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A Impacto da Tendência Feminista em Universidades: Opiniões e Desafios, Notas de aula de Fotografia

Este texto discute o impacto positivo e negativo da tendência feminista em universidades, baseado na experiência pessoal do autor. Ele aborda a importância de incentivar todos os indivíduos a se aproximarem do feminismo, desmentindo as falsas ideias sobre o movimento. O autor enfatiza a necessidade de educação sobre o feminismo para contrariar as maldas faladas sobre ele na mídia de massa.

O que você vai aprender

  • Qual é o impacto positivo da tendência feminista em universidades?
  • Por que é importante que todos os indivíduos se aproximem do feminismo?
  • Como podemos contrariar as maldas faladas sobre o feminismo?
  • Quais são as falsas ideias sobre o feminismo que circulam na mídia de massa?
  • Qual é a importância de educação sobre o feminismo?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Brasilia80
Brasilia80 🇧🇷

4.5

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Rio de Janeiro
2018
Tradução
Ana Luiza Libânio
1ª ed ição
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Baixe A Impacto da Tendência Feminista em Universidades: Opiniões e Desafios e outras Notas de aula em PDF para Fotografia, somente na Docsity!

Rio de Janeiro

Tradução Ana Luiza Libânio

1ª edição

Sumário

Prefácio à edição de 2015*

Envolvida com teoria e prática feministas por mais de quarenta anos, tenho orgulho de dizer que, a cada ano da minha vida, meu comprometimento com o movimento feminista e com o desafio de mudar o patriarcado se intensificou. Mais do que nunca, trabalho para compartilhar a alegria libertadora que a luta feminista traz para nossa vida, de mulheres e de homens, que continuam a trabalhar por uma mudança, que continuam a esperar o fim do sexismo, da exploração sexista e da opressão. Desde os primeiros momentos de meu engajamento com a prática feminista, o que mais me empolgou foi construir um movimento feminista de massa. Acreditando, aos 20 anos de idade, que o movimento feminista para justiça social poderia mudar todas as vidas, trabalhei para criar maneiras de levar o significado do pensamento e da prática feministas a um público maior, às massas. Ainda que grande parte de meu trabalho tivesse alcançado o pessoal que até então não havia pensado sobre feminismo, sobretudo, o pessoal negro, o fato de ter escrito quase todo meu trabalho quando eu era estudante ou professora significava que ele nem sempre al- cançou um grande público. A principal maneira de o público leitor tomar conhecimento de um livro é vê-lo exposto nas livrarias e/ou lendo resenhas sobre ele. Quando uma obra

  • Originalmente, este livro foi publicado em 2000, pela South End Press. Em 2015, a Routledge publicou a segunda edição em língua inglesa, na qual se baseia a nossa tradução. (N. da E.)

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é dissidente e progressista, dificilmente é muito resenhada nos meios convencionais. Tive sorte de ter publicado livros que, apesar de terem rece- bido poucas críticas, encontraram um público. Sem dúvida, a adoção em cursos se tornou uma das formas para que os livros que receberam pouca atenção nos meios convencionais encon- trem um público. E, claro, quando escrevemos livros sobre os quais depois de ler as pessoas dizem “este livro salvou minha vida”, o boca a boca sobre a obra vende exemplares. Ao olhar para meus quarenta anos de carreira como escritora de teoria feminista, fico boquiaberta com o fato de meu livro ainda en- contrar leitores e de ainda educar para uma consciência crítica. Ao longo dos anos, como a diversidade de vozes femininas e masculinas que se reúnem para debater, escrevendo incríveis teorias feministas e de crítica cultural aumentou, e o meio acadêmico se tornou, e tem se tornado, o principal cenário da disseminação do pensamento feminista. Essa tendência tem causado um impacto positivo para estudantes da universida- de, porque proporciona mais oportunidades para o pessoal descobrir o poder e o significado do pensamento e da prática feministas, mas tem impacto negativo no trabalho de aumentar o engajamento do grande público no movimento feminista. Passei a ter total consciência feminista na graduação. Mi- nha mente mudou e se tornou outra com as aulas de Estudos de Mulheres,* devido aos livros que li. Apesar de nascida em

  • No original, “Women’s Studies”. Esse campo de estudo acadêmico surgiu com a proposta de investigar o feminismo, examinando as construções culturais e sociais dos gêneros e relacionando questões de gênero com raça, orientação sexual, classe e outras questões sociais. Hoje, em algumas universidades, o curso é denominado Estudos de Gênero e tem a mesma proposta, oferecendo diplomas de especialização a doutorado. (N. da T.)

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o pensamento feminista (isso nunca aconteceu). Então me ocorreu que eu deveria escrever um livro fácil de ler que explicasse o pensamento feminista e incentivasse as pessoas a adotar políticas feministas. Em momento algum acreditei que o movimento feminis- ta devesse ser, e que fosse, um movimento só de mulheres. No mais íntimo do meu ser, sabia que nunca teríamos um movimento feminista bem-sucedido se não conseguíssemos incentivar todo mundo, pessoas femininas e masculinas, mulheres e homens, meninas e meninos, a se aproximar do feminismo. Eu contava para meus estudantes que tinha intenção de escrever um livro que explicasse o pensamento feminista, um livro que você poderia levar para casa e com- partilhar com parentes, com pais e mães, avós e membros da igreja. O título O feminismo é para todo mundo era como um slogan que declara sobre o que é o livro. Claro, conciso, fácil de ler; para mim, era um sonho se tornando realidade. Porque ele convida todos nós a nos aproximar do feminismo.

introdução:

aProxime-Se do feminiSmo

Em todos os lugares aonde vou, com orgulho digo ao pessoal interessado em saber quem sou e o que faço: sou escritora, teórica feminista, crítica cultural. Digo às pessoas que escre- vo sobre filmes e cultura popular, analisando a mensagem de cada meio. A maioria das pessoas acha isso emocionante e quer saber mais. Todo mundo vai ao cinema, assiste à televi- são, folheia revistas, e todo mundo tem pensamentos sobre as mensagens que recebe, sobre as imagens que vê. É fácil para o público diverso que encontro entender o que faço como crítica cultural e compreender minha paixão por escrever (muita gente quer escrever e escreve). Mas teoria feminista – é nesse ponto que as perguntas param. A tendência é eu ouvir tudo sobre a maldade do feminismo e as feministas más: “elas” odeiam homens; “elas” querem ir contra a natureza (e deus);* todas “elas” são lésbicas; “elas” estão roubando empregos e tornando difícil a vida de homens brancos, que não têm a menor chance. Quando pergunto a esse mesmo pessoal sobre os livros e as revistas feministas que leem, quando pergunto a quais

  • É opção da autora escrever com letra minúscula. (N. da T.)

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fantasia. Queria que tivessem esta simples definição para ler repetidas vezes e saber que: “Feminismo é um movimento para acabar com sexismo, exploração sexista e opressão.” Adoro essa definição, que apresentei pela primeira vez há mais de dez anos em meu livro Feminist Theory: From Mar- gin to Center.* Adoro porque afirma de maneira muito clara que o movimento não tem a ver com ser anti-homem. Deixa claro que o problema é o sexismo. E essa clareza nos ajuda a lembrar que todos nós, mulheres e homens, temos sido socializados desde o nascimento para aceitar pensamentos e ações sexistas. Como consequência, mulheres podem ser tão sexistas quanto homens. Isso não desculpa ou justifica a dominação masculina; isso significa que seria inocência e equívoco de pensadoras feministas simplificar o feminismo e enxergá-lo como se fosse um movimento de mulher contra homem. Para acabar com o patriarcado (outra maneira de nomear o sexismo institucionalizado), precisamos deixar claro que todos nós participamos da disseminação do se- xismo, até mudarmos a consciência e o coração; até desape- garmos de pensamentos e ações sexistas e substituí-los por pensamentos e ações feministas. Homens, como um grupo, são quem mais se beneficiaram e se beneficiam do patriarcado, do pressuposto de que são superiores às mulheres e deveriam nos controlar. Mas esses benefícios tinham um preço. Em troca de todas as delícias que os homens recebem do patriarcado, é exigido que do- minem as mulheres, que nos explorem e oprimam, fazendo

  • Feminist Theory: From Margin to Center [Teoria feminista: da margem ao centro] foi originalmente publicado pela South End Press, em 1984. Em 2018, durante a produção deste livro, ainda era inédito no Brasil. (N. da T.)

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uso de violência, se precisarem, para manter o patriarcado intacto. A maioria dos homens acha difícil ser patriarca. A maioria dos homens fica perturbada pelo ódio e pelo medo de mulher e pela violência de homens contra mulheres, até mesmo os homens que disseminam essa violência se sentem assim. Mas eles têm medo de abrir mão dos benefícios. Eles não têm certeza sobre o que vai acontecer com o mundo que eles já conhecem tão bem, se o patriarcado mudar. Então acham mais fácil apoiar passivamente a dominação masculina, mesmo quando sabem, no fundo, que estão errados. Repetidas vezes, homens me falam que não têm a menor ideia de o que feministas querem. Acredito neles. Acredito na capacidade que eles têm de mudar e crescer. E acredito que, se soubessem mais sobre feminismo, não te- riam mais medo dele, porque encontrariam no movimento feminista esperança para sua própria libertação das amarras do patriarcado. É para esses homens, jovens e idosos, e para todas e todos nós que escrevi este rápido guia, o livro que por mais de vinte anos desejei. Precisei escrevê-lo, porque fiquei esperando que ele aparecesse, e ele não apareceu. E, sem ele, não havia forma de abordar as multidões nesta nação, que todos os dias são bombardeadas por reações antifeministas violentas e que são orientadas a odiar e a resistir a um movimento sobre o qual conhecem muito pouco. Deveria haver tantas pequenas car- tilhas feministas, folhetos fáceis de ler e livros nos contando tudo sobre feminismo, que este livro seria apenas mais uma voz impetuosa falando em nome das políticas feministas. Deveria haver outdoors, anúncios em revistas, propagandas em ônibus, metrôs, trens, comerciais na TV espalhando a notícia e ensinando o mundo sobre feminismo. Ainda não

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Veja como o feminismo pode tocar e mudar sua vida e a de todos nós. Aproxime-se e aprenda, na fonte, o que é o movimento feminista. Aproxime-se e verá: o feminismo é para todo mundo.

1. Políticas feministas:

em que ponto estamos

Dito de maneira simples, feminismo é um movimento para acabar com sexismo, exploração sexista e opressão. Essa foi uma definição para feminismo que apresentei há mais de dez anos no livro Feminist Theory: From Margin to Center. Na- quele momento, minha esperança era de que essa se tornaria uma definição comum, que todo mundo usaria. Eu gostava dessa definição porque não deixava implícito que homens eram inimigos. Ao indicar o sexismo como o problema, ela foi bem no xis da questão. Na verdade, essa definição deixa implícito que todos os pensamentos e todas as ações sexistas são problemas, independentemente de quem os perpetua ser mulher ou homem, criança ou adulto. Também é ampla o suficiente para incluir a compreensão de sexismo institu- cionalizado sistêmico. Como definição, não é conclusiva. Sugere que, para compreender o feminismo, uma pessoa precisa necessariamente compreender o sexismo. Como todas e todos defensores das políticas feministas sabem, a maioria das pessoas não entende o sexismo ou, se entende, pensa que ele não é um problema. Uma multidão pensa que o feminismo é sempre e apenas uma questão de mulheres em busca de serem iguais aos homens. E a grande

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De fato, o sentimento anti-homem estava muito presen- te entre as ativistas do início do feminismo, que reagiam com ira à dominação masculina. Essa raiva da injustiça foi o impulso para a criação do movimento de libertação da mulher. Ainda no início, grande parte das ativistas femi- nistas (a maioria, branca) tomou consciência da natureza da dominação masculina quando trabalhava em contextos anticlassista e antirracista, com homens que falavam para o mundo sobre a importância da liberdade enquanto subor- dinavam as mulheres de sua classe. Quer fossem mulheres brancas trabalhando em nome do socialismo, quer fossem mulheres negras trabalhando em nome dos direitos civis e da libertação negra, ou mulheres indígenas trabalhando pelos direitos dos povos indígenas, estava claro que os homens queriam comandar e queriam que as mulheres os seguissem. Participar dessas lutas radicais por liberdade acordou o es- pírito de rebeldia e resistência em mulheres progressistas e as direcionou à libertação da mulher contemporânea. Enquanto o feminismo contemporâneo progredia, en- quanto as mulheres se davam conta de que o grupo dos ho- mens não era o único na sociedade que apoiava o pensamento e o comportamento sexistas – mulheres também poderiam ser sexistas –, atitudes anti-homem já não definiam a cons- ciência do movimento. O foco passou a ser um grande esforço para criar justiça de gênero. Mas as mulheres não poderiam se juntar para promover o feminismo sem confrontar nosso pensamento sexista. A sororidade não seria poderosa en- quanto mulheres estivessem em guerra, competindo umas com as outras. Visões utópicas de sororidade baseadas apenas na consciência da realidade de que mulheres eram de algu- ma maneira vitimizadas pela dominação masculina foram

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quebradas por discussões de classe e raça. Discussões sobre desigualdade de classe aconteciam no início do feminismo contemporâneo e precederam as discussões sobre raça. A editora Diana Press publicou ideias revolucionárias acerca da divisão de classe entre mulheres na metade da década de 1970 na coletânea de ensaios Class and Feminism.* Essas discussões não banalizaram a insistência feminista de que “a sororidade é poderosa”; apenas enfatizaram que podemos nos tornar irmãs na luta somente confrontando as maneiras pelas quais mulheres – por meio de sexo, classe e raça – dominaram e exploraram outras mulheres, e criaram uma plataforma política que abordaria essas diferenças. Mesmo que mulheres negras individuais fossem ativas no movimento feminista contemporâneo desde seu início, elas não foram os indivíduos que se tornaram “estrelas” do mo- vimento, que atraíam a atenção da mídia de massa. Muitas vezes, essas mulheres negras ativistas do movimento femi- nista eram feministas revolucionárias (como várias lésbicas brancas). Elas já discordavam de feministas reformistas que estavam decididas a projetar a noção do movimento como se ele fosse, exclusivamente, pela igualdade entre mulheres e homens no sistema existente. Mesmo antes de raça se tornar uma questão debatida nos círculos feministas, estava claro para as mulheres negras (e para as revolucionárias aliadas da luta) que jamais alcançariam igualdade dentro do patriar- cado capitalista de supremacia branca existente.

  • Bunch, Charlotte (org.). Class and Feminism: A Collection of Essays from the Furies [Classe e feminismo: uma coletânea de ensaios das Fúrias]. Bal- timore: Diana Press, 1974. Em 2018, durante a produção deste livro, ainda era inédito no Brasil. (N. da T.)

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do feminismo revolucionário, quando começou a alcançar poder econômico dentro da estrutura social existente. Iro- nicamente, o pensamento feminista revolucionário era mais aceito e adotado nos círculos acadêmicos. Nesses círculos, a produção de teoria feminista revolucionária progrediu, mas com muita frequência não estava disponível para o público. Tornou-se, e permanece assim, um discurso privilegiado, disponível para aqueles entre nós que são altamente letra- dos, educados e economicamente privilegiados. Trabalhos como Feminist Theory: From Margin to Center, que oferece uma visão libertadora de transformação feminista, jamais recebe atenção da grande imprensa. A grande multidão não ouviu falar desse livro. Ela não rejeitou a mensagem; ela não conhece a mensagem. Enquanto era interesse do patriarcado capitalista de supremacia branca suprimir o pensamento feminista visio- nário, que não era anti-homem, ou que fosse preocupado em alcançar para as mulheres o direito de ser igual aos homens, feministas reformistas queriam silenciar essas forças. O feminismo reformista se tornou o caminho para a mobilidade de classe. Elas poderiam se libertar da domi- nação masculina no mercado de trabalho e escolher mais livremente o próprio estilo de vida. Mesmo que o sexismo não tenha acabado, elas poderiam maximizar a liberdade dentro do sistema existente. E poderiam contar com o fato de existir uma classe mais baixa de mulheres exploradas e subordinadas para fazer o trabalho sujo que se recusavam a fazer. Ao aceitar, e de fato conspirar a favor da subordinação de mulheres trabalhadoras e pobres, elas não somente se aliaram ao patriarcado existente e ao concomitante sexismo como se permitiram o direito de levar uma vida dupla, em

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que são iguais aos homens no mercado de trabalho e em casa, quando querem ser. Se escolhem a lesbianidade, elas têm o privilégio de se tornar iguais aos homens no mercado de trabalho, enquanto utilizam o poder de classe para criar um estilo de vida doméstica em que elas podem escolher ter pouco ou nenhum contato com homens. O feminismo como estilo de vida introduziu a ideia de que poderia haver tantas versões de feminismo quantas fossem as mulheres existentes. De repente, a política começou a ser aos poucos removida do feminismo. E prevaleceu a hipótese de que não importa o posicionamento político de uma mulher, seja ela conservadora ou liberal, ela também pode encaixar o feminismo em seu estilo de vida. Obviamente, essa maneira de pensar fez o feminismo ser mais aceitável, porque seu pressuposto subjacente é que mulheres podem ser feminis- tas sem fundamentalmente desafiar e mudar a si mesmas ou à cultura. Por exemplo, vejamos a questão do aborto. Se feminismo é um movimento para acabar com a opressão sexista, e se privar mulheres de seus direitos reprodutivos é uma forma de opressão sexista, então uma pessoa não pode ser contra o direito de escolha e ser feminista. Uma mulher pode afirmar que jamais escolheria fazer aborto enquanto afirma seu apoio ao direito de as mulheres escolherem, e ain- da assim ser uma defensora de políticas feministas. Ela não pode ser antiaborto e defensora do feminismo. Ao mesmo tempo, não pode haver algo como “feminismo como poder”, se a noção de poder suscitada for poder adquirido através de exploração e opressão de outras pessoas. As políticas feministas estão perdendo o momentum porque o movimento feminista perdeu suas definições cla- ras. Temos essas definições. Vamos recuperá-las. Vamos