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fisiopatologia da cefaleia do tipo enxaqueca
Tipologia: Notas de aula
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Objetivos: 1- Entender a fisiopatologia da cefaléia do tipo enxaqueca. Por muito tempo, acreditava-se que a vasoconstrição dentro do cérebro e a vasodilatação fora dele eram as causas da aura e da dor na enxaqueca. Isso era apoiado pelo fato de medicamentos vasoconstritores ajudarem na crise aguda e vasodilatadores eliminarem a aura. No entanto, estudos recentes sugerem que o problema principal pode ser na atividade dos neurônios no cérebro, afetando tanto a aura quanto a dor. Antes da aura começar, há uma diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro, começando no córtex occipital. Isso se assemelha a um fenômeno chamado depressão disseminada, em que uma onda de atividade neural mais lenta reduz o fluxo sanguíneo e inibe a atividade cerebral. No entanto, as áreas com menor fluxo sanguíneo não correspondem exatamente às regiões que causam a aura, e a redução do fluxo pode persistir após a aura desaparecer. Quanto à dor, duas teorias principais foram propostas. Uma sugere que a dor é desencadeada nos nervos sensitivos que inervam as meninges e os vasos sanguíneos, possivelmente devido à inflamação. Esses sinais são transmitidos para áreas específicas do cérebro relacionadas à dor. A outra teoria sugere um problema nas vias centrais da dor, onde sinais sensoriais normais são interpretados erroneamente como dor, chamado de alodinia. Ainda não se sabe ao certo o que inicia a fase premonitória ou a disseminação da depressão. O PAPEL DAS HORMONAS SEXUAIS FEMININAS Os estrogênios e a progesterona desempenham papéis cruciais na regulação de várias funções biológicas. Devido à sua natureza lipofílica e baixo peso molecular, essas hormonas têm a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, resultando em concentrações no cérebro semelhantes às observadas sistemicamente. Os estrogênios têm um impacto significativo na enxaqueca, contribuindo para a maior prevalência observada em mulheres em comparação com homens. As flutuações hormonais, especialmente uma diminuição abrupta dos níveis de estrogênio durante os últimos dias da fase lútea do ciclo menstrual, podem desencadear crises de enxaqueca, especialmente se precedidas por níveis hormonais aumentados, como no período intermediário da fase lútea ou com o uso de contraceptivos hormonais combinados. As hormonas sexuais influenciam o sistema nervoso central por meio de mecanismos genômicos e não genômicos. Mecanismos não genômicos incluem modulação da interação entre receptores e ligantes, alteração da condutância dos canais iônicos e aumento da excitabilidade neuronal após exposição aguda. Mecanismos genômicos envolvem a ativação de receptores específicos para estrogênio (ERα e ERβ) e progesterona
(PR-A e PR-B), que modulam a produção e vias metabólicas de vários neurotransmissores e hormônios, como CGRP, serotonina, glutamato, noradrenalina, óxido nítrico e opióides endógenos. Os estrogênios aumentam o tônus serotoninérgico e as concentrações de β-endorfinas, contribuindo para a modulação da dor. Além disso, essas hormonas são capazes de aumentar a produção de CGRP, contribuindo para a vasodilatação das artérias meníngeas durais. As flutuações hormonais também afetam o tônus glutamatérgico, a produção de óxido nítrico e a expressão de neuropéptidos antinociceptivos como a galanina e o neuropéptido Y. A progesterona, por sua vez, modula negativamente as respostas mediadas pelos receptores NMDA por meio dos receptores GABAérgicos, apresentando propriedades antinociceptivas. O uso de progestagênios como método contraceptivo pode ser considerado em mulheres com enxaqueca, especialmente aquelas que apresentam risco aumentado de eventos cardiovasculares, devido à ausência da componente estrogênica. Embora seja estabelecido que as flutuações nas hormonas sexuais femininas desempenham um papel crucial nas crises de enxaqueca, mais estudos são necessários para compreender os mecanismos exatos pelos quais essas alterações hormonais desencadeiam as crises, envolvendo fatores como diminuição dos níveis de estrogênio, alteração na resposta a neurotransmissores e sensibilidade de receptores específicos. 2- Estudar as manifestações clínicas da cefaléia do tipo enxaqueca. Uma crise de enxaqueca habitualmente é composta por 4 fases distintas: pródromo, aura, cefaléia e prósdromo. PRÓDROMO: O pródromo é a primeira fase de uma crise de enxaqueca, que ocorre na maioria dos pacientes que sofrem desse problema. Ele antecede a dor de cabeça em si e serve como um sinal indicativo. Apesar de nem sempre ser reconhecido como um alerta para uma crise iminente, o pródromo consiste em sintomas afetivos que aparecem 24 a 48 horas antes da cefaleia começar. Os sintomas prodrômicos frequentemente relatados incluem bocejos, sonolência, mudanças de humor, irritabilidade, fadiga, dificuldades cognitivas, desejos alimentares e rigidez no pescoço. Esses sintomas sugerem a participação de áreas como o hipotálamo, tronco cerebral, sistema límbico e certas regiões corticais nas fases iniciais da crise. As crises de enxaqueca, geralmente desencadeadas por alterações na homeostase fisiológica e/ou emocional, tendem a ocorrer durante o período diurno. Estudos investigaram o hipotálamo como um possível local de origem da crise, e a evidência mais forte para a ativação
Estudos em animais demonstraram que a Despolarização Cortical Espontânea induz edema, vasodilatação meníngea e atividade neuronal aumentada no gânglio trigeminal ipsilateral e no núcleo trigeminal. A ativação trigeminal resultante da Despolarização Cortical Espontânea pode causar inflamação nas meninges, apoiando a teoria de que a Despolarização Cortical Espontânea ativa a nocicepção trigeminal e desencadeia a fase da cefaleia. CEFALEIA: A cefaleia decorrente de uma crise de enxaqueca geralmente se manifesta como pulsátil e unilateral, apresentando um caráter extremamente doloroso que pode ser agravado pela atividade física normal. Conforme a crise progride ao longo de uma ou várias horas, os pacientes podem experimentar náuseas e, por vezes, vômitos. A fotofobia (sensibilidade à luz) ou fonofobia (sensibilidade ao som) durante a crise leva muitas vezes os pacientes a buscar alívio deitando- se em ambientes escuros e silenciosos. Além disso, características como alodinia cutânea podem manifestar-se durante uma crise. A cefaleia típica da enxaqueca é amplamente aceita como resultado da ativação da via trigeminovascular. Essa via está bem caracterizada, e sua anatomia e fisiologia explicam a distribuição da dor observada na enxaqueca. Estudos em que pessoas foram observadas acordadas durante cirurgia cerebral estabeleceram que a dor durante uma crise de enxaqueca é percebida em estruturas intracranianas, como a dura-máter e vasculatura intracraniana, inervadas pelo nervo trigêmeo. A ativação nociceptiva das fibras trigeminais é referida como ativação trigeminovascular. Essas fibras transmitem informações sensoriais via sinapses entre estruturas intracranianas e neurônios de segunda ordem no complexo trigeminocervical (TCC). Os neurônios do TCC abrem caminho para a principal via ascendente trigemino-talâmica, transmitindo informações sensoriais a neurônios de terceira ordem. As fibras nociceptivas que se originam do gânglio trigeminal inervam as meninges. A ativação da dor característica da enxaqueca começa perifericamente com a estimulação dos neurônios nociceptivos que inervam a dura- máter, resultando na liberação de neuropéptidos vasoativos como o CGRP, PACAP e óxido nítrico. Esses neurotransmissores desencadeiam vasodilatação e extravasão de plasma dural, resultando em inflamação neurogênica. Os impulsos dolorosos são transmitidos ao longo do sistema trigeminovascular até o núcleo trigeminal caudal (TNC) e, em seguida, para centros corticais superiores de dor no cérebro. A CSD (Despolarização Cortical Espontânea) é considerada responsável pela ativação dos nociceptores meníngeos. Durante a CSD, moléculas como glutamato, K+, CGRP e NO são liberadas localmente, difundindo- se em direção aos nociceptores meníngeos e ativando-os. Estudos em animais mostraram que a CSD pode induzir edema, vasodilatação
meníngea e ativação neuronal aumentada no gânglio trigeminal e núcleo trigeminal. A sensibilização periférica é responsável pela dor latejante característica da enxaqueca e pela exacerbação após movimentos bruscos ou tosse. Quando ativados por mediadores endógenos, os neurônios trigeminovasculares periféricos tornam-se sensibilizados a estímulos da dura-máter, diminuindo seu limiar de resposta e aumentando a magnitude da resposta. A sensibilização dos neurônios trigeminovasculares no TCC e no núcleo talâmico resulta em alodinia cefálica (hipersensibilidade no couro cabeludo e hipersensibilidade muscular) e alodinia extracefálica (aversão ao toque em outras partes do corpo), desenvolvendo-se em fases específicas após o início da crise. PRÓSDROMO: Quando a cefaleia de enxaqueca começa a desvanecer, ocorre a fase do pós-dromo, durante a qual movimentos repentinos da cabeça podem causar transitoriamente dor no local anatômico onde a cefaleia foi experimentada. Durante o pós-dromo, a maioria dos pacientes relata sentir-se completamente esgotada ou exausta, embora haja relatos de pacientes que experimentam uma sensação de euforia. Alguns estudos focados exclusivamente na fase do pós-dromo determinaram que as características sintomáticas observadas nesta fase são semelhantes às observadas na fase prodrômica. Um estudo prospectivo, baseado em diários eletrônicos, descreve que os pacientes relataram sintomas como cansaço, dificuldades de concentração e rigidez no pescoço. Permanece uma incógnita se esses sintomas são iniciados durante a fase prodrômica e persistem durante a cefaleia ou se apenas surgem durante ou mesmo após o término da fase da cefaleia. Muitas vezes, esses sintomas relatados durante a fase pós-dromica são atribuídos pelos pacientes como resultado da medicação tomada que aliviou a cefaleia, indicando que esses sintomas podem aparecer ou reaparecer após o término da fase da cefaleia. No entanto, uma meta- análise baseada em ensaios clínicos revelou que os sintomas pós- dromicos são observados com maior proeminência no grupo placebo, após o alívio da dor, sugerindo que a terapia farmacológica não é responsável pelo surgimento desses sintomas. 3- Aprender a diferenciar uma cefaléia do tipo enxaqueca e seus diagnósticos diferenciais.
Anamnese Exame clinico – exame neurológico completo. Estado de consciência mental - Escala de Glasgow Equilíbrio dinâmico e estático Sensibilidade / audição Motricidade - Força e tono musculares - Coordenação motora Avaliação de sinais de irritação meníngea (meningismo) Reflexos e pares cranianos 4- Estudar os exames complementares para o diagnóstico etiológico da cefaléia do tipo enxaqueca. 5- Discutir os medicamentos disponíveis para o tratamento agudo e profilático da cefaléia do tipo enxaqueca.