Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Eutrofização: Causas, Impactos e Soluções para a Sobrefertilização de Lagos e Mares, Notas de aula de Engenharia Ambiental

O fenómeno da eutrofização, explicando suas causas, impactos e soluções para a sobrefertilização de lagos e mares. O texto detalha o papel dos nutrientes, como azoto e fósforo, na proliferação de algas e cianobactérias, e discute as consequências para a qualidade da água e os ecossistemas aquáticos. Além disso, o documento apresenta medidas para mitigar a eutrofização, incluindo o tratamento de efluentes, a redução do uso de fertilizantes e a implementação de práticas agrícolas sustentáveis.

Tipologia: Notas de aula

2023

Compartilhado em 13/10/2024

paulo-vany
paulo-vany 🇦🇴

3 documentos

1 / 18

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
24/04/2017
1
rjsilva@fc.ul.pt
Eutrofização: originalmente referia-se ao fluxo de azoto,
fósforo e outros nutrientes de zonas húmidas para lagos
(significa “enriquecer com nutrientes”).
Mais recentemente, refere-se ao fluxo de nutrientes de
origem antropogénica para baias e lagos causando a
propagação de algas e outros organismos que resultam na
degradação da qualidade da água.
1. Introdução:
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Eutrofização: Causas, Impactos e Soluções para a Sobrefertilização de Lagos e Mares e outras Notas de aula em PDF para Engenharia Ambiental, somente na Docsity!

rjsilva@fc.ul.pt

Eutrofização: originalmente referia-se ao fluxo de azoto, fósforo e outros nutrientes de zonas húmidas para lagos (significa “enriquecer com nutrientes”).

Mais recentemente, refere-se ao fluxo de nutrientes de origem antropogénica para baias e lagos causando a propagação de algas e outros organismos que resultam na degradação da qualidade da água.

1. Introdução:

(…) resulta na degradação da qualidade da água em termos químicos e organolépticos (exemplo: marés vermelhas).

A regulação e monitorização das emissões de compostos azotados e fosforados para os rios e o mar permite proteger os ecossistemas destes fenómenos.

1. Introdução:

Oligotrófico: Lago com poucos nutrientes necessários ao crescimento de plantas; apresenta número reduzido de organismos;

Eutrófico: Lago muito rico em nutrientes apresentado uma elevada produtividade;

Mesotrófico: Estagio intermédio.

2. Classificação de lagos pelo nível trófico:

Têm sido desenvolvidos mecanismos de protecção das zonas costeiras junto das cidades. Nas áreas mais expostas ao fluxo de nutrientes, desenvolvem-se algas e cianobactérias.

A presença de nutrientes não é um problema quando esta não afecta negativamente os ecossistemas. Os nutrientes mais importantes são o azoto e o fósforo disponíveis nas formas de nitratos, nitritos, amónia e fosfatos.

3. Eutrofização em áreas marinhas:

Têm sido desenvolvidos mecanismos de protecção das zonas costeiras junto das cidades. Nas áreas mais expostas ao fluxo de nutrientes, desenvolvem-se algas e cianobactérias.

A presença de nutrientes não é um problema quando esta não afecta negativamente os ecossistemas. Os nutrientes mais importantes são o azoto e o fósforo disponíveis nas formas de nitratos, nitritos, amónia e fosfatos.

3. Eutrofização em áreas marinhas:

4. Fontes de fertilizantes:

Setas pretas (): Fluxo do azoto fertilizante; Setas cinzentas (): Fluxo de N 2.

● O azoto dos fertilizantes azotados não volatilizado, adsorvido pelas plantas ou ligado aos sedimentos, chega gradualmente ao mar. (…)

4. Fontes de fertilizantes:

Por exemplo, hoje em dia, as águas suecas têm mais nutrientes que há 40 anos. O fornecimento de azoto de origem antropogénica duplicou entre 1950 e 1985 tendo vindo a baixar sem chegar aos níveis do passado.

-A origem destes nutrientes não é necessariamente sueca.

4.1. Fontes de fertilizantes: Agricultura

A maioria dos nutrientes provém da agricultura…

● A produção animal intensiva produz muitos resíduos difíceis de tratar a baixo custo. Os adubos líquidos produzidos são facilmente lixiviáveis para o mar. Estes adubos são uma fonte de nitratos e amónia.

● A produção animal extensiva não tem um impacto tão nefasto no ambiente porque os resíduos são integrados no ciclo de vida da pastagem.

4.1. Fontes de fertilizantes: Agricultura

A maioria dos nutrientes provém da agricultura…

(…)

O adubo animal que as plantas não retêm é transferido para a atmosfera como amónia ou escoa para os rios como nitratos.

4.1. Fontes de fertilizantes: Agricultura

Os adubos artificiais contêm diferentes formas de azoto, fósforo e potássio. Se forem usados em excesso, são facilmente lixiviados para os rios e o mar.

O azoto é mais facilmente lixiviado que o fósforo que tem tendência para se ligar aos sedimentos e solos.

A especialização em determinadas culturas agrícolas leva à lixiviação de nutrientes entre produções.

4.2. Fontes de fertilizantes: Esgotos

Os esgotos contêm muitos nutrientes que acabam por chegar ao mar. As estações de tratamento retêm alguns nutrientes que são queimados, armazenados em aterros ou usados para fins agrícolas. A fertilização dos solos com estes produtos deve ser feita nos picos de produção. Estes materiais devem ser caracterizados relativamente à presença de contaminantes.

Nos finais de 2010, os esgotos da parte central de Lisboa deixaram de escoar directamente para o tejo. Algumas cidades costeiras libertam os esgotos sem tratamento a alguns km da costa.

5. Poluição em baias pouco profundas

 Quando baixa o nível de oxigénio no fundo das baias, as bactérias sulfurosas começam a produzir sulfureto de hidrogénio (meio aeróbico). Este composto é venenoso para grande parte da fauna e flora subaquática.  Quando a matéria orgânica é processada num fundo rico em oxigénio, os iões fosfato livres precipitam como fosfato férrico (FePO 4 ). Sem oxigénio, o fosfato fica livre contribuindo para a fertilização.

5. Poluição em baias pouco profundas

 Quando baixa o nível de oxigénio no fundo, as bactérias sulfurosas começam a produzir sulfureto de hidrogénio (meio aeróbico). Este composto é venenoso para grande parte da fauna e flora subaquática.  Quando a matéria orgânica é processada num fundo rico em oxigénio, os iões fosfato livres precipitam como fosfato férrico (FePO 4 ). Sem oxigénio, o fosfato fica livre contribuindo para a fertilização.

5. Poluição em baias pouco profundas

No entanto, este fenómeno até beneficia a produção animal e vegetal em mar alto.

Desde 1920, a captura de arenque e bacalhau aumentou de uma forma consistente até finais dos anos 70. Pensa-se que este aumento deve-se ao efeito combinado de melhorias nas técnica de pesca e aumento de nutrientes no mar alto.

5. Poluição em baias pouco profundas

A sobrefertilização em áreas pouco profunda favorece a propagação de algas filamentosas sazonais de crescimento rápido e vida curta, em detrimento das algas perenes. Estas algas crescem à volta de um hospedeiro (epífitas). Quando muito abundantes também se agarram aos sedimentos. As baías pouco profundas são importantes para a alimentação e reprodução de aves e peixes (bacalhau e linguado). Os fenómenos de eutrofização afectam distribuição das espécies. As populações de enguias e caranguejos de costa aumentam em baias com mais nutrientes. Este cenário pode ser combatido (…)

6.2. Redução de descargas: Esgotos

Os efluentes urbanos, industriais e agrícolas devem ser tratados de forma adequada; Podem usar-se algas e bactérias para reter azoto (redução de 70-80%); Os fosfatos poder ser removidos com tratamentos químicos. As estações de tratamento não são capazes de eliminar os surfactantes dos detergentes usados para substituir os fosfatos poluidores » estes compostos dificultam o trabalho das bactérias. Após a remoção da ureia, a urina é um fertilizante muito valioso.

6.3. Redução de descargas: Atmosfera

Estima-se que as emissões de NO 2 e NH 3 têm de reduzir 75% para se parar a destruição do meio ambiente.  Utilizar catalisadores nos carros (reduz 70-75% da emissão de NO 2 );  Reduzir o consumo de energia;  Usar soluções energéticas mais eficientes;  Tratar efluentes gasosos;  Utilizar energias renováveis;  Reduzir ou moderar o uso de veículos automóveis (a circulação a 120 km/k produz quatro vezes mais NO 2 que a 60 km/h);  Desenvolver combustíveis e motores mais eficientes.

6.4. Colheita de algas

A colheita de algas filamentosas pode reduzir o seu impacto no ambiente, retirando nutrientes por si armazenadas. Este material pode ser usado na agricultura ou na produção de biogás.

7. Caso de Eutrofização: Lago Erie

Nos anos 60 o lago Erie (USA) ficou eutrofizado devido à contaminação de fosfatos ( ܱܲ ସଷି^ ) resultantes de polifosfatos usados nos detergentes e do escoamento de fosfatos usados na agricultura.

Os fosfatos são, muitas vezes o nutriente limitante do crescimento de algas.

Proliferação de algas

8. Utilização de fosfatos nos detergentes

Os detergentes sintéticos formam complexos com os iões Ca 2+^ e Mg 2+^ diminuindo a sua eficácia.

São adicionados polifosfatos para formar complexos preferenciais com estes iões…

Agente quelante: Tripolifosfato (TPF)

8. Utilização de fosfatos nos detergentes

Este composto torna a água de lavagem ligeiramente alcalina facilitando a remoção da sujidade de alguns tecidos.

O tripolifosfato de sódio foi muito usado no passado (STP)[base fraca]:

P O  H OPO H^4 ^ OH^ 

2 3 10

5 - 3 10

8. Utilização de fosfatos nos detergentes

O STP em excesso reage lentamente com a água produzindo fosfatos:

[quando se decompõe comporta-se como um ácido]

P O  2H O3PO 4H

3 - 2 4

5 - 3 10

8. Utilização de fosfatos nos detergentes

O STP foi substituido por outros agentes quelantes. O nitrilotriacetato é muito usado na Europa:

Nalguns países não são usados devido a suspeitas de capacidade de solubilização de metais pesados e devido à sua persistência.