Fisiologia da Dor: Princípios Básicos da Neurofisiologia da Sensibilidade Dolorosa, Notas de estudo de Fisiologia

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Fisiologia da Dor

• Profa. Glauce Crivelaro
• Dep. Biologia Básica e Oral – FORP
  • USP

❑ Abordar os princípios básicos da neurofisiologia da sensibilidade

dolorosa, considerando o reconhecimento dos estímulos dolorosos,

condução destas informações e processamento da mesmas.

❑ Conhecer as principais vias especializadas na transmissão dolorosa.

❑ Compreender os principais tipos de modulação dolorosa.

OBJETIVOS

O que é Dor?

Existência de nervos que recebiam informações

sensoriais e as levavam até o cérebro

Descartes (1641)

Dor Latim: “Dolo” Pain Grego: “Pena” ou “Punição”

Dor é uma sensação

Sistema Somatossensorial

A dor descreve uma experiência sensorial e

emocional desagradável associada a um dano

tecidual real ou potencial.

IASP - Associação Internacional para o Estudo da Dor

Dor Aguda e Dor Crônica

Primeiro passo: reconhecer o estímulo doloroso

Nociceptores: Terminações nervosas livres

Transduzem uma variedade de estímulos em potenciais de receptores, que por sua vez disparam potenciais de ação aferentes Originam-se de corpos celulares nos gânglios das raízes dorsais (ou no gânglio do trigêmeo) que emitem um processo axonal para a periferia e o outro para dentro da medula espinhal ou tronco encefálico Os nociceptores possuem terminações nervosas livres localizadas na pele, nos tecidos profundos e nas vísceras. Siverthorn, 7ª ed. Fisiologia Humana uma abordagem integrada

Primeiro passo: reconhecer o estímulo doloroso

Nociceptores: Terminações nervosas livres

Os nociceptores transmitem impulsos da periferia para o corno dorsal da medula espinal, onde a informação é subseqüentemente processada através de circuito sináptico e transmitida a diversas partes do cérebro. Por conseguinte, os nociceptores são os primeiros na cadeia de neurônios responsáveis pela percepção da dor. São classificados de acordo com as propriedades dos axônios associados a eles. Como os nociceptores transmitem a informação ao SNC, seus axônios são denominados neurônios aferentes. ✓ Mecânicos: fibras Aδ ✓ Térmicos: fibras Aδ ✓ Polimodais: fibras C Bear, 4ª ed. Neurociências, Desvendando o Sistema Nervoso

Primeiro passo: reconhecer o estímulo doloroso

1 a. Um estímulo nocivo leva à ativação dos nociceptores e à geração de potenciais de ação ( 2 ). 1 b. A lesão simultânea das células adjacentes causa sensibilização dos nociceptores. 3. Os nociceptores ativados liberam substâncias, incluindo a substância P e o peptídio relacionado com o gene da calcitonina (CGRP) 4 a. A dilatação de um vaso sangüíneo promove o recrutamento de leucócitos para a área; 4 b. A desgranulação dos mastócitos libera histamina e serotonina, aumentando, assim, a sensibilização.

Ativação dos nociceptores

A lesão tecidual constitui o principal estímulo para a ativação dos nociceptores. David Golan. Princípios da Farmacologia

Segundo passo: conduzir a informação para o SNC

Porta de entrada: medula espinhal

Aferentes primários dos gânglios das raízes dorsais

enviam seus axônios pelas raízes dorsais, terminando

no corno dorsal da medula espinhal.

Neurônios de segunda ordem no corno dorsal enviam

seus axônios cruzando a linha média e ascendendo aos

níveis superiores na coluna anterolateral da medula

espinhal.

Fibras C aferentes terminam nas lâminas 1 e 2 do

corno dorsal, enquanto fibras Aδ terminam nas

lâminas 1 e 5. Os axônios dos neurônios de segunda

ordem cruzam a linha média e ascendem aos centros

superiores.

Sistema Anterolateral

Purves, 7ª ed. Neurociências

Segundo passo: conduzir a informação para o SNC

Porta de entrada: medula espinhal

Kandel, 7ª ed. Princípios da neurociência – Adaptado de Basbaum Os neurônios sensoriais nociceptivos que ativam neurônios do corno dorsal da medula espinhal liberam duas classes principais de neurotransmissores: Glutamato e Neuropeptídeos (como Substância P e CGRP – peptídeo relacionado ao gene da calcitonina).

Embora as ações fisiológicas do glutamato e dos

neuropeptídios nos neurônios do corno dorsal sejam

diferentes, esses transmissores agem de maneira

coordenada para regular as propriedades de disparo dos

neurônios do corno dorsal

Os neuropeptídios difundem-se a uma distância maior

que o glutamato

Segundo passo: conduzir a informação para o SNC

Porta de entrada: medula espinhal

Embora as ações fisiológicas do glutamato e dos

neuropeptídios nos neurônios do corno dorsal sejam

diferentes, esses transmissores agem de maneira

coordenada para regular as propriedades de disparo

dos neurônios do corno dorsal

Os neuropeptídios difundem-se a uma distância maior

que o glutamato

Terceiro passo: transmitir a informação para o córtex somatossensorial

Vias Ascendentes

✓ Trato espinotalâmico

✓ Trato espinorreticular

✓ Trato espinomesencefálico

✓ Trato cervicotalâmico

✓ Trato espinohipotalâmico

✓ Trato espinotalâmico

✓ Trato espinorreticular

✓ Trato espinomesencefálico

✓ Trato cervicotalâmico

✓ Trato espinohipotalâmico

Kandel, 7ª ed. Princípios da neurociência

Terceiro passo: transmitir a informação para o córtex somatossensorial

Vias Ascendentes

✓ Trato espinotalâmico

✓ Trato espinorreticular

✓ Trato espinomesencefálico

✓ Trato cervicotalâmico

✓ Trato espinohipotalâmico

Kandel, 7ª ed. Princípios da neurociência

O sistema anterolateral supre informação para diferentes partes do tronco encefálico e do prosencéfalo que contribuem para os diferentes aspectos da experiência da dor: aqueles responsáveis pela discriminação sensorial da dor e aqueles responsáveis pelas respostas afetivas e motivacionais à dor Os alvos dessas projeções incluem várias subdivisões da formação reticular, as camadas profundas do colículo superior, a substância cinzenta central, o hipotálamo e a amígdala. Um grupo distinto de núcleos talâmicos (núcleos talâmicos da linha média), desempenha um papel importante na transmissão de sinais nociceptivos para o córtex cingulado anterior e para a ínsula

Aspecto Afetivo-Motivacional da Dor

Quarto passo: processamento da informação

Purves, 7ª ed. Neurociências

Quarto passo: processamento da informação

Porque algumas pessoas sentem muita dor e outras não? A percepção da dor é subjetiva e influenciada por muitos fatores A dor é modulada de acordo com a experiência da pessoa, psicológico e atuais circunstâncias Expectativas Catastrofização Comorbidades Experiência prévia Aspectos culturais Componente Genético