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Os conceitos básicos da exegese bíblica, incluindo diferentes níveis de leitura da bíblia, a hermenêutica bíblica e a prática exegética. O autor discute a importância de entender o significado original do texto e sua aplicabilidade contemporânea.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
1 João Paulo Thomaz de Aquino^2
Interpretar o Novo Testamento nunca foi fácil. Formalmente, podemos dizer que a história da interpretação começa com o apóstolo Pedro afirmando que há certas coisas nas cartas de Paulo que são difíceis de entender e que há pessoas ignorantes e mal-intencionadas que pervertem o sentido correto das Escrituras (2 Pedro 3.15-16). Nem saímos do próprio Novo Testamento e já vemos dificuldade e má interpretação do próprio! Outros textos também evidenciam dificuldades de interpretação na Igreja primitiva (1 Coríntios 5.9- 11, possivelmente 1 João). Ainda no Novo Testamento também temos o problema de autenticidade autoral (2 Tessalonicenses 2.2; 3.17; Gálatas 6.11), a acusação de falta de coerência entre o autor e seus escritos ( Coríntios 10.10) e até uma dica sobre transmissão textual (Colossenses 4.16). Outra evidência da dificuldade de interpretação é que às vezes o próprio texto apresenta dicas necessárias para a sua interpretação: Apocalipse 1.20; Lucas 8.9-11. Com esse testemunho do próprio Novo Testamento, não é de se exasperar o fato de que os dois mil anos que se seguiram da escrita dos livros tenham apresentado dificuldades, discordâncias e má intenção. É necessário conhecimento, capacidade de leitura e ação sobrenatural espiritual para que a esperança dos evangelistas se concretize: quem lê entenda (Mateus 24.15; Marcos 13.14).^3 (^1) A metodologia exegética aqui apresentada é fruto de diversas influências e de anos de aprimoramento, embora certamente ainda tenha as suas limitações e espaço para desenvolvimento. Em primeiro lugar gostaria de tributar minha gratidão aos professores Revs. Sebastião Arruda e João Alves dos Santos ( in memorian ), que me ensinaram com maestria o método exegético que haviam aprendido com o Dr. Gerard Van Groningen. Certamente o texto a seguir tem como aquele método como cerne. Depois dos anos do seminário, ministério pastoral, livros e cursos acadêmicos também foram dando forma ao método. A docência no Seminário JMC e, especialmente, o convívio com os colegas professores e a docência no Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper têm tido impacto significativo no desenvolvimento da metodologia exegética aqui esboçada. Por fim, agradeço aos participantes grupo exegético do Encontro de Coordenadores de Área dos Seminários Presbiterianos, organizado pela JET-IPB. Alguns dos resultados das discussões daquele encontro também podem ser encontrados nestas páginas. Sugestões e críticas: joao.aquino@mackenzie.br. Versão setembro de 2018. (^2) Doutorando em Novo Testamento na Trinity International University ; Doutor em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper (2014), Mestre em Novo Testamento pelo Calvin Theological Seminary (2009), Mestre em Antigo Testamento pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (2007) e bacharel em Teologia no Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição. Professor no CPAJ. É ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil e editor dos websites issoegrego.com.br e yvaga.com.br. (^3) Além dessas, temos no Novo Testamento outras referências a pessoa responsável por ler o texto em voz alta diante da igreja: 1 Tessalonicenses 5.27; Apocalipse 1.
O objetivo deste manual é apresentar algumas das ferramentas necessárias para interpretar os textos do Novo Testamento, ou, para usar a metáfora de Grant Osborne, aqui estamos apresentando os utensílios e ingredientes para a produção de uma comida gourmet.^4 Cássio Murilo Dias da Silva atribui níveis diferentes de leitura da Bíblia, sendo eles: oração (leitura devocional procurando respostas para nossos anseios pessoais e um diálogo com Deus), liturgia (foco nos fatos históricos que compõe a história da redenção), catequese (leitura visando dogmas e ensinos morais), teologia (visa a articular uma reflexão mais racional informada por outras áreas do conhecimento, como a filosofia e a história) e exegese (entender o texto em si e sua relação com outros textos, usando diversas ferramentas especializadas). Depois de propor essa divisão, o autor diz: “As conclusões a que chegamos em um nível de leitura podem confirmar, negar ou redimensionar as conclusões dos outros. Por exemplo: no nível da Exegese, sabemos que Adão e Eva jamais existiram... mas isso não nos impede de utilizá-los em nossa Catequese".^5 Note que nessa proposta acima, esses níveis diferentes de leitura podem ser antagônicos e excludentes! A razão disso é que a hermenêutica que subjaz a metodologia exegética de Da Silva dá muito mais autoridade ao leitor e ao texto do que ao autor original do mesmo. Nossa hermenêutica não compactua com essa tese, mas busca compreender o significado que o autor humano original, inspirado por Deus, atribuiu ao texto para aquela comunidade específica com a qual estava se comunicando e as aplicações contemporâneas de tal significado. Assim, é até possível dizer que existam níveis diferentes de exegese, mas esses níveis, se corretamente interpretados, não devem diferir em substância, mas apenas precisão. Como dizem Klein, Blomberg e Hubbard: “Para usar uma metáfora moderna, exegese é uma forma de leitura e estudo da Bíblia de alta resolução. Os pixels detalhados dão cor e profundidade à mensagem que a Bíblia contém. Assim, um manual de exegese é uma forma de estudo bíblico de alta tecnologia, onde opções e nuances são julgados e apreciados.”^6 Nenhum manual consegue dar conta de ensinar todas as ferramentas e existe um aspecto artístico na interpretação bíblica que não se reduz à ferramentas e um aspecto espiritual que só se torna possível de ater com uma ação sobrenatural do Espírito Santo.^7 O nome que se dá ao ramo da teologia que estuda a prática da interpretação bíblica é metodologia exegética. (^4) Grant Osborne, The Hermeneutical Spiral, 2nd (^) Ed. Downers Grove: Intervarsity Press, 2007, p. 15 (^5) Cássio Murilo Dias da Silva, Metodologia de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000, p. 30 (^6) William Wade Klein, Craig Blomberg, Robert L. Hubbard, Introduction to Biblical Interpretation. Word Publications, 2003, p. 17 (^7) Segundo Osborne, hermenêutica é uma ciência, uma arte e um ato espiritual. Ciência no sentido de ter regras e conhecimentos envolvidos na tarefa, arte no sentido de ser uma habilidade adquirível e passível de desenvolvimento e um ato espiritual em que se depende da ação do Espirito no processo. Grant Osborne, The Hermeneutical Spiral, 2nd^ Ed. Downers Grove: Intervarsity Press, 2007, p. 21-22.
Do ponto de vista estrito, portanto, a pesquisa exegética visa trazer à tona o significado de um texto antigo, conforme o autor original pretendeu transmiti-lo aos seus leitores originais. Como cremos, entretanto, que a Bíblia é a palavra de Deus escrita para todas as épocas, logo, temos o dever de atualizar o significado do texto para a nossa época e, à luz dos demais textos das Escrituras, transformar este ensino em regra de fé (teologia, ortodoxia) e de prática (ortopraxia).
Focalizando, agora, na exegese como trabalho, podemos propor uma definição operacional: Exegese é um trabalho acadêmico no qual o autor expõe a sua interpretação de uma porção bíblica que contenha uma ideia completa (perícope) e estabelece como a sua interpretação se relaciona com outras interpretações do mesmo texto. Para produzir uma exegese é necessário: 1) fazer a própria interpretação do texto em sua língua original e 2) comparar a sua interpretação com a de outros exegetas (comentários, artigos), estabelecendo um diálogo com tais interpretações. Além disso, também intentamos que o trabalho escrito contenha a compreensão do estudante de como aquele texto coopera com a teologia e com a prática cristã. O trabalho exegético é, portanto, o relatório escrito da pesquisa exegética empreendida pelo estudioso. Como em outros trabalhos acadêmicos, é evidente que nem tudo o que foi pesquisado e produzido durante o processo da pesquisa deve aparecer no trabalho escrito, mas somente o conteúdo importante à compreensão e explicação do texto, aquilo que for relevante, desconhecido ou original e as conclusões da pesquisa, ou seja, as respostas para os problemas que o texto oferece. Quanto à metodologia, a exegese feita no Brasil deve seguir as regras metodológicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), encontradas em qualquer livro atualizado de Metodologia da Pesquisa. Existem diferentes modelos de trabalho exegético escrito. Livros e textos como Manual da Exegese Bíblica; Exegese do Novo Testamento e o Manual de Exegese Bíblica do SPBC, juntamente com diversos outros e somados ainda aos manuais não publicados de professores de seminários tornam evidente a falta de padrão dos passos exegéticos a serem relatados. Em que pesem as diferenças, entretanto, existem diversos passos exegéticos que se repetem na maioria dos livros. O que pretendemos fazer a seguir, é apresentar uma proposta de trabalho exegético. O estudante não deve se sentir preso a pesquisar e escrever nesta mesma ordem. A pesquisa é dinâmica e deve ser empreendida com liberdade de ir de um passo para outro e produzir
vários ao mesmo tempo. A apresentação escrita dos resultados da pesquisa exegética, entretanto, precisam ter uma estrutura. É essa que propomos a seguir. O trabalho exegético é dividido em três partes principais: o estudo contextual, o estudo textual e o estudo teológico. Ao método hermenêutico que rege a produção de um trabalho como este podemos chamar de método histórico-gramatical-teológico informado. Este método tem por base os pressupostos de inspiração divina e proposicional das Escrituras, mas ao mesmo tempo utiliza informações oriundas de abordagens que não compartilham este pressuposto. A estrutura da exegese é a seguinte: CAPA FOLHA DE ROSTO SUMÁRIO INTRODUÇÃO TEXTO BÍBLICO 1 ESTUDO CONTEXTUAL 1.1 Contexto Histórico 1.2 Contexto Literário 1.2.1 Contexto do Livro Todo 1.2. 2 Contexto Remoto 1.2. 3 Contexto Próximo 1.2. 4 Estrutura do Contexto Próximo 1.3 Contexto Canônico 1.3.1 Antigo Testamento 1.3.2 Novo Testamento 2 ESTUDO TEXTUAL 2.1 Texto Grego
1.2 Contexto Literário da Passagem – você deverá analisar o contexto literário a partir de vários níveis. Deve começar com o contexto literário do livro como um todo, demonstrando como a sua perícope se relaciona com a mensagem de todo o livro. Em seguida, após adotar um esboço do livro como um todo ou de criar o seu, você deve demonstrar a importância de sua perícope na grande seção à qual ela pertence e vice-versa, ou seja, você analisará a relação entre o contexto remoto e o seu texto. Na terceira parte desta seção, você analisará o contexto literário próximo, ou seja, o papel de seu texto na pequena seção à qual pertence. A última parte desta seção será a elaboração de um gráfico do contexto literário próximo, que mostre graficamente aquilo que você descreveu no ponto 1.2.3. 1.3 Contexto Canônico – A última parte do estudo contextual é a apresentação sucinta do contexto canônico, ou seja, os textos bíblicos mais diretamente relacionados ao teu texto. Este tópico deverá ser dividido em passagens do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Este tópico remete àquilo que os reformadores chamavam de analogiae scripturae (analogia das Escrituras) ou analogia da fé e está relacionado com a regra hermenêutica magna de que a Bíblia é a melhor intérprete de si mesma. Em vez de simplesmente fazer uma lista de textos, você deverá demonstrar brevemente qual é a relação do texto citado com o seu texto. Não é necessário transcrever o texto, mas apenas referenciá- lo. 2 Estudo Textual A próxima parte do trabalho é o estudo textual, em que o estudante vai analisar o texto propriamente dito e sob diversos aspectos. O estudante deverá evidenciar a sua pesquisa do estudante, bem como seu próprio trabalho de aplicação de técnicas ao texto. Apenas para relembrar, embora não se espere do estudante interação com todas essas escolas, mas algumas das escolas e técnicas de análise do texto com as quais o estudante pode interagir criticamente são as seguintes: Crítica Textual; Crítica de Fontes; Crítica de Forma; Crítica da redação; Crítica da Tradição; Crítica Radical; Crítica Canônica; Crítica [Sócio] Retórica; Crítica da narração; Crítica semiótica (estruturalismo), Análise do Discurso, Narratologia, Leitura atenta, Análise Epistolar, Análise Sócio-linguística, exegese psicológica e as diversas hermenêuticas da libertação (negra, anticolonial, feminista, queer, etc.). 2.1 Texto Grego – aqui o estudante vai copiar o texto grego da NA28 ou UBS 5ª. Por meio de notas de rodapé, o estudante vai comentar as suas escolhas com relação ao melhor texto e analisar o aparato crítico em diálogo com outras edições do texto grego. Alguns sites onde o estudante pode encontrar edições do Novo Testamento Grego são o Laparola, o SBLGNT e o Perseus.
2.2 Tradução Literal do Texto - Depois de colocar o texto grego , o aluno deverá fazer a sua própria tradução literal do mesmo, explicando em notas de rodapé suas opções gramaticais, sintáticas e semânticas. A tradução deverá “dialogar” com as versões existentes em português: ARA, ARC, NVI, BJ, Edição Contemporânea, versões católicas, NTLH, etc. O que queremos dizer com isto é que, quando a tradução divergir de uma destas ou quando as versões divergirem entre si, o aluno deverá justificar a sua opção de tradução em nota de rodapé. A tradução formal [ou literal] preocupa-se em respeitar a forma linguística do original. Por isso, sem deixar de ser compreensível, renuncia à compreensão imediata, para manter a fidelidade ao original. (Cássio Murilo Dias da Silva, Metodologia de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000, p. 30). Confira no site Isso é Grego um passo a passo para a tradução literal. 2.3 – Tradução Dinâmica – Depois de fazer a tradução literal, o aluno deverá apresentar a sua própria tradução dinâmica da passagem. O desafio dessa tradução é ser tão precisa quanto possível com relação ao significado, comunicando ao mesmo tempo em bom português. 2.4 Defesa da perícope e divisões – você vai explicar os motivos literários (gramática, convenções epistolares, aspectos narrativos, palavras-chave, convenções retóricas, quiasmos, inclusios, etc.) que o levaram a definir os limites da perícope e as suas principais divisões internas. Vale a pena deixar esse ponto mais claro: Como a leitura é um processo muito natural e automático, por vezes é difícil tornar suas partes conscientes e mecânicas. Isso acontece, por exemplo, na hora de apresentar as divisões de um texto, tanto suas divisões maiores: onde a perícope começa e termina; quanto suas divisões menores: quais são os pontos principais desse texto. Os critérios que apresentamos a seguir são introdutórios e visam a ajudar o exegeta nesse processo. Os elementos que indicam quebra de uma narrativa (normalmente início de perícope ou de subseção) são: mudança de tempo, de espaço geográfico, de personagem (aquelas mudanças que justificariam o início de uma nova cena em uma peça teatral), indicador de discurso direto, comentário do narrador, indicador de movimento, mudança de estilo ou assunto e expressões como καὶ (quando não está conectando cláusulas, mas eventos distintos), ἐγένετο (aconteceu), μετὰ ταῦτα (depois dessas coisas), ἰδοὺ (eis, veja), τότε (então). No caso de textos epistolares, as marcas são outras, como por exemplo uso de formas conhecidas como introdução epistolar, ação de graças, conclusão epistolar, fórmula de divulgação, fórmula parakalô (Παρακαλῶ οὖν ὑμᾶς, ἀδελφοί), construção Περὶ δὲ, perguntas (Τί οὖν, Ποῦ οὖν), conjunções lógicas (οὖν), vocativos (ἀδελφοί), Τὸ λοιπόν (quanto ao mais) A conclusão de uma passagem fica clara pela indicação da nova seção posterior e por palavras indicando mudança nos elementos narrativos que indicaram o início da perícope, e
linguagem como elipse e hipérbole; construções retóricas como repetições, ritmo; construções poéticas como quiasmo, inclusio e paralelismo.
2. 6 Comentário – Explique a passagem, não como em um sermão ou estudo bíblico, mas como em um comentário bíblico, seguindo a estrutura proposta por você. Nesta seção você deve responder às questões levantadas pelos “problemas” do texto e comentar tudo aquilo que é relevante a um melhor entendimento da passagem, fazendo, inclusive, referência, quando propício, ao conteúdo anterior do seu próprio trabalho. 2. 7 Mensagem para a Época da Escrita – o que o autor quis transmitir aos leitores originais? Que fim ele queria atingir através deste texto? Como os leitores/ouvintes originais devem ter recebido esta parte do documento? Você vai responder essas perguntas em suas próprias palavras, evidentemente, levando em consideração as informações que você levantou no contexto histórico. 3 ESTUDO TEOLÓGICO A última parte de nosso trabalho, o estudo teológico do texto, acontece em decorrência de uma pressuposição assumida pela fé de que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus e, consequentemente, regra de fé e de prática (CFW 1.2) para todos os homens, embora muitos não a reconheçam como tal. Esta parte do estudo visa responder de forma acadêmica e profunda a pergunta: e o que esse texto antigo tem a ver conosco hoje? 3.1 Mensagem para hoje – Excluindo do ensino e das aplicações do texto aquilo que era circunstancial à época da escrita e considerando a situação contexto do estudante, qual é a lição deste texto para hoje? É esta pergunta que deverá ser respondida nesta seção. 3.2 Teologia do Texto – Qual a contribuição teológica deste texto, ou seja, seu ensino para todas as épocas? 3.2.1 Implicações para a Teologia Bíblica – nos termos técnicos e categorias da Teologia Bíblica. Você demonstrará qual é a contribuição de sua perícope para os assuntos da TB, como, por exemplo, reino, pacto e mediador; promessa e cumprimento; revelação de Deus como sendo orgânica, progressiva, histórica e adaptável; teologia joanina, paulina, lucana, petrina; história de Deus: criação, queda, redenção e consumação; entre outros. 3.2.2 Implicações para a Teologia Sistemática – com as categorias da Teologia Sistemática: Prolegômenos; Teontologia; Antropologia; Cristologia, Soteriologia, Pneumatologia e Escatologia e
as doutrinas específicas de cada uma dessas áreas como, por exemplo, pessoa teantrópica de Cristo, união com Cristo, angelologia; kenosis, decreto, lapso, etc. 3.2.3 Implicações para a Teologia Prática – implicações e aplicações da passagem estudada para o aconselhamento cristão e suas áreas específicas, educação cristã, missões urbanas e transculturais, conceito de Missio Dei, discipulado, edificação pessoal e comunitária, homilética e poimênica. CONCLUSÃO Na conclusão o aluno apresentará um resumo das principais conclusões de seu trabalho, falará sobre sua relevância e apresentará novamente a ideia exegética de texto. É bom que além de considerações finais o aluno apresente também formas pelas quais o estudo poderia ser melhor desenvolvido no futuro e impactos que o mesmo causa em outras áreas da teologia. REFERÊNCIAS Como rezam as regras da ABNT, o trabalho deve conter uma lista das obras efetivamente referidas naquele trabalho acadêmico.
Fazer uma pesquisa exegética e produzir o trabalho exegético são empreendimentos extenuantes, que demandam um grande trabalho por parte dos estudantes. Não deve haver desânimo, entretanto. Com dedicação, envolvimento pessoal com o texto e competência para pesquisar pesquisa é possível produzir bons trabalhos exegéticos. A paga é o grande prazer de compreender bem uma porção das Sagradas Escrituras, ao ponto de poder ensiná-la e aplica-la adequadamente. Uma exegese bem feita é, praticamente, uma obrigação daqueles que creem que a Bíblia é a Palavra Inspirada de Deus, regra infalível de fé e de prática. Aqueles que tem o dever de ensinar o povo de Deus não tem o direito de pregar suas próprias ideias, mas somente aquilo que o texto realmente diz e com a máxima precisão possível. Assim, fazer exegese é imperativo para aqueles que se propõe a ensinar o texto bíblico. É evidente que não é possível fazer todo esse trabalho antes de cada sermão a pregar. Mas o domínio de uma boa metodologia exegética e a aplicação dos passos sempre que possível e na medida possível, habilitarão aquele que ensina o dominar o texto cada vez melhor.