívio social, fatores estes essenciais para oprofissionais da educação infantil, enfatizando a atualização, o conhecimento profundo e crítico da realidade da desenvolvimento infantil. A este estudo relacionam-se as implicações da teoria na atuação dos criança, desenvolvendo um aprendizado orientado em situações de cuidados e brincadeiras em conjunto com osalunos através do processo de interação. Nesta direção faz-se necessário não somente repensar a prática, como a formação do profissional de educação infantil, direcionando-o para um trabalho de aprendizagens diversificadase significativas, garantindo um desenvolvimento culturalmente rico, além de prazeroso e saudável à criança. Uma vez repensada a prática reflexiva, crítica e criativa torna-se uma conseqüência vantajosa à criança, àsinstituições de educação infantil e ao próprio educador.
Palavras chaves prática. : Educação infantil, criança, desenvolvimento infantil, profissional da educação, relação teoria-
TABELA 1 – Educação Infantil – Número de Funções Docentes por Grau de Formação – 2002 .......................................................................................................................................... TABELA 2 – Custos: Merenda Escolar ................................................................................... TABELA 3 – Educação Infantil: Número de Alunos Matriculados.........................................
utilizado para a coleta de dados foi o questionário, elaborando com perguntas abertas e fechadas. Temos, portanto, como objetivo geral, verificar a articulação entre a formação teórica e a prática docente do profissional da educação infantil. Quanto ao objetivo específico, buscou-se identificar as implicações dessa prática e da teoria que a fundamenta para o desenvolvimento infantil. A problemática deste estudo se insere, portanto, na práxis pedagógica dos profissionais da educação infantil, fundamentada na formação docente. Ou seja, está a formação docente colaborando com a práxis na educação infantil? A partir dessa questão, fomos a campo observar e coletar dados para esta pesquisa. Antes de iniciarmos a redação sobre o tema propriamente dito, faremos uma análise da minha vida profissional a fim de contextualizar os motivos que nos levaram a tais estudos: “Iniciei o meu trabalho na educação como professora de educação infantil, em 1986, após a conclusão do curso de Pedagogia, com habilitação nas matérias pedagógicas do 2º grau. Sem conhecimento específico para a educação infantil, atuando como professora de pré-escola. Construí minha prática a partir dos meus erros e acertos, pois foram poucos os companheiros que ajudaram na construção de uma prática docente reflexiva. É necessário considerar que, naquele período, a Universidade não formava profissionais para a educação infantil, tão pouco o Ensino Médio tinha essa habilitação no curso de magistério. A legislação da época não fazia referência a essa etapa da vida da criança para o seu desenvolvimento como ser histórico e social que é. A mudança só aconteceu a partir do momento em que a educação infantil foi incluída na Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – nº 9.394/96.
Em 1992 ingressei no Magistério Público Estadual, com a disciplina de Sociologia da Educação. No ano seguinte, assumi Didática e Estágio Supervisionado no curso de Magistério, em um colégio estadual desta cidade. Em 1999 fui convidada a lecionar para o curso de Pedagogia essas mesmas disciplinas, na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Neste sentido, passei a perceber, através das observações realizadas no momento do Estágio Supervisionado dos alunos-estagiários, que os educadores da educação infantil graduados ou não, apresentavam uma prática desarticulada da teoria que fundamentava todo o seu trabalho naquele espaço educativo. Trocamos experiências, fizemos questionamentos sobre nossa prática e ideais que tínhamos a respeito da formação teórica de professores e sua ação pedagógica. Toda essa troca resultou em um crescimento profissional, o qual encaminhou esta dissertação. Este é o trabalho vem, com o intuito de colaborar com aqueles que compartilham as mesmas ansiedades e que poderá, também, estimular novos estudos que estruturado em três capítulos, organizados de maneira coesa e com logicidade, a fim de facilitar a leitura e, posteriormente, a compreensão do tema. O primeiro capítulo trata das questões teórico-metodológicas, abordando a fundamentação teórica a partir de algumas concepções relacionadas à educação infantil, a fim de proporcionar uma melhor compreensão do processo de desenvolvimento da criança; acompanhado de uma retrospectiva histórica da educação infantil no Brasil e de um
dados a partir de temas relevantes a discussão como: formação de professores, práxis pedagógica, zona de desenvolvimento proximal entre outros.
Que pai e mãe não desejam o melhor para o seu filho? E que pai e mãe não gostariam de ter um manual mágico que os orientasse a desenvolver a criança de forma perfeita? A responsabilidade de acertar nessa tarefa é enorme, pois é toda uma vida que está em jogo. Há um ponto de partida, o nascimento e uma trilha a ser seguida, que é a evolução adquirida com os anos. As aptidões inatas da criança, que vão desde a habilidade em chutar bola até a capacidade de resolver um problema matemático, podem ou não ser desenvolvidas. Depende da estimulação, que pode acontecer em casa ou na escola a partir de atitudes muito simples, como brincar ou cantar com o bebê, mas que terão papel decisivo no seu desenvolvimento. “O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico: como este, orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio” (PIAGET, 1980, p. 11). Assim, percebemos que o comportamento dos seres vivos não é inato, ou o resultado de condicionamentos, ou seja, o comportamento é construído na interação entre o organismo e o meio: quanto mais complexa é esta interação, mais “inteligente” o homem poderá vir a ser. A estimulação tem de estar relacionada ao prazer e ao exercício da subjetividade da criança, permitindo-lhe a ela encontrar um sentido no que faz e tomar gosto pelo o que realiza. Faz-se também necessário, um comportamento que desenvolva a criança como ser
social e individual que é. Uma rotina permeada por condutas criativas, e uma dedicação que atenda às exigências mínimas da sociedade, como por exemplo, o momento de realizar suas necessidades fisiológicas sozinha, sem a intervenção de um adulto na higiene pessoal, são atividades que adquirem um significado próprio para o infante. Exercícios automáticos e repetitivos não têm sentido, pois estimular uma criança e educá-la para o seu pleno desenvolvimento afetivo, psicomotor e cognitivo, é muito diferente de adestrar um animal. Não podemos e não devemos assumir uma postura maternal e tampouco a escola está para abraçar tal função, porém essas crianças buscam nos Centros de Educação Infantil conforto, acalanto, segurança, amor e muita atenção, além da sua propriamente dita, cuja função cabe à escola. Alguns profissionais parecem esquecer-se de que estão relacionando-se com infantes e, é nessa faixa etária que se estrutura a complexidade da personalidade da criança. Desenvolver é crescer, aprender e fazer coisas novas, diferentes. “a mente da criança contém todos os estágios do futuro desenvolvimento intelectual; eles existem já na sua forma completa, esperando o momento adequado para emergir” (VYGOTSKY, 1998, p. 32). Para Vygotsky, no entanto, a maturação biológica ocupa um lugar secundário no processo de desenvolvimento humano. Atribuindo à interação social um papel de enorme relevância a esse processo, ou seja, as formas complexas do comportamento humano dependem da interação da criança e sua cultura para o seu pleno desenvolvimento. Antes de se realizar qualquer atividade com uma criança de 0 a 6 anos de idade, se faz premente conhecer suas limitações e aprender a respeitá-las, considerando que o desenvolvimento dessa criança está intimamente relacionado ao seu contexto sócio-cultural de maneira dinâmica e dialética. Desta forma, o desenvolvimento das funções psicológicas
que antecede a vida adulta e que tem especificidades, nasce no início do século XVIII, quando instalou-se o sentimento de união afetiva entre o casal e este com os filhos. Na Idade Moderna, filósofos e educadores trazem novas contribuições ao que naquele momento se compreendia por infância, inspirando toda a educação até o século XX. Essas contribuições influenciaram o comportamento dos adultos de maneira dualista: uma considerava a criança ingênua, inocente e graciosa, digna de mimos; a outra se contrapõe à anterior, julgando a criança como um ser incompleto e imperfeito, sendo inevitável à educação e os preceitos morais repassados pelo adulto. Para Piaget (198, p. 12), ao compararmos: [...] a criança ao adulto, ora se é surpreendido pela identidade de reações_ fala-seentão de uma pequena personalidade para designar a criança que sabe bem o que quer e age como nós, em função de um interesse definido – ora se descobre ummundo de diferenças – nas brincadeiras, por exemplo, ou no modo de raciocinar, dizendo-se então que a criança não é um pequeno adulto. As duas impressões sãoverdadeiras.
Essa dualidade na maneira de entender a criança é explicada pela concepção de natureza infantil, afastando-a de suas condições objetivas de vida e como se estas fossem desvinculadas das relações de produção presentes na realidade. Esta concepção de natureza infantil encontra-se alicerçada no processo biológico de desenvolvimento da criança, e este, independe do social, determinando não só comportamentos, mas uma fase da vida do homem. Haveria assim uma condição natural dada pelo aspecto biológico. Todavia, a abordagem histórica pressupõe que o próprio desenvolvimento biológico somente se concretiza através das trocas que o organismo estabelece com seu meio social. E essas trocas são essencialmente humanas ou sociais, pois é a condição de inacabada ou de incompletude, que é própria da criança ao nascer, que a coloca em relação ao outro. Sendo assim, concebe-se o homem como social em sua origem biológica, pois a sobrevivência do bebê humano depende dos cuidados
dispensados pelos adultos. Neste sentido, não há natureza infantil, e sim, uma condição infantil, uma condição de ser criança, socialmente determinada por fatores que vão do biológico ao social, produzindo uma realidade concreta. Conforme Machado (1993, p. 62), a criança é um ser que:
[...] nasce e cresce interagindo num ambiente social, cujo pensamento e forma deagir são qualitativamente diferenciados do adulto. É também um ser individual: biológico e social, histórico e geográfico. Um ser que se constitui no presente, ematividade e desenvolvimento permanente, um cidadão com lugar definido na sociedade, um sujeito cognoscente desde que nasce. Trabalhar com uma concepção histórica do conceito de criança significa ver a criança como um sujeito de direitos e deveres, que precisa ser respeitado e valorizado em cada movimento que realiza na conquista de sua autonomia, no desenvolvimento de seu espírito crítico e criativo no estímulo à ação cooperativa, responsável e solidária. Pois é interagindo com o outro e com o constructo da humanidade que a criança vai aprendendo a ser gente. A partir da Constituição Federal de 1988, se começa a ter uma concepção de infância, dando-lhe uma dimensão de cidadania. A criança passa a ser entendida como um cidadão de direitos, e como tal necessita de uma educação de qualidade, voltada para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Assim, Kramer (1984, p. 20) considera que:
Qualquer trabalho consciente desenvolvido com crianças não pode prescindir deuma definição de qual era (e que é) o conceito de infância no interior das diversas classes sociais. Parte-se do princípio de que as crianças (nativas ou imigradas, ricasou pobres, brancas ou negras) tinham (e tem) modos de vida e de inserção social completamente diferentes umas das outras, o que correspondia (e corresponde) adiferentes graus de valorização da infância pelo adulto, a partir de suas condições econômicas, sociais e culturais e, do papel efetivo que exerciam (e exercem) na suacomunidade. Como conceber na Brasil um modelo de criança que não corresponde sequer à maioria das crianças? Como deixar de lado o fato de existirem crianças quejá trabalham efetivamente.