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São inúmeros os estudos de etnicidade relacionados a grupos humanos diferentes desenvolvidos pelas Ciências Sociais.
Tipologia: Trabalhos
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Introdução São inúmeros os estudos de etnicidade relacionados a grupos humanos diferentes desenvolvidos pelas Ciências Sociais. Não é o objetivo fazer aqui uma análise exaustiva ou mesmo um histórico do uso do conceito e de como os trabalhos foram e são direcionados. Os grupos humanos e a construção da identidade étnica são extremamente dinâmicos e flexíveis. Dessa maneira, a concepção de etnicidade está além da definição de culturas específicas. Os conceitos de grupo étnico, identidade étnica e etnicidade têm uma complexa trajetória teórica nas Ciências Sociais. As dificuldades podem ser constatadas nas muitas coletâneas, em textos e estudos de caso publicados desde a década de 1970. A unidade concreta de análise – o grupo étnico – tem sido definida por diferentes combinações de características que vão da cultura comum à identidade étnica simbolicamente construída. A revisão do conceito – realizada com base em trabalhos de autores como Abner Cohen (1969) e Frederick Barth (1969), por exemplo – resultou na incorporação das noções de identidade étnica e etnicidade, com críticas contundentes à concepção tradicional que concebia o grupo étnico como unidade cultural distinta, separada. O que significa estudar a etnicidade Estudar a etnicidade consiste, então, em catalogar o repertório das identidades disponíveis em uma situação pluriétnica^1 dada e descrever o campo de saliência dessas identidades nas diversas situações de contato. A análise situacional da etnicidade liga-se ao estudo da produção e da utilização das marcas, por meio das quais os membros das sociedades pluriétnicas identificam-se e diferenciam-se, e ao estudo das escolhas táticas e dos estratagemas que acionam para livrar-se do jogo das relações étnicas. Entre essas táticas figuram especialmente a alternância de identidades ( identity switching ), o domínio da impressão e os processos de altercasting que permitem atribuir um papel étnico ao outro. (^1) Relativo a varias etnias ou culturas.
O que é etnicidade A etnicidade é um conjunto de características comuns a um grupo de pessoas que, as individualizam de outros grupos^2 de pessoas. Normalmente essas particularidades incluem a língua, a cultura e também uma noção de uma origem comum. A etnicidade está no contexto da identidade de uma comunidade. Onde os indivíduos buscam os sinais diacríticos de sua identidade, reconstruindo-os e renovando-os de acordo com o contato com o outro e, assim, valorizando a sua etnicidade a partir das diferenças, dos seus sinais diacríticos. A etnicidade pode ser vista nas diversas formas de conceituação, a etnicidade pôde ser definida como caráter ou qualidade do grupo étnico como fenômeno situacional, como o sentimento de formar um povo como o relacionamento entre grupos que se consideram e são considerados culturalmente distintos ou como fenômeno de natureza política ou econômica, remetendo a grupos de pessoas unidas em torno de interesses comuns. Iremos verificar que os grupos étnicos ou subgrupos terão grande influência sobre seus símbolos a partir do contanto com outros símbolos culturais, portanto dificilmente teríamos grupos cujos símbolos culturais fossem de sua criação originaria ou puramente, sendo que sempre estão sofrendo influência de outras identidades étnicas. Ao falar-se de etnicidade precisamos nos direcionar a o autor alemão Fredrik Barth, pois é um dos primeiros a pensar sobre etnicidade e cultura sob a ótica da modernidade e da Pós-Modernidade. Barth foi uma das figuras mais “cheias de vida” da antropologia social britânica dos anos 50 e 60. Fredrik Barth A partir dos estudos de Barth (1998), torna-se possível definir grupo étnico como uma forma de organização social, que expressa uma identidade diferencial nas relações com outros grupos e com a sociedade mais ampla. A identidade étnica é utilizada como forma de estabelecer os limites do grupo e de reforçar sua solidariedade. Nessa concepção, a continuidade dos grupos étnicos não é explicada em termos de manutenção de sua cultura tradicional, mas depende da manutenção dos limites do grupo, da contínua dicotomização entre membros e não membros (nós/eles). Os traços (^2) Pessoas que se identificam.
Igualmente ou mais decepcionante é a variável “demográfica”. Além de advertir que o analista “não pode passar ao largo dos problemas de número e equilíbrio” ao estudar os grupos étnicos, Barth limita-se à afirmação — dificilmente refutável — de que, em termos metodológicos, é conveniente levar em conta os fatores demográficos na conformação e na manutenção das fronteiras, pois entre elas pode haver “osmose” e “trânsito de indivíduos”. Quanto ao “equilíbrio demográfico” propriamente dito, certos fatores são “tanto biológicos quanto sociais”: a fecundidade, o controle da natalidade, a mortalidade, a migração e a sedentarização. Por exemplo, pode-se constatar que, para continuar existindo em face de um incremento constante da natalidade (i.e., a “entrada” de pessoas no sistema), o modelo nômade de organização social deve “contrabalançar” tendências contrárias, como a sedentarização ou as migrações (i.e., a “saída”). Sinais diacríticos de uma cultura O termo diacrítico vem do grego diakritikos que significa “que distingue” em antropologia são vistos como sinais símbolos que são inerentes às culturas e fazem parte de suas especificidades. Estes sinais diacríticos^6 são escolhidos pelo grupo que vão diferenciá-los de outros grupos e que dependem dos sinais dos outros. Se as situações mudam esses sinais podem mudar. Apenas o grupo étnico sabe que sinais são estes, diga-se que podem variar de acordo com a época, ou com relação a outros elementos do contexto. Termos eram ressignificados dentro de uma sintaxe do dominador, cita-se o candomblé que ressignificou seus conteúdos sob a forma de identidade cristã. Sendo a manifestação cultural diferente, mas a essência era a mesma. Tamanha é a importância destes sinais ou símbolos diacríticos para garantir, diante das perdas culturais, a continuidade e a singularidade do grupo, o ponto central é que estes sinais não dependem de variabilidade externa, menos ainda do antropólogo, somente os membros do grupo podem defini-los e mesmo alterá-los. Não cabe ao observador de fora definir. De fato, seria difícil selecionar qualquer cultura ou subgrupo cujos símbolos culturais fossem totalmente de sua própria criação ou de sua própria história. Além disso, tais identidades “emprestadas” são frequentemente úteis ou funcionais num (^6) Gr. diakritikos, significa literalmente que distingue.
mundo onde velhos grupos são degradados ou novos categorias e etnicidade estão sendo criadas. Há que convir com Barth, que a etnicidade é uma forma de organização social, baseada na atribuição categorial que classifica as pessoas em função de sua origem suposta, que se acha validada na interação social pela ativação de signos culturais socialmente diferenciadores. Os símbolos da cultura são dinâmicos A cultura na perspectiva da etnicidade pode ser considerada dinâmica, isto porque a cultura sempre está em processo de construção, absolvendo traços de outras culturas e igualmente fazendo parte de outras culturas que são influenciáveis, seja por etnocentrismos no processo de um dado dominador cultural ou por contatos transculturais. O símbolo de dada cultura possui identidade cujo significado dependerá da ressignificação interpretada a partir da cultura utilitarista do símbolo, sendo assim o respectivo símbolo pode ganhar diferentes significados. Quando se copia uma manifestação cultural se copia o signo, não o significado. Descobrir isso é um processo de interpretação permanente. Toda interpretação é uma interpretação, uma leitura sempre sujeita a reexame, a reformulação, quer dizer, a leitura do significado é sempre um processo em aberto. (POZENATO, 1990, p. 13). Fredrik Barth (1998) afirma que os indivíduos têm de estar conscientes de sua identidade étnica e com uma atuação dinâmica a seu favor. Isso significa que cada indivíduo, dentro de um determinado contexto histórico e geográfico, contribui para a etnicidade de seu grupo, servindo como ator da trama cultural. Nem sempre as pessoas de um grupo participam da formação de sua identidade étnica conscientemente. Muito do que aprendem a respeito de sua identidade étnica é inconsciente e faz parte de sua educação desde seu nascimento. Tanto cultura como etnicidade são termos que implicam obrigatoriamente uma dinâmica. Isso significa que um grupo não permanecerá com seus aspectos culturais indeterminadamente, mas que essas qualidades serão modificadas com o passar do tempo, de acordo com o que o novo contexto contribuirá para a comunidade. Etnicidade no Brasil
BERGER, Mirela. Etinicidade.... Uma questão propositadamente em aberto. Disponível em: <http://www.books.scielo.org/id/kkf5v/pdf/luvizotto-9788579830082- 04.pdf>. Acesso em: 08 mai. 2017. VILLAR, Diego. Uma abordagem crítica do conceito de “etnicidade” na obra de Fredrik Barth. Mana v10, n.1 Rio de Janeiro, 165-192, 2004. Disponível em: http://www.dx.doi.org/10.1590/S0104-93132004000100006. Acesso em: 08 mai.
UNICEF. Discrimination http://www.unicef.org/protection/discrimination.html. Acesso em: 08 mai. 2017.