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Livro que aborda a intervenção da Fisioterapia em pacientes Neurológicos
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
SABRINA GUIMARÃES SILVA 1ª edição SESES rio de janeiro 2017 FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
7 Prefácio Prezados(as) alunos(as), O livro da disciplina Fisioterapia Neurofuncional tem como objetivo de- monstrar ao aluno de que forma deverá ser realizada uma minuciosa avaliação de pacientes com comprometimentos neurológicos. Além disso, o objetivo do livro é fazer o aluno perceber que quando o fisioterapeuta realiza uma avaliação neurológica detalhada, será capaz de concluir um diagnóstico cinético funcional adequado. Isso irá ajudar a traçar um plano de tratamento a curto e longo prazo adequado, de acordo com as sequelas específicas de cada paciente. Na avaliação neurológica, há descritas escalas utilizadas em pacientes neuroló- gicos, escalas estas que irão definir os graus de incapacidade, espasticidade, força muscular, entre outros fatores. No livro, estão descritas algumas técnicas fisioterapêuticas, como Bobath e facilitação neuromuscular proprioceptiva e de que forma essas técnicas serão apli- cadas aos pacientes neurológicos com vistas a melhorar a capacidade funcional deles, por meio da melhora da força muscular, do tônus etc. O livro aborda as patologias neurológicas principais, descrevendo a fisiopa- tologia, as sequelas neurológicas e o quadro cinético funcional de cada doença. Dessa forma, o aluno terá visão de que forma a doença irá modificar a funciona- lidade do paciente e consequentemente, a qualidade de vida. Além da descrição da fisiopatologia das doenças neurológicas e do quadro cinético funcional, também é abordado no livro o tratamento fisioterapêutico para cada doença em particular. Ou seja, de que forma a Fisioterapia, com técnicas específicas, será capaz de melhorar a funcionalidade dos pacientes e a qualidade de vida destes. Em suma, o aluno por meio deste livro terá visão das diversas patologias neu- rológicas, as sequelas específicas de cada patologia e o tratamento específico de cada doença. Bons estudos!
capítulo 1 (^) • 10 Semiologia neurológica I Nesse capítulo, iremos abordar de uma forma clara e objetiva como deve ser realizada a avaliação fisioterapêutica neurológica de pacientes que apresentam dis- funções neurológicas, pois uma avaliação precisa e correta torna o diagnóstico cinético funcional mais preciso e, consequentemente, será mais fácil a elaboração de metas e objetivos para o tratamento fisioterapêutico. Iremos analisar os resulta- dos da avaliação e com isso determinar o diagnóstico e em um segundo momento, determinar o prognóstico e o plano de tratamento fisioterapêutico. OBJETIVOS
A definição de metas a curto (2 a 3 semanas) e longo prazo (mais de 3 sema- nas) é de extrema importância para o sucesso do tratamento fisioterapêutico. O objetivo principal do tratamento é produzir modificações significativas na quali- dade da função do indivíduo, favorecendo independência em termos de deam- bulação ou atividades de vida diária, retorno ao trabalho e atividades recreativas. Isso resultará na melhora da qualidade de vida do paciente, proporcionando uma sensação de bem-estar, tanto físico quanto psicossocial na vida deste. Por outro lado, nem todos os comprometimentos poderão ser tratados pela Fisioterapia, pois algumas patologias são degenerativas, como a doença de Alzheimer, na qual o objetivo do fisioterapeuta será reduzir o número e a gravida- de dos comprometimentos indiretos, para promover a integridade funcional. Um bom exemplo desse fato é quando o paciente apresenta patologia degenerativa e
capítulo 1 (^) • 12 A queixa principal deve ser registrada com as palavras do paciente, ex: Sr. Antônio disse “Meu braço está duro e sem movimento”. Não podemos alterar a forma como o paciente descreve a queixa principal (CAMPBELL, W., 2007). Em relação à história da doença atual, podemos auxiliar o paciente realizando algumas perguntas, por exemplo, com uma pergunta aberta, como “Que tipo de problema você está tendo?” , podemos perguntar “O que o trouxe aqui?” ou “O que há de errado com o senhor?”. Oriente o paciente a descrever a história de forma cronológica, para identificar o período de tempo até o início dos sintomas. Um bom exemplo disso é a ocorrência de uma infecção respiratória ou intestinal antes de um episódio de Síndrome de Guillain-Barré. Dessa forma, o paciente pressupõe rapidamente que algum evento recente é a causa de sua dificuldade atual (CAMPBELL, W., 2007). Outro fato relevante na descrição da doença atual é a evolução temporal da doença, ou seja, se ela é estática, remitente, intermitente, progressiva ou se está apresentando melhora. Esse fator é importante, pois caracteriza a patologia e au- xilia na sua etiologia. Dois bons exemplos desse fato são a presença de exacerba- ções e remissões na esclerose múltipla ou um início abrupto de sintomas seguido de melhoras com graus variáveis de recuperação nos traumatismos cranianos e acidentes vasculares encefálicos (SULLIVAN, S. e SCMITZ. T. J., 2004) Da mesma forma, é importante verificarmos os marcos mais importantes da doença, ou seja, perguntar ao paciente qual foi a última vez que ele se sentiu bem, desde quando ele utiliza órtese de assistência, quando ele teve que parar de trabalhar, desde quando ele precisa de ajuda para realizar algumas atividades de vida diária e quando ele foi forçado a recolher ao leito (SULLIVAN, S. e SCMITZ. T. J., 2004) História pregressa A história pregressa é importante porque o aparecimento dos sintomas neu- rológicos muitas vezes está correlacionado com doenças sistêmicas. Assim, é im- portante verificar a presença de algumas doenças anteriores ao aparecimento das sequelas neurológicas, pois isso auxilia o fisioterapeuta na definição de um diag- nóstico. Podemos demonstrar esse fato com o seguinte exemplo: uma história de valvopatia cardíaca ou infarto do miocárdio recente pode ser relevante em pacien- tes com doenças vasculares cerebrais (CAMPBELL, W., 2007). Devemos questionar o paciente sobre os problemas médicos anteriores envol- vendo outras regiões e sistemas do corpo, isto é, verificar se os sistemas cardíaco,
capítulo 1 (^) • 13 endócrino, metabólico, visual, dermatológico, respiratório, gastrintestinal apre- sentam alterações (SULLIVAN, S. e SCMITZ. T. J., 2004). Em relação aos medicamentos utilizados pelo paciente, devemos questionar sobre o tipo de medicamento, a frequência e dose utilizadas. Além disso, o fi- sioterapeuta deve saber que alguns medicamentos podem modificar e até mesmo reduzir o nível dos sintomas durante a avaliação neurológica, como os analgésicos e anti-inflamatórios. Um exemplo disso é a utilização de corticosteroides, que podem reduzir a força tensiva dos ligamentos (SULLIVAN, S. e SCMITZ. T. J., 2004). Da mesma forma, o conhecimento das medicações utilizadas pelo paciente é um fator importante, porque várias medicações têm efeitos colaterais neuro- lógicos. Muitas drogas podem causar efeitos colaterais, como náuseas, cefaleia, parestesias, câimbras, tonturas, fraqueza muscular e outros (SHEPHERD, R. e CARR, J., 2008). História familiar A história familiar representa uma investigação sobre a possibilidade de doenças heredofamiliares, além das perguntas habituais como presença de câncer, diabete, hipertensão e doenças cardiovasculares, a história familiar é extremamente impor- tante em pacientes com enxaqueca, epilepsia, doenças vasculares cerebrais, trans- tornos do movimento, miopatias e doenças cerebelares, dentre outras (LEWIS, R. P., 2007). História social Na história social, devemos adquirir informações a respeito do estado ci- vil do paciente, nível de instrução, se houve casamentos anteriores, ocupação e hábitos pessoais. É necessário saber se no trabalho são utilizados equipamentos de segurança pessoal e se o paciente tem contato com neurotoxinas ou outras substâncias prejudiciais, níveis de esforço físico e atividades motoras repetidas. Outra informação relevante é questionar sobre os passatempos e horas de lazer, pois nesse caso deve-se verificar se nesse caso há exposição a toxinas ou lesão por movimentos repetidos. Além disso, os hábitos regulares devem ser investi- gados, como o uso de álcool, tabaco, drogas, café, chá e substâncias semelhantes (LEWIS, R. P., 2007).
capítulo 1 (^) • 15 escada e banho. Esses itens são pontuados de 0 a 3, em que o zero indica dependência total para a realização da tarefa e o três, independência (em- bora ao caminhar possam ser utilizados auxílios). O Índice de Barthel de AVD não auxilia na elaboração do tratamento fisio- terapêutico, sua função é verificar o estado geral do paciente quanto à dependên- cia e independência, e assim auxiliar o fisioterapeuta a mensurar a progressão da doença, principalmente em doenças degenerativas (WADE, 1992b), conforme se apresenta no quadro 1. a. Mensuração de independência funcional: é frequentemente utilizado em vários países, com o objetivo de verificar o grau de independência do paciente. As categorias avaliadas são: cuidados pessoais (comer, vestir-se, ba- nhar-se, arrumar-se e higiene), controle esfincteriano (controle da bexiga e controle dos intestinos), mobilidade (transferências), locomoção (andar/uso da cadeira de rodas e escadas), comunicação (compreensão e expressão), so- cial (interação social, solução de problemas e memória), segundo o quadro 2. Cada categoria é pontuada de 1 a 4, em que 1 indica dependência completa e 4, independência completa (SHEPHERD e CARR, 2008). ARTIGOS INCAPAZ DE REALIZAR UMA
0 2 5 8 10 ESCADA 0 2 5 8 10 VESTIR-SE 0 2 5 8 10
capítulo 1 (^) • 16
0 2 5 8 10 CONTROLE DA BEXIGA 0 2 5 8 10 MOBILIDADE 0 3 8 12 15 TRANSFERÊNCIA 0 3 8 12 15 TOTAL 100 Tabela 1.1 – Índice de Barthel modificado. Disponível em: <http://es.slideshare.net/ja- mosso/acv-jaime-mosso> PONTUAÇÃO NÍVEIS Independência – Sem ajuda 7 Total independência (com segurança e em tempo^ normal) 6 Independência modificada (ajuda^ técnica) Dependência modificada – Ajuda 5 Supervisão, orientação ou^ preparo 4 Ajuda mínima (indivíduo faz mais que 75% das tarefas^ sozinho) 3 Ajuda moderada (indivíduo faz 50% a 75% das tarefas^ sozinho) 2 Ajuda máxima (indivíduo faz 25% a 49% das tarefas^ sozinho) 1 Ajuda total (indivíduo não faz as tarefas^ sozinho) Tabela 1.2 – Medida de Independência Funcional (MIF). Fonte: Sposito, M.M. e Riberto,^ M., 2010
capítulo 1 (^) • 18 A força muscular para os movimentos de pressão e pinça pode ser mensurada por meio do uso do dinamômetro de mão (BOHANNON e ANDREWS, 1987). Como existe diferença entre os aparelhos, devemos utilizar o mesmo dinamôme- tro no pré-teste e no pós-teste, observe a figura 1.1. Figura 1.1 – Avaliação da força de preensão palmar com o dinamômetro. MULTIMÍDIA Assista a um vídeo sobre avaliação da força muscular em: <https://www.youtube.com/ watch?v=QlhPuYcroxw&list=PLRHbJ-SSrSvZ6VfX_-Dwh8wzhywRPlXf_&index=16>. A Manobra de Mingazzini também deve ser utilizada para avaliação da for- ça muscular dos membros, ou seja, verificar o déficit motor da musculatura dos membros. No caso de alteração da força muscular, a posição dos membros será mantida por pouco tempo ou o membro começar a cair ou oscilar, conforme mostram as figuras 1.2 e 1.3.
capítulo 1 (^) • 19 . Figura 1.2 – Manobra de Mingazzini para avaliação da força muscular de membros inferiores. Figura 1.3 – Manobra de Mingazzini para avaliação da força muscular de membros superiores.