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FRAGILIDADES NAS RELAÇÕES AMOROSAS ATUAIS COLÍDER – MT 2017 Artigo apresentado para conclusão da disciplina de Metodologia Científica, 2° semestre, Direito, Faculdade de Colíder – FACIDER.
Tipologia: Trabalhos
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Ulisses Ferreira Augusto Cleyce A. S. Rodrigues Direito, 2° Semestre, Metodologia Científica
Ulisses Ferreira Augusto Cleyce A. S. Rodrigues
Artigo apresentado para conclusão da disciplina de Metodologia Científica, 2° semestre, Direito, Faculdade de Colíder – FACIDER.
Estamos cada dia mais próximos de celulares e outros dispositivos de comunicação, e sem nenhuma restrição usamos para maquiar o medo da solidão. A comunicação via rede sociais se tornou prioridade, de tal modo que a ausência de compromisso nas relações humanas se torna cada dia mais visível, em um mundo cada vez mais enérgico e agitado, virtual ou real. A realização mais importante da proximidade virtual parece ser a separação entre comunicação e relacionamento. Diferentemente da antiquada proximidade topográfica, ela não exige laços estabelecidos de antemão nem resulta necessariamente em seu estabelecimento. "Estar conectado" é menos custoso do que "estar engajado" — mas também consideravelmente menos produtivo em termos da construção e manutenção de vínculos. (BAUMAN, 2004. p.59). Ao que parece, é que buscamos relacionamentos de bolso, que podem ser usados e guardados, descartados ou substituídos facilmente, buscamos “conectar- se” e não “relacionar-se”. “Conectar-se é para máquinas. Corpos humanos se relacionam e se unem. Identificar os agentes liquidificadores das relações humanas e não se limitar a eles talvez seja um começo possível.” (RESENDE, 2013). Bauman nos mostra os obstáculos da relação afetiva, e que apesar de que todos quererem relacionar-se, simplesmente não conseguem, talvez por insegurança ou medo. O autor destaca um vaso de cristal, que na primeira queda se desagrega. As relações humanas se esvaíram tão rápido quanto se iniciam, nós resolvemos um problema cortando vínculos, mas acabamos por saber, que criamos diversos outros. É tudo muito incerto, cada um por si, relacionamentos volúveis, visto que as relações humanas estão cada dia mais complacentes, estamos adaptados ao virtual e nós “desconectamos” facilmente. Certo que isto tudo dificulta para que se perdure os relacionamentos. Estamos tratando pessoas como objetos, bens de consumo, e em caso de falhas ou defeitos, desfazemos ou até mesmo trocamos por “outra versão”. E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa” à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço. (BAUMAN, 2004. p.18).
[...], as relações humanas estão em reconfiguração guiadas pelos princípios do consumismo, caracterizado mais pelo uso e pelo descarte de bens do que propriamente por seu acúmulo. Para a juventude contemporânea, por exemplo, o relevante é o maior número de bocas ou coitos que se deram numa noite. Na sociedade contemporânea onde a memória produzida está à venda, o outro se transforma em mais uma mercadoria disponível para o consumo, o chamado consumo emocional. (LEITE, 2017) Parece o fim do romantismo, o verdadeiro se tornou vulgar, diminuído com base na vivencia de algumas pessoas que banaliza o amor, com noites de sexo sem compromisso, e usam-se da expressão amor, sem mesmo saber o seu significado. Afinal, a definição romântica do amor como “até que a morte nos separe” está decididamente fora de moda, tendo deixado para trás seu tempo de vida útil em função da radical alteração das estruturas de parentesco às quais costumava servir e de onde extraia seu vigor e sua valorização. Mas o desaparecimento dessa noção significa, inevitavelmente, a facilitação dos testes pelos quais uma experiência deve passar para ser chamada de “amor”: Em vez de haver mais pessoas atingindo mais vezes os elevados padrões do amor, esses padrões foram baixados. Como resultado, o conjunto de experiências às quais nos referimos com a palavra amor expandiu-se muito. Noites avulsas de sexo são referidas pelo codinome de “fazer amor”. (BAUMAN, 2004. p.16,17). Na tentativa de esclarecer as relações amorosas, Bauman cita “Afinidade e Parentesco”, sendo parentesco o elo rígido, que não nos dá o poder da escolha. Ao contrário do parentesco, na afinidade, cabe o poder da escolha. Para Bauman, à afinidade deveria ser como o parentesco, entretanto, atualmente, tudo esta “descartável”, onde até mesmo às afinidades estão se tornando cada vez mais incomum. O ato fundador da escolha é ao mesmo tempo o poder de sedução da afinidade e a sua perdição. A memória da escolha, seu pecado original, tende a lançar uma longa sombra e a obscurecer até mesmo o convívio mais glorioso, chamado "afinidade": a escolha, diferentemente da sina do parentesco, é uma via de mão dupla. Sempre se pode dar meia-volta, e a consciência de tal possibilidade torna ainda mais desanimadora a tarefa de manter a direção. (BAUMAN, 2004. p.34,35). Nossa vida deve ser permeada de amor, simples, humilde, fundamentalmente convencional, necessário para termos qualidade nos laços humanos. As redes sociais e outros meios, devem servir apenas como subsídio, e nunca, substituir o modo tradicional de relacionar-se. Como já dizia Mahatma Gandhi, “O amor é a força mais poderosa que o mundo possui e, ao mesmo tempo, é a mais humilde que se possa imaginar.” Sendo assim, para sermos fortes, precisamos amar e sermos amados, assim como na canção de Renato Russo, “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há...”
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Ed. Jorge Zahar. Rio de Janeiro, 2004.
FÉLIX, Luciene. Conhecimento Sem Fronteiras: Artigos de Filosofia, Amor Líquido: a fragilidade dos laços humanos, 2010. Escola Superior de Direito Constitucional: ESDC. Disponível em: http://www.esdc.com.br/CSF/artigo_2010_04_Amor_Liquido.htm Acesso em: 01 jul 2017.
GANDHI, Mahatma. Young India - Journal Volume Number 7, Issue 32, Page 272 ( August 1925).
LEITE, Gisele. A concreta solidão do amor líquido. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XX, n. 157, fev 2017. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/appdata/roaming/qualcomm/eudora /attach/25?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18426&revista_caderno=15> Acesso em: 01 jul 2017.
RESENDE, Adriana Torquato. Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, 2013. Editora revistas. Mackenzie. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/6414 Acesso em: 01 jul 2017.
RUSSO, Renato. Legião Urbana. Álbum: As Quatro Estações, Gravadora EMI, 1989. Música 2, Pais e Filhos.