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Uma explicação detalhada sobre a flexão de adjetivos em português, abordando tópicos como gênero (uniformes e não uniformes), acentuação (oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas) e as circunstâncias dos advérbios (tempo, lugar, modo, afirmação, negação e intensidade). Além disso, o documento traz exemplos e exercícios relacionados à concordância verbal e nominal, bem como à classificação de palavras quanto à tonicidade. Este material pode ser útil para estudantes de ensino médio e universitários que estejam aprofundando seus conhecimentos na área de língua portuguesa, especialmente em disciplinas como gramática, redação e linguística.
Tipologia: Exercícios
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Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami- zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo. Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto! Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- cundarias/ IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEXTOS VARIADOS Ironia Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor. Exemplo:
Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica). Ironia verbal Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes. Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! Ironia de situação A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a morte. Ironia dramática (ou satírica) A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos textos literários quando a personagem tem a consciência de que suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência. Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. Humor Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- rer algo fora do esperado numa situação. Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de gerar o riso. Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. Exemplo: ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- NERO EM QUE SE INSCREVE Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro- fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. Busca de sentidos Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. Importância da interpretação A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Parágrafo O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- sentada na introdução. Embora existam diferentes formas de organização de parágra- fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria prova. Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- ríodo, e o tópico que o antecede. Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também para a clareza do texto. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, sem coerência. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es- trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento mais direto. NÍVEIS DE LINGUAGEM Definição de linguagem Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti- cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal). As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua e caem em desuso. Língua escrita e língua falada A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante. Linguagem popular e linguagem culta Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua- gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que o diálogo é usado para representar a língua falada. Linguagem Popular ou Coloquial Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
Tipos e genêros textuais Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns exemplos e as principais características de cada um deles. Tipo textual descritivo A descrição é uma modalidade de composição textual cujo objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, um movimento etc. Características principais:
Exemplo: A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente administração política (tese) , porque a força governamental certa- mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele propõe. Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de vista defendidos. As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- sos de linguagem. Para compreender claramente o que é um argumento, é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o enunciador está propondo. Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- mento de premissas e conclusões. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: A é igual a B. A é igual a C. Então: C é igual a A. Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, que C é igual a A. Outro exemplo: Todo ruminante é um mamífero. A vaca é um ruminante. Logo, a vaca é um mamífero. Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão também será verdadeira. No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau- sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con- fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati- vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten- der bem como eles funcionam. Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó- rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi- na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori- zado numa dada cultura. Tipos de Argumento Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- mento. Exemplo: Argumento de Autoridade É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- dadeira. Exemplo: “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- cimento. Nunca o inverso. Alex José Periscinoto. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5- A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem acreditar que é verdade. Argumento de Quantidade É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz largo uso do argumento de quantidade. Argumento do Consenso É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica. Argumento de Existência É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- vios, etc., ganhava credibilidade. Argumento quase lógico É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações indevidas. Argumento do Atributo É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc. Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce- lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos da celebridade. Uma variante do argumento de atributo é o argumento da competência linguística. A utilização da variante culta e formal da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social- mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz. Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei- ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade- quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
Indução O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- cular) Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
A coesão:
inseto múltiplo reunido para compor o zanzineio surdo circular opressivo zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor da noite em branco (Carlos Drummond de Andrade) Observação: v erbos que exprimem os sons são considerados onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc. Figuras de sintaxe ou de construção : dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. Podem ser formadas por: omissão: assíndeto, elipse e zeugma; repetição : anáfora, pleonasmo e polissíndeto; inversão : anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; ruptura : anacoluto; concordância ideológica: silepse. Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período, frase ou verso. Exemplo: Dentro do tempo o universo [na imensidão. Dentro do sol o calor peculiar [do verão. Dentro da vida uma vida me [conta uma estória que fala [de mim. Dentro de nós os mistérios [do espaço sem fim! (Toquinho/Mutinho) Assíndeto : ocorre quando orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por vírgulas. Exemplo: Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se. (Machado de Assis) Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde- nativa mais vezes do que exige a norma gramatical. Exemplo: Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge. (Rubem Braga) Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter- mo já expresso. Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres- são, dando ênfase à mensagem. Exemplos: Não os venci. Venceram-me eles a mim. (Rui Barbosa) Morrerás morte vil na mão de um forte. (Gonçalves Dias) Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. Exemplos: Ouvir com os ouvidos. Rolar escadas abaixo. Colaborar juntos. Hemorragia de sangue. Repetir de novo. Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con- junções, preposições e verbos. Exemplos: Compareci ao Congresso. (eu) Espero venhas logo. (eu, que, tu) Ele dormiu duas horas. (durante) No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) (Camões) Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- mente. Exemplos: Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. (Camilo Castelo Branco) Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. (Machado de Assis) Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen- tos na frase. Exemplos: Passeiam, à tarde, as belas na avenida. (Carlos Drummond de Andrade) Paciência tenho eu tido... (Antônio Nobre) Anacoluto: i nterrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida. Exemplos: E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. (Manuel Bandeira) Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo- tassem as mãos. (José Lins do Rego) Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase). Exemplo: ...em cada olho um grito castanho de ódio. (Dalton Trevisan) ...em cada olho castanho um grito de ódio)
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas: Ambiguidade Observe a propaganda abaixo: https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/ Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta. Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade , que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra, frase ou textos inteiros. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS. ASPECTOS LINGUÍSTICOS: RELAÇÕES MORFOSSINTÁTICAS. FLEXÕES E EM- PREGO DE CLASSES GRAMATICAIS. VOZES VERBAIS E SUA CONVERSÃO ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS As palavras são formadas por estruturas menores, com significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem para a formação das palavras. Estrutura das palavras As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos:
Exemplos vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo) vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número) Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem. Exemplos 1ª conjugação: – A – cantAr 2ª conjugação: – E – fazEr 3ª conjugação: – I – sumIr Observação Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica oposição masculino/feminino. Exemplos livrO, dentE, paletó. Tema: União do radical e a vogal temática. Exemplos CANTAr, CORREr, CONSUMIr. Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia. Exemplos chaLeira, cafeZal. Afixos Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem- se em: Prefixo : Partícula que se coloca antes do radical. Exemplos DISpor, EMpobrecer, DESorganizar. Sufixo Afixo que se coloca depois do radical. Exemplos contentaMENTO, reallDADE, enaltECER. Processos de formação das palavras Composição: Formação de uma palavra nova por meio da junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos: Justaposição : Formação de palavra composta sem alteração na estrutura fonética das primitivas. Exemplos passa + tempo = passatempo gira + sol = girassol Aglutinação : Formação de palavra composta com alteração da estrutura fonética das primitivas. Exemplos em + boa + hora = embora vossa + merce = você Derivação: Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva. Temos: Prefixação : Formação de palavra derivada com acréscimo de um prefixo ao radical da primitiva. Exemplos CONter, INapto, DESleal. Sufixação : Formação de palavra nova com acréscimo de um sufixo ao radical da primitiva. Exemplos cafezAL, meninINHa, loucaMENTE. Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo. Exemplos EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR. Derivação imprópria : Alteração da função de uma palavra primitiva. Exemplo Todos ficaram encantados com seu andar : verbo usado com valor de substantivo. Derivação regressiva : Ocorre a alteração da estrutura fonética de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em geral de um verbo para substantivo ou vice-versa. Exemplos combater – o combate chorar – o choro Prefixos Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: vernáculos, latinos e gregos. Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre, mal, menos, sem, sob, sobre, soto. Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição, menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc. Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina original: a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar. a, ad – aproximação, direção: amontoar. ambi – dualidade: ambidestro. bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário. centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado. circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante. cis – aquem de: cisalpino, cisgangético. com, con, co – companhia, concomitância: combater, contemporâneo. contra – oposição, posição inferior: contradizer. de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: decrescer, deportar. des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar. dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: distrair, dimanar. entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, entrevista. ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor. extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário. im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, ingrato. inter – no meio de: intervocálico, intercalado. intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer. justa – perto de: justapor. multi – pluralidade: multiforme. ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo. pene – quase: penúltimo, península. per – movimento através de, acabamento de ação; ideia pejorativa: percorrer.