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Uma análise comparativa de eventos críticos em áfrica, abrangendo golpes de estado, grupos terroristas e guerras civis. Com foco específico no sudão e burkina faso, o documento identifica semelhanças e diferenças nos golpes de estado, analisando as motivações, processos e resultados. No contexto dos grupos terroristas, o documento examina a origem, objetivos e operações do boko haram e do al-shabaab, destacando suas raízes em questões religiosas e políticas locais, bem como suas fontes de financiamento. Adicionalmente, o documento aborda as guerras civis em moçambique e angola, explorando suas origens, trajetórias e impactos, com a guerra de moçambique culminando em uma resolução pacífica mais cedo do que em angola. O documento fornece uma visão abrangente dos desafios e dinâmicas envolvidos nesses eventos críticos, contribuindo para uma melhor compreensão dos processos de construção do estado e das relações internacionais em áfrica.
Tipologia: Provas
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3º Ano – Laboral Disciplina: Estudos de Conflitos Tema: Análise Comparativa de Golpes de Estado, Terrorismo e Guerra Civil Discentes: Chabir Taibo Dalton dos Santos Darienne Madede Olga Pedroso Perito Polá Quelve Sitoe Robson Muianga Salomão Macome Sueli Jambane Docente: Dr. Carmona Bila, MA Maputo, Abril de 2024
2. Golpes de Estado em África 2.1. Golpe de Estado no Sudão Para o caso de Sudão entre tentativas fracassadas, impedidas e concluídas foram no total 35 golpes na sua história. Para o presente trabalho falaremos do golpe de 2019. No período do líder Omar Al Bashir. De acordo com Brittanica, tudo começou em Dezembro de 2018, num contexto de deterioração da economia, os cidadãos saíram às ruas protestando sobre o aumento dos preços e a escassez de produtos, evoluindo para manifestações antigovernamentais. Bashir declarou estado de emergência em fevereiro de 2019, nomeou líderes militares para os governadores estaduais e nomeou um novo primeiro-ministro. Em 6 de abril, ocorreu a maior manifestação desde o início dos protestos, até a base militar em Cartum e durou dias, enquanto as forças de segurança tentavam dispersar a multidão com violência, partes dos militares se movimentaram para proteger os manifestantes, revelando uma divisão em relação ao apoio ao regime. Em 11 de abril de 2019, Bashir foi deposto por um golpe militar e preso, os militares anunciaram a dissolução do governo, a suspensão da constituição e a intenção de estabelecer um conselho militar para liderar uma transição de dois anos, seguida por eleições. Os manifestantes, embora contentes com a queda de Bashir, rejeitaram uma transição liderada pelos militares e continuaram exigindo um governo civil de transição. Após meses de negociações, ocorreram avanços intercalados com colapsos nas conversações. Com a mediação da Etiópia e da UA, foi finalmente assinado um acordo de partilha de poder entre grupos civis e militares, formando o Conselho de Soberania de Transição em agosto de 2019. Este conselho era composto por representantes militares e civis, com o general Abdel Fattah al-Burhan como presidente e Abdalla Hamdok como primeiro- ministro. 2.2. Golpe de Estado no Burkina Faso Burkina Faso teve no total 8 Golpes de Estado, nos interessando para esse estudo o segundo golpe de 2022, protagonizado por Ibrahim Traoré. De acordo com Javierre (2023, s/p) em 29 de novembro de 2015, foram realizadas eleições gerais em Burkina Faso, nas quais, Roch Marc Christian Kaboré foi nomeado presidente. A 23 de Janeiro de 2022, devido incapacidade de lidar com a insurgência Jihadista, foi preso pelos
militares, e toda estrutura governamental foi dissolvida. Em 24 de janeiro, foi instalado um governo militar liderado por Paul Henri Sandaogo Damiba, poucos meses depois, em 30 de setembro de 2022, ocorreu outro golpe de Estado no país. O dia começou com tiroteios na capital e depois de algumas horas, 15 soldados anunciaram nos meios de comunicação públicos nacionais a demissão do Coronel Damiba e sua substituição pelo Traoré. Os golpistas estavam convictos de que Damiba estava a desviar-se dos ideais da junta militar que deu-lhe o poder, e que não estava a acabar com a insegurança causada pelo terrorismo jihadista, que em princípio era o seu principal objectivo. Além disso, eles dissolveram o Governo, suspenderam a Constituição e fecharam todas as fronteiras. De acordo com o Aljazeera, Traoré era um oficial de baixa patente que comandava um regimento de artilharia em uma pequena cidade ao norte. Ele afirmou que não permanecerá no poder por muito tempo e que irá nomear um novo líder interino até o final do ano, podendo ser civil ou militar, e honrar um acordo com o bloco regional da África Ocidental para supervisionar o retorno ao governo civil até 2024. Semelhanças: Os golpes nos 2 países foram iniciados por insatisfação popular com os líderes governamentais, em meio a crises econômicas e instabilidade política; Os militares desempenharam papéis centrais nos golpes, assumindo o controlo do governo e suspendendo as constituições; Ambos viram a deposição de seus líderes políticos, Omar Al Bashir no Sudão e Paul-Henri Sandaogo Damiba no Burkina Faso, com a subsequente instalação de governos militares. Diferenças: No Sudão, houve uma luta prolongada entre grupos civis e militares para estabelecer um governo de transição, Burkina Faso, levou uma rápida mudança de liderança militar, com promessas de retorno ao governo civil; No Burkina Faso, os golpes foram motivados principalmente pela incapacidade do Damiba de lidar com a insurgência jihadista, no Sudão, o golpe foi resultado de um movimento de protesto popular contra Bashir; No Sudão, as negociações para formar um governo de transição foram mediadas pela Etiópia e pela UA, enquanto no Burkina Faso, Traoré afirmou seu compromisso em honrar um acordo regional para supervisionar o retorno ao governo civil.
3.3. Objectivos Boko Haram: Formar uma comunidade separatista guiada por princípios islâmicos radicais para que o islão esteja bem estabelecido (Sitoe, 2020: 115-117). Al-Shabaab: Unir a Somália e formar um único Estado islâmico governado sob a sua liderança ( Ibid. : 141-143). 3.4. Locais de Actuação Boko Haram: Nigéria, Camarões, Níger e Chade ( Ibid. : 127). Al-Shabaab : Somália, Quénia, Etiópia, Uganda e Tanzania ( Ibid. : 151-152). 3.5. Ligações Externas e Fonte de Financiamento Boko Haram: O grupo terrorista Boko Haram foi associado a outros movimentos terroristas como o AQIM e o Al-Shabaab. O Boko Haram financia suas actividades por meio de acções criminosas como assaltos a bancos, sequestros, tráfico e extorsão. Além disso, recebe apoio de políticos nigerianos, de instituições de caridade no Reino Unido e na Arábia Saudita, de outras organizações terroristas como o AQIM e de indivíduos com acesso a recursos na Nigéria, além de sua diáspora no Paquistão, Europa e EUA ( Ibid. : 121-122). Al-Shabaab: O Al-Shabaab é ligado ao Al-Qaeda desde 2008. O grupo expandiu sua influência na África Oriental e mantém laços com o Boko Haram. Financeiramente, o Al-Shabaab arrecada entre 70 a 100 milhões de dólares anualmente através de taxas, extorsão, exportação de carvão e contrabando. Recebe apoio da diáspora somali e da Al-Qaeda, incluindo assistência logística da AQAP. Sua presença económica é forte em Eastleigh, Nairobi, onde controla negócios e recebe financiamento directo de empresários locais ( Ibid. : 145-146).
4. Guerra Civil de Moçambique e de Angola 4.1. Contexto Histórico A Revolução dos Cravos em Portugal, ocorrida em 25 de Abril de 1974, constituiu um momento decisivo para as antigas colónias portuguesas, assim sendo, Moçambique conquistou a sua independência de Portugal à 25 de Junho de 1975, após uma longa luta de libertação nacional
liderada pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). No entanto, as divergências ideológicas e disputas pelo poder levaram ao surgimento da RENAMO, que se opunha ao governo da FRELIMO, e em 1976 eclodiu uma guerra civil que teve duração de 16 anos. A Angola, por sua vez, alcançou a sua independência em 11 de Novembro de 1975. Após a independência, as disputas pelo controle entre o MPLA e a UNITA levaram a uma guerra civil devastadora caracterizada por intervenções estrangeiras. 4.2. Principais Actores Envolvidos no Conflicto Moçambique: a RENAMO e a FRELIMO entre 1976-1992 (Masseko, 2019:122). Angola: segundo da Silva (2019:10), o MPLA foi liderado por Agostinho Neto e a UNITA foi liderada por Jonas Savimbi. 4.3. Causas Moçambique: a guerra civil teve como causas internas, a implementação da democracia multipartidária, inclusão étnica. A causa externa da guerra civil em Moçambique está ligada ao facto de Samora Machel ter sido solidário com o movimento de guerrilha zimbabueano contra o regime de Ian Smith, que tinha suas bases em Moçambique (Masseko, 2019:129). Angola: a tensão étnica, a disputa pelo poder e intervenção directa de forças regulares de países estrangeiros (Odumunc, 2023:2). 4.4. Fontes de Financiamento Moçambique: a FRELIMO recebeu apoio de vários países como a União Soviética, Cuba e Tanzânia. Por outro lado, a RENAMO recebeu apoio de países como a África do Sul e os Estados Unidos. Angola: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), tinha como base de apoio o povo Ambundu^1 e era largamente apoiado por outros países africanos, Cuba, Republica Popular do Congo e a União Soviética. (^1) Grupo étnico que habita principalmente a região central de Angola. Eles representam uma das maiores etnias do país e tem uma cultura rica e diversificada.
5. Conclusão Este trabalho explorou eventos críticos e dinâmicas em África, abrangendo golpes de Estado, grupos terroristas e guerras civis. Com foco específico no Sudão e Burkina Faso, identificamos que ambos os golpes de Estado foram precipitados por insatisfações populares e instabilidades políticas e económicas, apesar de suas diferenças nas motivações e resultados dos golpes. No contexto dos grupos terroristas, analisamos a origem, objectivos e operações do Boko Haram e do Al-Shabaab, notando que ambos têm profundas raízes em questões religiosas e políticas locais e são significativamente financiados por uma variedade de fontes ilícitas e externas. Adicionalmente, as guerras civis em Moçambique e Angola, embora ambas originadas de tensões pós-independência e divergências ideológicas, diferiram nas suas trajectórias e impactos, com a guerra de Moçambique culminando numa resolução pacífica mais cedo do que em Angola. Angola enfrentou uma prolongada e devastadora guerra civil, marcada por intervenções estrangeiras e um alto custo humano e material. Através desta análise, podemos observar que os conflitos e transformações políticas em África são profundamente influenciados por factores internos e externos, que moldam de forma significativa o desenvolvimento político e social do continente.
6. Referências Bibliográficas Aljazeera (2022) Burkina Faso’s coup and political situation: All you need to know. Aljazeera.com. Disponível em: https://www.aljazeera.com/news/2022/10/5/coup-in-burkina- faso-what-you-need-to-know (Acedido em: 18 de Abril de 2024) ADF (2023) Por que os Golpes Militares Regressam a Africa. Africa Defense Forum. Disponível em: https://adf-magazine.com/pt-pt/2023/05/por-que-os-golpes-de-estado-militares- regressam-para-africa/ (Acedido em: 18 de Abril de 2024) Brittanica. Challenge to Bashir’s rule and the 2019 military coup. Brittanica.com. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Josephine-Bakhita (Acedido em: 18 de Abril de
Chigudu, D. (2021). Al-Shabaab and Fundamental Terrorism in Somalia: Threats to the continent and beyond. International Journal of Research in Business and Social Science, XX , pp. 412-418. Diaz, J. (2022) As relações internacionais da construcao do Estado em Moçambique: pós- independência, guerra civil e transições políticas. Belo Horizonte: Revista Carta Internacional, vol.17. da Silva, A. (2018) Angola: historia, luta de libertação, independência, guerra civil e suas consequências. Neari em Revista, vol.4. Javierre. M. (2023) Burkina Faso: A 2022 Marked By Coups D’etat. Democratic Erosion Consortium (DEC). Disponível em: https://www.democratic-erosion.com/2023/01/04/burkina- faso-a-2022-marked-by-coups-detat/ (Acedido em: 18 de Abril de 2024) Masseko, F. (2019) A Guerra Dos 16 Anos em Moçambique: Causas Nacionais Ou Internacionais? Cachoeira: Revista Nordestina de História do Brasil, vol.2. Odumunc ( 2023) The Angolan Civil War. Old Dominion University. Sitoe, R. (2020). Terrorismo em África: A presença da ameaça em Moçambique (1ªed.). Maputo: TPC Editora.