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Fortalecimento do Vínculo: Brincadeiras e Músicas na Primeira Infância, Notas de estudo de Música

Este documento discute sobre a importância do fortalecimento de vínculos afetivos e sociais na primeira infância, através de brincadeiras e música. O texto aborda a influência da primeira infância no desenvolvimento humano, as necessidades especiais da criança nessa fase, e a importância de um ambiente estimulante para o desenvolvimento integral. Além disso, são citados estudos que demonstram o impacto positivo dessas práticas na vida futura da criança.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gustavo_G
Gustavo_G 🇧🇷

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Elo mãe bebê: Fortalecimento do vínculo, através de brincadeiras e músicas, desde a gestação Eliana Tarzia Iasi e Irene Quintáns

Sabemos que o adulto resulta de sua própria natureza, das figuras parentais, da família, dos grupos sociais em que vivem da escola, da cultura e da sociedade, com seus valores, crenças, normas e práticas presentes, principalmente, na primeira infância. Por outro lado, o cérebro humano sofre as influências da genética, da vida intrauterina, das experiências durante o nascimento, da amamentação, dos primeiros dias de vida extrauterina, do tipo de amparo, acolhimento e recepção que teve e de suas relações com as figuras parentais ou seus substitutos.

Se essas primeiras vivências forem favoráveis, o indivíduo desenvolverá capacidade saudável de resistência às experiências de risco em seu ambiente e na superação do estresse e das adversidades que enfrentará em sua vida. Essa qualidade, que chamamos de resiliência, é utilizada para referir se a pessoas com bons desempenhos psicológicos, a despeito de vivências negativas das quais poderiam resultar sequelas graves.

Outro conceito relevante é conhecido como salutogênese e designa o conjunto de forças geradoras de saúde. Recomenda se então estimular, potencializar e preservar essas variáveis como uma forma de promover a saúde individual, a coletiva e a social.

O período que vai da gestação até zero a três anos é o mais importante na preparação do alicerce das competências, habilidades emocionais e cognitivas futuras. Nesse período é que a criança aprende, com mais intensidade, a fazer, a se relacionar, a ser e a desenvolver importantes valores a partir de suas relações na família, na escola e na comunidade.

Nessa fase é que também se desenvolve a capacidade de ter empatia, ou seja, de colocar se no lugar do outro e em sintonia com as suas emoções. De acordo com as experiências pós natais, sejam estas físicas ou afetivas, positivas ou negativas, é que se formam os novos caminhos neuronais que definirão nossa forma de funcionarmos no mundo.

A gestação desejada, uma estrutura familiar adequada, a presença de amor, atenção e segurança, um apego seguro, a amamentação no seio materno, o vínculo com a mãe, convivência familiar segura, disciplina, limites, transmissão de valores e o bom desenvolvimento da autoestima estão entre os fatores que asseguram o comportamento adulto socialmente saudável.

As desigualdades socioeconômicas, a falta de oportunidades de acesso a bens e serviços e aos próprios direitos, fragilizam as famílias tornando as, em muitos casos, desestruturadas. Este modelo tende a romper os vínculos familiares, onde a mulher não mais compõe o orçamento familiar, mas, em sua grande maioria, passa a ser a provedora única. Nesta dinâmica as crianças acabam sofrendo as maiores perdas.

A atenção integral à criança e que prioriza seu bem estar físico, psíquico e social, fundamenta se em inúmeras recomendações técnico científicas sobre o desenvolvimento infantil. As crianças precisam ter oportunidades para desenvolver seu corpo, mente e alma, de forma indivisível e integrada. Elas precisam exercitar os seus sentidos, estimular a criatividade, brincar, expressar se, relacionar se, mover se e organizar se.

Os pais e mães precisam de capacitação especializada que lhes assegure o acesso às bases científicas do desenvolvimento integral da criança, às práticas metodológicas que melhor atendam as demandas educacionais e às múltiplas linguagens, que dizem respeito à cultura da criança e podem complementar o seu trabalho.

Pesquisas têm demonstrado que o enriquecimento do ambiente, no qual se inclui o fortalecimento de vínculos afetivos e sociais na faixa etária de zero a três anos de idade, acelera o processo de desenvolvimento da criança. A criança empobrecida, com carências afetiva, econômica e social, pode não desenvolver plenamente seu cérebro por causa de ambiente estressante associado à baixa renda. A falta de alimentação adequada, a ausência de interação sócio educativa saudável, de afetividade, de acolhimento familiar e social, de segurança em relação a sua integridade física e afetiva, a falta de estímulos cognitivos, com menos leitura, menos brincadeiras e menos oportunidades de participar de eventos culturais, configuram essa realidade.

Mundialmente, é consenso que investir na primeira infância assegurará dividendos em um futuro muito próximo, pois é sabido que o desenvolvimento do cérebro acontece muito mais rapidamente nessa fase do que em qualquer outro período da vida.

A relação positiva da criança com os seus cuidadores e, principalmente com a mãe, é fator decisivo para o desenvolvimento do apego, condição essencial para o seu desenvolvimento equilibrado, principalmente, até os três anos de idade. Por essa razão, as condições pré e pós natais, incluindo o apoio à gestante e à mãe, refletem se diretamente na qualidade dos vínculos desenvolvidos entre elas e os seus bebês. A figura paterna também se faz muito importante para que o binômio mãe bebê tenha paz e tranquilidade para se conhecer, se conectar e evoluir em direção a um bom desenvolvimento.

Os programas de intervenção destinados à orientação dos pais, onde as crianças são estimuladas, reduzem tanto os riscos de comportamentos agressivos persistentes quanto os riscos de delinquência na adolescência e na idade adulta.

A estimulação sensorial adequada e precoce permite um melhor desenvolvimento neuro psicomotor e é pré requisito para a redução dos efeitos da violência social e familiar. Desta forma, vê se como prioritário introduzir um atendimento específico que, mediante

O Dr. Peter Fonagy, professor de psicanálise da Universidade de Londres, afirma que esses distúrbios são provocados por um déficit em uma parte do cérebro ligado a habilidade de controlar comportamentos impulsivos e manter a concentração. Ele levantou inúmeras possibilidades, em que um relacionamento familiar excessivamente hostil ou negativo pode contribuir para futuros problemas mentais ou até aumentar o risco de doenças do coração ou derrame cerebral.

Podemos, então, concluir que o trabalho com mães e bebês apresenta potencial para ter impacto importante no desenvolvimento do cérebro no início da vida, através das estimulações sensoriais e lúdicas que serão aplicadas por pais e mães de crianças de zero a três anos de idade.

Inovação integrada Embora no Brasil existam alguns cursos e atividades voltadas ao brincar, a mesma não é reconhecida como profissão. A IPA Brasil desenvolve cursos de capacitação de pessoas que atuam, nos diferentes espaços, onde haja possibilidades de desenvolver atividades lúdicas, formando assim os Agentes do Brincar.

Propostas semelhantes acontecem somente no hemisfério norte onde existe a profissão de Playworker, há mais de três décadas. Através dos resultados alcançados pelo programa, o mesmo poderá ser estendido à rede de serviços nas áreas de: saúde, educação, cultura e desenvolvimento social, influenciando as políticas públicas voltadas à infância.

A capacitação é uma forma de ensino e mostrará para profissionais, pais e mães que, utilizando o brincar e o afeto, podem viver em um ambiente onde não haja a negligência, abuso ou maus tratos em relação à criança, principalmente em seus primeiros anos de vida. Mães e pais capacitados no programa se tornarão multiplicadores aptos a convencer, através da experiência pessoal, os demais membros da sua comunidade.

Essa transferência de conhecimento com baixo custo para os participantes resultará em parceiros engajados de forma natural, pois o sucesso do programa se dará através da participação e do conhecimento que obtiverem com a capacitação lúdica e sensorial, multiplicando os ensinamentos, criando e desenvolvendo os vínculos família criança comunidade. Passam a ser formadores de opinião e capacitadores locais, engajando outras famílias para a utilização da metodologia lúdica e sensorial, tornando se parceiros que possibilitarão a ampliação do programa em escala, contribuindo para uma comunidade de aprendizagem.

Exercícios para Mães e Bebês

O bebê está crescendo e evoluindo família. É necessário cultivar relações consigo mesmo e com os outros. Mantenha o espaço de cuidados pessoais e compartilhar com seus filhos é um presente maravilhoso que irá mantê los ao longo de suas vidas inteiras.

Eles aprendem o que o adulto faz o que diz: Para relaxar, o adulto deve relaxar; Se você quer ensinar lhes respeito, eles precisam sentir que os adultos vão respeitar e observar como eles respeitam a si mesmos; Da mesma forma acontece para aprender a amar, para desfrutar, para superar situações difíceis para viver.

O que nós queremos decorrentes destas reuniões é aprender a desfrutar de partilhar a vida com os filhos. Os bebês simplesmente adoram ser tocados. Na verdade, é algo que os estimula – trata se de uma componente essencial do seu crescimento e desenvolvimento. Todo o contato de pele não só ajuda os pais e o bebê a estabelecerem um elo de ligação, como também consegue reconfortar o bebê quando está incomodado e alivia as cólicas.

Mães Canguru Além dos exercícios, outro benefício para as mães e bebês é carrega los perto de nós, nos porta bebês Mães Canguru

Devemos saber carrega los corretamente. Informações erradas não só podem resultar desconforto aos bebês e as mães, como pode prejudicar o desenvolvimento músculo esquelético do bebê e muitas vezes perigosas, podendo sufocar o bebê.

Benefícios da música O desenvolvimento neurofisiológico do sentido da audição no feto humano é bem precoce, na vigésima primeira semana de gestação, o feto já se encontra tão maduro que é possível ouvir alguns sons do corpo da mãe gestante e até sons externos de certa intensidade.

Alguns sons que o feto ouve: o pulsar rítmico dos batimentos cardíacos da mãe, os passos da mãe, a respiração e a voz humana. Não assustem, o feto não fica escutando tudo isto 24h, ele tem um ciclo de sono, dorme de 18 a 20 horas por dia, dormindo que crescemos. Partindo deste ponto que a voz da mãe é escutada, devem contar histórias, cantarolar músicas infantis, acalantos, confidências...

A organização que o cérebro dá a os estímulos sensoriais é chamada de integração sensorial. O cérebro recebe constantemente grandes quantidades de informação através dos sentidos, os sistemas sensoriais (informação visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa, como gravidade e movimento).

No ventre da mãe, o bebê tem seu primeiro contato com o mundo externo através dos sons. Os bebês nascem com a capacidade de torna se um ser social em todos os sentidos, bastando que lhe sejam dadas as condições para que desenvolva essa capacidade.

Sabe se que a criança é um ser brincante e que a música é criada ao brincar, transformando os sons e recriando os ambientes. Nós adultos, temos que estar atentos para perceber o modo como bebês e crianças pequenas se expressam musicalmente, em cada período de suas vidas.¹

1 Marilena Flores Martins – texto do programa MPBaby – mcd


Eliana Tarzia Iasi é Brinquedista. Reconhecida pela Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri), trabalha no Hospital Samaritano e atua como educadora em escolas e academias. É Diretora e Presidente da IPA (Associação Brasileira pelo Direito de Brincar) Brasil.

Irene Quintáns é Arquiteta urbanista. Especialista em Estudos Terriotoriais, Políticas Sociais, Mobilidade, Habitação e Gestão Urbanística. Atualmente é vice presidente da IPA Brasil, membro da RNPI (Rede Nacional Primeira Infância) e recebeu o título de Mensageira da Paz da ONU.