Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Farmácia hospitalar e a descrição dos sistemas de dispensação, Notas de estudo de Administração Empresarial

farmácia hospitalar e disoensações

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 08/12/2014

iris-marinho-jireh-o-deus-da-minha-
iris-marinho-jireh-o-deus-da-minha- 🇧🇷

4.6

(109)

325 documentos

1 / 18

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
FARMÁCIA HOSPITALAR E A DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE
DISPENSAÇÃO
Camila de Melo Silva Xavier
Pontifícia Universidade Católica
de Goiás PUC,
camilamsx@hotmail.com
Orientadora: Prof. Ms. Angela
Ferreira Lopes de Teive e Argolo
RESUMO: os sistemas de dispensação de medicamentos dispõem sobre o trajeto destes
desde o setor de farmácia aos pacientes e a forma como os mesmos são separados,
organizados e dispostos. Um sistema de dispensação eficaz garante uma maior qualidade
no atendimento ao paciente, fazendo com que o mesmo receba o medicamento certo na
dose e na hora certa, seguindo o preceito do uso racional de medicamentos. A escolha de
um sistema de dispensação depende de vários fatores como: estrutura física, recursos
humanos, investimento financeiro entre outros, que podem influenciar na eficácia do
mesmo. Seus principais objetivos focam: redução de erros de medicação, planejamento
terapêutico; racionalização de medicamentos, aumento do controle de estoque; redução de
custos e primordialmente o aumento da segurança para os pacientes.
Esse é um estudo descritivo das principais características dos sistemas de dispensação de
medicamentos no contexto da farmácia hospitalar, discutindo suas vantagens e
desvantagens.
Palavras chaves: Sistemas de Medicação; Farmácia Hospitalar; Garantia de qualidade nos
serviços de saúde e Erros de Medicação.
1 INTRODUÇÃO
Os serviços de saúde tem necessitam buscar constantemente a excelência em
suas atividades, pois um erro não resulta apenas em prejuízo, que pode acarretar na
perda de vidas. Nesse sentido, as organizações de saúde estão cada vez mais se
preocupando com a qualidade em suas estruturas e processos (GUTIERRES, 2008).
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Farmácia hospitalar e a descrição dos sistemas de dispensação e outras Notas de estudo em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity!

FARMÁCIA HOSPITALAR E A DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE

DISPENSAÇÃO

Camila de Melo Silva Xavier Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC, camilamsx@hotmail.com Orientadora: Prof. Ms. Angela Ferreira Lopes de Teive e Argolo

RESUMO: os sistemas de dispensação de medicamentos dispõem sobre o trajeto destes desde o setor de farmácia aos pacientes e a forma como os mesmos são separados, organizados e dispostos. Um sistema de dispensação eficaz garante uma maior qualidade no atendimento ao paciente, fazendo com que o mesmo receba o medicamento certo na dose e na hora certa, seguindo o preceito do uso racional de medicamentos. A escolha de um sistema de dispensação depende de vários fatores como: estrutura física, recursos humanos, investimento financeiro entre outros, que podem influenciar na eficácia do mesmo. Seus principais objetivos focam: redução de erros de medicação, planejamento terapêutico; racionalização de medicamentos , aumento do controle de estoque ; redução de custos e primordialmente o aumento da segurança para os pacientes.

Esse é um estudo descritivo das principais características dos sistemas de dispensação de medicamentos no contexto da farmácia hospitalar, discutindo suas vantagens e desvantagens.

Palavras chaves: Sistemas de Medicação; Farmácia Hospitalar; Garantia de qualidade nos serviços de saúde e Erros de Medicação.

1 INTRODUÇÃO

Os serviços de saúde tem necessitam buscar constantemente a excelência em suas atividades, pois um erro não resulta apenas em prejuízo, já que pode acarretar na perda de vidas. Nesse sentido, as organizações de saúde estão cada vez mais se preocupando com a qualidade em suas estruturas e processos (GUTIERRES, 2008).

A missão essencial das instituições hospitalares é atender a seus pacientes da forma mais adequada. Por isso, todo hospital deve preocupar-se com a melhoria permanente da qualidade de sua gestão e assistência (BRASIL, 2002).

No Brasil, as iniciativas de melhoria da qualidade têm sido desenvolvidas tais como o programa de acreditação hospitalar pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e Joint Comission International (JCI), a certificação pela International Organization for Standartization (ISO), o sistema integrado de gestão em organizações hospitalares, a realização de auditorias de prontuário, de contas, de riscos, entre outros (KRISTIANE, 2003 & FELDMAN, 2002).

Em 1999, o Hospital Israelita Albert Einstein foi o primeiro hospital fora dos Estados Unidos da América (EUA) a receber a acreditação em qualidade na assistência médico-hospitalar pela Joint Commission International (JCI). Atualmente, 89 (oitenta e nove) hospitais no Brasil detêm essa certificação, sendo que destes 27 são acreditados com excelência nível 3 (evidências de políticas institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura, novas tecnologias, atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos médicos-sanitários), 38 são acreditados pleno nível 2 (evidências de adoção do planejamento na organização da assistência hospitalar) e 24 são acreditados nível 1 (exigências que contemplam o atendimento aos requisitos básicos da qualidade na assistência prestada ao paciente com ênfase na segurança) (ONA, 2007).

A instituição hospitalar foi conceituada pela Organização Mundial da Saúde, como parte integrante de um sistema coordenado de saúde, cuja função é dispensar à comunidade completa assistência à saúde, tanto curativa quanto preventiva, incluindo serviços extensivos à família em seu domicilio e, ainda, um centro de formação para os que trabalham no campo da saúde e para as pesquisas biossociais (CHERUBIN & SANTOS, 2002).

Dentre os serviços que integram a estrutura hospitalar, há o serviço de farmácia hospitalar que é definido- segundo a Portaria n° 4.283, de 30 de dezembro de 2010, do Ministro da Saúde,como: é “uma unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa, onde se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e

No Brasil, o mercado farmacêutico é composto por mais de 2.500 princípios ativos e atualmente existem três diferentes grupos de medicamentos: os de referência (de marca, original), os genéricos e os similares. Os primeiros são geralmente aqueles descobertos por laboratórios, patenteados e lançados no mercado após realização de testes em animais e laboratórios. Os genéricos, criados no país pela Lei 9.787 de 10 de fevereiro de 1.999, reproduzem a fórmula dos de referência, com testes de bioequivalência, verificando-se a ação do produto no organismo e registrados no Ministério da Saúde como medicamentos genéricos. Estes são conhecidos pelo nome do princípio ativo. Os similares podem também reproduzir os de referência, mas tem marca própria, não realizam teste de bioequivalência e são registrados com nomes comerciais (BRASIL. MS. ANVISA, 2003; FRANÇA, 2005).

Os medicamentos ocupam um lugar dominante no sistema de saúde e no tratamento de doenças. A alternativa para a busca da cura é, para muitos, a utilização de medicamentos. Aproximadamente 88% dos pacientes que procuram o serviço profissional do médico recebem hoje prescrições de medicamentos (FERNANDES, 1998).

A prática de medicação em uma organização hospitalar pode ser definida como um sistema complexo, com vários processos interligados, interdependentes e constituído por profissionais de diferentes áreas do conhecimento (médicos, equipe da farmácia e de enfermagem) que compartilham de um objetivo comum, que é a prestação da assistência à saúde dos pacientes com qualidade, eficácia e segurança (NADZAN, 1998).

No entanto, a utilização e a má utilização dos medicamentos é um problema mundial de saúde pública. Estima-se que a metade de todos os medicamentos receitados, dispensados e vendidos são realizados de forma inadequada. O uso excessivo, insuficiente e indevido de medicamentos dá lugar a um desperdício de recursos e a propagação de perigos para a saúde (WHO, 2004).

2.1 ERROS DE MEDICAÇÃO

Compreender a prática de medicação como um sistema exige, no entanto, identificação dos vários componentes necessários para realizar o propósito de fornecer tratamento medicamentoso ao paciente. A Joint Commission on Acreditation of Healthcare Organizations – JCAHO identificou cinco processos do sistema de medicação, quais

sejam: seleção e obtenção do medicamento, prescrição, preparo e dispensação, administração de medicamentos e monitoramento do paciente em relação aos efeitos do medicamento, no entanto, o número e o tipo de processos podem variar de um hospital para o outro (MIASSO et al. 2006a; JCAHO, 2007).

No Brasil existem poucas estatísticas sobre erros de medicação, mas a ausência de dados não significa que o país esteja isento do problema. O erro pode estar relacionado à prática profissional, a problemas de comunicação, incluindo prescrição, rótulos, embalagens, preparação, dispensação, administração, educação, monitoramento, uso de medicamentos e outros (ROSA, 2003).

Um estudo realizado nos Estados Unidos, relata que 39% dos erros na medicação ocorrem no processo de prescrição dos medicamentos, 12% na transcrição, 11% no processo de dispensação e 38% no de administração de medicamentos (LEAPE et al , 1995).

Na literatura atual, os sistemas de dispensação de medicamentos tradicionais (coletivo e/ou individualizado) são descritos como fontes de erros de medicação (CASSIANI et al. , 2005; MIASSO et al. , 2006a; RIBEIRO, 2008).

Em inédito estudo de diagnóstico da farmácia hospitalar no Brasil, no qual foram pesquisados 250 hospitais, verificaram que ainda existe sistema coletivo de dispensação de medicamentos em 51,2% das farmácias pesquisadas, e, em apenas 0,4% delas é utilizada a dose unitária. Vale ainda ressaltar que somente 53% das farmácias do estudo preencheram os pré-requisitos relativos às boas práticas de dispensação de medicamentos (OSÒRIO DE CASTRO & CASTILHO, 2004).

Nos anos 60, muitos farmacêuticos hospitalares formaram grupos para conduzir uma pesquisa e encontrar um método mais seguro para dispensação dos medicamentos. Em relação aos erros relacionados à medicação que ocorriam entre os sistemas tradicionais e o sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (SDMDU), observou-se uma incidência que oscilava entre 5,3 e 14% nos sistemas tradicionais em contraste com 0,6% o índice de erro no SDMDU (CIPRIANO, 2004).

serviços auxiliares de apoio e diagnóstico (SADT), serviço de fonoaudiologia, serviço de psicologia, serviço de fisioterapia, e serviço de farmácia. Alguns destes serviços, porém, podem desempenhar funções relativas à área administrativa e à área técnica do hospital (BISSON & CAVALLINI, 2002).

Dentre as áreas e os correspondentes serviços prestados no ambiente hospitalar encontra-se a farmácia hospitalar, cuja existência é imprescindível para proporcionar ambiente adequado para recebimento, armazenamento e dispensação de medicamentos e correlatos, bem como o completo cumprimento da terapêutica do paciente (MARIN et al ., 2003).

2.3 FARMÁCIA HOSPITALAR

A farmácia hospitalar é entendida como uma unidade de caráter clínico e assistencial, dotada de capacidade administrativa e gerencial, sendo um dos setores mais importantes no contexto hospitalar. É responsável pela provisão segura e racional de medicamentos, e em algumas condições de produtos de saúde, podendo estar “ligada” a direção clínica e/ou administrativa do hospital (SBRAFH, 2008).

A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) define como atribuições essenciais na farmácia hospitalar o armazenamento, a distribuição, a dispensação e o controle de todos os medicamentos e produtos de saúde para os pacientes internados e ambulatoriais do hospital, bem como, o fracionamento e preparo de medicamentos (SBRAFH, 2008).

De acordo com as competências da instituição hospitalar, dentre os serviços técnicos, a farmácia hospitalar representa uma das principais áreas, devido ao seu comprometimento com a redução dos custos e racionalização da terapia, otimizando o controle das despesas e contribuindo para a qualidade dos insumos utilizados (GONÇALVES, 1988).

O processo de distribuição de medicamentos em ambiente hospitalar objetiva garantir os produtos solicitados na quantidade correta e de acordo com as devidas especificações. Existem diversos métodos de distribuição que podem ser empregados, devendo ser considerado: o custo-efetividade e a garantia de qualidade da atividade; a

estrutura física e administrativa da unidade hospitalar e do serviço de farmácia; e os recursos físicos e humanos disponíveis (NETO, 2005).

Uma norma específica para o setor é a Resolução n.o 492/08 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza privada ou pública. Esta faz uma abordagem sobre as atribuições e competências do profissional farmacêutico neste setor de atuação. Porém, se trata de uma legislação informativa, não sendo regulatória, quando consideramos as atividades mínimas que devem ser desempenhadas pela farmácia hospitalar.

2.4 SISTEMA DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMETOS

No ambiente hospitalar há basicamente dois tipos de dispensação de medicamentos claramente definidos; a dispensação intra-hospitalar e a dispensação extra- hospitalar ou ambulatorial. A dispensação intra-hospitalar é direcionada ao paciente internado (hospitalizado) e a outra é destinada aos pacientes que são atendidos nos ambulatórios do hospital (MOLERO &ACOSTA; 2002; OPAS/OMS, 1997c).

A dispensação de medicamentos é o ato farmacêutico associado à entrega e dispensação dos mesmos, mediante prescrição médica, no qual o profissional farmacêutico analisa a prescrição, repassa informações necessárias para o bom uso dos medicamentos e em alguns casos prepara as doses a serem administradas (ORTIZ, 2004).

A dispensação intra-hospitalar difere da dispensação ambulatorial e da dispensação realizada na farmácia comercial ou pública, pois apesar da prescrição também ser direcionada ao farmacêutico, o medicamento não é entregue diretamente ao paciente, mas à equipe de enfermagem, e esta é responsável pela administração ao paciente dos medicamentos prescritos pelo médico e aviado pelo farmacêutico (LUIZA & GONÇALVEZ, 2004).

Os sistemas de dispensação dispõem sobre o trajeto do medicamento até o paciente e sobre a forma como os mesmos são separados, organizados e dispostos para a administração a estes pacientes. O método de dispensação de medicamentos pela farmácia é um dos mais importantes pontos dentre as atividades realizadas pela mesma. Dependendo

extremamente altos e também não há a preocupação em se estipular uma padronização mínima de medicamentos a serem utilizados na instituição hospitalar. Tal sistema faz com que existam medicamentos “espalhados” por quase todos os setores do hospital e infelizmente é o mais usado nos hospitais brasileiros (OSÓRIO DE CASTRO & CASTILHO, 2004).

2.4.2 Sistema de Dispensação Individualizado

O sistema de dispensação individualizado caracteriza-se pelo fato do medicamento ser dispensado por paciente, geralmente, para um período de 24 horas. Esse sistema divide-se em indireto e direto (GOMES & REIS,2003).

No sistema de dispensação individualizado indireto, a dispensação é baseada na transcrição da prescrição médica. A solicitação à farmácia é feita por paciente e não por unidade assistencial, como no coletivo.

No sistema de dispensação individualizado direto, a dispensação é baseada na cópia da prescrição médica, eliminando a transcrição. Neste contexto, é possível uma discreta participação do farmacêutico, na terapêutica medicamentosa, sendo já um grande avanço para a realidade brasileira (GOMES & REIS,2003).

O sistema de dispensação individualizado já é adotado em hospitais brasileiros, existindo algumas variações, de acordo com as peculiaridades de cada instituição, como: forma da prescrição médica, o modo de preparo e dispensação das doses e fluxo de rotina operacional. O sistema de dispensação individualizado pode ser operacionalizado de várias formas:

a) os medicamentos são dispensados em um único compartimento, podendo ser um saco plástico identificado com a unidade assistencial, o número do leito, o nome do paciente, contendo todos os medicamentos de forma desordenada , semelhante ao sistema de distribuição coletivo e para um período determinado que, geralmente, pode ser 12 horas, 24 horas ou por turno de trabalho.

b) os medicamentos são fornecidos em embalagens, dispostos, segundo o horário de administração constante na prescrição médica, individualizados e identificados

para cada paciente e para, no máximo, de 24 horas. Sua distribuição pode ser feita em embalagem plástica, com separações obtidas por termossolda ou em escaninhos adaptáveis a carros de medicamentos, adequados ao sistema de distribuição.

2.4.3 Sistema de Dispensação Combinado ou Misto

No sistema de dispensação combinado ou misto, a farmácia distribui alguns medicamentos, mediante solicitação, e outros por cópia da prescrição médica (GOMES & REIS, 2003).

Portanto, parte do sistema é coletivo e parte individualizado. Geralmente, as unidades de internação, de forma parcial ou integral, são atendidas pelo sistema individualizado e os serviços (radiologia, endoscopia, ambulatórios, serviços de urgências e outros) são atendidos pelo sistema coletivo. É indicado que, nesse sistema, as solicitações encaminhadas pelas unidades assistenciais sejam embasadas em relação de estoque, previamente estabelecida entre farmácia e enfermagem. Estes estoques deverão ser controlados e repostos pela farmácia, mediante documento justificando o uso do medicamento (GOMES & REIS, 2003).

2.4.4 Sistema de Dispensação de Medicamentos por Dose Unitária (SMDU)

O sistema de dispensação por dose unitária foi desenvolvido a partir da década de 60 por farmacêuticos hospitalares americanos que perceberam a necessidade devido ao surgimento, no mercado, de novos e mais potentes medicamentos, mas também causadores de efeitos colaterais importantes (GOMES&REIS, 2003).

No sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária, a solicitação de medicamentos é feita a partir da cópia da prescrição (ou por algum tipo de sistema informatizado), por paciente e para 24 horas (ASHP, 2002; NAPAL et al ., 2002).

A medicação é preparada em dose e concentração determinadas na prescrição médica, sendo administrada ao paciente diretamente de sua embalagem “unitarizada”, ou seja, “dose prescrita como dose de tratamento a um paciente em particular, cujo envase deve permitir administrar o medicamento diretamente ao paciente” (AGUILAR & D’ALESSIO, 1997).

possível, o horário de trabalho do pessoal existente no quadro de funcionários da Farmácia (BELTRAN, 1998).

3 CONCLUSÃO

O Serviço de Farmácia Hospitalar tem como uma de suas atribuições essenciais estabelecer - políticas e procedimentos que visem garantir um sistema de dispensação de medicamentos racional e seguro por meio de ações integradas com os diversos profissionais e gestores da saúde.

O farmacêutico deve buscar estabelecer um sistema de dispensação eficiente, eficaz e seguro para os pacientes ambulatoriais e internados, de acordo com recursos técnico-financeiro do hospital. A dispensação de medicamentos é um aspecto estratégico dentro da instituição- seja do ponto de vista da segurança ao paciente, do aspecto financeiro do hospital.

A implantação de sistemas apropriados de dispensação de medicamentos deve ser uma das prioridades do setor de farmácia hospitalar da instituição e requer um estudo cuidadoso, para que possa garantir eficiência, economia e segurança.

Alguns fatores influenciam na escolha de um sistema dispensação de medicamentos, como a estrutura organizacional e física do hospital, uma vez que pode limitar as condições do sistema de dispensação de medicamentos. É necessário analisar a qualificação do corpo funcional, suas competências e as funções que desempenham para obter uma melhor assistência a saúde, assegurando o uso racional dos medicamentos e controle farmacoterapêutico dos mesmos.

Segundo a Organização Panamericana de Saúde um sistema adequado de dispensação de medicamentos deve proporcionar: redução de erros de medicação, racionalização do uso de medicamentos, redução de custos hospitalares, aumento da segurança ao paciente e controle adequado da farmacoterapia, e ainda um maior controle da prescrição médica por parte do farmacêutico frente a análise e validação da prescrição com intuito de prevenir- possíveis interações medicamentosas, garantir adequada posologia assim como outros aspectos relacionados á dispensação e ao preparo dos medicamentos (OPAS,1997c).

No Brasil, é muito utilizada a forma mista de dispensação de medicamentos, que é uma combinação de dois tipos de sistema como, dispensação coletiva e a dispensação individualizada mediante a prescrição médica. Entretanto no sistema misto acima descrito uma grande desvantagem é permitir que um percentual de medicamentos e materiais sejam ainda estocados no setor de enfermagem o que colabora com os problemas relacionados a medicamentos (PRM) visto que dificulta a correta estocagem, armazenamento e controle de estoque. Neste modelo, a farmácia hospitalar apenas repassa medicamentos em suas embalagens originais segundo uma trascrição da prescrição realizada pelo serviço de enfermagem, ficando assim à assistência ao paciente prejudicada duplamente, pela enfermagem que não dispõe de tempo suficiente para prestar cuidadoao mesmo e a equipe de farmácia que não realiza uma dispensação racional de medicamentos.

A implantação do sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária, apesar do alto investimento financeiro inicial, é uma excelente oportunidade para atender, com mais eficiência, a demanda e peculiaridades das prescrições e necessidade dos pacientes.

Assim, concluímos que o sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária oferece atualmente as melhores condições para um adequado atendimento da terapia medicamentosa proposta aos pacientes e oferece maior segurança na assistência, assim como a correta utilização de recursos humanos relacionados ao setores de farmácia e enfermagem o que aprimora os cuidados ao paciente.Ainda a racionalização do uso dos produtos e investimento financeiro efetuado pela instituição.É necessário planejamento no processo de implantação visto que o mesmo requer altos valores investidos, a necessidade de profissionais capacitados para este fim e um cronograma gradual de atendimento das unidades de internação.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUILAR, N.G.; D’ALESSIO, R. Guia para el desarrollo de servicios farmacêuticos hospitalarios: sistema de distribución de medicamentos por dosis unitárias_._ Washington, DC: 1997. Organización Panamericana de la Salud. Disponível em http://www.opas.org.br/medicamentos/docs/hse-05-03.pdf, acessado em 31/10/2011.

CIPRIANO, S. L. et al. Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária.

  1. Disponível em: http://www.lanco.ind.br. Acesso em: 14 jun.

CIPRIANO, S. Sistema de dispensação de medicamentos em dose unitária. In: CASSIANI, S.H.B; UETA, J. A Segurança dos Pacientes na Utilização da Medicação. São Paulo: Artes Médicas, 1º Ed, p:73-83, 2004.

CHERUBIN, N.A.; SANTOS, N.A. Administração Hospitalar: Fundamentos. 3. ed. São Paulo: Loyola, 414 p, 2002.

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n.o 492, de 26 de Novembro de

  1. Regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré- hospitalar, na farmácia hospitalar e outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. Brasil: 2008

FERNANDES, M.E.P. A utilização de medicamentos na atenção à saúde, em nível domiciliar no município de Fortaleza [dissertação]. Fortaleza (CE): Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará; 1998.

FRANÇA, R. Uma questão de segurança. Rev.Veja , São Paulo, ano 38,n.5,p.76-7, fev.

GOMES, M.J.V.M.;REIS,A.M.M. Farmácia hospitalar: histórico, objetivos e funções. In: Gomes MJVM, Reis AMM, organizadores. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Ed. Atheneu; 2000. p. 275-362.

GONÇALVES,E.L.-Estrutura Organizacional do Hospital Moderno. Revista da Administração de Empresas. São Paulo, v. 38, n. 1, p. 80-90, 1988.

GUTIERRES, N. A qualidade nos Serviços de Saúde. Banas digital, São Paulo, n.193, jun. 2008. Disponível em: http://www.revistabanas_ Portal Web Banas Qualidade 2008. htm. Acesso em: 18 set. 2008.

KRISTIANE, R.S. Sistema integrado de gestão em organizações hospitalares: u m enfoque dirigido à acreditação, NBR ISSO 9001, NBR ISO 1400S E BS 8800. [dissertação]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

LEAPE, L.L. et al. Systems analysis of adverse drugs events. JAMA, v. 274, n. 1, p.35- 43, 1995.

LUIZA,V.L.;GONÇALVES,C.B.C. A prescrição medicamentosa. In: FUCHS, F.D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. F. Farmacologia clínica:fundamentos da terapêutica racional. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2004. cap. 8, p.102-112.

MAIA NETO, J. F. O Hospital. In: MAIA NETO, J. F. (org). Farmácia Hospitalar e suas interfaces com a saúde. 1. ed. São Paulo:RX, cap. 1, p. 25-46, 2005.

MARIN, N.; LUIZA, V.L.;OSORIO-DE-CASTRO, C.G.S.; MACHADO, S. (organizadores). Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 334 p 2003.

MIASSO, A. I.; GROU, C. R.; CASSIANI, S. H. B.; SILVA, A. E. B. C.; FAKIH, F. T.

Erros de medicação: tipos, fatores causais e providências tomadas em quatro hospitais brasileiros. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v.40, n.4, p.524-532,2006.

MIASSO, A.I; SILVA, A.E.B.C.; CASSIANI, Silvia, H.B.; GROU,; OLIVEIRA, R.C.; FAKIH, F.T. O processo de preparo e administração de medicamentos: identificação de problemas para propor melhorias e prevenir erros de medicação. Revista Latino- Americana de Enfermagem. Volume 14, Nº 3, Ribeirão Preto: Maio/Junho 2006.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. Seção 1, p. 94-95, 2010.

MOLERO, R.; ACOSTA, M.- Planificación y organización de um Servício de Farmácia. In: BONAL, F. J. et al (Eds). Farmacia Hospitalaria. 3. ed. Madrid: SCM,S.L. (Doyma), Tomo1, cap.1, p.3-28, 2002. Disponível em: http://sefh.interguias.com/libros. Acesso em: 14 novembro. 2011.

NADZAN, D.M. A System Approach to Medication Use. In: Cousins DM. Medication Use: A System Approach To Reducing Errors. Oakbrook Terrace (IL): Joint Commission ; p.5-18, 1998.

NAPAL,V.; GONZALÉZ, M.; FERRÁNDIZ, J.R. Dispensación com intervención previa Del Farmacêutico: dosis unitárias. In: FALGAS BJ, DOMINGUEZ A, HURLÉ G, PLANTAS MCG, LECUMBERRI VN, MOLINA EV. Farmacia Hospitalaria****. Spaña: SEFH. p. 389-414, 2002. Disponível em http://www.sefh.es/, acessado em 31/10/2011.

Organização Nacional de Acreditação. Serviços Acreditados_._ Brasília, 2007. Disponível em: http://www.ona.org.br. Acesso em: 20 maio 07.

ORGANIZAÇÃO NACIONAL De ACREDITAÇÃO. A saúde no Brasil - agora tem um processo permanente de avaliação e certificação da qualidade. Brasília: ONA; 2000.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OPAS/OMS). Guia para el Desarrollo de Servicios Farmacêuticos Hospitalarios: Logística del Suministro de Medicamentos. Logística Del Suministro de Medicamentos. Washington: OPAS, 36 p. (Série 5.2). 1997b.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OPAS/OMS). Guia para el Desarollo de Serviços Farmacêuticos Hospitalarios: Sistema de Distribuición de Medicamentos por Dosis Unitárias .Washington: OPAS, 25 p. (Série 5.3),1997c.

ORTIZ, R.L. Gestión de um Servicio de Farmácia Hospitalaria. 1. ed. Buenos Aires: e- libro.net, 53p., 2004. OSORIO-DE-CASTRO, C.; CASTILHO, S. R. (Org.). Diagnóstico da farmácia hospitalar no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 150p, 2004.