






Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Uma visão abrangente sobre os mecanismos de ação dos anticonvulsivantes, explorando os principais tipos de medicamentos, seus efeitos sobre os canais iônicos e neurotransmissores, e a importância da personalização do tratamento. Aborda também a farmacologia dos anticonvulsivantes, incluindo a eficácia, efeitos colaterais e a necessidade de ajustes terapêuticos.
Tipologia: Resumos
1 / 11
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
9/9/
Os anticonvulsivantes, também conhecidos como antiepiléticos, são medicamentos utilizados para prevenir e tratar crises convulsivas. Eles atuam suprimindo a atividade elétrica excessiva dos neurônios durante as convulsões e impedindo que essas crises se espalhem pelo cérebro.
MECANISMOS DE AÇÃO
Os principais mecanismos de ação dos anticonvulsivantes incluem:
Bloqueio de Canais de Sódio: Muitos anticonvulsivantes, como a fenitoína e a carbamazepina, atuam bloqueando canais de sódio, o que impede a despolarização excessiva das células neuronais.
Potencialização do GABA: Fármacos como o ácido valpróico aumentam a atividade do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA), que tem um efeito inibitório sobre a atividade neuronal.
Bloqueio de Canais de Cálcio: Alguns medicamentos, como a etossuximida, bloqueiam canais de cálcio tipo T, que são importantes na geração de crises de ausência.
TIPOS DE ANTICONVULSIVANTES
Os anticonvulsivantes podem ser classificados em várias categorias:
Barbitúricos: Como o fenobarbital, que atuam como depressores do sistema nervoso central.
Benzodiazepínicos: Fármacos como o diazepam, que têm propriedades anticonvulsivantes, mas podem causar dependência.
Carboxamidas: Como a carbamazepina, usada para crises parciais e tônico-clônicas.
Ácidos Graxos: Como o ácido valpróico, eficaz em múltiplos tipos de crises.
EFEITOS COLATERAIS Os anticonvulsivantes podem causar uma variedade de efeitos colaterais, que incluem:
Sedação e Ataxia: Comuns em muitos fármacos, como o fenobarbital e a carbamazepina.
Alterações Metabólicas: O ácido valpróico pode causar ganho de peso e alterações na função hepática.
Efeitos Neurológicos: Alguns pacientes podem experimentar problemas cognitivos ou alterações de humor
FISIOLOGIA DOS CANAI S IÔNICOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC ) Os canais iônicos desempenham um papel crucial na fisiologia do sistema nervoso central, sendo responsáveis pela geração e propagação de potenciais de ação, que são essenciais para a comunicação neuronal.
TIPOS DE CANAIS IÔNICOS Os canais iônicos podem ser classificados de acordo com o tipo de íon que permitem passar e os mecanismos que os ativam:
Canais de Sódio (Na⁺): Dependentes de voltagem, são fundamentais para a
9/9/
despolarização da membrana neuronal durante o potencial de ação. A abertura desses canais permite um influxo rápido de sódio, resultando em uma mudança significativa no potencial elétrico da célula.
Canais de Potássio (K⁺): Também dependentes de voltagem, são responsáveis pela repolarização da membrana após a despolarização. Eles permitem a saída de potássio da célula, ajudando a restaurar o potencial de repouso.
Canais de Cálcio (Ca²⁺): Esses canais são importantes para a liberação de neurotransmissores nas sinapses. A entrada de cálcio nas terminações nervosas desencadeia a exocitose de vesículas sinápticas, liberando neurotransmissores na fenda sináptica
MECANISMOS DE AÇÃO
Os canais iônicos podem ser ativados por diferentes estímulos:
Dependentes de Voltagem: A abertura desses canais ocorre em resposta a mudanças no potencial de membrana, como observado durante a despolarização e repolarização.
Dependentes de Ligantes: Esses canais se abrem em resposta à ligação de neurotransmissores ou outras moléculas sinalizadoras, como no caso dos receptores de glutamato e GABA.
POTENCIAL DE AÇÃO
O potencial de ação é um fenômeno eletrofisiológico que envolve várias fases:
Despolarização: Abertura dos canais de sódio, permitindo a entrada de Na⁺, resultando em uma rápida mudança no potencial de membrana.
Pico de Ultrapassagem: O potencial de membrana atinge um valor máximo, próximo ao equilíbrio de sódio.
Repolarização: Fechamento dos canais de sódio e abertura dos canais de potássio, permitindo a saída de K⁺ e restaurando o potencial de repouso.
Hiperpolarização: O potencial de membrana torna-se temporariamente mais negativo do que o potencial de repouso antes de retornar ao estado basal
CONVULSÕES E EPILEPSIA: CONTEXTUALIZAÇÃO
CONVULSÃO A convulsão é caracterizada por descargas elétricas anormais, excessivas e hipersincrônicas no sistema nervoso central (SNC). Este fenômeno pode manifestar-se por meio de contrações musculares involuntárias, perda de consciência e outros sintomas motores. As convulsões podem ser breves, durando apenas alguns segundos a minutos, e podem ocorrer em várias condições, não apenas na epilepsia. É importante notar que nem toda convulsão indica a presença de epilepsia, pois pode ser desencadeada por fatores como febre, traumatismo cranioencefálico ou intoxicação.
EPILEPSIA A epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada pela ocorrência de crises epilépticas recorrentes e não provocadas. Para o
9/9/
Alterações na fala e na capacidade de responder a comandos.
Experiências de aura, que são sensações ou percepções que precedem a crise e podem incluir sentimentos de déjà vu.
Essas crises geralmente duram de 30 segundos a 2 minutos e, após o episódio, o paciente pode sentir confusão e não se lembrar do que ocorreu
durante a crise.
CRISES GENERALIZADAS
As crises generalizadas envolvem a atividade elétrica anormal em todo o cérebro. Isso resulta em perda de consciência e pode se manifestar de várias formas, como:
Crises tônico-clônicas: caracterizadas por contrações musculares seguidas de relaxamento.
Crises de ausência: onde o paciente fica "desligado" por alguns segundos, frequentemente sem movimentos visíveis.
Essas crises podem ser precedidas por crises parciais simples ou complexas, que se generalizam posteriormente.
AURA
A aura é um fenômeno que pode ocorrer antes de uma crise parcial complexa. É uma experiência subjetiva que serve como um aviso de que uma crise está prestes a acontecer. Os sintomas da aura podem incluir:
Sensações de déjà vu.
Alterações sensoriais, como cheiros ou sons que não estão presentes.
Sentimentos de ansiedade ou desconforto.
A aura é importante porque pode ajudar a identificar a área do cérebro onde a crise se origina
MECANISMOS CELULARES DAS CONVULSÕES As convulsões resultam de descargas elétricas anormais e excessivas nos neurônios do cérebro. Esses eventos podem ser compreendidos através de diversos mecanismos celulares que envolvem a excitabilidade neuronal e a comunicação sináptica.
Desregulação de canais iônicos: A abertura excessiva de canais de sódio (Na⁺) e a inibição de canais de potássio (K⁺) resultam em despolarização da membrana celular, facilitando a geração de potenciais de ação.
9/9/
Aumento da atividade glutamatérgica: O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do cérebro. Em condições de crise, a liberação excessiva de glutamato pode levar à hiperexcitabilidade neuronal, contribuindo para a propagação das descargas elétricas.
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central. Durante as convulsões, pode ocorrer um déficit na ação do GABA, resultando em:
Redução da inibição: A diminuição da atividade inibitória do GABA permite que a excitabilidade neuronal aumente, contribuindo para a ocorrência de crises. O equilíbrio entre a excitabilidade e a inibição é crucial para a função cerebral normal.
Hiperpolarização: Após uma crise, mecanismos inibitórios são ativados, levando a uma fase de hiperpolarização, que ajuda a cessar a atividade convulsiva.
As sinapses são as junções entre os neurônios onde a comunicação ocorre. Durante uma crise convulsiva, as seguintes alterações podem ocorrer:
Aumento da transmissão sináptica: A liberação excessiva de neurotransmissores excitatórios pode aumentar a eficácia sináptica, resultando em uma maior propagação da atividade elétrica anormal.
Desregulação de receptores: Alterações na quantidade ou na sensibilidade dos receptores
de neurotransmissores podem afetar a comunicação entre os neurônios, contribuindo para a instabilidade elétrica que caracteriza as convulsões.
Genética: Algumas formas de epilepsia têm uma base genética, com mutações em genes que codificam canais iônicos ou proteínas sinápticas que afetam a excitabilidade neuronal.
Estímulos ambientais: Fatores como estresse, privação de sono, e consumo de substâncias podem atuar como gatilhos para a ocorrência de convulsões em indivíduos predispostos.
O tratamento farmacológico das convulsões e da epilepsia envolve o uso de diversos grupos de medicamentos conhecidos como anticonvulsivantes. Esses fármacos têm como objetivo controlar a atividade elétrica anormal no cérebro, prevenindo a ocorrência de crises.
9/9/
Alternativas Terapêuticas: Em casos refratários, pode-se considerar intervenções não farmacológicas, como cirurgia, dieta cetogênica ou estimulação do nervo vago.
Os benzodiazepínicos atuam aumentando a inibição mediada pelo neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA) no sistema nervoso central. Seu mecanismo de ação envolve:
Ligação aos receptores GABA-A: Os benzodiazepínicos se ligam a um sítio específico no receptor GABA-A, na interface entre as subunidades α e γ.
Aumento da afinidade pelo GABA: Essa ligação aumenta a afinidade do receptor pelo GABA, facilitando sua ação inibitória.
Prolongamento da abertura dos canais de cloreto: A ligação do GABA ao seu receptor abre canais de cloreto, hiperpolarizando a membrana neuronal. Os benzodiazepínicos prolongam esse estado de abertura, potencializando o efeito inibitório.
Exemplos de benzodiazepínicos utilizados como anticonvulsivantes incluem:
DIAZEPAM : USADO NO TRATAMENTO DE CONVULSÕES, ESPECIALMENTE EM SITUAÇÕES D E EMERGÊNCIA DEVIDO AO SEU RÁPIDO INÍCIO DE AÇÃO. LORAZEPAM: TAMBÉM EFICAZ NO CONTROLE DE CONVULSÕES, COM PERFIL DE EFEITOS COLATERAIS SEMELHANTE AO DIAZEP AM. CLONAZEPAM : INDICADO PARA O TRATAMENTO DE CRISES DE AUSÊNCIA E MIOCLÔNICAS. Portanto, os benzodiazepínicos promovem um aumento da inibição mediada pelo GABA, estabilizando a atividade elétrica cerebral e interrompendo a propagação das descargas convulsivas. Essa ação anticonvulsivante os torna úteis no tratamento agudo e crônico das crises epilépticas.
9/9/
Os anticonvulsivantes são medicamentos fundamentais no tratamento de crises epilépticas e atuam de várias maneiras para estabilizar a atividade elétrica no cérebro. Entre os MECANISMOS DE AÇÃO, DESTACA-SE A INIBIÇÃO MEDIADA PELOS CANAIS DE SÓDIO (NA⁺), QUE É CRUCIAL PARA O CONTROLE DAS CONVULSÕES.
MECANISMO DE AÇÃO: A UMENTO DA INIBIÇÃO MEDIADA PELOS CANAIS DE SÓDIO
Os anticonvulsivantes que aumentam a inibição mediada pelos canais de sódio atuam principalmente por meio do bloqueio desses canais, o que resulta em:
Redução da excitabilidade neuronal: Ao bloquear os canais de sódio dependentes de voltagem, esses medicamentos impedem a rápida despolarização das membranas neuronais, evitando a geração de potenciais de ação excessivos que levam às convulsões.
Estabilização da atividade elétrica: Com a inibição dos canais de sódio, a atividade elétrica anormal no cérebro é controlada, prevenindo a propagação das descargas elétricas que caracterizam as crises epilépticas.
EXEMPLOS DE ANTICONVULSIVANTES QUE AUMENTAM A INIBIÇÃO MEDIADAS PELOS CANAI S DE SÓDIO
Fenitoína: Um dos primeiros anticonvulsivantes a ser utilizado, bloqueia os canais de sódio e é eficaz em crises tônico-clônicas e parciais.
Carbamazepina: Utilizada para tratar crises parciais e tônico-clônicas, também atua bloqueando canais de sódio.
Ácido Valpróico: Além de aumentar a concentração de GABA, também inibe canais de sódio, sendo eficaz em múltiplos tipos de crises.
Lamotrigina: Bloqueia canais de sódio e é utilizada em várias formas de epilepsia, incluindo crises parciais e tônico-clônicas.
Os bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) são uma classe de medicamentos que desempenham um papel importante no tratamento de várias condições neurológicas, incluindo epilepsia. Eles atuam principalmente
9/9/
contribui para a redução da excitabilidade neuronal e o controle das crises epilépticas.
RECEPTORES DE GLUTAM ATO E EPILEPSIA
O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório no sistema nervoso central. Sua ação em receptores pós-sinápticos, especialmente os do tipo NMDA e AMPA, está intimamente relacionada à fisiopatologia da epilepsia. A ativação excessiva desses receptores pode levar a alterações paroxísticas despolarizantes e descargas epilépticas.
FELBAMATO
O felbamato é um exemplo de anticonvulsivante que atua bloqueando os receptores NMDA. Ele é considerado um agente antiepiléptico extremamente potente e também possui atividade bloqueadora dos canais de sódio e potencializadora da ação do GABA. Algumas características do felbamato:
Indicado para o tratamento de crises parciais e convulsões tônico-clônicas em adultos e crianças.
Eficaz em casos de epilepsia refratária a outros medicamentos.
Pode ser usado como terapia adjuvante ou em monoterapia.
Efeitos colaterais incluem anorexia, insônia, tontura e cefaleia.
A farmacoterapia para convulsões envolve o uso de diversos anticonvulsivantes, que atuam por meio de diferentes mecanismos para controlar a atividade elétrica anormal no cérebro. Abaixo estão os principais mecanismos de ação dos fármacos utilizados no tratamento das convulsões.
Potencialização da ação do GABA: Fármacos como benzodiazepínicos (ex.: diazepam, lorazepam) e barbitúricos (ex.: fenobarbital) aumentam a afinidade do GABA pelos seus receptores, prolongando a abertura dos canais de cloreto e, consequentemente, aumentando a hiperpolarização neuronal.
9/9/
essencial para estabilizar a atividade elétrica do cérebro e prevenir a propagação das crises. Exemplos incluem:
Fenitoína e Carbamazepina: Esses medicamentos são eficazes em crises tônico- clônicas e parciais, atuando diretamente na inibição dos canais de sódio.
Os bloqueadores dos canais de cálcio, como a etossuximida, inibem a entrada de cálcio nas células neuronais, especialmente nos canais tipo T. Isso é particularmente eficaz em crises de ausência, reduzindo a excitabilidade neuronal e a liberação de neurotransmissores excitatórios.
Alguns fármacos atuam inibindo os receptores de glutamato, como os receptores NMDA. O felbamato, por exemplo, é um agente antiepiléptico potente que bloqueia esses receptores, ajudando a reduzir a excitabilidade neuronal e a prevenir crises.
Alguns anticonvulsivantes possuem múltiplos mecanismos de ação, o que os torna eficazes em diferentes tipos de crises. Por exemplo:
Ácido Valpróico: Aumenta a concentração de GABA, bloqueia canais de sódio e inibe canais de cálcio, sendo eficaz em uma ampla gama de crises