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Estudo de caso sobre as fontes de Tito Lívio para a História de Roma, Manuais, Projetos, Pesquisas de Materiais

Um estudo de caso sobre as fontes usadas por tito lívio em sua história de roma, com foco nos problemas apresentados pelas fontes textuais e no uso de fontes escritas e materiais. Discutem-se a consciência crítica de tito lívio, a influência da historiografia grega e as análises de outros historiadores sobre a confiabilidade das fontes de tito lívio.

O que você vai aprender

  • Como a historiografia grega influenciou a obra de Tito Lívio?
  • Como Tito Lívio usou as fontes escritas e materiais em sua História de Roma?
  • Quais são os problemas apresentados pelas fontes textuais em relação à História de Roma de Tito Lívio?
  • Qual é a opinião dos historiadores sobre a confiabilidade das fontes de Tito Lívio?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

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Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9: 12'7-141, 1999.
FONTES MATERIAIS E FONTES ESCRITAS:
ESTUDO DE CASO DA HISTORIA DE ROMA DE TITO LÍVTOX
Lucia Cutro**
CUTRO, L. Fontes materiais e fontes escritas: estudo de caso da História de Roma de TiIo
Lívio. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9: 12'l-141,1999.
RESUMO: O presente artigo traça um paralelo entre a questão da interpretação
das fontes materiais e das fontes escritas a partir da análise da História de Roma de
Tito Lívio, a fim de demonstrar que estas últimas, embora forneçam a impressão de
que sua interpretação é menos problemática e mais imediata, apresentam problemas
de interpretação em virtude da sua manipulação e deturpação.
UNITERMOS: Fontes - Tito Lívio - História de Roma.
Introdução: relações e problemas
entre fontes materiais e fontes escritas
Ao trabalharem com fontes materiais, os ar-
queólogos deparam com o problema da interpre-
tação. Em contrapartida, o trabalho com fontes es-
critas pode fornecer-lhes a impressão de que sua
interpretação é menos problemática e mais imedia-
ta. Veja-se, por exemplo, como ponto de encontro
entre fontes textuais e vestígios materiais a epi-
grafia: apresenta as características de um texto es-
crito (está grafado sobre um suporte, pode ser lido
e copiado, tal como um livro ou manuscrito) e as
características arqueológicas (foi encontrado num
determinado local, tem forma particular, eventual
função arquitetônica e, muitas vezes, é portador
(*) Este artigo é parte do trabalho final do curso de pós-gra-
duação "Arqueologia e Religião: questões de método e es-
tudos de caso", ministrado pela Profa. Dra. Elaine Farias
Veloso Hirata (MAE) no segundo semestre de 1998.
(**) Pós-graduandaem História Social, Mestrado. Facul-
dade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Univer-
sidade de São Paulo.
de uma simbologia que pode informar mais que
um texto).
Percebe-se que, à primeira vista, as fontes tex-
tuais apresentam-se mais homogêneas que as infor-
mações arqueológicas, pois, as primeiras, se situam
no nível da linguagem, aparentando deixar claro o
que querem dizer, ao passo que as segundas con-
têm informações virtuais que necessitam ser deco-
dificadas e traduzidas para um enunciado verbal.
Existem como documentos somente pela formula-
ção, ou seja, "a etapa intermediária de enunciação
verbal que intervém no tratamento dos dados ar-
queológicos para fazê-los existir como documen-
tos cria um deslocamento entre eles e os textos: um
e outro não se situam no mesmo grau de abstra-
ção" (Bruneau 1974:34). Além disso, o terreno ar-
queológico resulta de umjogo conjunto da fabrica-
ção humana (atos humanos), instaurador de um
sistema técnico, somado aos fatores naturais que
destroem tal sistema. É uma estrutura mas não é
estruturante, fato que é uma característica essen-
cial da linguagem e, portanto, "informações tex-
tuais e vestígios materiais são duplamente hetero-
gêneos: atrelados a níveis diferentes de abstração.
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Baixe Estudo de caso sobre as fontes de Tito Lívio para a História de Roma e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Materiais, somente na Docsity!

Rev. do^ Museu de^ Arqueologia^ e^ Etnologia,^ São Paulo,^ 9:^ 12'7-141, 1999.

FONTES MATERIAIS^ E FONTES^ ESCRITAS:

ESTUDO DE CASO DA HISTORIA^ DE^ ROMA^ DE^ TITO^ LÍVTOX

Lucia Cutro**

CUTRO, L.^ Fontes^ materiais^ e^ fontes^ escritas:^ estudo de^ caso^ da^ História^ de^ Roma de^ TiIo

Lívio. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9: 12'l-141,1999.

RESUMO: O presente artigo traça um paralelo^ entre a questão^ da interpretação

das fontes materiais^ e das^ fontes escritas^ a^ partir^ da^ análise^ da^ História^ de^ Roma de

Tito Lívio, a fim de demonstrar que^ estas últimas, embora forneçam a impressão de

que sua interpretação é menos problemática e mais imediata, apresentam problemas

de interpretação em virtude da sua manipulação e deturpação.

UNITERMOS: Fontes - Tito Lívio - História de Roma.

Introdução: relações e problemas

entre fontes materiais e fontes escritas

Ao trabalharem com fontes materiais, os ar-

queólogos deparam com o problema da interpre-

tação. Em contrapartida, o trabalho com fontes es-

critas pode fornecer-lhes a impressão de que^ sua

interpretação é menos problemática e mais imedia-

ta. Veja-se, por exemplo, como ponto^ de encontro

entre fontes textuais e vestígios materiais a epi-

grafia: apresenta as características de um texto es-

crito (está grafado sobre um suporte, pode ser lido

e copiado, tal como um livro ou manuscrito) e as

características arqueológicas (foi^ encontrado num

determinado local, tem forma particular, eventual

função arquitetônica e, muitas vezes, é portador

(*) (^) Este artigo é parte do trabalho final do curso de pós-gra- duação (^) "Arqueologia e Religião: questões de método e es- tudos de caso", ministrado pela Profa. Dra. Elaine Farias Veloso Hirata (MAE)^ no segundo semestre de 1998.

(**) Pós-graduandaem História Social, Mestrado. Facul-

dade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Univer- sidade de São Paulo.

de uma simbologia que pode informar mais que

um texto).

Percebe-se que, à primeira vista, as fontes tex-

tuais apresentam-se mais homogêneas que as infor-

mações arqueológicas, pois, as primeiras, se situam

no nível da linguagem, aparentando deixar claro o

que querem dizer, ao passo que as segundas con-

têm informações virtuais que necessitam ser deco-

dificadas e traduzidas para um enunciado verbal.

Existem como documentos somente pela formula-

ção, ou seja,^ "a^ etapa^ intermediária^ de enunciação

verbal que^ intervém no tratamento dos dados ar-

queológicos para fazê-los existir como documen-

tos cria um deslocamento entre eles e os textos: um

e outro não se situam no mesmo grau de abstra-

ção" (Bruneau 1974:34).^ Além^ disso, o terreno ar-

queológico resulta de umjogo conjunto da fabrica-

ção humana (atos humanos), instaurador de um

sistema técnico, somado aos fatores naturais que

destroem tal sistema. É uma estrutura mas não é

estruturante, fato que é uma característica essen-

cial da linguagem e, portanto, "informações tex-

tuais e vestígios materiais^ são^ duplamente^ hetero-

gêneos: atrelados a níveis diferentes de abstração.

d.e do Museu Rev. Lívio. Tito de Roma de História da caso de escritas: estudo materiais e fontes Fontes L. CUTRO,

12'7-141,1999. 9: Paulo, São Etnologia, e Arqueologia

apresentam entre eles e idêntica natureza são de Não

35). 4: (197 Bruneau segundo analogias", somente

escritas, fontes questão das a Considerando

se apresen- em que linguagem a que dizer pode-se

mo- dos explicação e à narração à apropriada é tam

têm um papel textos intenções. Os e das suas tivos

lá relatados, estão os acontecimentos fundamental:

eles quais as necessidades às procedimentos e os

está 1á como assim indicados, lá respondem estão

objetos materiais perecíveis de existência a atestada

cuja mas Arqueologia, à não apreensível isso, por e,

interpretação. à muito realidade pode trazer

desen- o décadas, últimas nas que Verifica-se

arqueológica pesquisa da volvimento considerável

atra- conhecido tradicionalmente sobre um mundo

relações entre das exame ao convida textos vés dos

informação. de dois modos estes

vestígios arqueológi- e relação entre textos A

"modelos^ de qualidade ser analisada na pode cos

sua expressa (1974:35) Bruneau informação". de

Ar- à (^) papel dos textos com relação o sobre opinião

não textos "os seguinte afirmação: na queologia

e classificação etapas de escavação, nas intervêm

da etapa última na material... intervêm datação do

interpretação, ope- a fim último: e seu Arqueologia

vestígios dos abstrai arqueólogo o qual ração pela

o informações que contribuem para as materiais

questão", em está da cultura que conhecimento

se que interpretação da geral teoria na "é portanto,

pes- na dos textos contribuição a pode reconhecer

35-36). 4: (191 ógica" arqueol quisa

posicionamentos: entanto, existem outros No

substituto um torna-se Arqueologia para alguns, a

a con- É lacunar informação textual faltosa ou da

de-^ - História a idéia que a (^) cepção que subentende

caráter de informação e não pelo seu pelo f,rnida

em que do momento partir começa a^ - objeto seu

Arqueo- a apenas disso existe antes existem textos;

posicionamento é o Este utilidade. a sua e, daí logia

Arqueolo- da "contribuição a qual o para Finley, de

inversamente modo, grosso é, História a gia para

das fontes proporcional à quantidade e qualidade

con- a presta-se Ela 96). (1989: disponíveis" escritas

e, antigos escreveram historiadores os que o firmar

a para finalidade encontra uma Finley ponto, neste

utili- a ocorre que vezes Arqueologia: "Se muitas

o com cresce História a para Arqueologia dade da

também verdade que é documentação, da aumento

Arqueolo- a tornam de documentação cerlos tipos

mertos desnecessária. Se tivéssemos ou mais gia

Média, Idade a Acragas para de questão a colocado

registros papais resposta nos a teríamos encontrado

mais 04- 105), ou seja, quanto 1 989: 1 ( diocesanos" e

é a útil textuais, menos informações as abundantes

nu- são textos os outros, quando Para Arqueologia.

Ar- a Romana), e Grega História da merosos (caso

como uma simples vezes muitas aparece queologia

"Nesta fatos previamente conhecidos. de ilustração

saí- sociológicos fatos os ilustração de Arqueologia

dos que diferir chance de têm dos dos objetos não

da- dos parte maior A interpretáJos. seryiram para

problemáti- na inserida ser deve dos arqueológicos

infor- a subentende àquela que histórica limitada ca

de apa- arriscada está parle maior a textual; mação

ou importância histórica de recer como desprovida

acon- os arqueológica descoberta à atribuir a ligada

poftan- 4O), 4: I97 (Bruneau tóricos" his tecimentos

da- Arqueologia complementa os neste caso, a to

retifica-os. ou textuais dos

admi- vezes muitas hierarquia esta Entretanto,

mo- a se tende vestígios materiais e textos entre tida

textos ex- percebe que os se que medida à dificar

subjetiva e incompleta pressam uma compreensão

nos vestígios arqueológicos. contido está que do

infor- entre uma contradição caso de Também no

segun- a arqueológica, informação e textual mação

crença mais digna de ser de chance toda tem da

infor- as Detectando nos objetos primeira. a que

usuários, consciência dos escapam à que mações

como nem ilustração como uma mais não aparece

comple- ou inexistente informação substituto da

lacunar. informação da mento

o costumeiro é História Antiga estudo da No

mate- autenticidade do acerca da questionamento

do início e XIX século No textual disponível. rial

Cou- de (^) tal como Fustel positivistas, os XX, século

(1888), Monarchiefranque La obra sua langes na

dos leitura preceito: "a do seguinte compartilhavam

fosse se para nada serviria, pois, não documentos

ha- única sua A preconcebidas... com idéias feita

do- dos tirar consiste em historiador) (do bilidade

melhor histo- O contêm. eles cumentos tudo o que

mais próximo o mantém se que aquele riador é

Desta 536). 1990: Goff textos" (Le (^) possível dos

preconiza- que positivistas dos desmesurada crença

pelos transmitida verdade vam uma indubitável

dos hipercrítica à passou-se documentos textuais,

atradi- toda em credibilidade a (^) mesmos que nega

em "Ancorada antiga. historiográfica e textual^ ção

que, e contraditórias reconstruções sistemáticas

da atrás uma conseqüentemente desmoronavam

fracasso de teorias diante do hipercrítica, a outra,

tle Museu tlo Rev. Tito Lívio. de Roma de História da caso de escritas: estudo materiais e fontes Fontes L. CUTRO,

127-141,1999. 9: Paulo, São Etnologia, e Arqueologia

segui- Em Alime,?/u.s. e Cincius Pictor Fabius com

distintos: perÍodos três mais em desenvolveu-se da,

ou a.C., II que corresponde ao século segundo o

ao terceiro o orientais; conquistas das época à seja,

o e gracana época à a.C., ou seja, II do século final

podendo^ a.C., I^ metade do século primeira à quarto

Não época silana ou pós-silana. definido como ser

romana nas- historiografia a portanto, casual que é,

nasceu não Ela Púnica. Guera ce após a Segunda

objetivo simples um a devido exclusivamente

de necessidade uma a sim devido mas apologético,

o qual no identificar-se, desejo de um a ciente, estar

so- importância, mas sua apologético tem motivo

com- a de perspectiva: seguinte visto na se mente

própria cultura^ da^ e passado do próprio preensão

da advertem os sintomas se momento onde num

assegurar quer se que (^) num momento em e mudança

ou seja, serem sem- continuidade, a a identidade e

de e de Enéas filhos os romanos mesmos, pre os

culto. e ao tradições antigas às Rômulo, ligados

falar simultaneamente Neste aspecto, pode-se

A inovadora. e conservadora motivação uma de

das estrutura própria evidente na é conservação

tá- modelo da o analísticas que retomaram obras

afir- resgate, significa consel'vação pontifícia: bua

passa-^ momento de^ um^ da identidade em mação

literá- obra em transformação a é novidade A gem.

as tabula, a várias tradições documentais: das ria

ora- as fúnebres, elogios os tratados, os inscrições,

me- a suma, toda em sacerdotais, arquivos os^ ções,

"Um famílias mais ilustres. e das Roma de mól'ia

espaços va- com heterogêneo, malgrado arquivo

desor- e rica zios ou manipulados, uma memória

(Sacchetti literária completa" torna-se obra denada

analística primeira 1996: 158). Imagina-se que a

operação empreendido uma completa tenha de ter

sínte- esta a chegar para confrontação e reexame de

no profundamente inovadora foi tal operação e se,

pos- uma com passado o revolveu se que de sentido

críti- os condiz com que não o criativa, e tura crítica

analística romana arcaica que costumam da cos

"eco- uma excessiva^ que esta apresenta argumentar

a caracteriza argumento de detalhes. Este nomia"

mas surgimento, seu o desde latina historiografia

anual, através do esquema narração, desenvolvida a

espírito de privada e restrita não deveria ser assim

analís- adoção do esquema a contrário, Pelo crítico.

com ligação profunda uma testemunhar parece tico

inter- dinâmicas suas Roma, com de política vida a

analística da restrito caráter muito, o^ Quando nas.

estilístico, no plano pode ser verdadeiro arcaica

histoliado- Os conteúdo. do plano no relativo mas

sobre^ - no viés analístico^ - escreviam antigos res

exi- uma por escreviam sobretudo diversos fatos,

de vazio não pelo gosto crítica, reflexiva, gência

pontifícias. Portanto, o argu- as tábuas reproduzir

analística arcaica da "economia" acerca da mento

modificado. e reconsiderado ser deve

necessidade (^) por uma nasceu historiografia A

de ambiente. Nasceu próprio do compreensão de

inter- propunha se que um contexto ploblemático

novidades presentes. Não pôde, das vista em pretar

esque- e "econômica" uma exposição ser portanto,

compilativo como exercício não nasceu mática pois

como sim mas do mundo, distantes de eruditos

escri- de parte da política realidade a sobre reflexão

indagação foram políticos, logo, como tores que

orientada. também ideologicamente aberta,

gra- época a seja, a.C., ou II do século final No

vida político-institu- cana, momento delicado da

a historiografia interpretou de Roma, a cional

es- mais em articulando-se da mudança exigência

gerou duas e analístico viés no truturas. Continuou

só um para monografia (voltada a novas: técnicas

historia a e passado) ao referente vezes às assunto,

a como tal assuntos, vários de contínua (narração

próxima mais época à referentes sempre e analística

mais final" "parte (^) uma espécie de como autor, do

uma tradicional obra analística). de aprofundada

por^ representada pós-silana historiografia A

Licinius ias, Ant rius Vale garius,^ Quadri Claudius

experimentalismos após os Tubero, Aelius e Macer

história contem- à dedicou geração precedente, da

estrutura a manteve mas maior; espaço porânea um

a analís- analística. "Nesta postura conservadora,

ex- pol forma republicana a como delineou se tica

que^ boa ordem antiga^ da^ forma antiga a celência,

Tito que, em seguida, em e viva manter procuta se

evocada com será Tácito, sobretudo em e Lívio

críti- no momento mais parece que Me nostalgia.

sua^ - (^) para a República, a estrutura analística co

significado um assumiu^ - direta mais expressão

caracterizâ- a sentimental, destinado e ideológico

Ocorreu uma 166). (Sacchetti 1996: futuro" no la

his- e novo (analística e do combinação do antigo

nanação : a te) respectivamen contemporânea, tória

tornou-se uma integrada, enriquecida, foi anual

em experimento É este o articulada. mais narrativa

sua vasta realizff paru baseará se Lívio Tito que

vários planos narrativos, de obra: um entrecruzar

um de "epopéia^ - episódico e relato analístico de

retratos" (Sacchetti 1996:167). de galeria e povo

CUTRO, L.^ Fontes^ materiais e fontes^ escritas: estudo^ de^ caso da^ História^ de^ Roma de^ Tito Lívio.^ Rev. do^ Museu^ de

Arqueologia e^ Etnologia,^ São^ Paulo,^ 9:127-141,^ 1999.

Os primeiros analistas não dispunham de do-

cumentação pontifícia^ anterior^ à^ metade^ do^ sécu-

lo V^ a.C.^ e^ isto deixou^ à^ margem os séculos^ VI-V

a.C., mas se^ por um^ lado o^ período régio podia^ ser

enriquecido com relatos lendários,^ o^ primeiro^ pe-

ríodo republicano,^ ou^ seja,^ o^ fim^ do século^ VI^ a.C. e a^ primeira^ metade^ do^ século^ V^ a.C. permaneceu

descoberto. A partir^ da^ metade do século^ V^ a.C.,^ a

crônica pontifícia^ talvez existisse, mas^ no início

do século^ IV^ a.C. o^ incêndio^ do^ Capitólio^ durante

a ocupação gaulesa^ determinou^ a^ perda da docu-

mentação ou pelo^ menos, seu drástico empobreci-

mento. Portanto, por todo^ o^ período^ compreendido

entre o fim do século VI e início do IV a.C., a docu-

mentação que^ os^ analistas^ dispunham^ era^ escassa,

seja porque a crônica pontifícia^ não existia, seja

porque a primeira parte desta foi destruída. Os acon-

tecimentos deste período provavelmente foram

reconstituídos pelos analistas e esta história foi

narrada de maneira sintética,^ resumida.

Se configurou, assim, para^ as obras históricas

mais antigas, um andamento triparlido no qual se

sucederam três modos diferentes de narrar:^ uma

primeira parte lendária sobre as origens míticas da

cidade, que^ se estendia à época régia e compreen-

dia os relatos sobre os reis, as lendas sobre as pri-

meiras relações de Roma com os vizinhos etc.;^ uma

seção propriamente mais histórica, que compre-

endia o período^ do^ fim^ do século^ VI^ a.C.^ até^ apri- meira metade do século IV a.C., embora sintética,

desenvolvida de forma contínua e^ não fracionada

em unidades anuais e, finalmente, a própria e ver-

dadeira narrativa analística da segunda metade do

século IV a.C., mais extensa e detalhada à medida

que se aproximava da época do autor que a com-

punha. Portanto, o esquema tripartido foi conse-

qüência de uma situação documentária, foi um mé-

todo de composição que,^ enfim, também se^ trans-

formou na idéia que os romanos tinham da própria

história, como 'Iito^ Lívio evidencia no Prefácio:r

o assunto é exposto primeiramente^ em um sumá-

rio de primae origines, a lenda anterior à funda-

(l) (^) Pref. 4: Estou seguro que a maioria dos leitores pouco gostarão (^) do relato das origens e dos acontecimentos que vêm imediatamente depois e terão pressa de chegar à época em que as forças de um povo tentaram se destnir (...legen- rium plerisque (^) haud dubito quin primae (^) origines proxima- que originibus minus praebitura uoluptatis sint, (^) festinanti- bus ad haec noua quibus iam pridem praeualentis populi uires (^) se ipsae conficiunt.).

ção e^ à^ própria fundação;^ proxima originibus,^ as

épocas imediatamente sucessivas, a monarquia;

haec noua, a^ época^ da^ ascensão de^ Roma, o per-

curso histórico de fato.

A analística silana ou pós-silana assumiu, den-

tre os seus cânones, as influências da^ monografia

e dahistoria'. de um lado a necessidade de compre-

ender e isolar episodicamente o passado^ ao^ redor

de eventos particularmente significativos e figuras

importantes, de modo a interpretáJo e descobrir o

significado das vicissitudes precedentes^ e sucessi-

vas (^) - aquele significado que a trama analística, com todas as suas interrupções e a igidez da unidade narrativa anual,talvez impedia de colher (^) - do outro

lado, a necessidade de analisar o presente, de "imer-

gir" no próprio tempo cuja narrativa analística, com

todas as suas minúcias documentárias, com as^ suas

obrigações formais e sua longa segmentação, re-

legava esta análise à parte conclusiva, talvez dei-

xando-a à sombra, como apêndice, a última entre

várias subseqüentes. A^ monografia^ é^ a^ compreen-

são do passado e refere-se a um evento concluído;

as historiae são a busca de uma corespondência

com o presente e referem-se a eventos atuais, a uma

história aberta. Esta é talvez uma definição apro-

priada da obra de Tito Lívio. A grande^ extensão da

obra liviana (142 livros) pode ser o resultado des-

ta integração de técnicas, da presença^ da narrativa

monotemática no interior da elencação anual, a

qual enriqueceu a obra de episódios e de figuras

proeminentes, dilatando-a. Outra impressão é que

tal fusão realizada por^ Tito Lívio,^ com consciência

crítica, tenha sido preparada pela analística silana,

uma analística revista e correta à luz dos novos

gêneros e, em particular de Valerius Antias, o qual

escreveu 75 livros e que^ Lívio utilizou muitíssimo

como fonte, não tanto por consideração, visto que

contesta seus dados sobre o número de inimigos

derrotados, a quantidade de butim etc., mas por uma simpatia para com sua técnica de composição. A impressão é que da analística arcaica arti-

cularam-se, num dado momento, os três gêneros^ e

que a própria historiografia tornou-se, pois, com a

consciência crítica de Tito Lívio, a combinação das

três estruturas (anais,^ história e monografia). Lívio

realizou a fusão entre a técnica monográfica e o

relato contínuo, de ascendência analística. Desta

forma, a historiografia arcaica encontrou a sua

continuação em Lívio. É ele que " r eahza na pr âlica

uma síntese completa da obra dos analistas" (Gri-

mal1994:70).

t3t

CUTRO, L.^ Fontes materiais^ e^ fontes^ escritas: estudo de caso da História de Roma de Tito Lívio. Rev. do Museu rJe

Arqueologia e Etnologia,^ São^ Paulo,^ 9: I27-141, 1999.

tiva que^ conduz ao clímax por meio de sentenças

curtas; considerar também o uso de vocabulário

arcaico e poético^ a fim de tornar a nal'rativa mais dinâmica e o lugar (^) ocupado por (^) Tito Lívio na his- tória da sintaxe latina: "a^ linguagem na qual a história de Tito Lívio é expressa marca uma das

grandes inovações estilísticas que teve papel cru-

cial na sustentação da recém e vibrante prosa lati- na" (Oakley^ 1997: l5l). Jane E. Phillips (1982),^ em seu artigo sobre

os trabalhos publicados entre I 95 9- I 9 7 9, referen-

tes à^ primeira^ década, menciona a obra de R. M. Ogilvie intitulada A commentary on Livy, (^) Books 1-5 (1965),^ da qual abstrai duas questões que di- zem respeito ao viés artístico de Lívio. (^) Segundo ela, "Ogilvie identifica (^) em Tito Lívio dois gran-

des problemas de teor artístico: criar e manter o

interesse dos seus leitores pela época longínqua e

impor uma certa unidade ao material incompleto e

desarticulado de que dispunha. (^) A solução de Lívio

para o primeiro problema, de acordo com Ogilvie,

foi fazer uso do seu alto treino retórico para

recontar os eventos mais distantes numa lingua-

gem que de um lado refletia a política e os debates

da sua época (^) - de modo a conceder relevância con- temporânea ao passado distante (^) - e do outro lado

ressaltava o colorido, o entusiasmo e o apelo ao

épico e ao dramático. A solução do segundo pro- blema foi organizar o material (^) de acordo com os

princípios da construção dramática de modo a ilus-

trar verdades morais" (Phillips L982: (^) 1036). Embora Lívio (^) não traga referências precisas a eventos contemporâneos nos livros I-V (^) - fato que

resolveria a questão da época do início da composi-

ção da^ obra^ -, os^ demais^ livros^ solucionam-na.^ Pro-

vavelmente deve ter sido iniciada em 27 a.C., pois

menciona o título de Augusto of'erecido a Otaviano

(IV, (^) 20,1) e o segundo fechamento (^) do Templo de Jano (I, (^) 19, 3). Com relação aos livros VI-X, teriam

sido compostos próximo do final de 30-25 a.C., pois

faz alusão à conquista final da Espanha, a qual teria

ocorrido entre 26-25 a.C. (XXV[I, 12, (^) 2), mencio-

na a paz e a concórdia do regime de Augusto (IX,

19, (^) l7) e declara ter ouvido deste último (^) o relato

referente ao caso dos (^) spolia opimø (IY,20, (^) 5-11),

datável de 28-27 a.C.

Propósito da obra

É interessante notar que a análise (^) acerca do

propósito da obra leva ao exame de outras ques-

tões diretamente ligadas a esta primeira, tais co-

mo: a concepção de história de Lívio, a (^) natureza e

o grau de relação entre ele e Augusto e o efeito

disto na obra, a maneira pela qual concebeu sua

informação e o seu trabalho de historiador.

Já desde o Prefácio, Tito Lívio explicita (^) o seu

conceito de história e o associa ao de memória.

ao conceito de verdade e como fornecedora de

exemplos. Nele, (^) declara que não se propunha fazer (^) tma crítica históri ca aceÍca dos fatos, mas alcançar um fim de (^) edificação molal ilustrando

as virtudes do povo romano a partir de um enfo-

que recorrente na historiografia (^) latina: relatar a história desde (^) os irtícios (^) da cidade (Pref., (^) l), não a iniciando a partir do ponto que outro (^) autor a encerrou (^) - como fizeram Tucídites e Xenofonte

  • e^ com^ o^ objetivo^ de^ exaltar^ e^ justificar^ a^ proe- minência romana (Pref., 3) manifesta desde as origens (^) - mesmo que lendárias (^) - da cidade

(Pref., 4).

Sua concepção de história está atrelada à de

memória, ou seja, lembrar aos mais altos feitos do

primeiro povo do mundo,3 preocupando-se com a

verdade,a embora esta pareça ser relativa, uma vez

que não afirma e nem contesta os acontecimentos

mais longínquos (Pref., 6). Tito Lívio justifica^ esta

atitude com o fato de que é concedida aos antigos

a permissão^ de imiscuir o divino às ações huma-

nas com a finalidade de tornar a origem da cidade

mais venerável (Pref., 7). No entanto, o que real-

mente importa para justificar^ a grandeza do impé-

lio é a (^) vida e os costumes de outrora, os grandes

homens e a política interna e externa (Pref., 9), ou

seja, Lívio ao mesmo tempo que (^) relata a história

de Roma desde as origens, o faz para que os feitos

sejam lembrados e para que sirvam de exemplo a

(3) Pref., 3: Seja como for, eu me sentiria feliz em dar

minha (^) contribuiç-ao para relembrar os mais altos feitos do

primeiro povo do mundo (Utcumque erit, iuuabit tamen

rerum gestarum memoriae princips terra.rum populi...). (4) Pref., 5: Quanto a mim, uma das recompensas que bus- co em meu trabalho é encontrar, enquanto estiver escre- vendo sobre a antigüidade, um esquecimento (^) dos males que durante tantos anos afligiram nossa época, e não ser obrigado àquelas precauções que costumam desviar o his- toriador da verdade. (...ego^ contra hoc quoque laboris praemium petam, ut me a conspectu malorum quae noslrcl tot per ûnnos uidit aetas, tantisper certe dum prisca illa

lolo menl? repelo, aucrldm, omnis expers curac quoe

scribentis animum, etsí non flectere a uero. sollicitum

tamen efficere posset).

Museu de do Rev. Tito Lívio. Roma de cle História da caso de escrìtas: estudo fontes e materiais Fontes L. CUTRO,

127-141,1999. 9: Paulo, São Etnologia, e Arqueologia

forma, Walsh con- situações posteriores.5 De certa

adotada história de concepção a esta ser corda em

fun- não estava quando afirma que "ele Lívio por

da exata minúcia damentalmente interessado na

histó- processo evolução do pesquisa e sequer na

de o campo é história a Lívio, Para impessoal. rico

comunida- a abastece qual a costumes, dos batalha

lições" (Walsh 1974:34-35). de indivíduos os e de

Lívio cri- Prefácio, o compõe época em que Na

de do método de trabalho indícios e fornece tica

uns outros historiadores, embora não os nomeie:

segura, uma documentação mais a e atëm-se lrazem

inépcia a literário talento seu com outÍos repassam

Le- .,2). antigos (Pref historiadores mais outros de

época a observação e esta vando em consideração

as composta, pode-se constatar que aobraé em que

tempo mesmo ao Lívio, morais de considerações

presente,6 ou^ o^ criticam passado, embelezam o que

na vigorava presente na obra é a que moral a seja,

Roma a contraste entre o iniciou: a que época em

ar- awritia a e ambitio a que a e outrora de viftuosa

desde preparadas quais, as ruína, à riscavam levá-la

força tomaram a .C, II século do terço primeiro o

estabelecimento o e César de assassinato o entre

Prefá- do alta qualidade A principado. do definitivo

Tite- obra Ruch na M. por também é apontada cio

Préface Ia sur de vue Romaine: Points Histoire Live,

"além qual a segundo^ - (1982) Phillips citado por^ -

historiogra- da combinação a Prefácio enfatizar de o

sen- oratória com o dos cânones da e fia tradicional

função e a história a sobre Lívio pessoal de timento

combinação^ também a enflafiza historiografia, da

inici- relutância a no Prefácio, que sugestão, a com

pelo superada foi tarefa a empreender em Lívio al de

tera- efeitos nos confiança sua glória e desejo de seu

1982: l0O2). história" (Phillips escrever de pêuticos

e saudável de oferece história a que O 10-11: (^) (5) Pref.,

que^ de toda espécie instrutivos fecundo são os exemplos

teu para se encontram Nela obra. da luz se descobrem à

país, modelos a seguir... nenhuma outra^ teu^ de^ e benefício

em bons exemplos. (I1oc rica mais maior, nem foi nação

ac cognilione rerum salubre in praecipue est illud

posita iLustri in documenta exempli le omnis^ frugiferum,

rei publicae quod tuaeque tibi inde intueri; monumenlo

maior nec publica res unquam nulla aut capias... imitere

fuit). ditior exemplis bonis nec sanctior nec

acar- disciplina da insensível relaxamento O (^) (6) Pref., 9:

decadência sua dos costumes, depois (^) retou o relaxamento

nos- de brusca à queda levou-os vez mais acentuada cad,a

pare- remédios nos seus corrupção e a dias, nos quais sos

insuportáveis. cem

t

I, (como em ao passado faz qve Nas alusões

problemática do insere-se a exemplo), por 7, 10,

efeito o e Augusto e Lívio relação entre de grau

a época em é notória qùe vez disto na obra, uma

for- indícios os com de acordo composta, foi que

mencio- é [Y,20,7 autor (em pelo próprio necidos

Otaviano no a Augusto oferecido de título nado o

de Templo segundo fechamento do o e C. a. 27 ano

nasci- seu do data provável a e l,19,3), Jano em

melhor, viven- ou d.C.), 17 - a.C. (59 mofte e mento

a o período Augustano enquanto compunha ciou

obra.

e Augusto e Lívio relação entre da respeito A

verten- duas do principado, existem ideologia da

propa- e porta-voz fiel um Lívio de faz tes: uma

ideológico do principado, do "slogan" gandista

regi- do nostálgico como um o vê outra a enquanto

regi- novo do opositor secreto um e republicano me

nova a obra polêmicas contra sua em inserindo me,

antiga liberdade. a supressão da contra e política

pois enxerga última, esta Walsh concorda com

por ex- "tradicionalista republicano como um Lívio

tal apoiando-se para 7), 1974: celência" (Walsh

classi- o 34) IV, Tácito (Anais, que de na hipótese

lou- generoso em e Pompeu a fica como simpático

demonstraria opinião que o Cássio, e Bruto var

augustano. Syme defende regime ao própria frente

os amigos e aliados dentre recrutou "Augusto que

ocupavam e viviam ainda muitos adversários, pois

dos apoio e o consenso sem importantes, posições

tornou possível que o poderia governar, quais não

Pompeiar?¿ls sem comoum escrever Lívio Tito para

(Syme^ por Augusto" medo de ser repreendido

citado, Walsh ex- já do argumento Além 1988: 56).

pessi- ser Prefácio o de fato o põe outros, tais como

moral da ressurgimento imediato quanto ao mista

na refletida Lívio de política a atitude (Pref., 9),

retorno o sugerir ordens das conflito do avaliação

ll;^ ^ ; 1 , 9 (II, República da senatorial governo ao

Au- a referências as de o fato e 5) 20, tV, e 29,8 IlI,

e apologéticas não respeitosas mas serem gusto

não "Lívio Walsh, segundo adulatórias. Portanto,

serviço seu meu) (grilo empresta conscientemente

augustano" regime consolidação do à escritor de

(Walsh 1974:6).

sem maio- afirma, Lasserre lado, outro Por

Tito Augusto, de "na corte res explicações, que

idéias em voga, idéias das influência a sofre Lívio

contribuem quais as encorajava, príncipe o que

obra" de sua caráter o e vocação sua determinar para

citado^ - P. Fedeli Segundo IV). (Lasserre s.d.:

de Rev. do Museu Lívio. Tito de Roma de História da caso de escritas: estudo fontes e Fontes mate¡iais L. CUTRO,

127-141,1999. 9: São Paulo, Etnologia, e Arqueologia

Tito somente que não significa fato "este Luce,

mas única fonte, uma de fiel espelho um é Lívio

perspicácia possuía (^) que ele não desde^ - também

problemas que eram ine- os crítìca para resolver

que ele era^ - delas várias de combinação à rentes

e, fontes as diferenças entre das fiel espelho um

efe- foi (^) conseqüentemente, também do ponto onde

XXII). a" (1993: outr a uma para de mudança a tivada

(s.d.) concluem com^ Lasserre^ e Bayet (1947)

dos problema mesmo o diferentes vistas de pontos

: (1947 et Bay historiográficos livianos. métodos

avan- que medida à nota uma evolução XLI-XLIII)

início de crítica, narrativa, pois vê nela uma ça a

de caso citá-las em necessitando fontes, às lenta,

ao passo que eX,26,5-7), (X,5,14 divergência

Tito de método o XXXIII), (s.d.: para Lasserre

passagens que em certas vez uma incerto, é Lívio

indife- em outras uma e espírito crítico mostra um

principalmente porque rente procura pela verdade,

con- se quando encontrava indicações divergentes,

dis- nem e uma escolher sem indicá-las, tentava em

Lasserre baseia- tal opinião, apoiar Para cuti-las.

Bayet. por usadas passagens mesmas se nas

básica estrutura a pôde ter organizado Lívio

conhecimento próprlo seu do partir a livros dos

detalha- RoÍna sem a inspeção de história da geral

configura- a para alguma fonte. Entretanto, da de

namativa, da minúcias pequenas porções ou de^ ção

escritores mais an- de trabalho do conhecimento o

tigos foi.necessário.

utiliz,adas Fonte.s

nos Lívio por nomeadas fontes às Com relação

(Yll, Liciniu,ç Macer destacam-se X, ao Vl livros

10-12), X,9, e lX, 46,2-3 l6; 38, 9,3-5; IX,

l3; 19, VIII, (Y1,42,5-6;^ Claudiu:; Quadrigariu,^

30, lll, (Y r tu ic P iul; Fab 6), I 3- | 3'1, eX, 2-5 5, lX,

44, (lX, Pi,ro Calpurniu.s 6), Lucius I 3- I^ , X,31 e 9

10-12), (X,9, Tubero 10-12), Aeliu.s 9, X, e 3

citado Valeriu,t Antia,r, nunca e 3, 7) (VIl, Cinciu,s

VI-X. livros nos Tito Lívio explìcitamente por

e uln antiquário, era Cinciu:; âpenas estes, Dentre

chamada tradição à pertencentes dcmais, todos os

retirava que depreendendo-se analística romana,

na- à material. Devido seu inteìramcnte dali quasc

chega- que destes tureza lì'agmentária das obras

duas pas- atribuir l'oi possível^ , atualidade à ató lam

Clautliu:; a pol'Tito Lívio, sagens, não norneadas

9, (Vll, Pisr,, Luciu:; Calpurniu:; e^ Quatlri¡4ariu:;

respcctivarncntc). l-l5i 46, IX, c ó-

é analistas dos que possuímos fragmentos Os

di- compreendem e fragmentos) 6l de amplo (cerca

reli- vida aspectos da principalmente temas, versos

simples- são vezes às que rituais celebrações, giosa:

detalha- e vezes extensos às mente mencionados e

dos; descrições de lugares consagrados, desconsa-

de sobre construção notícias saqueados; ou grados

cul- vida relatadas regras da são imagens; e templos

co- de instruções e prescrições de tual, com elencos

a al- conferida atenção consider'ável é Uma légios.

pafticulares: sacrifícios propiciató- guns episódios

direta suscitavam ligação que rios, práticas mágicas

prodí- vários e presságios sonhos, divindade, a com

personagens eminentes ou^ a gios, sempre atrelados

das guerras. cruciais momentos a

iriforma- as obteve Lívio Tito Constatado que

cores- que o^ - a.C. entre 389-293 período do^ ções

analistas, dos antigos^ - X ao VI livros ponde aos

analística tradição da estudo o imprescindível toma-se

conf,rabilidade em a como pré-requisito para avaliar

conside- primeira A historiador. como trabalho seu

preservada qua[¡foi a maneira pela discutir ração é

pelos^ usada^ informação verídica a historiografia) (na

uti- que fontes as nestes identificat analistas, ou seja,

Lívio. a chegaram estas como e lizaram

através preselada sido tel pode tradição oral A

Guel'- às com relação Pictor, principalmente Fabiu.s de

Histó- sta escleveu e viveu que vez uma^ - Púnicas ras

os p¿u'a e^ - C. a. II no século grego) de Romn (em ria

lendár-ia das recuados, dada a naturcza mais peíodos

lomanas. muitas instituições de e reinados dos odgens, ^

foraln provavelmente Pontifícias Tábuas As

plo- de þelo fato analistas dos base de o material

(anu- clonológica uma estrutura hes porcionarem-l

como religiosos de eventos tanto^ - e factual al)

magistra- o nome dos registralem por e^ - políticos

leco- Tito Lívio Neste aspecto, exercício. dos em

VIII,^ ; (^) (VI, l,l material deste importância (^) nhece a

poderianr Natulalmente 8-9). 8, XXVII, e l2 l- I 18,

impro- lnas é ou falsificadas, adulteradas sido tel

portanto, fio, a pol'anos (^) o tenham sido que vável

con- estar acrcdita se que confiável um material são

fàctual da nan'ativa liviana. na infol'mação tido

(livlos^ /irrlei 1iári nos Pontifícias, Tírbuas das Além

os anu¿rlllente registrados elarn tarnbém linho) de

cit¿t- estes siro porénr, exercício, rnagistlados em

lY,13,1; (lV,7,ll-12: livro IV no apenas dos

pol^ usados lblarr l).Tl,lvez IV,23, e lV,20,

a.C. 389 a período antel'ior o para Muccr Licinitt,s

incer- dada a Ronra) err gaulês do incêndio (data

épocn. esta para Pontifícias teza das T¿íbuas

t

CUTRO, L.^ Fontes^ materiais^ e fontes escritas: estudo de caso da História de Roma de Tito Lívio. Rev. do Museu de

Arqueologia e'Etnologia,^ São Pâulo,^ 9:127-'147, 1999.

Os arquivos familiares podem ter provido os

analistas de muitas informações mas trazem o pro-

blema da adulteração. (^) A disputa por prestígio e

honras políticas^ entre a elite pode ter levado as fa-

mílias mais ilustres a enaltecer um antepassado

com o^ propósito^ de legitimarem seu prestígio. En-

tretanto, o fato de Lívio (^) comentar a discordância

entre as^ fontes leva a crer que isto não afetou subs-

tancialmente o período considerado (VIII, (^) 40, 4- e XXIX, 25, 2). Não se pode perder de vista tam-

bém o fato de que o primeiro historiador de Roma

ser um Fabius (Pictor), uma das mais influentes e

importantes gens (Fabii) do período Republicano

(VIII, (^) 30, 9 eX,9,11-13). (^) No entanto, contra esre

problema, os escritores da época tinham outras

fontes que possibilitavam a comparação entre as

informações (Tábuas Pontifícias, Fastos Triunfais

e inscrições) e, conseqüentemente, (^) o questiona-

mento dos registros familiares. Isto leva a crer que

"ainda que haja boas evidências paranáo confiar

nos relatos familiares, nãohârazão para acreditar

que isto destrua totalmente a credibilidade do re-

gistro de Tito Lívio para os anos 389-293 a.C."

(Oakley 1997:33), uma vez que este comenta a dis-

cordância entre as fontes (VI[, (^) 40,4-5).

Quanto às^ inscrições^ que datassem^ do século

IV a. C. (período que (^) engloba os livros VI-X), difi-

cilmente os analistas tiveram acesso aos originais

devido à destruição causada pelo saque e incêndio

gaulês, atendo-se a cópias mais ou menos apura-

das (VII, (^) 3, 7). Estátuas, monumentos e localida-

des foram referências muito usadas pela tradição

analística e por Tito Lívio para (^) confirmarem suas narrativas (VIII, (^) 19, 4), mas também (^) é difícil que

tivessem sobrevivido até aépocaem que os roma-

nos escreveram sobre sua história. O que pode ter

ocorrido é que monumentos cujo significado era

incerto ou que se referiam a heróis que o tempo

lornou lendários, levaram as gerações posteriores

a pensar que eram produtos genuínos de épocas

mais antigas (VII,^ 6, 5; (^) VIII, 14,12 e VIII, 15, 8).

"Numa completa subversão dos fatos, estes torna-

vam-se os documentos que garantiam a historicida-

de ou a credibilidade das lendas ou das histórias

que se arraigavam" (Oakley 1997:36).

Com relação às fontes gregas, é notório que

no século IV a.C. a historiografia grega florescia e

que provavelmente os analistas romanos tiveram

acesso a crônicas locais, principalmente da Mag-

na Grécia. (^) A influência destas deve ter sido maior

para o período d,arcaleza (dada a escassez de ma-

terial) e menor nos livros (^) VI-X, com exceção do

episódio do assalto romano a Neápolis em 327 -

a. C. (YilL,7,26).

Outro aspecto a ser considerado, diz respeito

à análise interna das fontes para, desta forma, ava-

liar a extensão das mesmas na tradição analística e

demonstrar que as informações sobreviveram com

uma certa abundância e, portanto, provar que o

perfil (^) da narrativa liviana é bem fundamentado.

É possível perceber que, embora Lívio afirme

que suas evidências são mais seguras, a partir do

livro VI8 a quantidade (^) e a qualidade (^) das informa-

ções aumenta^ conforme^ a^ progressão^ da^ narrativa.

Além disso, é preciso levar em consideração que

Tito Lívio era seletivo nas suas informações, re-

portando o que lhe era útil.

Nada induz mais otimismo que as poucas con-

trovérsias (Vtr, (^) 18, 10 e VItr, 22, l) (^) a respeito (^) dos côn-sules em exercício para os anos do século IV

a.C. A unanimidade das fontes é devida à existên-

cia dos registros oficiais (Tábuas Pontifícias, Fastos

Triunfais e Fastos Capitolinos). O fato de que mui-

tas vezes somos informados do dia em que os côn-

sules assumiram (VIII, (^) 20, 3) confirma a hipótese

que a informação constava em registlos oficiais.

O mesmo ocorria com os ditadores, existindo pou-

cas controvérsias (IX, 28,2-8 (^) e LX,29,3). Com

lelação aos comandantes das cavalarias, constata-

se que poucos não obtiveram o consulado ou a di-

tadura, ö que induz a pensar que teria sido um calgo

atribuído a determinados indivíduos para enobre-

cer sua família. Entretanto, segundo Oakley, "a ple-

sença de plebeus entre eles é uma gar.antia da auten- ticidade (^) da lista dos magistri equitum" (1997 (^) 45)

(8) (^) VI, I, l-3: Em cinco livros expus os f'eitos realizados pelo povo romano (^) desde a fundação de Rolna até sua (^) con- quista, história que abrange prirreiro o domínio dos reis

e, em seguida, o dos cônsules, dos ditadores. dos

decênviros e dos tribunos (^) consulares. Relatei as guerr.as no exterior e as discórdias (^) civis. É unra história tlenrasi- ado (^) obscura, etn parte por sua antigi.iidade, que a torna semelhante aos objetos difíceis (^) de perceber (^) a gr.ande dis- tância, ern parte pela insuficiênci¿ (^) e raridade de docu-

rnentos escritos na época, única testemunha fiel dos fei-

tos passados, urìa vez que (^) até os doculnentos registrados

nos cornentários dos pontífices e outros lììotìuulentos

públicos e privados foranr na nuiol palte dcstruídos no

incêndio da cidade. A partir deste ponto, r'elatitre i coln

maior (^) clarcza e segurança os acolrtecilrrcntos ocortidos após o rcssurgitnento (^) da cidade que, por assirn dizct., nas- ceu novamente corn urais vigol e tècundidade.

t

CUTRO, L' Fontes mateliais e fontes escritas: estudo de caso da Histórìa cle Rona de Tito Lívio. Rev.

clo Museu tle Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9:127_141.1999.

econômica. t0^ Na (^) sua l.econstr.ução (^) imaginária, Tito

Lívio e suas fontes parecem não ter tido uma clara

compreensão de como a Roma (^) do século V e IV

a.C. era difelente da Roma do final da República.

Desta fot'ma, tl.anspuseram fatos da história mais

lecente para estes séculos. Há l.azões par.a justifi_

cal'este erro devido à similar.idade de alguns temas

políticos durante o início e o fim da República (em

ambas as épocas Roma era agrárta, existil.am con-

flitos entre ricos e pobres, a arjstocr.acia tentava man_

ter a exclusividade de alguns cargos e os demais

grupos tentavam quebrar este monopólio, além de

famílias podelosas que mantivel.am seu prestígio

pol gerações (^) - Aemili, Fabii, Valerii, por exemplo -, o que^ podelia^ ter^ feito^ com que^ os analistas con_

fundissem as ações dos membr-os destas famílias

em diferentes per'íodos) e devido ao forte tom moral

inelente à tradição historiográfica romana

  • o de-

sejo de ensinar lições por meio dos exempla.

Além disso, outra questão crucial no estudo da

tradição analística é verificar.o quão longe os ana_

Iistas distorcelam e perverteram deliber.adamente

a verdade em plol de intenções nacionais (^) ou políti_

co-partidárias. Para tal, faz-se necessária a análise

das (^) fontes de Tito Lívio em separ-ado, enfocando

os problemas que estas apresentam.

Embora Lívio não tenha cita do Valerius Antias

nos livros VI-X, (^) não significa que não o usou. É

mencionado umAntias em pleno contexto da Guer-

ra contra Aníbal (XXIII, (^) 34,9), o que (^) leva a crer que

Valerius Antias tenha inventado um ancestral para

enaltecer (^) sua família. (^) Repetidamente (^) Lívio revela que Antias "aumentava" (^) o númer.o de inimigos (III, 5,12-13; (^) XXXIII, 10, 8; (^) XXXIII,36,13; XXXVI, 38, 6 e XXXVII, (^) 60, 6), o núrner.o (^) de homens sob o comando (^) de um pretor (XXXIX, (^) 41,5) e a quan_ tia de dinheiro (^) de um triunfo (XLV, 40, 1-2 eXLy,

43, 8), mas o exemplo mais ultrajante encontra-se

em XXVI, 49, 1-2.tt Inventou batalhas (^) com vi-

tóriæromanas()o(X, (^) 19, 11;)OO( 24,7 (^) IXXXI,6,

5-8), documentos (os livros de Numa, nos quais dá

mais detalhes que seus predecessores), seu sensa-

cionalismo levou-o a inventar rumoles da captura

de Lívio e Públio Cipião e uma gr.ande der.r.ota ro-

mana (XXXV[,48,1-1) (^) e, usualmente, (^) exaltou a po-

sição proeminente dos Valerii em suas fontes (II,

30, 5 ; VIII, 32, 1-38; VII, 38, 4-42 e yI[,9,^ 4).,,Ain-

da que os estudiosos dos primeir-os livros de Tito

Lívio possam sossegal do fato que este estava cien-

te das faltas de Antias, não podemos estar certos

de que ele sempre (^) tomou a devida precaução (^) ao usá-

lo. Mas ainda que as cenas de batalhas e as notícias

alquivais fossem ambas vulner.áveis às mentiras

plausíveis de Antias,é um consolo que poucas das

discordâncias citadas por.Lívio tocam o que pode_

mos chamal de 'alma' (^) da sua narrativa,, (Oakl (^) ey 1997:

9 I -2). Quanto a Lic ini us M ac e r, Lív io está conven-

cido de que inventou (^) uma carreira p (^) an Gneus Fla_ vius (1X,46,3), umacenaeleitoral (^) envolvendo (^) F. RuI_ Iianus (X,9,^ l0) (^) e certamente acentuou (^) as tendên- cias pró-plebeias (^) da família (^) dos Licinii (VII, (^) 9, 3-5). Claudius (^) Quadrigarius foi capaz (^) de super.ar.

Antias nainvenção de dados numél-icos e acl.editou

no historiadol' glego (^) Acilius com relação (^) ao fato de que Cipião falou com Aníbal (^) em Éfeso (XXXV,

14, 5-12). Entretanto, a confrontação com algu-

mas inscriçòes no Capitólio sugerem. que malgl.ado

sua falha no assunto das altas cifras, a qualidade

do seu trabalho (^) ela superior ao de (^) Antias (XXy, 39, 12-17 (^) e XXXIII, 36,13).

Fabius Picfor foi o primeiro historiador. r.oma-

no a escrever, pol volta de 200 a.C., uma narrativa

de fot'ma continua. Acr.edita-se que obteve o mâte-

rial pala empreender tal tarefa da tr.adição or.al, fato

que explicaria a presença de episódios lendários na

história romana, plincipalmente a respeito da ori_

gem da cidade, conforme citado anteriol.mente.

(10) (^) Os terrnos que surgetn e dizern respeito a monlentos específicos do (^) final da República (^) são os seguintes: popa_ lare,s (Yl,^ 11,7); optinates (VI, (^) 39, 6) e (^) hontines novi (VII, (^) 1, l; VII, 15, l3; [X,26, (^) 11) (l (^) l) XXVI, 49,1-2: Cipüo convocou então os reféns das cidades da Espanha; quanto a seu número, (^) hesito em escrevê-lo, pois hora encontro que eram h.ezentos, (^) ora três rnil sgtecentos (^) e vinte e quatr.o Também eln outr.os pontos discordam (^) os autores. (^) Afir.ma um que a guarnição (^) púnica contava dez (^) mil homens, outro (^) sete mil, outro ainda dois

tnil no máximo; para ao prisioneiros, dão as cifi.as de dez

Conclusão

Segundo Oakley, "os estudiosos da obra têm

adotado grande variedade (^) de posicionamentos (^) para

ou vinte e cinco mil; para os "escorpiões', grandes e pe_

quenos, eu escLeveria (^) que se tomaram cerca de sessenta se seguisse (^) o historiador grego Sileno, se seguisse (^) Valério

Ancias seis mii gr.andes e treze mil pequenos A tat ponto

a mentira não conhece (^) lilnites!

de do Museu Rev. Lívio. Tito de Roma de História da caso de escritas: estudo materiais e fontes Fontes L. CUTRO,

127-I41,1999. 9: Paulo, São Etnologia, e Arqueologia

desde narrativa liviana, da credibilidade a analisar

moda em credibilidade à Beloch de hipercr'ítica a

00). I 997: I (Oakley Itâlia'r' na atualmente

o distinguir há medida para não Entretanto,

pode^ se que O Lívio. Tito em falso do verdadeiro

prevaleceu que^ o análise é que desta depreender

dos detalhes muitos de deturpação da e analística da

resultado ser o podem VI-X Livros nos narrativos

menos plausíveis. "Feitos mais ou de invenções

tampouco verídicos, nem necessariamente não

consideração falsos, porém cuja necessariamente

caso" (Heur- cada em valor seu particular revelará

subs- todavia, uma porção 1982: 283-284.) gon

na contida está de informações verídicas tancial

a narrativa rotular Ou melhor, liviana. narrativa

um constitui de ser totalmente fantasiosa liviana

indivi- uma avaliação e (^) exame cuidadoso Um erro.

de uma teoria vez em^ - (^) dualizada dos episódios

a contra ou favor a decidir para útil mais é - geral

relatado. é que exatidão do

docu- a demonstròu que de caso Este estudo

a problemas tal como apresenta textual mentação

embora -, não mais se - material documentação

diferente. de natureza problemas sejam

clo Rev. History. Roman Livy's of study case sources: written (^) sources and Material L. curRo,

1999. 12j-141, 9: São Paulo, Etnologia, e Arqueologia de Museu

interpretation question of the between parallel a article draws This ABSTRACT:

Livy's of an analysis from ones, writtten the of (^) and that sources material the of

pro- less though seemingly ones, that the latter demonstrate to , History" Roman "

their to (^) problems due interpretation to (^) give rise immediate, more and blematic

distortion. and manipulation

History. Roman^ - Livy^ - Sources UNITERMS:

Fonte

Bayet Jean par Introduction Romaine. I/istoire TITE-LIVE.

Lettres, Belles Paris: Les Baillet. (^) traduction par Gaston et

I. I, Liv¡e Tome 194'7.

et Introduction, traduction Romaine. Hisîoire TITE-LIVE.

966, Tome I Lettres Bayet. Paris: Les Belles notes par Jean

VI, Livre VI.

notes par (^) Introduction et Romaine. (^) TITE-LIVE. Histoire

Les Parjs: Bloch. (^) Bayet. Traduction par Raymond Jean

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