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fatores intervenientes no desensolvimento humano, Exercícios de Bioquímica

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Tipologia: Exercícios

2025

Compartilhado em 11/03/2025

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Fatores Intervenientes no Desenvolvimento Humano
O contato direto com nossos amigos, filhos, pais e pessoas, em geral, nos faz constatar um fato corriqueiro:
todos mudam durante seu ciclo vital. Nos primeiros anos de vida, essa mudança é ainda mais visível.
Rapidamente, as crianças começam a andar, falar, organizar-se no mundo, discutir idéias, propor soluções
para os problemas práticos. Com o passar do tempo, essas crianças tornam-se adolescentes e transformam seus
corpos e suas formas de pensar. Essas observações podem nos parecer banais até certo ponto. No entanto, quando
nos perguntamos "por quê" e "como" essas mudanças ocorrem, as respostas não nos parecem tão simples assim.
O ponto de vista inatista-maturacionista
Essa perspectiva parte do princípio de que os fatores hereditários ou de maturação são preponderantes para o
desenvolvimento da criança. Isso significa deixar em segundo plano os fatores relacionados à aprendizagem e à
experiência.
Quando falamos em fatores hereditários, estamos nos referindo àquelas características da criança que foram
herdadas de seus pais. Assim, em se tratando do desenvolvimento biológico, algumas particularidades como a cor
dos olhos, dos cabelos, o tipo sangüíneo, dentre outras, fazem parte da herança genética individual que cada um de
nós recebe desde a concepção.
Dentro dessa perspectiva, a maturação significa um padrão comum de mudanças que se dão em todos os membros
de uma mesma espécie, como, por exemplo, as transformações do corpo na adolescência. Ocorrem em uma
seqüência pré-determinada que, de forma geral, independe de fatores externos.
Para aqueles que defendem a perspectiva inatista-maturacionista, o desenvolvimento psicológico teria o mesmo
padrão do desenvolvimento biológico. A inteligência e as aptidões individuais seriam herdadas dos pais e já estariam
pré-determinadas por ocasião do nascimento. Dessa forma, o comportamento e as habilidades das crianças
seguiriam padrões mais ou menos fixos, governados pelos processos de maturação, que seriam independentes da
aprendizagem ou da experiência.
Para chegar a essa conclusão, desde o início do século XX, pesquisadores que defendem essa linha de pensamento
se dedicaram a observar crianças e constataram que, na maioria das vezes, pessoas com aptidões especiais tinham
familiares que apresentavam os mesmos traços. Diante dessas evidências, concluíram que características
psicológicas como nível de inteligência e habilidades de escrita, leitura, cálculo, entre outras, seriam transmitidas de
pai para filho através da herança biológica. O meio social e a Educação, portanto, cumpririam apenas o papel de
impedir ou de deixar aflorar essas características.
Foi dentro dessa perspectiva que Alfred Binet (1857-1911) e Théodore Simon (1873-1961) construíram o primeiro
teste para medir a inteligência ou o quociente intelectual (o famoso QI). Também, nessa mesma linha, o pesquisador
norte-americano Arnold Gesell (1880-1961) elaborou uma escala do desenvolvimento desde o nascimento até a
adolescência, estabelecendo comportamentos e habilidades típicos de cada faixa etária. Eles acreditavam que os
fatores hereditários e a maturação biológica seriam determinantes na evolução psicológica da criança. Os testes de
inteligência e as escalas de desenvolvimento permitiriam construir padrões de "normalidade". Isto significa que os
psicólogos teriam em mãos alguns parâmetros para saber se as crianças estariam se desenvolvendo normalmente.
Essa forma de pensar, levada ao limite, pode ter conseqüências nefastas. Se pensarmos que uma criança, filha de
pintores famosos, por exemplo, nasce com uma herança genética que a levará a ser também uma pintora,
estaremos reforçando uma idéia que muitos críticos dessa posição denominaram "ideologia do dom". Trata-se de
pensar que as diferenças no desempenho de determinada tarefa ocorrem em razão de uma herança genética ou
mesmo de características étnicas, e não por causa de diferenças culturais ou de oportunidades. Assim, uma criança
pobre e negra teria dificuldades de aprendizagem na escola, não por lhe faltarem oportunidades, mas por já nascer
com deficiências intelectuais, provenientes da família ou até mesmo da raça a que pertence.
A escola, então, pouco poderia fazer. Nasceríamos com "dom para a música", para um bom desempenho na área de
Matemática, com uma "veia artística" etc. Deixaríamos de considerar o ambiente em que a pessoa foi educada e
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Fatores Intervenientes no Desenvolvimento Humano

O contato direto com nossos amigos, filhos, pais e pessoas, em geral, nos faz constatar um fato corriqueiro: todos mudam durante seu ciclo vital. Nos primeiros anos de vida, essa mudança é ainda mais visível. Rapidamente, as crianças começam a andar, falar, organizar-se no mundo, discutir idéias, propor soluções para os problemas práticos. Com o passar do tempo, essas crianças tornam-se adolescentes e transformam seus corpos e suas formas de pensar. Essas observações podem nos parecer banais até certo ponto. No entanto, quando nos perguntamos "por quê" e "como" essas mudanças ocorrem, as respostas não nos parecem tão simples assim. O ponto de vista inatista-maturacionista Essa perspectiva parte do princípio de que os fatores hereditários ou de maturação são preponderantes para o desenvolvimento da criança. Isso significa deixar em segundo plano os fatores relacionados à aprendizagem e à experiência. Quando falamos em fatores hereditários, estamos nos referindo àquelas características da criança que foram herdadas de seus pais. Assim, em se tratando do desenvolvimento biológico, algumas particularidades como a cor dos olhos, dos cabelos, o tipo sangüíneo, dentre outras, fazem parte da herança genética individual que cada um de nós recebe desde a concepção. Dentro dessa perspectiva, a maturação significa um padrão comum de mudanças que se dão em todos os membros de uma mesma espécie, como, por exemplo, as transformações do corpo na adolescência. Ocorrem em uma seqüência pré-determinada que, de forma geral, independe de fatores externos. Para aqueles que defendem a perspectiva inatista-maturacionista, o desenvolvimento psicológico teria o mesmo padrão do desenvolvimento biológico. A inteligência e as aptidões individuais seriam herdadas dos pais e já estariam pré-determinadas por ocasião do nascimento. Dessa forma, o comportamento e as habilidades das crianças seguiriam padrões mais ou menos fixos, governados pelos processos de maturação, que seriam independentes da aprendizagem ou da experiência. Para chegar a essa conclusão, desde o início do século XX, pesquisadores que defendem essa linha de pensamento se dedicaram a observar crianças e constataram que, na maioria das vezes, pessoas com aptidões especiais tinham familiares que apresentavam os mesmos traços. Diante dessas evidências, concluíram que características psicológicas como nível de inteligência e habilidades de escrita, leitura, cálculo, entre outras, seriam transmitidas de pai para filho através da herança biológica. O meio social e a Educação, portanto, cumpririam apenas o papel de impedir ou de deixar aflorar essas características. Foi dentro dessa perspectiva que Alfred Binet (1857-1911) e Théodore Simon (1873-1961) construíram o primeiro teste para medir a inteligência ou o quociente intelectual (o famoso QI). Também, nessa mesma linha, o pesquisador norte-americano Arnold Gesell (1880-1961) elaborou uma escala do desenvolvimento desde o nascimento até a adolescência, estabelecendo comportamentos e habilidades típicos de cada faixa etária. Eles acreditavam que os fatores hereditários e a maturação biológica seriam determinantes na evolução psicológica da criança. Os testes de inteligência e as escalas de desenvolvimento permitiriam construir padrões de "normalidade". Isto significa que os psicólogos teriam em mãos alguns parâmetros para saber se as crianças estariam se desenvolvendo normalmente. Essa forma de pensar, levada ao limite, pode ter conseqüências nefastas. Se pensarmos que uma criança, filha de pintores famosos, por exemplo, já nasce com uma herança genética que a levará a ser também uma pintora, estaremos reforçando uma idéia que muitos críticos dessa posição denominaram "ideologia do dom". Trata-se de pensar que as diferenças no desempenho de determinada tarefa ocorrem em razão de uma herança genética ou mesmo de características étnicas, e não por causa de diferenças culturais ou de oportunidades. Assim, uma criança pobre e negra teria dificuldades de aprendizagem na escola, não por lhe faltarem oportunidades, mas por já nascer com deficiências intelectuais, provenientes da família ou até mesmo da raça a que pertence. A escola, então, pouco poderia fazer. Nasceríamos com "dom para a música", para um bom desempenho na área de Matemática, com uma "veia artística" etc. Deixaríamos de considerar o ambiente em que a pessoa foi educada e

que, provavelmente, valorizou e mesmo ensinou essas habilidades. Desse modo, em ambientes onde as crianças têm poucas oportunidades de desenvolver a curiosidade, de aprender a investigar e a se expressar, teríamos o oposto: as dificuldades seriam vistas como uma herança negativa, contra a qual nada poderia ser feito. Infelizmente, muitas dessas ferramentas foram usadas para discriminar e excluir crianças das camadas mais pobres da população, especialmente em países como o Brasil, que, em meados do século XX, abria as portas das escolas para esse público. À escola cabia o papel de promover um desenvolvimento harmonioso das capacidades infantis, desde que não houvesse "imaturidade". Daí a idéia de que as crianças "não estão prontas" para a alfabetização ou mesmo que "não têm condições intelectuais" para acompanharem classes de alunos ditos normais. Alguns psicólogos, como, por exemplo, Maria Helena de Souza Patto, denunciaram esse mau uso dos instrumentos criados pela Psicologia. Em seu livro: Psicologia e Ideologia , escrito na década de 1980, essa pesquisadora nos mostra como a Psicologia ajudou a discriminar profissionais e alunos provenientes das classes trabalhadoras, provendo conceitos e instrumentos "científicos" de medida para garantir a ordem social vigente. Diz ela: (...) a quantificação quase mágica, realizava o sonho da sociedade industrial capitalista de poder basear-se num critério numérico, objetivo, para classificar seus membros. (...) este foi o domínio em que a Psicologia americana mais se distinguiu: (...), explicar o insucesso escolar e garantir, assim, a crença no mito da igualdade de oportunidades. (Patto, 1984: 98) Essa autora nos ajuda a ver que os conhecimentos produzidos em qualquer campo das Ciências Sociais e Humanas não são neutros, mas confirmam modelos ideológicos produzidos socialmente, ao mesmo tempo em que provocam transformações sociais. O ponto de vista comportamentalista Esta perspectiva parte do princípio de que o ambiente e as experiências são fatores determinantes do comportamento humano. O desenvolvimento seria o resultado das múltiplas aprendizagens acumuladas durante a vida. John Broadus Watson (1878-1958) foi o fundador do movimento comportamentalista e definiu a Psicologia como um ramo objetivo e experimental das Ciências Naturais. Para ele, embora o comportamento humano seja mais refinado, pode ser explicado pelos mesmos princípios que o comportamento de qualquer animal. O condicionamento é um processo de aprendizagem e modificação de comportamento através de mecanismos estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central do indivíduo. Esse processo é vinculado ao Behaviorismo ou Comportamentalismo, que é o conjunto de ideias presente na Psicologia que vê o comportamento como único, devendo ser o objeto de estudo da Psicologia. O primeiro tipo de condicionamento, denominado Condicionamento Clássico, foi desenvolvido pelo fisiologista russo Ivan Pavlov. Pavlov fez uma experiência envolvendo um cão, uma campainha e um pedaço de carne. O fisiologista percebeu que quando o cão via o pedaço de carne, ele salivava, o que foi chamado de reflexo não condicionado. Pavlov também começou a tocar a campainha (estímulo neutro) quando ia mostrar o pedaço de carne. O outro tipo de condicionamento é o operante ou instrumental. A grande questão do condicionamento operante não é a de fazer a correlação entre um estímulo e outro, como no caso do condicionamento clássico, mas sim de fazer a associação entre um estímulo e a consequência dele. Para estudiosos desta corrente, a idéia de aptidões, disposições intelectuais ou temperamentos inatos é totalmente falsa. O tema central dessa corrente de pensamento é a aprendizagem, vista como resultado das influências dos fatores externos. O bebê humano, para eles, vem ao mundo desprovido do que quer que seja. É como uma folha em branco. As experiências obtidas em sua trajetória de vida são o que marca essa folha, escrevendo sobre ela uma história de vida. O que importa é explicar como os comportamentos são aprendidos, através dos diversos tipos de condicionamento. Podemos, então, dizer que essa teoria confunde-se com uma teoria da aprendizagem. http://crv.educacao.mg.gov.br/SISTEMA_CRV