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Fibromialgia: Diagnóstico, Tratamento e Abordagem Multidisciplinar, Resumos de Medicina

Uma visão abrangente da fibromialgia, uma síndrome dolorosa crônica, focando nos aspectos históricos de sua compreensão, critérios diagnósticos ao longo do tempo e, principalmente, no tratamento através da liberação miofascial. descreve a fisiopatologia da dor na fibromialgia, os diferentes tipos de pontos dolorosos (tender points e trigger points), e a eficácia da liberação miofascial como terapia alternativa, apresentando estudos que comprovam sua eficácia na redução da dor, melhora do sono e qualidade de vida dos pacientes. O texto também aborda a importância de uma abordagem multidisciplinar, incluindo exercícios físicos e terapia comportamental.

Tipologia: Resumos

2024

À venda por 26/05/2025

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RESUMO SOBRE FIBROMIALGIA E TECIDOS FASCIAIS.
FIBROMIALGIA
- Considerada uma doença reumática, de etiologia desconhecida, caracterizada por
uma sensação de dor musculoesquelética generalizada, com uma resposta aumentada
a estímulos externos, como sintomas nociceptivos e somáticos. -
O principal fator que determina sua manifestação é sensibilização, incluindo
sensibilidade central, associada a rigidez articular, dor crônica e sintomas
psicossomáticos associados. A fibromialgia não tem cura e o seu tratamento concentra-
se, no controle dos sintomas e na melhora da qualidade de vida. A abordagem
terapêutica para o tratamento requer uma abordagem multidisciplinar, com terapias
farmacológicas e terapias complementares. Uma das técnicas para alivio da dor, é a
liberação miofascial. Essa técnica restaura a integridade dos tecidos, aumentam a
qualidade dos movimentos e aliviam a dor.
A liberação miofascial tem sido utilizada com o intuito de promover o relaxamento
corporal. Através dessas técnicas, mecanismos são produzidos no córtex cerebral,
promovendo a diminuição de citonas inflamatórias, aliviando a dor e melhorando os
sintomas psicossomáticos.
A disfunção no tecido conjuntivo ou na fáscia, provoca um estímulo nociceptor periférico,
resultando no surgimento da dor musculoesquelética.
CONCEITO.
1815 - Willian Balfour descreve uma dor especial nos músculos e nas articulações,
que define como fibrosite
1880 - O psicólogo Beard descreveu a associação de fadiga, tender points (pontos
dolorosos) e distúrbios psicológicos e cunhou o termo "neurastenia".
1976 - o termo fibromialgia foi usado pela primeira vez por Hench
1981 - Seu reconhecimento como síndrome se deu após uma publicação realizado por
Yonus,
1990 - American college of Rheumatology (ACR) estabeleceu diretrizes para a
classificação e diagnóstico da doença que sofreram alterações em 2010, 2011 e 2016.
FISIOPATOLOGIA
A fibromialgia
Afeta, principalmente, as mulheres na faixa etária de 40 e 60 anos.
A dor
É crônica, associada a presença de tender points, rigidez das articulações, fadiga
crônica, entre outros sintomas. A dor não é de origem inflamatória, não é progressiva e
nem causa degeneração, é crônica e sistêmica. O nível da dor é intenso.
anormalidades no processamento da dor, devido variações nos níveis de
neurotransmissores excitatórios e nos níveis baixos de neurotransmissores inibitórios,
como serotonina e norepinefrina, além de alterações nos opioides endógenos em
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RESUMO SOBRE FIBROMIALGIA E TECIDOS FASCIAIS.

FIBROMIALGIA

  • Considerada uma doença reumática, de etiologia desconhecida, caracterizada por uma sensação de dor musculoesquelética generalizada, com uma resposta aumentada a estímulos externos, como sintomas nociceptivos e somáticos. - O principal fator que determina sua manifestação é sensibilização, incluindo sensibilidade central, associada a rigidez articular, dor crônica e sintomas psicossomáticos associados. A fibromialgia não tem cura e o seu tratamento concentra- se, no controle dos sintomas e na melhora da qualidade de vida. A abordagem terapêutica para o tratamento requer uma abordagem multidisciplinar, com terapias farmacológicas e terapias complementares. Uma das técnicas para alivio da dor, é a liberação miofascial. Essa técnica restaura a integridade dos tecidos, aumentam a qualidade dos movimentos e aliviam a dor. A liberação miofascial tem sido utilizada com o intuito de promover o relaxamento corporal. Através dessas técnicas, mecanismos são produzidos no córtex cerebral, promovendo a diminuição de citonas inflamatórias, aliviando a dor e melhorando os sintomas psicossomáticos. A disfunção no tecido conjuntivo ou na fáscia, provoca um estímulo nociceptor periférico, resultando no surgimento da dor musculoesquelética. CONCEITO. 1815 - Willian Balfour descreve uma dor especial nos músculos e nas articulações, que define como fibrosite 1880 - O psicólogo Beard descreveu a associação de fadiga, tender points (pontos dolorosos) e distúrbios psicológicos e cunhou o termo "neurastenia". 1976 - o termo fibromialgia foi usado pela primeira vez por Hench 1981 - Seu reconhecimento como síndrome se deu após uma publicação realizado por Yonus, 1990 - American college of Rheumatology (ACR) estabeleceu diretrizes para a classificação e diagnóstico da doença que sofreram alterações em 2010, 2011 e 2016. FISIOPATOLOGIA A fibromialgia Afeta, principalmente, as mulheres na faixa etária de 40 e 60 anos. A dor É crônica, associada a presença de tender points, rigidez das articulações, fadiga crônica, entre outros sintomas. A dor não é de origem inflamatória, não é progressiva e nem causa degeneração, é crônica e sistêmica. O nível da dor é intenso. Há anormalidades no processamento da dor, devido variações nos níveis de neurotransmissores excitatórios e nos níveis baixos de neurotransmissores inibitórios, como serotonina e norepinefrina, além de alterações nos opioides endógenos em

algumas regiões cerebrais, afetando a modulação da dor e a desregulação da dopamina. O SNC equilibra de forma igual à quantidade de excitação e inibição, em pessoas com dor crônica esse equilíbrio muda, então há uma maior excitação e uma redução da inibição, resultando em dor. Alodinia (toque doloroso) e hiperalgesia (dor prolongada) Devido o desequilíbrio entre o estímulo inflamatório e o anti-inflamatório, um aumento das citocinas pro inflamatórias, e uma neuro inflamação central causado pelo aumento dos níveis de citocinas e fatores neutroficos. Sono As flutuações nos níveis de hormônio liberador de corticotropina em resposta adaptativa aumentam a produção do hormônio ACTH e reduzem o nível de cortisol. A secreção da melatonina durante o sono é afetada, resultando em sono desfavorável, sensação de fadiga durante o dia e maior percepção de dor. Cognição O processamento exagerado da dor interfere na cognição, pois exige recursos neurais aprimorados em áreas do cérebro que estão envolvidas na atenção, memória e processos cognitivos superiores, e na nocicepção. Imunidade A hiperatividade do SNS pode prejudicar a melhoria da inflamação, levando a autoimunidade e a produção excessiva de autoanticorpos. Esses anticorpos podem se associar ao antígeno derivado da dor miofascial e formar complexos imunes. DOR MIOFASCIAL NA FIBROMIALGIA

  • É uma sensação dolorosa causada pelo músculo e pela fascia.
  • As causas sistêmicas, como a falta de algumas vitaminas como a B1, B6, B12 e ácido fólico, alguns minerais, anemia e outros fatores, podem estar associadas.
  • A fibromialgia é caracterizada pela presença de tender points, enquanto o trigger points são normalmente encontrados na síndrome da dor miofascial.
  • Os triggers points são pontos hiperirritaveis em um musculo esquelético ou grupo muscular, associado a um nódulo palpável em uma área tensa.
  • O trigger points é causado pela liberação excessiva de acetilcolina da placa terminal muscular sobre diversos estímulos e lesões, ocasionando o encurtamento das fibras locais do sarcômero.

2010 - os critérios foram revisados pelo ACR, eliminando os tender points e focando em uma avaliação abrangente de áreas dolorosas e sintomas de fibromialgia. 2011 - um questionário de autorrelato foi desenvolvido para facilitar o diagnóstico em pesquisas clínicas, permitindo identificar mais casos em homens e simplificando o processo diagnóstico. 2016 - os critérios foram novamente revisados para melhorar a sensibilidade e especificidade, focando na presença de tender points, sintomas crônicos, índice de pontos sensíveis e pontuação de gravidade dos sintomas. 2019 - Os critérios mais recentes, como os da Status of Assessment of Fibromyalgia (SAF), enfatizam a avaliação da dor crônica generalizada em 19 regiões do corpo, fadiga e distúrbios do sono. No entanto, os critérios modificados centralizam apenas na fadiga e na qualidade do sono para diagnosticar a FM, sendo assim, o criterio da ACR de 2016 apresentam o melhor desempenho. TRATAMENTO É composta de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saude. As opções de tratamento incluem terapias farmacológicas, medicina complementar e alternativa. As terapias farmacológicas têm como objetivo diminuir a atividade de neurotransmissores facilitadores, e de neurotransmissores inibitórios, como a serotonina e norepinefrina. Essas opções farmacológicas mostraram causar efeitos colaterais que dificultam seu uso em longo prazo. Recomendando a adoção de uma abordagem multidimensional que inclua educação do paciente, terapia

comportamental, atividades físicas e controle da dor.

  • A liberação miofascial é um método alternativo para a fibromialgia, melhorando a qualidade de vida de pacientes. Consiste na aplicação de pressão sustentada para ativar o complexo miofascial, seja de forma direta (sobre o tecido restrito) ou indireta (dentro da barreira restritiva).
  • A forma direta emprega uma força de alguns quilogramas aplicada sobre a resistência do tecido por um período de 90 a 120 segundos, a técnica indireta, emprega uma pressão menor e tem uma duração maior. Já a técnica de autoliberação miofascial, o paciente realiza usando instrumentos, como rolos de espuma e massageadores, ajudando a diminuir a dor e melhorando a mobilidade. TECIDO FASCIAL O sistema fascial é composto por tecidos conjuntivos intramusculares e intermusculares, incluindo as fáscias endomisial, perimisial, epimisial e aponeurótica. Endomísio: está em contato com cada fibra muscular, toda força gerada é transmitida para o endomisio por conta da estrutura conjuntiva interna composta por proteínas que atravessam o sarcolema. Perimísio: formado por uma rede contínua ao longo da largura de um músculo, e desde a origem até a inserção dos fascículos, existem fibras colágenas tipo I, III, IV, V, VI e XII. Epimísio: músculo mais espesso formado por fibras de colágenos de maior diâmetro, que cobre todos os ventres musculares (porção contrátil do músculo). Aponeurótica: é o componente mais profunda da fáscia muscular, sendo composto por duas ou três camadas com cerca de 1% de fibras elásticas e 80% de fibras colágenas. Incorpora nos grupos musculares Incorpora nos Ossos (^) Órgãos A fáscia é um tecido conjunƟvo denso e fibroso, que conecta e mantêm as estruturas corporais interligadas, formando uma espécie de teia tridimensional. É insƟtuída por feixes de fibras colágenas com função de transmiƟr força e tração.
  • A inatividade física, tem maior probabilidade de causar dor devido a alterações de colágeno na fáscia.
  • A maioria dos pacientes apresenta comprometimento cognitivo, distúrbios do sono, fadiga ou enxaqueca. Para alivio desses sintomas, é indicado a terapia de relaxamento muscular com baixa força semelhante à liberação miofascial. Foi aplicada a técnica na linha nucal superior com força de 100 g por 30 minutos. Nos dias seguintes, a região tratada foi incluida a parte posterior do pescoço e ombros, com aumento gradual da força aplicada até 400 g. Após 20 dias de tratamento, o paciente relatou alívio da dor, evidenciado pela EVA.

Para comprovar a eficácia da liberação miofascial, autores realizaram um estudo para investigar possíveis mecanismos celulares e moleculares entre a tensão de movimento repetitivo e a liberação miofascial.

  • Além disso, o exercício físico é uma das opções de tratamento para a fibromialgia. Os exercícios aeróbicos e treinamento de resistência, melhoram os sintomas da fibromialgia, reduzindo a dor e a fadiga, além de melhorar a função física. Os programas de exercícios aeróbicos demonstraram ser mais eficazes na gestão da dor em pacientes com FM em comparação com os exercícios de alongamento. 8h de tensão de movimentos repeƟƟvos causaram alterações morfológicas, como lamelopódios alongados, descentralização celular, maior distância entre células e redução da área de contato célula- célula. SOMENTE MOVIMENTOS REPETITIVOS MFR (Liberação Miofascial): as células foram submeƟdas ao perfil de liberação miosfacial por 60 segundos. Não causaram mudanças nas células. SOMENTE LIBERAÇÃO protocolo tensão de movimentos repeƟƟvos (RMS) de 8 horas seguido três horas mais tarde pelo protocolo liberação miofascial (MFR) de 60 segundos. Quando a liberação miofascial foi aplicada por sessenta segundos após três horas mais tarde depois da tensão, houve redução do alongamento de lamelopódios e condensação citoplasmáƟca, além de restauração parcial da distância entre células e da área de contato célula-célula.