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Documentos desenvolvimento e melhoria da empresa Softcom Tecnologia, localizada na cidade de João Pessoa. Para a análise foram definidos o objetivo geral e os específicos, bem como metodologia de pesquisa, mostrando como o sistema de gestão da qualidade se tornou um requisito indispensável para as empresas que pretendem competir e garantir seu espa
Tipologia: Teses (TCC)
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Não perca as partes importantes!
•Oportunidades na internet Tudo era maravilhoso e ilimitado no mundo das pontocom (empresas baseadas na internet) na segunda metade da década de 1990 até o fatídico 11 de março de 2000, que ficou conhecido como o estouro da bolha das empresas pontocom na Nasdaq (bolsa de valores de empresas de tecnologia nos Estados Unidos). Já faz parte da história, mas seu impacto e as consequências para o empreendedorismo da nova economia permanecerão por muitos anos. No auge das pontocom (entre 1999 e 2000), o sonho de muitos jovens era alcançar a aposentadoria com menos de 30 anos, ganhar muito dinheiro e curtir a vida. Isso tudo foi motivado pelos constantes “casos de sucesso” de jovens empreendedores americanos que criaram um site na garagem de casa e, em menos de um ano, mudaram de vida, ou melhor, tornaram-se empreendedores no papel, com muitas ações de empresas com valores de mercado extraordinários, mas, em muitos casos, sem um único centavo de receita. Essa explosão da internet, ocorrida nos Estados Unidos, ocorreu também no Brasil, com a imprensa sempre mostrando jovens “empreendedores” como sinônimo de sucesso nos negócios. Desde aquela época, questionava-se: Será que é tão simples assim? Basta criar um site, obter acesso e vender uma participação do negócio a capitalistas de risco interessados por empresas pontocom? O sinônimo de sucesso era conseguir o dinheiro do capitalista de risco. E o resto? Quem vai tornar a empresa lucrativa? Infelizmente, para muitos oportunistas, este foi o principal objetivo: conseguir captar o dinheiro inicial; depois alguém pensa se a empresa vai crescer ou não. Mas isso mudou rapidamente... No período compreendido entre 11 de março de 2000 e 9 de outubro de 2002, o índice Nasdaq perdeu 78% de seu valor, um recorde na história. O número de IPOs (Initial Public Offering – Oferta Pública Inicial de Ações) declinou de 457, em 1999, para 76, em 2001. A valorização excessiva das empresas pontocom no mercado norte-americano e, por consequência, nos demais mercados mundiais mostrou-se insustentável, e a bolha estourou. Muitas empresas baseadas na internet começaram a falir, tanto nos Estados
Unidos como na Europa e no Brasil. Os oportunistas, denominados erroneamente de empreendedores, começaram a ter desafios verdadeiros, ou seja, tiveram de justificar os investimentos maciços recebidos e a ausência de receita dessas empresas. A maioria não conseguiu, e suas empresas fecharam as portas ou foram adquiridas por outras (DORNELAS, 2002). De certa forma, essa fase inicial foi boa, pois mostrou que qualquer negócio, por mais promissor que pareça o mercado no qual se insere, deve ser criado de forma planejada, consistente, com crescimento adequado e, principalmente, com empreendedores apaixonados pelo que fazem, interessados em criar um negócio viável, autossustentável, e não apenas uma marca veiculada em forma de site na internet. As oportunidades continuam existindo como nunca na rede mundial de computadores, mas devem ser analisadas de forma criteriosa, como qualquer outra oportunidade de negócio. Os empreendedores interessados em ingressar nesse ramo de negócio, jovens ou não, devem ter em mente que só o trabalho árduo e competente lhes trará a recompensa financeira e pessoal e criará uma pontocom da qual possam se orgulhar, gerando empregos, novas formas de fazer negócio, inovando e promovendo o crescimento do país, sem especulação. Mais recentemente, um novo movimento de criação de startups de internet tem adquirido grandes proporções em todo o país, principalmente pelo apoio das aceleradoras de negócios (um misto de incubadora de empresas e fundo de investimento que investe pequenas quantias em empresas iniciantes na internet e as auxiliam a crescer rapidamente) e dos investidores-anjo. Diferentemente dos negócios tradicionais, aos quais se recomenda um planejamento estruturado antes do primeiro passo, as aceleradoras e os anjos de startups de internet têm preterido o plano de negócios logo no início e solicitado algo mais objetivo e simples, que sintetize o modelo de negócio da startup. Como o risco inicial é pequeno, devido ao baixo investimento, a abordagem tem se mostrado adequada para acelerar as empresas investidas, mas, conforme os negócios tomam outra dimensão, o planejamento necessariamente se faz presente, como nas demais empresas em fase de crescimento. •Modelos de negócio na web A falta de entendimento do poderoso canal de comunicação que é a internet e o seu crescimento exponencial provocaram uma caçada desenfreada ao ouro e à riqueza. Métricas diferentes das utilizadas na chamada “Velha Economia” foram criadas – como PageViews, Unique Visitors etc. Mas a maioria percebeu que custos, receitas e lucro ainda continuam sendo as principais métricas de um negócio, on-line ou tradicional. Um modelo de negócio basicamente descreve como a empresa gerará receita e quais os custos e investimentos necessários para tal. Tendo em vista o baixo custo de se criar um site, o surgimento de inúmeros modelos de negócio se tornou inevitável. Não serão
O modelo de intermediação de negócio deve ter bem definidos o formato de cobrança e as transações cobradas. Para maior entendimento, esse modelo será subdividido em: a) Portais verticais B2B Conceito que se iniciou a partir do site VerticalNet. Nesse modelo, a empresa cria um ambiente que atrai compradores e vendedores de um segmento específico. Além de propiciar um ambiente de comercialização entre empresas, os portais verticais possuem conteúdos específicos, como guia de compras, diretório de produtos e fornecedores, notícias do segmento, artigos específicos, classificados, comunidade de profissionais etc. Esse modelo também pode oferecer aos participantes mecanismos avançados de compra e venda, como leilão convencional e reverso. b) Compra coletiva Modelo de negócio que tem como principal objetivo unir compradores, pessoas físicas ou jurídicas, e então organizar um pedido com alto volume, permitindo que empresas ou pessoas passem a ter poder de negociação de grandes compradores. Normalmente, o intermediador fica com parte do valor transacionado. O conceito desse modelo não é novo, mas, nos últimos anos, os sites de compra coletiva cresceram sobremaneira no Brasil, principalmente devido a ofertas de produtos e serviços a preços muito competitivos para o público em geral. Isso levou à criação de mais de 1.000 sites desse tipo no país, focados em nichos específicos. Após esse crescimento rápido, houve uma desaceleração do setor, mas ainda há vários competidores no mercado. c) Distribuidor Baseia-se na criação e no gerenciamento de catálogos de produtos de grandes fornecedores, disponibilizados para revendedores de todos os portes. Geralmente, esse modelo funciona para transações entre empresas, o conhecido B2B. O benefício para os fornecedores é obtido pela facilidade e pela rapidez da divulgação de seus produtos e da automatização do processo de compras, o que reduz custos. Para o revendedor, o benefício advém da facilidade de comparação de preços e produtos, como também da possibilidade de verificar disponibilidade e produtos substitutos. d) Shopping virtual Um site que hospeda ou reúne várias empresas que já realizam comércio na internet. Esse modelo tem como principais fontes de receita: a cobrança de uma taxa da loja e de uma quantia de manutenção, no caso de a loja ser criada pelo shopping; a cobrança de hospedagem de lojas construídas por outras empresas, com venda de propaganda; e, finalmente, a cobrança de taxa transacional. Existem alguns shoppings virtuais que cobram por tipo de serviço que o lojista deseja utilizar, como acompanhamento de pedidos, sistema de pagamento ou propaganda.
e) Sites de comparação Esse modelo é baseado em ferramentas inteligentes, especializadas em coletar e comparar preços de produtos e serviços. Esses mecanismos podem se basear em buscas simultâneas on-line ou em bancos de dados atualizados frequentemente (por exemplo, BuscaPé). f) Leilão Um site que automatiza e conduz processos de leilão para vendedores (pessoa física ou jurídica). O site cobra uma taxa de sucesso do vendedor, que geralmente varia com o preço do produto a ser leiloado. Muitas vezes, o site de leilão também cobra por dar maior destaque a determinado produto. Existem várias regras, a mais comum, porém, baseia-se na definição de um preço mínimo para o produto, e a pessoa/empresa que der o maior lance o leva. Alguns sites de leilão oferecem serviços de entrega e de cobrança. O de maior sucesso na internet mundial é o eBay, e, no Brasil, o Mercado Livre. g) Leilão reverso É um modelo bastante interessante, em que o comprador diz o que deseja comprar e o quanto deseja pagar pelo produto, e o resto fica por conta do site. Isto é, o site envia o pedido a vários fornecedores, e o usuário passa a receber as respostas via e-mail, sem precisar gastar o tempo navegando em outros sites. É um modelo que se baseia na demanda, não na oferta. Funciona muito bem para encontrar produtos de difícil acesso, como também produtos regionais. Passagens aéreas e hotéis são categorias que funcionam muito bem, uma vez que esses serviços muitas vezes possuem ociosidade. Outra vantagem é que o usuário escreve o que deseja com as próprias palavras, uma vez que os fornecedores irão responder aos pedidos. Esse tipo de site possui algumas formas de cobrar aos fornecedores – por meio de taxa fixa, independentemente do volume de e- mails que o fornecedor receba, pelo número de e-mails recebidos ou, ainda, por um percentual sobre as transações. h) Classificados Uma lista de itens procurados ou vendidos. Geralmente, esse tipo de site pertence a alguma empresa de mídia, como jornais e revistas, que já possuem conteúdo de classificados. O site pode cobrar por anúncio ou por transação (exemplos: sites de guias ou listas de cidades e/ou regiões). i) Sites de permuta Os usuários desse tipo de site procuram comprar algo, não com dinheiro, mas com algum produto que possuem. O site combina todas as possibilidades e coloca em contato
virtual adequado à nova mídia, mas, com o volume de acesso e, consequentemente, de pedidos, passaram a ter de se preocupar com questões comuns aos negócios reais, como prazo de entrega, estoque e, qualidade do produto. Esse tipo de empresa necessita de muita exposição para criar marca e gerar visitação (por exemplo, Amazon, Submarino). b) Brick-and-mortar (tijolo e cimento) São empresas de varejo já presentes no mundo real e que passam a atuar no mundo virtual. A grande vantagem é que já possuem posicionamento, marca e, principalmente, clientes. Em geral, as operações são distintas entre a empresa virtual e a real, mas as campanhas de comunicação costumam ter muita sinergia (por exemplo, Magazine Luiza). •Empresarial São empresas existentes no mundo real que passam a expor e comercializar seus produtos na web. Uma das grandes vantagens desse tipo de modelo é que um pequeno investimento pode reduzir custos ou aumentar vendas, gerando capital para novos investimentos. As empresas já possuem clientes ativos e bem-definidos, o que não exige alto investimento em marketing. Para empresas fabricantes de produtos, existe uma série de tecnologias que podem ajudar a empresa a melhorar sua performance financeira. Algumas dessas tecnologias são citadas diariamente na mídia e no meio empresarial: Customer Relationship Management, Enterprise Resource Planning, Business Inteligence, Supply Chain Management, eProcurement, eCommerce, Marketplace, entre outras. Um exemplo bastante interessante é o que ocorre com o mercado de educação e treinamento. Muitas empresas têm criado estruturas virtuais e vendido suas soluções com preços competitivos, se comparados com os cursos e treinamentos presenciais, ou seja, novos entrantes, novas soluções e novos mercados são criados. •Redes sociais Nos últimos anos, as comunidades têm se consolidado como o principal ponto de acesso do público em geral à internet. O fenômeno ocorrido com o Facebook é um exemplo típico, uma vez que a maioria das pessoas que acessa a internet no Brasil, por exemplo, passa boa parte do tempo on-line, interagindo nessa rede social. Além de proporcionar um ponto de encontro entre pessoas com interesses comuns, a rede social acaba possibilitando a realização de negócios para e pelos membros da comunidade. Trata-se de um modelo de negócio que tem revolucionado a maneira como as empresas e as pessoas entendem e usam a internet, e os empreendedores mais antenados com a realidade contemporânea podem criar negócios rentáveis baseados no modelo de comunidades ou redes sociais em curto espaço de tempo. O grande diferencial das comunidades é que as pessoas se sentem livres para opinar, criticar, expor-se..., enfim, colaborar, trazendo a democracia para o ambiente virtual. A web colaborativa permite à coletividade construir estruturas aparentemente caóticas que, na verdade, proporcionam
um todo bastante estruturado e gerador de oportunidades em muitos casos (por exemplo, Facebook, LinkedIn, Instagram). •Tendências A internet nos Estados Unidos começou a chamar a atenção dos investidores em meados de 1994, quando o crescimento exponencial de usuários começou a se tornar evidente e os novos modelos de negócio começaram a se consolidar. Yahoo! e Amazon são exemplos de modelos de negócio que, mesmo sem apresentar lucros, atraíram muitos investidores. Pode-se comparar a corrida da internet com a corrida do ouro. Você precisa garimpar muito para encontrar a pedra preciosa tão procurada, o ouro, ou, no caso dos investidores, aquele modelo de negócio que dê lucro. Mas, como qualquer garimpeiro, o investidor tem de analisar bastante e, muitas vezes, acaba iludido por algumas pedras que parecem ser preciosas, mas que, no final, nada valem. Outro ponto a se avaliar é o fato de que inúmeras pessoas, tanto investidores como empreendedores, não agiram como tal, mas como especuladores ou oportunistas, querendo fazer dinheiro de forma rápida e fácil, sem se preocupar ou se vincular com o negócio em si. Muitos empreendedores tinham claras, em seus planos de negócios, as possíveis estratégias de saída, que geralmente envolviam a aquisição por uma empresa maior ou o IPO. O verdadeiro empreendedor tem de estar pronto para assumir o desafio por muitos anos, não só criar uma oportunidade e passá-la à frente. Muitas incubadoras pontocom, na realidade, queriam criar um “negócio” com muito baixo investimento e, então, vendê-lo para algum grupo de investidores. Outras já apostavam nas empresas e nas sinergias que existiam entre essas e as demais empresas de seu portfólio. Com a queda da Nasdaq e da corrida em busca do IPO, aumentou o número de fusões e aquisições, e muitas empresas passaram a pensar sobre formas de obtenção de receita e, principalmente, de lucro. No Brasil, houve um caso de empresa que conseguiu abrir o capital na Bovespa – o ecossistema de empresas IdeiasNet, que levantou aproximadamente R$ 30 milhões. A proposta inicial da IdeiasNet era o investimento em empresas pontocom. Mesmo após a abertura de seu capital, a empresa passou por algumas dificuldades, suas ações tiveram queda considerável, e um de seus negócios foi fechado. Em curto prazo, a empresa passou a controlar, de forma mais rigorosa, seus custos e a consolidar as fontes de receita das empresas de seu portfólio. De qualquer forma, foi a primeira empresa brasileira a desbravar a tão desejada abertura de capital e se tornou um marco na história da internet do Brasil. O que ocorreu nos últimos anos foi que a internet deixou de ser privilégio de modelos de negócio puramente virtuais, que nem sempre se comprovaram eficazes, e passou a ser território das empresas tradicionais, do mundo real. As empresas tradicionais consolidadas já estão presentes na internet, e, com isso, a web passou a se consolidar como canal efetivo e irrestrito de vendas e comunicação com clientes, fornecedores e,
•Questões para discussão 1.Quais as diferenças entre administrar uma empresa de tecnologia do mundo real e uma empresa puramente de internet? O que levou muitos jovens executivos a deixarem carreiras promissoras em empresas de sucesso para começar, do nada, uma empresa pontocom? Agora que já conhece os fatos da história, você teria feito isso também? Discuta o assunto com seus colegas. 2.Por que muitas empresas/startups pontocom fecharam as portas? Se você fosse um investidor, o que levaria em consideração no momento de investir em uma pontocom? 3.Você considera que os criadores da primeira geração de empresas pontocom do país foram mais oportunistas ou empreendedores? E no caso das empresas pontocom dos Estados Unidos? Cite um exemplo de sucesso e um de fracasso de empresa pontocom nos dois países e compare os fatores que as influenciaram. Discuta com seus colegas. Quais são suas conclusões? 4.Qual o futuro da internet como celeiro para oportunidades de negócios? Como você avalia o recente crescimento das aceleradoras de empresas de tecnologia e a maneira como elas analisam novas oportunidades, dando prioridade ao modelo de negócio da empresa e preterindo o plano de negócios? Analise nichos específicos de mercado, como o dos adolescentes, dos jovens profissionais entrando no mercado de trabalho e, ainda, o dos mais idosos, da chamada terceira idade. Comente com seus colegas. Estudo de caso 2 O jovem empreendedor que faz sucesso na internet através de uma plataforma de intermediação de serviços – Eduardo L’Hotellier, do GetNinjas Assista ao vídeo da entrevista com o empreendedor Eduardo L’Hotellier, que complementa este caso, em www.josedornelas.com.br. Eduardo nasceu em São Paulo (SP), mas desde cedo viveu em Juiz de Fora (MG). Quando criança, aproveitava o tempo livre para praticar os mais variados esportes: judô, tênis, natação e futebol. “Tive uma ótima infância. Meus pais sempre foram muito presentes e tive a oportunidade de estudar em bons colégios. Desde cedo eu lia bastante.” Talvez daí tenha surgido o primeiro sonho de criança, que quando adulto gostaria de ser paleontólogo. “Na época fez muito sucesso uma coleção de revistas que falavam sobre
dinossauros e eu era fascinado pelo assunto, mas meu pai hoje me conta que, quando tinha 5 anos, eu queria ser padeiro. Segundo ele, eu dizia que como as pessoas compravam pão todos os dias deveria ser uma profissão lucrativa.” A influência dos pais foi muito marcante em sua vida desde cedo, apoiando Eduardo em tudo o que fazia. Isso permitiu a ele não só ter disciplina como também querer realizar, fazer acontecer, colocando em prática seu espírito de competidor. Sua determinação ficou clara para todos que o conheciam quando decidiu cursar engenharia no Instituto Militar de Engenharia (IME) e administração na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde fez ainda pós em economia na COPPEAD. Mesmo tendo trabalhado em gestão estratégica em consultorias como Bain & Company e Mckinsey & Company e na gestora de fundo Angra Partners, algo o fez ir além: “Eu adquiri grandes experiências e gostava do que fazia, mas meu lado empreendedor sempre falou mais alto. Desde a época da faculdade eu já pensava nisso, em ter o meu próprio negócio.” E foi justamente no trabalho em consultoria que surgiu a ideia que viria a se mostrar uma oportunidade de grande potencial: “O trabalho em consultoria exigia fazer traduções de documentos e apresentações com frequência. Antes de colocar o negócio para funcionar, Eduardo estudou o mercado de serviços no Brasil e analisou empresas que faziam esse tipo de indicação no exterior. “Pensei como poderia aplicar o negócio no mercado brasileiro de forma assertiva. Claro que houve mudanças com o decorrer do tempo, mas é importante ter um planejamento de gastos, de negócio, contratações, ou seja, planejar onde queremos chegar. Além disso, era necessário ter um plano B caso algo saísse errado. Mas fico feliz que com nosso plano A tenha dado tudo certo!” Eduardo preocupou-se ainda em cercar-se de pessoas que o ajudariam fazer o negócio GetNinjas crescer rapidamente, uma vez que na internet é preciso escalar com velocidade para não ficar atrás da concorrência. “Encontrei meus sócios por indicações de pessoas em quem confiava muito, mas não basta escolher alguém para abrir uma empresa junto com você apenas pelo currículo e experiência profissional. É preciso ter uma boa convivência, afinal, muitas vezes você passará mais tempo com seus sócios do que com a própria família. Nunca tivemos problemas de relacionamento, pois é exatamente assim: complementamos uns aos outros. O que temos que fazer é sempre respeitar a opinião do parceiro e tomar as grandes decisões em comum acordo.”
Não é por acaso que a empresa se tornou uma referência rapidamente e se destaca entre os players que atuam na internet no Brasil. A prova disso é o interesse de vários fundos de investimento em participar do negócio. Como exemplo, mesmo em um ano de crise econômica no Brasil, em 2015 o GetNinjas foi uma das empresas baseadas na internet que mais receberam aportes de capital no país. Se os investidores de padrão mundial acreditam no negócio, é um bom sinal para apostar ainda mais no crescimento do GetNinjas, sob a liderança de seu idealizador e principal executivo. Alguém duvida? Bate-bola com Eduardo L’Hotellier Sobre a necessidade de mais inovação nos negócios brasileiros “O brasileiro é muito criativo, mas muitos têm medo de ousar e tirar sua ideia do papel. Além de receber estímulos do governo, é preciso que o empreendedorismo seja algo cultural, ensinado nas escolas, para que as pessoas já cresçam com esse pensamento de inovar e criar.” Empreender no passado versus empreender hoje “Hoje, ainda mais que no passado, é preciso ter coragem pra correr riscos e não desistir na primeira dificuldade e fazer planejamento: por exemplo, onde está e aonde quer chegar; saber aproveitar os recursos, principalmente nas pequenas empresas que possuem poucos; é preciso saber onde investir o dinheiro; além de contatos, participar de eventos e ter um bom relacionamento com outros empreendedores.” Realização como empreendedor “É muito bom ver sua ideia sair do papel, tomar forma, crescer. Além disso, é uma responsabilidade muito grande, afinal, você acaba tornando-se responsável pela vida de diversas pessoas, que trabalham com você ou utilizam o seu produto. É muito gratificante ver tudo isso. Sou uma pessoa totalmente realizada com o meu trabalho.” O que faria diferente “Nós aprendemos muito com os erros e as dificuldades, por isso, acho válido passar por esses momentos e tirar o máximo que puder de aprendizado. Sendo assim, não mudaria nada. Ao contrário, faria tudo de novo.” Conselhos para quem quer empreender “É importante acompanhar o mercado, as tendências, estudar e pesquisar bastante, ter domínio do mercado em que pretende atuar, além de estar disposto a correr riscos. Sua ideia pode dar muito certo, mas vai exigir muito de você. Mergulhe, se disponha e lembre-se que tem muito a aprender nesse caminho.”
O que fará quando se aposentar “[Risos...] Falta muito tempo! Vou deixar pra pensar nisso daqui a alguns anos.” Sobre o GetNinjas Disponível para Android, iOS e web, o GetNinjas é o maior aplicativo para contratação de serviços da América Latina. Em 2017, foi eleito pela Forbes Brasil como uma das empresas mais promissoras do Brasil. Em 2018, foi listada como uma das startups mais quentes do mercado no ranking “100 startups to watch”, resultado de uma parceria entre as revistas PEGN e Época Negócios e a Corp.vc. Atualmente, possui mais de 200 tipos de serviços disponíveis. A empresa, que recebeu R$ 47 milhões de aporte de fundos como Monashees, Kaszek e Tiger Group, já está presente em mais de 3 mil cidades do Brasil, registra mais de 4 milhões de pedidos de serviços ao ano, e conta com mais de 2 milhões de profissionais cadastrados. Mais informações em www.getninjas.com.br. Questões referentes ao Estudo de caso 2 1.Eduardo é um empreendedor jovem, com boa formação, tendo trabalhado em consultorias conceituadas no mercado. Mesmo assim, não pensou duas vezes quando decidiu abrir mão de uma carreira executiva para criar o GetNinjas. Hoje, cada vez mais jovens estão empreendendo, muitos deles recém-saídos da faculdade. Você conhece pessoas com o perfil parecido com o de Eduardo, envolvidas com o negócio próprio? Além de negócios com ciclo de vida rápido, como o caso de empresas on-line, que outros tipos de empresas seriam teoricamente mais indicadas a pessoas com esse perfil? Por quê? 2.Dos sócios originais de Eduardo (recorra ao vídeo com a entrevista de Eduardo para mais informações), um decidiu sair do negócio logo no início e o outro (o estagiário) continua até hoje. Além disso, Eduardo diz se relacionar muito bem com os sócios investidores. Como você avalia a quantidade de sócios em uma empresa (existe um número ideal?) e a procedência dos sócios (membros da família, amigos, executivos, ex- funcionários, investidores) para o sucesso de uma empresa? Qual seria o modelo mais viável de sociedade em sua opinião? 3.Eduardo diz estar realizado com o que faz e não pensa em aposentadoria tão cedo. Seu estilo de vida implica vivenciar o negócio 24h, mas ele diz que é algo que lhe dá prazer, já que “empreender hoje em dia deve ser visto como parte da vida e não como trabalho” (recorra ao vídeo da entrevista com Eduardo para mais informações). Avalie os prós e os contras desse estilo de vida do empreendedor contemporâneo e seu impacto na família, na saúde do empreendedor, na vida social etc. O que você pensa a respeito?