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Uma pesquisa sobre as mudanças e representações diferentes da personagem holly golightly em 'bonequinha de luxo' de truman capote, analisando as adaptações do livro para o filme e as influências do new journalism. A pesquisa aborda as diferenças e semelhanças na personagem entre as obras, com ênfase na relação entre audrey hepburn e o personagem, além de investigar as peculiaridades literárias de capote.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Fernanda do Couto Pedroso
Santa Maria, RS
Fernanda do Couto Pedroso
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Jornalismo, Área de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano – Unifra, como requisito parcial para obtenção do grau de Jornalista - Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo.
Profo. Carlos Alberto Badke
Santa Maria, RS 2017
“Lendo sonhos. Foi por causa disso que ela começou a caminhar pela estrada. A cada dia ela ia um pouco mais longe: uma milha, e voltava pra casa. Duas milhas, e retornava pra casa. Um dia ela seguiu em frente.” (Truman Capote, em Bonequinha de Luxo, 1988)
AGRADECIMENTOS: Nunca me imaginei me formando em Jornalismo, acreditem! Tudo foi por acaso, e foi um dos mais lindos da minha vida, apesar dos altos e baixos durante esses 4 anos. Esse caminho só me trouxe pessoas maravilhosas que me ajudaram a me conhecer e a moldar quem eu sou hoje. Agradeço todos os momentos vividos, a todas as pessoas que passaram pela minha trajetória e ficaram, e as que se foram também, pois aprendi muitas lições. Aprendi também que devemos estar sempre abertos ao que a vida nos reserva, aceitar e nos (re)adaptar às mudanças que são nos oferecidas. Quero agradecer antes de tudo a Deus, que me permitiu estar aqui e passar por todos os obstáculos. Às pessoas citadas aqui, quero dizer-lhes que as amo muito e que agradeço, porque em todo esse processo de escrita desta pesquisa, se doaram, nem que seja um minuto a mim e isso fez toda a diferença. À Morgana Machado, puri luxo, que me apresentou à Audrey Hepburn. Gratidão eterna, minha bonequinha de luxo. Obrigada por fazer parte do meu caminho e ser essa pessoa inesquecível que és, vou te levar pra sempre no meu coração. Love u. Ao que se tornou amigo, na rotina das aulas, com conselhos e opiniões que me ajudaram a chegar até o final: Clenilson Oliveira, obrigada por ser este excelente profissional e sempre me receber com alegria e risadas. Aos professores Maurício Dias, Laura Fabrício, Daniela Hinerasky e Sione Gomes, meu eterno obrigada. Cada um com suas peculiaridades, o rei dos memes, a melhor fotógrafa, a estilosa do online e a super coordenadora, vocês me motivaram a seguir em frente, até os últimos momentos dessa jornada, obrigada por serem quem são. As minhas amigas Silvana Santos e Graciele Correa, que tornam o ambiente da faculdade mais feliz, sentirei falta de vê-las todos os dias. Ao meus companheiros de curso, Andressa Marin, Luana Rodrigues, Pedro Gabriel, Pedro Corrêa, Lorenzo Franchi, pelos momentos bons que levarei comigo. À melhor pessoa que entrou na minha vida, Iuri Patias, meu POF. Quero deixar registrado aqui que eu te amo e que a nossa sintonia vem de outras vidas. Amo quando você me buga, amo quando você briga comigo, amo quando você está comigo. Ainda quero te dizer que o mundo é nosso, e será dominado por nossas lhamas e avestruzes,
Ao Jéter Silveira, meu amigo, tenho muito a te agradecer pelo incentivo, pelas ajudas nas madrugadas mesmo estando cheio de trabalhos também! Continue esse ariano com o coração mais bonito que existe. Te amo! Aos amigos da minha cidade dos poetas, Luana Nunes, Lucas Freitas e Otávio Machado. Eu não tenho palavras que transmitam o tamanho da felicidade que sinto quando estamos juntos. Isso me incentiva e me fortalece cada vez mais. Obrigada por iluminarem meu caminho quando estou perdida. Ao Márcio Fontoura, que com toda sua humildade me conquistou. Marcito, você é um ser raro de achar, eu tenho só a te agradecer, por fazer o papel de amigo e de irmão durante esses anos, me cuidando, puxando as orelhas quando precisei e se preocupando comigo. Te amo. À Adriana Aires, que se tornou uma pessoa muito importante, chegou aos poucos e dividiu comigo momentos em que compartilhamos das mesmas sensações, tensões e alegrias. Tu é iluminada! Obrigada por estar comigo, te amo! Ao Rubi. Ou melhor, ao proprietário do meu nome, Lady Gaga. Minha Rubyoncé, seja sempre essa pessoa maravilhosa que faz dos nossos momentos juntos serem os melhores. Leva essa tua alegria pro mundo, Queen B.! Ao meu amigo Maurício Mello, o alça. Um dos meus melhores amigos, que está sempre comigo. Obrigada por tudo que fez e faz por mim! Tu tens um coração enorme, saiba disso! Te amo! Ao Leonardo Ruiz, que mesmo de longe está perto. Obrigada por entrar na minha vida e querer ficar. Ao casal 20, Jewison Cabral e Patrícia Bastianello, por me ajudarem e compartilharem os bons e os maus momentos. Vocês são demais. Love u! À Anielle Meirelles que de pequena é só o tamanho, porque tem a alma mais sonhadora do mundo. Agradeço a ti pelos momentos que passamos, pelas risadas e pela tua força de vontade em tudo que faz, você me inspira! Ao Vinícius Cardoso. Mano, tu sempre tens os melhores conselhos, só tenho a te agradecer por me mostrar os inúmeros lados da vida. Tu és uma pessoa incrível, obrigada por seu meu psicólogo particular. Te amo. À minha tia Eliane Catarina Martins do Couto e ao meu tio Paulo Fernando Martins do Couto, que sempre se fazem presentes em minha vida. Agradeço por me acolherem e me ouvirem, pelos momentos de confraternização e pelas risadas.
Quero agradecer principalmente aos meus pais, Maristane do Couto Pedroso e Altamir Carvalho Pedroso, que sempre me ouviram com atenção e me compreenderam, que me fizeram não desistir deste caminho, que me fortaleceram e me motivaram a seguir em frente. Vocês são meus exemplos. Eu não poderia ter melhores pais, eu amo muito vocês, do tamanho do infinito! À minha vó Ercília Moreira do Couto, que lá de cima está sempre me protegendo. Tudo que eu faço é pra ti, meu amor. O melhor fica para o final, ao meu orientador fabuloso. Bebeto Badke. Eu não poderia ter melhor orientador. Tenho muito a lhe agradecer. Por me ouvir, por me ajudar não só neste trabalho, mas em muitos aspectos da vida, por me compreender, me aconselhar, e se tornar mais que um orientador, um amigo. Bebeto, quero que saiba que sou extremamente feliz e grata por me acolher e ter acreditado em mim, mesmo quando nem eu acreditava. És uma pessoa única e com suas peculiaridades me conquistou desde o início da faculdade. Obrigada por me dar a honra de ser tua orientanda. Love u.
Eu amo muito vocês!
Ao justificar a escolha do tema pretendido, em um primeiro momento, o que nos havia chamado atenção foi o filme Bonequinha de Luxo. Após as pesquisas iniciais, o foco passou a ser o autor Truman Capote. Desde então, o primeiro motivo a definir o tema, foi a partir da importância da obra literária Bonequinha de Luxo , por marcar uma nova vertente do jornalismo, o literário. Outro motivo que nos influenciou também, foi quando ao buscar outros trabalhos para embasamento teórico, percebemos que não havia muitas pesquisas sobre o New Journalism, em especial relacionadas ao filme Bonequinha de Luxo. A partir de então, decidimos pelo tema com o intuito de tentar trazer algo novo relacionado ao New Journalism e à Bonequinha de Luxo, que é comum ser ligado apenas à moda, por conta da atriz Audrey Hepburn e seus figurinos assinados por Givenchy^1. Acreditamos que a pesquisa se tornará relevante aos estudiosos do cinema e do New Journalism, porque Bonequinha de Luxo é considerado um marco da década de 60, por trazer mudanças em relação a vida das mulheres desta época, como independência e liberdade. Nos últimos cinco anos, em relação ao tema de pesquisa, não há muitos projetos recentes envolvendo o New Journalism, mas mesmo assim, o que se tem são bem completos. A palavra-chave: Audrey Hepburn, aparece em projetos que envolvam moda e consumo, raramente não está relacionada a estas áreas, pois é considerada um ícone da moda, entretanto, a sua personagem mais famosa, Holly Golightly, é bastante citada e estudada, como símbolo de representatividade da mulher no cenário cinematográfico. Um dos trabalhos que se aproximam do tema pretendido, é o “Holly Golightly: Uma análise de personagens femininos” desenvolvido por Letícia da Silva Vitória, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, porque faz uma comparação entre a adaptação para o cinema e o livro Bonequinha de Luxo , sobretudo as diferenças e semelhanças que são mostradas da personagem Holly, perpassa por alguns trechos que ajudarão no desenvolvimento do trabalho em questão. Percebe-se que o estado da arte nos últimos anos é relacionado à influência de Audrey na moda, pouco se fala da relação dela com o New Journalism. A partir disso, alguns artigos como “ Moda e Cinema: A Parceria entre Audrey Hepburn e Givenchy”,
(^1) Hubert De Givenchy, estilista francês, hoje com 90 anos. Seu nome está lado a lado à sofisticação, elegância e luxo. Famoso pelo clássico vestido preto de Holly Golightly.
de Adriana Regen do Senac, podem servir como base, traz trechos de como Audrey Hepburn se tornou um ícone, e então ser utilizado para inúmeros trabalhos de pesquisa. Mas, no ano de 2015, as autoras Deusélia Gonçalves de Souza Passos, Elaine Stimer Dalla Vechia e Jane Adriane Gandra escreveram o artigo “As reviravoltas de um feminino transgressor no clássico filme Bonequinha de Luxo ”, da Universidade Estadual de Goiás, com o intuito de analisar a personagem Holly Golightly, na adaptação cinematográfica e mostrar como algumas ações e características que foram modificadas influenciam na compreensão de tal personagem. Este é um trabalho com conceitos e propósitos similares aos nossos. O trabalho “Gonzo – O filho bastardo do New Journalism” escrito por André Felipe Pontes Czarnobai realizado em 2003 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também auxiliou a pesquisa em evidência, apesar de focar no jornalismo Gonzo, traz os principais conceitos de New Journalism. O New Journalism é considerado um gênero que une duas áreas – literatura e jornalismo – , que estão em voga e ainda assim o conteúdo de pesquisa para se ter um embasamento teórico não é dos maiores e dos mais atuais. Existem algumas pesquisas e trabalhos, mas poucos, e isso acaba tornando os fundamentos teóricos limitados e muitos se tornam parecidos e até repetitivos à medida que se busca algo novo, pois é um campo restrito na atualidade.
jornalismo por utilizar-se de técnicas de redação e edição. O New Journalism é uma vertente mais radical do Jornalismo Literário, pois o jornalista/escritor se coloca no interior da narrativa na maioria dos casos. Não se sabe ao certo qual foi o precursor deste novo gênero, alguns escritores dizem que foi William Thomas Stead em 1887, que deu voz ao termo New Journalism. Ele era um repórter britânico que começou nessa submersão a entrevistas em profundidade, mas, em um destes trabalhos deixou sua ética de lado, para comprovar a prostituição infantil, quando acabou “comprando” (Pena, 2006) uma menina para explicar suas teorias, e então foi sendo chamado de “Novo Jornalista”, o que na época não soava como um elogio. Mas, há também quem diga que Daniel Defoe, em 1725, foi o primeiro jornalista literário. Em uma série de reportagens policiais, ele conseguiu unir literatura e jornalismo, através de seus romances escritos, aplicando técnicas que elevaram seu nome a um dos principais precursores do gênero. Entretanto, em 1956, Truman Capote publicou uma reportagem-perfil do ator Marlon Brando, na revista New Yorker, intitulada “O duque em seus domínios”, a qual ele descreve desde o ambiente onde a entrevista foi feita, até as características do ator, como sua calvície. Foi então que o New Journalism realmente ganhou seu merecido espaço. O jornalista passa a ser mais que um mero observador e contador de histórias e sim, um personagem das narrativas que iria contar. Para Mendes (2000) apud Allan de Abreu, o New Journalism testemunhou a presença, na mídia, de expressões como o idealismo racional e a exacerbação poética. Na época, intervindo no discurso das narrativas, tanto social quanto politicamente. O problema começou a partir das redações, que eram divididas em dois tipos de repórteres, os que conseguiam informações em primeira mão e os que só faziam reportagens. Sobre este detalhe, Wolfe declara em seu livro El Nuevo Periodismo que:
O que lhes conferia um traço em comum era o fato de todos considerarem o jornal como um motel onde se passa a noite em sua jornada a caminho do triunfo final. O objetivo era conseguir emprego em um jornal, permanecer íntegro, pagar o aluguel, conhecer "o mundo", acumular "experiência", talvez polir alguma imperfeição do seu estilo... logo, em um momento, deixar o emprego sem vacilar, dizer adeus ao jornalismo, mudar-se para uma casinha em qualquer lugar, trabalhar dia e noite durante seis meses e iluminar o céu com o triunfo final. O triunfo final só poderia se chamar O Romance. (Wolfe, 1976, p.12-13)^2
(^2) Tradução livre da autora.
Isso desencadeou um movimento literário, no início dos anos 60, que por sua vez não tinha tantos objetivos, mas ao fim, teve ótimos resultados e aceitação, além de ser bem recebido por escritores e jornalistas. Entretanto, Wolfe nunca considerou o New Journalism como um movimento, pois não havia líderes, eram trabalhos que precisavam ser reconhecidos. Segundo Pena (2006), o “movimento” surgiu através da insatisfação dos inúmeros jornalistas de estarem presos às regras, ao lead, a uma prisão narrativa, onde não podiam se expressar do jeito que esperavam. O autor Gay Talese explica o novo gênero:
New journalism (ou narrative writing, que seja) quer dizer apenas escrever bem. É um texto literário que não é inventado, não é ficção, mas que é narrado como um conto, como uma sequência de filme. É como um enredo dramático digno de ser levado aos palcos e não apenas um amontoado de fatos, fácil de ser digerido. (TALESE apud CZARNOBAI, 2003, p.23) Para Wolfe (2005), o topo desta “cadeia hierárquica”, era se tornar um romancista, no entanto, o jornalista era o ponto mais baixo. Então, ele decidiu colocar no papel o pensamento das pessoas, ao utilizar pontos de exclamação, vírgulas e diferentes formas de pontuação, para mostrar que a mente da população era muito mais complexa de como estava sendo retratada, e por fim, tendo um resultado de várias lições para o jornalismo. “A minha intenção, minha esperança, sempre foi a de penetrar dentro destas pessoas, dentro dos seus sistemas nervosos centrais, e depois apresentar a experiência deles na imprensa, vista de dentro para fora.” (WOLFE apud MEWBORN, 1988, p. 7-8). O New Journalism para Wolfe, possui estratégias, como descrever todos os detalhes, usar de diálogos e um ponto de vista para prender o leitor e dar vida a história, um toque de literatura ao jornalismo:
Se os Beatles colocaram uma colher de LSD na música, Tom Wolfe pôs um pote no jornalismo. Queria todas as cores na página. Achava que o jornalismo americano estava dominado pela cor bege e pálida, salpicada no papel por um narrador chato conhecido como “o jornalista”, um sujeito de cabeça prosaica, espírito fleumático, personalidade apagada – a quem evidentemente ninguém estava interessado em acompanhar. Tom procurava um tipo de jornalismo que deixasse o romance americano para trás, humilhado em sua arrogância, e se transformasse na vanguarda literária nos anos 60. Acima de tudo se dizia movido pela necessidade primeira e única de qualquer jornalista. Manter o leitor acordado. (SANTOS, 2005, p. 239-240).
Este gênero utiliza-se de figuras de linguagens, interjeições, pontuações e toda técnica que proporcione ao leitor uma aproximação e profundidade para com a obra
Lima conceitua o jornalismo literário: O jornalismo absorve elementos do fazer literário, mas, camaleão, transforma-os, dá-lhes um aproveitamento direcionado a outro fim. A literatura está, até então, basicamente interessada na escrita. [...] E é esta tarefa, a de sair do real para coletar dados para retratá-los, a missão que o jornalismo exige das formas de expressão que passa a importar da literatura, adaptando-as, transformando-a. ( LIMA, 1993, s.p) Sobre o tema, Carta explica que:
O novo jornalismo é uma tentativa de busca da realidade, sem deixar de lado as impressões de quem escreve. O escriba, nesse contexto, pode optar pela imparcialidade – e pode, quando julgar apropriado, opinar sobre um determinado assunto. Ou seja, escrever na primeira pessoa não é (ou não deveria ser) um ato de vaidade: é, muitas vezes, a única maneira de escrever para escapar das garras do jornalismo que não toma partido e, talvez ainda mais importante, o melhor atalho para se soltar. (CARTA, 2003, p. 13) Após o auge do New Journalism, abriram-se muitas portas para uma expansão do novo gênero. Escritores como Mark Kramer^3 , Susan Orlean^4 e Adrian Nicole LeBlanc^5 foram os próximos a levarem o literário a outros patamares nos Estados Unidos. A seguir, um pouco mais sobre Capote, objeto de nossa pesquisa.
O autor Sam Wasson (2011) traz os bastidores da vida de Truman Streckfus Persons, conhecido como Truman Capote. Ele nasceu em 30 de setembro de 1924 na cidade de New Orleans, no estado de Louisiana, e faleceu em Los Angeles no dia 25 de agosto de 1984. Foi escritor, jornalista, roteirista e dramaturgo norte-americano, autor de vários contos, romances e peças teatrais, reconhecidas como clássicos literários norte-americanos. Wasson faz uma biografia de Capote até sua famosa obra, Bonequinha de Luxo. Filho de Arch Persons e Lillie Mae, desde pequeno já sofria com a relação conturbada da família. Com os pais divorciados, ele foi mandando para Monroeville, no Alabama, aos cinco anos, onde foi morar com sua tia. Lá conheceu a sua amiga e escritora Harper Lee, futuramente conhecida por “To kill a Mockingbird”.
(^3) Escritor e professor de Jornalismo na Universidade de Boston de 1991 a 2001. (^4) Jornalista e autora americana. Ela escreve para o The New Yorker desde 1992 e contribuiu com artigos para muitas revistas, incluindo Vogue, Rolling Stone, Esquire e Outside. 5 Jornalista americana, onde seu foco de trabalho se concentra nos membros marginalizados da sociedade: adolescentes que vivem na pobreza, prostitutas, mulheres na prisão, e muitos outros.
Explica Wasson (2011) que a mãe de Truman, Lillie Mae, desejava ser uma socialite rica e desimpedida, mas nunca conseguiu, pois seus inúmeros amantes sempre a deixavam. Era um ciclo vicioso, Lillie Mae sempre abandonara Truman Capote quando mais uma aventura amorosa acontecia. E, apesar de tudo, ela era a maior inspiração dele. Vazio e carente, ele nunca conseguiu preencher o espaço que a mãe havia deixado, talvez, mais tarde, um terço iria ser ocupado pela fama e caracterizado por Sam Wasson o “aroma eau d’Holly” – perfume de Holly – que seriam as boas impressões que a personagem de Bonequinha de Luxo traria, soando como uma mudança na carreira de Capote. Para o autor Ivan Lessa (2003), quando Lillie Mae se casou com Joseph Garcia Capote, eles partem para Nova York, mas ela chega ao seu limite, pois estava em um nível alto de alcoolismo e em frente a um comportamento inadequado, e foi quando o padrasto de Capote o adotou e partir de então, passou a usar o seu sobrenome. Aos 17 anos ele começa a trabalhar na revista The New Yorker Magazine como office-boy na editoria de arte. Aos 21 já havia ganhado o prêmio “O. Henry^6 ” pelo conto “Miriam”. O prêmio deu maior visibilidade ao escritor que a diante, em 1948, escreveu Outras vozes, outros lugares aos 23 anos, seu primeiro livro que ficou por nove semanas na lista dos mais vendidos do New York Times. Foi então que, ele começou a ficar conhecido não somente como escritor, mas passa a frequentar e a participar de rodas da alta sociedade. Ele passava sua vida entre festas, álcool à vontade, e sempre ao lado do escritor Jack Dunphy, seu companheiro na época. Capote também foi à Europa, onde escreveu o famoso perfil do ator Marlon Brando, O Duque em seus domínios , que nem o próprio artista conseguiu negar o texto do autor.
Era minha opinião que a reportagem poderia ser uma arte tão elevada e requintada quanto qualquer outra forma de prosa – o ensaio, o conto, a novela
(^6) É um prêmio anual atribuído a histórias curtas de mérito excepcional. Com o intuito de fortalecer a arte das short stories – ficção em prosa.