Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE EQUNOS, Transcrições de Clínica médica

-Clínica Médica de Grandes Animais -Equinos -Sistema Digestório -Transcrição da Aula -Muito Completo!

Tipologia: Transcrições

2020

À venda por 12/03/2024

thabata-orbeteli
thabata-orbeteli 🇧🇷

9 documentos

1 / 12

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
(08/04)
EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DOS EQUINOS
Considerações Gerais:
- Síndrome cólica é bem comum na rotina clínica de equinos
= conjunto de sinais e sintomas ligados a dor abdominal
- Associa cólica com algum distúrbio gastrointestinal (estômago e intestinos), porém outros órgãos abdominais (como rins, fígado)
podem gerar dor/cólica
- Quanto maior é a performance atlética, maior é a chance de ter síndrome cólica
- Sempre é uma emergência > intervenção tem que ser imediata pq possui evolução rápida e causa muitos óbitos.
- Causa: manejo inadequado por falhas alimentares
- Tratamento pode ser clínico ou cirúrgico
Condição frustrante quando proprietário não tem como pagar cirurgia ou pq financeiramente animal não é viável (ex: laparotomia).
- Na natureza:
* Sempre viveu em grupo (manadas de 20-30 animais)
* É um ser nômade: anda vários km por dia para achar o melhor capim (o mais fresco e nutritivo)
* Muito exigente na alimentação
* Mastiga 17h/dia: então possui um fluxo constante do aparelho digestório e desgaste dos dentes.
- Hoje em dia – Fatores Predisponentes:
* Artificialização da criação
* Manejo alimentar: feno + suplementação alimentar (concentrado de grãos -> alto poder fermentativo -> problemas
gastrointestinais).
* Anatomia do sistema digestório? Na natureza é perfeito porém na condição que se impõe o cavalo hoje, dá problema.
* Vermifugação: Hoje já não é mais problemático
* Estresse: vícios e manias
Ex: Aerofagia -> engole ar e aprende isso vendo os outros fazerem. Dá sensação absurda de prazer. Vício eterno, mas pode se usar um
colar que provoca dor ao engolir ar. Tem maior propensão a gastrite e a sobrecarga gástrica.
Por contrato é proibida a comercialização de animais com aerofagia.
* Estresse em animais atletas: aumenta episódios de gastrite
* Corpos estranhos: cálculo intestinal (confundem com problema urinário pq o animal sente dor e expõe o pênis) = enterólitos a base de
estruvita ou oxalato de cálcio. Sempre precisa de uma matriz para a sua formação (ex: maravalha -> cai ração no chão e cavalo acaba
engolindo serragem junto quando pega ração do chão). Causa ferimentos na mucosa intestinal ou obstrução -> cirurgia.
* Neoplasias
* Dor em outros órgãos
* Não há desgaste adequado dos dentes:
- É um animal hipsodonte: tem dente guardado (de reserva) = coroa de reserva grande que mede 8-10 cm e tem coroa clínica.
- Na natureza tem muito desgaste pq come muito. É disponibilizado todo ano ~3 mm de coroa de reserva.
- Equinos jovem possui bastante coroa de reserva e quanto mais velho vai ficando, menor fica a coroa de reserva, até perder o dente.
- Quando come capim: atrita os dentes de maneira lateralizada e assim desgasta os dentes de forma igual. Hoje em dia, ele passa 4h/dia
comendo concentrado que não necessita movimento de lateralidade e sim de trituração (= movimento vertical) -> formação de
alterações odontológicas
Ex: Pontas de esmalte (estrutura mais dura do organismo) = falha de desgaste que formam pontas bem duras e cortantes.
Nos molares e pré molares superiores, as pontas são formadas em direção à bochecha e os inferiores são voltados para a língua ->
ferimento de boca (úlceras) -> dor -> diminuição qualidade da mastigação, ou seja, mastiga pouco e já engole (então processo de
digestão que começa pela boca é comprometido -> chega no intestino fragmento muito grande).
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa

Pré-visualização parcial do texto

Baixe EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE EQUNOS e outras Transcrições em PDF para Clínica médica, somente na Docsity!

EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DOS EQUINOS

Considerações Gerais:

  • Síndrome cólica é bem comum na rotina clínica de equinos = conjunto de sinais e sintomas ligados a dor abdominal
  • Associa cólica com algum distúrbio gastrointestinal (estômago e intestinos), porém outros órgãos abdominais (como rins, fígado) podem gerar dor/cólica
  • Quanto maior é a performance atlética, maior é a chance de ter síndrome cólica
  • Sempre é uma emergência > intervenção tem que ser imediata pq possui evolução rápida e causa muitos óbitos.
  • Causa: manejo inadequado por falhas alimentares
  • Tratamento pode ser clínico ou cirúrgico Condição frustrante quando proprietário não tem como pagar cirurgia ou pq financeiramente animal não é viável (ex: laparotomia).
  • Na natureza:
  • Sempre viveu em grupo (manadas de 20-30 animais)
  • É um ser nômade: anda vários km por dia para achar o melhor capim (o mais fresco e nutritivo)
  • Muito exigente na alimentação
  • Mastiga 17h/dia: então possui um fluxo constante do aparelho digestório e desgaste dos dentes.
  • Hoje em dia – Fatores Predisponentes:
  • Artificialização da criação
  • Manejo alimentar: feno + suplementação alimentar (concentrado de grãos -> alto poder fermentativo -> problemas gastrointestinais).
  • Anatomia do sistema digestório? Na natureza é perfeito porém na condição que se impõe o cavalo hoje, dá problema.
  • Vermifugação: Hoje já não é mais problemático
  • Estresse: vícios e manias Ex: Aerofagia -> engole ar e aprende isso vendo os outros fazerem. Dá sensação absurda de prazer. Vício eterno, mas pode se usar um colar que provoca dor ao engolir ar. Tem maior propensão a gastrite e a sobrecarga gástrica. Por contrato é proibida a comercialização de animais com aerofagia.
  • Estresse em animais atletas: aumenta episódios de gastrite
  • Corpos estranhos: cálculo intestinal (confundem com problema urinário pq o animal sente dor e expõe o pênis) = enterólitos a base de estruvita ou oxalato de cálcio. Sempre precisa de uma matriz para a sua formação (ex: maravalha -> cai ração no chão e cavalo acaba engolindo serragem junto quando pega ração do chão). Causa ferimentos na mucosa intestinal ou obstrução -> cirurgia.
  • Neoplasias
  • Dor em outros órgãos
  • Não há desgaste adequado dos dentes:
  • É um animal hipsodonte: tem dente guardado (de reserva) = coroa de reserva grande que mede 8-10 cm e tem coroa clínica.
  • Na natureza tem muito desgaste pq come muito. É disponibilizado todo ano ~3 mm de coroa de reserva.
  • Equinos jovem possui bastante coroa de reserva e quanto mais velho vai ficando, menor fica a coroa de reserva, até perder o dente.
  • Quando come capim: atrita os dentes de maneira lateralizada e assim desgasta os dentes de forma igual. Hoje em dia, ele passa 4h/dia comendo concentrado que não necessita movimento de lateralidade e sim de trituração (= movimento vertical) -> formação de alterações odontológicas Ex: Pontas de esmalte (estrutura mais dura do organismo) = falha de desgaste que formam pontas bem duras e cortantes. Nos molares e pré molares superiores, as pontas são formadas em direção à bochecha e os inferiores são voltados para a língua -> ferimento de boca (úlceras) -> dor -> diminuição qualidade da mastigação, ou seja, mastiga pouco e já engole (então processo de digestão que começa pela boca é comprometido -> chega no intestino fragmento muito grande).
  • Cavalo que tem problema de dente: costuma estar mais magro, tem maior probabilidade de ter síndrome cólica pq feno = capim desidratado que tem partículas grosseiras que não são mastigadas direito (fibras engolidas muito longas). Ex: lignina que não é digerida pelas equinos. Ele precisa mastigar para quebrar e ser melhor excretada. Fibras muito longas podem se aglomerar em curvaturas intestinas impedindo a progressão do conteúdo-> impactação intestinal.
  • Procedimento: sedar cavalo -> colocar equipamento para abrir boca do cavalo -> analisar dente a dente -> desgastar os pontas com a caneta que tem disco de diamante. Aparelho Digestivo
  1. Estômago: CÁRDIA Cárdia: impede retorno de conteúdo estomacal pq ele é extremamente forte e não existe estímulo nervoso para sua abertura. -> Não tem estímulo do vômito e nem do arroto.
  • Ex: Dilatação gástrica : come concentrado -> aumenta produção de gás -> acúmulo no estômago (pq não consegue expulsar pelo cárdia)
  • Região glandular: produz ácido clorídrico que causa lesão na mucosa estomacal + produz muco para proteger a mucosa.
  • Região aglandular: não há produção de ácido clorídrico, nem de muco.
  • Margo plicatus ou região pregueada: onde ocorre a maior parte das gastrites ou úlceras pq é uma região de transição onde abaixo tem ácido clorídrico e acima não se produz ácido clorídrico e é uma região desprotegida
  • Na natureza é raro ter úlcera ou gastrite pq animal está constantemente comendo, não recebe anti-inflamatório, já o equino atleta tem contração da musculatura do estômago por força mecânica (então o que está na região glandular (ácido) vai para região desprotegida (ex: cavalo de salto).
  1. Intestino Delgado:
  • Possui 15-20 metros de comprimento.
  • Não tem tantos problemas na clínica e sim na cirurgia
  • Duodeno Jejunite Proximal: Alteração inflamatória envolvendo duodeno (1 m) e jejuno (15 m) causada por bactérias (Salmonella e Clostridium) -> causa fluxo retrógrado/enterógrado de conteúdo -> sobrecarga gástrica secundária. Único jeito de expulsar conteúdo é pela sonda nasogástrica e a cada 2h teria que retirar conteúdo estomacal.
  1. Ceco:

achar a causa.

  • Inspeção:
  • Auscultação: importante
  • Palpação:
  • Olfação: Sinais Clínicos: Relacionados com dor abdominal
  • Mais marcantes: Animal deita e se levante constantemente, rola e cavar no solo, olha para o flanco (= incômodo abdominal). -> Sequência: deitar – rolar – olhar para o flanco – cavar. Se olha para o flanco do lado direito, não significa que está com dor no lado direito. Quando ele rola, fica cheio de maravalha/serragem (sinal de alerta).
  • Coice no abdômen
  • Brinca com água
  • Posições anômalas: cavalete para aliviar pressão (comum em gastrite mas não é patognomônico pq não é um sinal clínico que define ou é característico de uma doença), sentar (ex: hérnia diafragmática).
  • Sempre: aumento da frequência cardíaca e da frequência respiratória. Quanto mais dor, mais vai ser a frequência cardíaca e vice- versa. FC = 20 a 40 bpm (normal); 40 a 60 bpm (dor leve); 60 a 80 bpm (dor moderada); acima de 80 bpm (dor severa), porém alterações circulatórias e respiratórias podem interferir nos parâmetros -> então ver o conjunto de sinais.
  • Dor severa: é comum auto traumatismo por deitar, rolar com muita intensidade, bater a cabeça (ferimentos) ou podem até se morder com força. Indicado esse cavalo não ficar sozinho para evitar que ele se machuque e fazer passeios (também quando tem compactação é bom pq estimula o peristaltismo).
  • Alterações de origem obstrutivas: levam a dilatação do abdômen Diagnóstico:
  • Sondagem nasogástrica (método de palpação indireta):
  • Método diagnóstico (análise do líquido) e tratamento também (ex: tirar sobrecarga gástrica)
  • Só deve ser realizada por veterinário pq oferece risco caso sonda for aspirada ao invés de deglutida e entrar na traquéia.
  • Efeitos colaterais: dói muito, pode haver hemorragia nasal durante procedimento -> região sensível. Sonda sempre precisa ser macia, nova.
  • Analisar quantidade de conteúdo estomacal (volume). Equinos tem em média capacidade estomacal de 12-15 L.
  • Analisar natureza do conteúdo: pode ser estomacal ou intestinal
  • Odor: conteúdo estomacal tem cheiro de capim, ração, fermentado e intestinal tem cheiro fétido (ex: Duodeno Jejunite Proximal -> salmonella).
  • Coloração: conteúdo estomacal pode ser verde (do capim), cor de ração e pode ter até fragmentos de ração e a cor de conteúdo intestinal é castanho alaranjado.
  • pH: define origem do conteúdo pq conteúdo intestinal é alcalino (pH ~ 7) e conteúdo estomacal é ácido (pH ~ 2/3). Se faz por fitinhas que usa para analisar pH da água em casas de piscina. Se estiver alcalino pode ser Duodeno Jejunite Proximal (fluxo é maior) ou quando há obstrução intestinal onde conteúdo intestinal pode ir para o estômago pq conteúdo não tinha mais para onde progredir e a secreção do intestino delgado é frequente (fluxo é menor). Auscultação Abdominal (auscultação indireta):
  • Verificação da motilidade abdominal -> auscultação do ceco (frequência cecal) Qualquer alteração gástrica intestinal leva a uma diminuição da motilidade dessa frequência e quando existe um aumento da frequência intestinal a motilidade cecal aumenta.
  • O resto do intestino, só dá para ver se ele está funcionando ou não.
  • Atonia: quando não tem motilidade. Intestino parado.
  • Hipermotilidade: movimentação acima do normal
  • Hipomotilidade: movimentação abaixo do normal Palpação Retal (palpação direta):
  • Importante durante o exame clínico
  • Avaliar aspecto das fezes (pq se esvazia o reto) e se tem parasitas. Fezes normais: tem aspecto sólido e quando aperta, tem que ter presença de líquido. Fezes ressecadas: não tem líquido
  • Presença ou não de corpo estranho
  • Localização das alças + consistência e conteúdo das alças
  • Distensão das alças muito intensa: as vezes não dá para fazer palpação retal por acúmulo de gases Paracentese ou Abdominocentese:
  • É um acesso intra abdominal via agulha ou cateter com intuito de coleta de líquido peritoneal
  • Cuidado para não entrar muito com a agulha e perfurar alça intestinal ou laceração da parede do intestino
  • Coleta: Realizada no ponto mais baixo do abdômen (por questão de gravidade e é onde vai ter maior acúmulo de líquido); tricotomia da região (5x cm); desinquinação (iodo, álcool); fazer tudo estéril para não promover uma peritonite. Parar a entrada da agulha quando chegou ao peritônio e colocar o líquido peritoneal em um tubo seco. Função líquido peritoneal: hidratação e lubrificação das alças intestinais diminuindo atrito entre elas. Se animal estiver desidratado, haverá menor volume desse líquido então quando animal estiver extremamente desidratado, não dá para fazer a coleta.
  • Aspecto líquido peritoneal normal: amarelo claro palha (âmbar), translúcido, inodoro.
  • Anormal:
  • Odor e aspecto de fezes: hipótese de ruptura intestinal
  • Turvo: aumento da celularidade (ex: leucócitos) – infecção
  • Vermelho claro, avermelhado: = líquido sofrimento de alça. Vaso perde permeabilidade -> extravasamento de hemácias do interior dos vasos para o líquido peritoneal. Processo inflamatório intenso agudo (ex: duodeno jejunite proximal). Intestino perde permeabilidade -> inflamação intensa com extravasamento de bactérias do intestino para o abdômen. (Esfregaço: terá hemácias, neutrófilos, bactérias).
  • Esverdeado: possui conteúdo fecal, sugestivo de ruptura intestinal Se sair conteúdo fecal na amostra: refaz o procedimento 3 vezes. Se sair de novo conteúdo fecal, fazer bloqueio anestésico na pele e músculo, usar bisturi para fazer um pequeno corte na pele e músculo e usar cânula de sondar teto de vaca forçando para que rompa o peritônio e não corre risco de perfurar o intestino (tem uma ponta arredondada) para ter certeza que esse conteúdo vem do abdômen e não da alça pq se for ruptura de alça animal tem que ser eutanasiado.
  • Lactato: muito importante para se ter um prognóstico da situação do cavalo e indicação cirúrgica ou para definir se a cirurgia é viável ou não. Estudos apontam que pode se indicar eutanásia só pelos níveis de lactato. Líquido peritoneal aumenta os níveis de lactato sempre que houver hipóxia intestinal. Parte das síndromes cólicas necessitam de uma intervenção cirúrgica e dosagem de lactato ajuda na decisão. Ex: torção de ID -> comprometimento vascular, diminuição do fornecimento de oxigênio naquele tecido -> aumenta metabolismo

Equino atleta: mudança nutricional com suplementação alimentar (= concentrado). Problema é que ração possui alta capacidade fermentativa e fica mais tempo no estômago e estômago não está preparado para isso e ele não arrota-> distenção.

  • Quanto mais ingere concentrado, maior é a propensão de sobrecarga gástrica -> possui alta capacidade fermentativa -> muita produção gás e compressão do estômago.
  • Sondagem nasogástrica é uma forma de tratamento pq alivia toda a pressão. Relaxamento instantâneo. E pode fornecer medicação. Cuidado na hora que chegar no cárdia com a sonda pq está tendo muita pressão no local e se forçar o cárdia pode romper o estômago. Empurrar devagar e assoprar com a boca para que ar expanda o cárdia.
  • Evolução da sobrecarga: conteúdo de alto poder fermentativo (grão) -> liberação de gás > pressão da parede do estômago -> alteração da permeabilidade vascular -> extravasa liquido dos vasos para o estômago -> aumenta pressão e aumento processo inflamatório vascular e extravasa a cada vez mais líquido -> estômago cada vez mais repleto + gás -> intervenção imediata pq pode romper estômago. Se romper estômago, vai haver alívio imediato para o animal pq teve ruptura da musculatura lisa e ele não sente mais dor. Algum tempo depois: choque séptico -> morte. Parâmetros Diagnósticos:
  • Sondagem naso-gástrica com liberação de bastante conteúdo
  • Abdominocentese, palpação retal: não vai encontrar nada de alterado (no máximo sentir ID se pessoa for grande)
  • Auscultação: diminuição de motilidade intestinal
  • Alteração cardio-circulatória e respiratória: só se houver dor vai ter aumento da FC
  • Achados laboratoriais: leve desidratação
  • Resposta à terapia: excelente Tratamento:
  • Pode provocar a morte do animal, mas em contrapartida a sua resolução é fácil.
  • Para minimizar a incidência de sobrecarga gástrica: fracionar a dieta várias vezes ao dia (2 kg de concentrado por refeição e intervalo mínimo de 3h entre cada refeição).
  • Tratamento: sondagem e lavagem do estômago até ele ficar totalmente limpo
  • Após lavagem do estômago, fornecer fármacos que diminuem ação de bactérias fermentativas e diminuição da produção de gás. Ex: Ruminol (sorbitol) via sonda Sobrecarga favorece gastrite: fornecer leite de magnésia (protetor de mucosa, laxante) via sonda
  • Fornecer concentrado de maneira gradual. No 1° dia dar somente capim verde (fácil digestão) e a partir do dia seguinte fornecer meia dose de concentrado e no 3° dia fornecer dieta normal. (13/05) Gastrite e Úlceras Gástricas:
  • Geralmente acontece após uma sobrecarga gástrica
  • Outros fatores: estresse por ter uma vida diferente daquele que ele foi projetado, principalmente cavalo atleta -> muita exigência, lesões (AINEs), parasitas. -> Então: estresse, AINEs, exercício (equinos de salto -> compressão abdominal que desloca o suco gástrico da região glandular para região aglandular – região mais acometida: margo plicatus) e sobrecarga gástrica. Interferência do Estresse:
  • Manejo dos animais atletas de alto desempenho
  • Estresse físico: dor, enfermidades
  • Estresse comportamental: exercício intenso, estabulação, transporte, ambiente ou contactantes estranhos Interferência dos AINEs:
  • Ex: fenilbutazona (mais deletério para o estômago), meloxicam (3°), cetoprofeno (3°), flunixin meglumine (2° pior) -> agem bloqueando a COX1 que tem efeito protetor (libera prostaglandinas que leva a produção de muco protetor do estômago)
  • Ideal usar AINE que age somente em COX2 (só tem na clínica de pequenos ex: firocoxib) -> prof usa bastante firocoxib (previcox 227 mg) e fornece 1/4 comprimido por dia por 20-40 dias e é raro dar efeito colateral (ex: sangramento pela narina).

Sinais Clínicos:

  • Cólica leve a moderada com frequência em momentos diferentes Tratador vê que cavalo está com um pouco de dor e acaba dando um AINE ou analgésico e acaba piorando a gastrite.
  • Emagrecimento: não come por dor
  • Sialorréia
  • Bruxismo
  • Hiporexia
  • Ficar em posição de cavalete
  • Queda de rendimento esportivo
  • Ulcerações em mucosas (língua): por conta do ácido do estômago.
  • Maioria das lesões gástricas se encontram na região de Margo plicatus e aglandular (80%) e glandular – por AINE (20%) Parâmetros Diagnósticos:
  • Cólicas leves: 40-60 bpm -> não fica cavando, olhando para o flanco e rolando o tempo todo
  • Sondagem naso-gástrica: não vai ter grandes achados pq não vai ter muito conteúdo e ele não vai estar alterado.
  • Nas gastrites onde a causa não é por AINE (e sim por exercício ou estresse): Vai haver aumento de produção de muco pq o processo inflamatório vai entender que existe uma falha na produção de muco e vai produzir mais muco na tentativa de proteger a sua mucosa. Quando sondar, vai aparecer muco.
  • Abdominocentese e palpação: não vai ter alteração.
  • Auscultação abdominal: diminuição da motilidade durante os momentos de crise.
  • Leve aumento da FC e FR
  • Achados laboratoriais: não vai ter alteração
  • Resposta à terapia: de moderada a lenta (tem tempo de tratamento mínimo)
  • Gastroscopia: caro e como sinais clínicos são característicos, já trata. Indicar quando acha que pode ter úlcera. Tratamento:
  • Omeprazol em bisnaga: gastrozol – inibe produção de ácido. Não tem efeito imediato: tem período de latência para ter efeito (de 1 a 2 dias) Usa por 30 dias e nos 2 primeiros dias associar ranitidina injetável (tem ação imediata)
  • Manejo: mudança na dieta – fornecer ração Guabi Beet que é a base de beterraba -> metabolização e digestão rápida, então não fica muito tempo no estômago. É cara.
  • Gastroscopia: visualização da mucosa gástrica. Gastroscópio mede uns 2 metros, equipamento caro encontrado em poucos lugares. Tem que estar em jejum prolongado – estômago vazio. Quando tem foco de gastrite (inflamação da mucosa gástrica) se vê uma hiperemia e emaciação do tecido. Quando tem úlcera vê que atinge camadas mais profundas, tecido alterado e edemaciado com alteração de coloração e focos hemorrágicos e é um quadro grave. Duodeno Jejunite Proximal (DJP):
  • É uma doença inflamatória aguda grave de origem infecciosa que necessita de intervenção médica constante pq é uma doença que altera o fluxo do intestino delgado (fluxo anterógrado = fluxo contrário). Intestino delgado envia conteúdo para o estômago.
  • Vemos dilatação/sobrecarga gástrica secundária pq a origem do conteúdo vem do intestino e não do estômago -> esvaziar conteúdo gástrico via sonda constantemente (de 2 em 2h) pq pode levar a uma ruptura estomacal. Na fase mais aguda, deixar a sonda fixada no animal.
  • Fluxo anterógrado: fluxo modificado por um processo inflamatório muito intenso e alteração do peristaltismo. Causa:
  • Inflamação do intestino delgado muito violenta relacionado com bactérias (principalmente por salmonella (zoonose) e clostridium). Leve a uma febre alta (39,5°).
  • Mudança abrupta da dieta -> altera pH e altera microbiota facilitando proliferação de salmonella.

dose de 0,25 mg/kg) -> Administrar a cada 12h a dose cheia (1,1 mg/kg) e nos intervalos de 6h fazer dose antiendotoxemica ( mg/kg) = 4 aplicações/dia.

  • Probióticos: repor flora intestinal todo dia até que animal se restabeleça. Se não tiver probiótico, pode pegar fezes de um animal sadio e fazer um “suco” e fornecer via oral.
  • Fluidoterapia constante + glicose e complexo vitamínico (emagrecimento considerável)
  • Sonda: Pode retirar a sonda (quando tiver pelo menos 12h sem refluxo) – monitorar FC e se ela subir, passar a sonda novamente. ATB por 7 dias ou parar 2 dias depois que leucograma estiver normalizado.
  • Nos 1ros dias pós tratamento, fornecer somente capim verde (ração após uns 10 dias de maneira gradual)
  • Metoclopramida (plasil): 0,1 a 0,25 mg/kg/hora BID IV. Usa até cavalo melhorar, tiver regularização do fluxo. Antiemético e aumenta motilidade intestinal. Não usa como antiemético pq cavalo não vomita e sim para regularizar a motilidade intestinal (minimizar o fluxo anterógrado). Pode causar efeito extrapiramidal onde animal fica fora de controle, extremamente agitado, com olhar de pânico, sudorese, aumento da FC -> monitorar animal 100% do tempo (apesar do prof nunca ter visto o animal tendo esse efeito. Ele usa uma dose baixa tb). (27/05) Cólica Espasmódica:
  • Dor abdominal por conta de espasmos intestinais. Muita gente define cólica espasmódica como um aumento da motilidade intestinal -> erro.
  • Espasmo = contração muscular focal involuntária por estímulo nervoso (não confundir com hipermotilidade intestinal que vai provocar diarreia por contrações que possuem lógica de progressão com espasmos que são contrações focais que não apresentam intensão de progressão de conteúdo que geram muita dor). Animais com diarreia podem ter espasmos
  • Pode estar associado com hipermotilidade: aumento da motilidade do ceco (acima de 5 descargas a cada 5 minutos)
  • Leva a uma dor transitória que vai e vem Causas:
  • Estresse
  • Mudanças bruscas de alimentação
  • Cloridrato de Imidocarb (imisol -> trata babésia em pequenos): é o que mais causa cólica porque provoca hipermotilidade e espasmos. Hemoparasitas comuns em equinos: Theileria equi e Babesia cabali (todos os cavalos do Brasil menos os do Rio Grande do Sul e haras para exportação têm babesia). Dose para babesia: 2,2 mg/kg IM e para theileria: 4,4 mg/kg (dá dor intestinal e aumento da motilidade, então associa tratamento para cólica espasmódica). Tratamento:
  • Escopolamina (0,2 mg/kg IV): para espasmos de músculo liso. Ex: buscopan ou buscofin 20 ml IV -> é um excelente analgésico para o trato digestório e diminui os espasmos. Não altera motilidade intestinal. Parâmetros Diagnósticos:
  • Sondagem naso-gástrica: não vai ter alteração
  • Abdominocentese: nenhuma alteração
  • Palpação retal: nenhuma alteração e nem é indicada
  • Auscultação abdominal: aumento da frequência da motilidade cecal e outros pontos intestinais com alta intensidade.
  • Oscilação da FC e FR: aumento FC e FR nos momentos de espasmos transitórios.
  • Resposta à terapia: excelente e imediata Ileus ou Íleo Paralítico:
  • Não é muito comum e está associado a pós operatório de alterações gastro intestinais (laparotomia)
  • Processo inflamatório do íleo (porção pequena que fica na transição entre intestino delgado e intestino grosso) que provoca uma estase de todo o trato digestório pq ele é o principal ponto marca passo (é um ponto que avisa o próximo de que haverá progressão).
  • Hipomotilidade ou atonia de todo o trato digestório Causa:
  • Laparotomias com manipulação excessiva dessa estrutura (cirurgia: tem que trabalha ID com pressão entre os dígitos). Parâmetros Diagnósticos:
  • Sondagem naso-gástrica: pode encontrar conteúdo de origem intestinal. Volume e fluxo será bem inferior ao da DJP pq conteúdo está parado e por falta de espaço ele regride.
  • Abdominocentese: nenhuma alteração
  • Palpação retal: aumento de volume de intestino delgado (está repleto de conteúdo)
  • Alterações cardio-respiratórias: discretas com leve aumento da FC e FR com exceção dos momentos de sobrecarga gástrica secundária se não esvaziar estômago, então animal vai ter dor e vai aumentar FC e FR
  • Achados laboratoriais: leve a moderada desidratação
  • Resposta à terapia: lenta e imprevisível pq depende do restabelecimento do processo inflamatório para que haja início da motilidade. Tratamento:
  • Esperar ele desinflamar
  • AINEs: flunixin meglumine 1,1 mg/kg BID
  • Fluidoterapia: pelo desbalanço hidroeletrolítico
  • Sondagem naso-gástrica: quando necessário pq pode haver refluxo Compactação Intestinal – “Processo Obstrutivo”:
  • Pode ser compactação ou impactação
  • É uma estase de conteúdo fecal impedindo a progressão e conteúdo gasoso sendo produzido por conta das bactérias fermentativas.
  • Ponto intestinal com maior propensão a compactação e estase: flexura pélvica pq possui diminuição (50%) do lúmen e movimento contra a gravidade.
  • Sazonalidade: de maio a setembro é onde mais tem casos de compactação. Causas:
    • O frio acarreta menor consumo de água e chove menos (capim tem menor quantidade de água e propriedades usam capim velho – quanto mais velho é o capim (que vem da cana ou o capim elefante - Napier) mais lignina ele possui para dar mais sustentação ao talo). Lignina é uma fibra que cavalo não consegue digerir. Então quanto mais lignina esse volumosos possuir e quanto menos água ele ingerir -> maior é a chance dele ter impactação pq essas fibras podem entupir o intestino.
  • Processos ligados a anemia favorecem impactações: anemias ligadas a babesia e theileria e o trato digestório vai ter hipomotilidade -> menos água vai ser absorvido pelo IG -> mais difícil vai ser progressão do conteúdo.
  • Sablose: acúmulo de areia no intestino ligado a regiões arenosas e pastagens baixas onde cavalo acaba ingerindo capim e areia. Parâmetros Diagnósticos:
  • Sondagem naso-gástrica: não haverá alteração
  • Abdominocentese: nenhuma alteração visível
  • Achados laboratoriais: leve aumento de lactato
  • Palpação retal: dá para sentir ponto de impactação principalmente pq flexura pélvica é uma estrutura possível de palpar.
  • Auscultação: diminuição da motilidade, atonia intestinal
  • Alteração cardio circulatória: leve aumento de FC e FR
  • Não apresenta dor intensa
  • Achados laboratoriais: leve desidratação
  • Resposta à terapia: é variável. A maioria é solucionada no mesmo dia Impactações de origem do intestino grosso não possui indicação cirúrgica independente do número de dias que você fique cuidando do animal. Possuem resolução clínica. Tratamento:
  • Fluidoterapia intensa (> 20 L de soro)
  • Laxantes: humectol – 10 comprimidos via sonda (laxante humano). Vai levar a grande quantidade de líquido no ponto de obstrução.
  • óleo mineral: não é absorvido e é dado via sonda (1-2 L).
  • Caminhar a passo no cabresto: estimular a motilidade. Sequência: dar 10 L de soro + analgésico (escopolamina), caminhar com o cavalo na fluido, laxante, após 1h administrar óleo mineral por último (pq ele impede a aborção dos fármacos que vc daria depois).