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Guias e Dicas
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Análise de Poemas Simbolistas: Aliteração e Música da Morte, Notas de aula de Música

Uma análise detalhada do poema 'a música da morte' de alphonsus de guimaraens, com ênfase na ocorrência de aliteração e na utilização de figuras de som. O texto também discute a influência da música e do tempo na poesia simbolista. Além disso, há uma comparação entre a canção 'tempo perdido' de renato russo e poemas simbolistas clássicos.

O que você vai aprender

  • Qual é a função da aliteração no poema 'A Música da Morte'?
  • Quais outros temas são abordados na obra de Alphonsus de Guimaraens?
  • Como a música e o tempo são abordados no poema 'A Música da Morte'?
  • Qual é a importância da comparação entre 'A Música da Morte' e a canção 'Tempo Perdido'?
  • Quais outras figuras de linguagem são utilizadas no poema 'A Música da Morte'?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Agua_de_coco
Agua_de_coco 🇧🇷

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FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA
ROTEIRO DE ATIVIDADES
2ª SÉRIE
3° BIMESTRE
AUTORIA
MARISE REGINA BENDER
Rio de Janeiro
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FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

ROTEIRO DE ATIVIDADES

2ª SÉRIE

3° BIMESTRE

AUTORIA MARISE REGINA BENDER

Rio de Janeiro

TEXTO GERADOR 1

Filho de escravos alforriados, Cruz e Souza é considerado o mais importante escritor simbolista brasileiro. O poeta faz composições que procuram expressar o elemento transcendente, vago e nebuloso da vida.

MÚSICA DA MORTE A Música da Morte, a nebulosa, estranha, imensa música sombria, passa a tremer pela minh'alma e fria gela, fica a tremer, maravilhosa...

Onda nervosa e atroz, onda nervosa, letes sinistro e torvo da agonia, recresce a lancinante sinfonia sobe, numa volúpia dolorosa...

Sobe, recresce, tumultuando e amarga, tremenda, absurda, imponderada e larga, de pavores e trevas alucina ...

E alucinando e em trevas delirando, como um ópio letal, vertiginando, os meus nervos, letárgica, fascina ...

Resposta Comentada Notadamente ocorre aliteração do /m/ e do /s/. É possível explicitar a sua ocorrência nesses versos sublinhando as vezes em que a repetição de tais fonemas ocorre:

A M úsica da M orte, a nebulosa,/ estranha, i m ensa m úsica so m bria”

É importante que o professor utilize alguma maneira de destacar de maneira direferente a reprodução de cada um dos fonemas. Além disso, é preciso salientar que em nebulosa o som da letra “s” é /z/ e não /s/. Entretanto, segundo Evanildo Bechara, a utilização do fonema alveolar sonoro e surdo constitui aliteração (Gramática Escolar da Língua Portuguesa, página 568). Tal recurso, sugere o clima de agonia, de angústia gerado pela morte.

TEXTO GERADOR 2 Poeta simbolista, nascido em Minas Gerais no ano de 1870, Alphonsus de Guimaraens dedicou-se a uma escrita que privilegiava temas como o amor, a morte e a religiosidade. Mas há outros temas na obra de Alphonsus de Guimaraens: a solidão, por exemplo, agravada pela percepção da dualidade entre corpo e alma; o isolamento experimentado pelo homem ao entrar nas imensas catedrais (imagem do homem em contato com Deus); a loucura, como efeito da angústia para romper a distância entre o celestial e o terreno; e a desilusão, como se o belo e o perfeito tivessem sido subtraídos da condição humana.

No poema "Ismália" o autor expressa a dualidade entre corpo e alma. Ali está revelada a imagem de todo homem preso ao desejo de unir matéria e espírito, mas frustrado pela consciência da distância intransponível que o separa de seu objetivo.

(fonte: http://educacao.uol.com.br/literatura/simbolismo-amor-morte.jhtm)

ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar...

E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava longe do céu... Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma, subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

Antítese é o emprego de palavras ou expressões contrastantes, geralmente na mesma frase.

Ex: “Estou acordado e todos dormem...” (Monte Castelo – Renato Russo)

Comparação ou símile é uma correlação de ideias em que se utilizam elementos comparativos (como, conforme, tal como etc).

Ex: Ela cantou tal qual um passarinho.

Diferencia-se da metáfora exatamente por isso. Esta última é uma comparação implícita, isto é, sem os elementos comparativos.

Ex: Essa menina é uma flor.

A comparação, de maneira incontestável, é encontrada no primeiro verso da quarta estrofe: “E como um anjo pendeu”. Aí está explícito o elemento de comparação: como.

Aqui vale a pena o professor ressaltar a importância da utilização dessa imagem de um ser celestial –um anjo - como marcação para o processo de transcendência de Ismália. É nessa comparação que ela começa a libertar-se do corpo para alçar o mundo espiritual.

TEXTO GERADOR 3 TEMPO PERDIDO Todos os dias quando acordo Não tenho mais O tempo que passou Mas tenho muito tempo Temos todo o tempo do mundo...

Todos os dias Antes de dormir Lembro e esqueço Como foi o dia Sempre em frente Não temos tempo a perder... Nosso suor sagrado É bem mais belo Que esse sangue amargo E tão sério E Selvagem! Selvagem! Selvagem!... Veja o sol Dessa manhã tão cinza A tempestade que chega É da cor dos teus olhos Castanhos...

Então me abraça forte E diz mais uma vez Que já estamos Distantes de tudo Temos nosso próprio tempo Temos nosso próprio tempo

Resposta Comentada Os poetas simbolistas descobrem o ritmo e a musicalidade das palavras. Utilizam para obter tal musicalidade, figuras de efeito sonoro como a aliteração e a assonância. Vale lembrar que, tal como é definido no enunciado da questão aliteração é a repetição de fonemas consonantais e que assonância, por sua vez, consiste na repetição de fonemas vocálicos. Com base no reforço dos conceitos de tais recursos expressivos, é possível notar sem dificuldades que o fonema repetido em tal estrofe da canção é o /s/. Podendo para tanto sublinhar as vezes em que ele se repete em tal trecho da canção. A partir daí, cabe ao professor voltar aos textos lidos para a resolução das questões anteriores e destacar a ocorrência de aliteração em cada um deles. Desse modo, será possível constatar que tanto poetas simbolistas quanto compositores de canções contemporâneas utilizam o mesmo recurso expressivo para extrair musicalidade de seus textos.

“Nosso suor sagrado É bem mais belo Que esse sangue amargo E tão sério E Selvagem! Selvagem! Selvagem!...” (Tempo perdido, Legião Urbana)

ATIVIDADES DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 4 Sabendo que a função do adjunto adnominal é acompanhar o substantivo para determiná-lo, caracterizá-lo ou individualizá-lo, identifique os adjuntos adnominais nos versos a seguir: “Temos nosso próprio tempo”.

Habilidade Trabalhada Identificar os termos acessórios da oração.

Resposta Comentada Primeiramente, deve-se lembrar aos alunos quais são as classes de palavras que podem exercer a função de adjunto adnominal. São elas: o adjetivo, o pronome adjetivo (demonstrativos, possessivos e indefinidos), o numeral e a locução adjetiva A seguir, é preciso analisar a oração. Identificar o sujeito desinencial “nós” e o objeto direto: “nosso próprio tempo”. Depois deve-se identificar o núcleo do objeto direto, que é composto pelo substantivo tempo. Finalmente, deve-se salientar que o pronome possessivo demonstrativo adjetivo “nosso” e o adjetivo “próprio” funcionam com adjuntos adnominais que caracterizam o substantivo tempo.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

QUESTÃO 5 Analisando a letra da canção de Renato Russo “Tempo perdido” e levando em consideração o conteúdo estudado acerca do movimento literário Simbolismo, compare os recursos expressivos (figuras de linguagem, figuras de som) utilizados naquela canção e no poema Música da Morte, de Cruz e Souza. A partir dessas observações, produza um pequeno texto que explicite a utilização de tais recursos, bem como o efeito que os dois autores conseguem através dele. O texto deve ter entre 10 e 15 linhas.

Habilidade Trabalhada Estabelecer comparações entre poemas simbolistas do século XIX e letras de canções contemporâneas.

turmas, a exibição do vídeo composto pelo estudante de pós-graduação em Cinema Expandido pela Famecos (PUCRS), antes da realização das questões 4 e 5 do roteiro, teve ampla repercussão. Ali os alunos puderam explorar toda a ambiguidade existente na canção de Chico Buarque e isso foi extremamente estimulante para mim, como professora.

De modo geral, o rendimento dos alunos foi bastante interessante e, consequentemente, saíram-se melhor nas avaliações.

Houve dificuldade com relação ao tempo disponível para a implementação do roteiro de atividades, tendo em vista que o assunto é amplo e requer sempre a retomada de muitos conceitos. Além disso, o desenvolvimento dos alunos é melhor, quando podem ser assistidos pelo professor na realização das atividades. Talvez, mais tarde, venham a desenvolver um pouco mais de autonomia para a realização das tarefas.