






Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente.
Tipologia: Notas de estudo
1 / 12
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Argumento Pós-Graduação Curso: Metodologia do ensino de História e Cultura Indígena e Afro-brasileira no ensino fundamental e médio. Componentes: Bárbara Milene Andrade de Castro Marcelo Norma Ires de Souza Almeida
“Sou Tupinambá, tenho orgulho de dizer. Sou índio, sou guerreiro, sou forte pra valer.” Canto do Poranci
Salvador-Ba/
Argumento Pós-Graduação Curso: Metodologia do ensino de História e Cultura Indígena e Afro-brasileira no ensino fundamental e médio. Componentes: Bárbara Milene Andrade de Castro Marcelo Norma Ires de Souza Almeida
Trabalho apresentado á Professora Tânia Bernadelli como requisito parcial de avaliação na disciplina História e Cultura Indígena, para aprovação no Curso de pós- graduação em Metodologia do ensino de História e Cultura Indígena e Afro-brasileira no ensino fundamental e médio, na Argumento Pós-Graduação.
Salvador-Ba/
potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS ÍNDIOS
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca guerra e derrubada das árvores. Duas figuras importantes na organização das tribos são: o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
OS CONTATOS ENTRE INDÍGENAS E PORTUGUESES
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho. O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a
matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando nos pequenos números de índios que temos hoje. A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá- los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditava que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.
A ETNIA TUPINAMBÁ
O Termo Tupinambá provavelmente significa "o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere a uma grande nação de índios. Estão dentre os grupos tribais Tupi que, na época da colonização do Brasil, entraram em contato com os homens brancos no Rio de Janeiro e na Bahia, depois povoaram o Maranhão, o Pará e a Ilha dos Tupinambarana. Todas as tribos Tupis constituíam ramos de um mesmo tronco e provavelmente tiveram um mesmo centro de dispersão. Eles tiveram um relevante papel na conquista e colonização do litoral brasileiro. Membros de um subgrupo do povo Tupi e pertencente à família lingüística dos Tupis-guaranis estavam distribuídos pela costa brasileira, nas regiões dos atuais estados da Bahia e Rio de Janeiro. Foram os primeiros indígenas a entrar em contato com os viajantes franceses no decorrer do século XVI, sendo objeto de uma série de relatos, devido à surpresa que o modo de vida e a cultura indígena despertaram nesses viajantes. Os índios tupinambás foram dados como extintos desde o século XVII, mas tiveram o seu reconhecimento oficial pelo FUNAI, em maio de 2002, e agora querem resgatar a cultura e preservar a história da tribo. Atualmente existem aproximadamente 3.700 índios cadastrados em 23 diferentes comunidades que compõem a Aldeia Tupinambá de Olivença (Vieira, 2003).
A MIGRAÇÃO
É praticamente consenso, embora ainda se discutam alguns aspectos relativos ao período de ocorrência, que os Tupinambás passaram a habitar a região do Maranhão e Pará, tenham chegado a ela, em função da fuga que empreenderam pela costa sul-norte e leste-oeste devido ao avanço dos portugueses nos seus antigos territórios. Este movimento de fuga teria ocorrido em algumas levas. A chegada dos Tupinambás à região norte teria acontecido ainda no século
primeiramente o rio Madeira. Contudo, alguns conflitos com os espanhóis obrigaram-nos a emigrar novamente. Neste movimento atingiram a ilha dos Tupinambaranas.
ATIVIDADES FEMININAS
Todos os trabalhos de horticultura, desde o plantio até a semeadura eram de competência exclusivamente feminina. Participavam também com os homens da pesca, onde mergulhavam para apanhar o peixe apanhado por eles. Todas as operações da fabricação de farinhas eram realizadas pelas mulheres, assim como a preparação das raízes e do milho para fazer a salivação (esta realizada por índias virgens de 10 a 12 anos). A fabricação do azeite de coco, a fiação do algodão, a tecelagem das redes simples e cestas trançadas de junco e vime eram tarefas realizadas por elas. Também participavam da preparação do barro, necessário à produção de panelas, alguidares, os grandes potes para o caium, assim como a ornamentação e o envidramento. A domesticação de aves, cachorros, galinhas constituíam atividades femininas. Os serviços domésticos, que consistia na organização do lar, a manutenção dos dois fogos ao lado da rede do chefe da família e o abastecimento de água tudo era feito pelas mulheres. Elas carregavam os filhos e todo o equipamento de caça, pois os homens precisavam ficar livres para defenderem-se a si próprios e a família em tais empreendimentos. Somente no período de gravidez evitavam os fardos muito pesados e as atividades árduas. Na guerra, eram elas que recolhiam as flechas para os guerreiros. No parto, as mulheres ajudavam-se mutuamente. A depilação e a tatuagem dos homens pertencentes ao próprio lar, cabiam às mulheres que o constituíam.
ATIVIDADES MASCULINAS
Aos homens, eram entregues a lavoura já preparada. A caça era uma atividade exclusivamente masculina. A pescaria também era uma atividade deles. Fabricavam ainda as canoas, os arcos, as flechas, tacapes e seus adornos. Eram responsáveis pela obtenção do fogo e desempenhavam papel importante na construção da maloca. O corte da lenha era realizado pelo braço forte do homem. Retinham ainda, os conhecimentos da fabricação das redes lavradas. Teciam cestos com folha de palmeira e com caniços sem nós. Eventualmente, os homens auxiliavam as mulheres no parto. Além disso, os homens protegiam suas mulheres de modo permanente.
Canibalismo - Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.
Religião Indígena - Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
Religião - As descrições dos viajantes no século XVI e, sobretudo, dos missionários, são iluminadoras da atitude do ocidente evangelizador frente aos habitantes da terra dos papagaios. Com efeito, os cronistas não vêem fatos de ordem religiosa onde a Escolástica não manda encontrá-los; Por isso, os Tupinambás são tão “bárbaros” que não tem religião. Entre os Tupinambás os missionários não encontraram nenhum sinal de “idolatria” ou “paganismo”. Nos relatos, não apenas de missionários de diversas ordens religiosa, ou até de diversas confissões, mais também de viajantes leigos, esta ausência de crença, seja mesmo idólatra, junto com a ausência de crença, seja mesmo idólatra, junto com ausência de outros princípios de civilização. Já Pero Vaz de Caminha, poucos dias depois do “achamento”(1500). Declarava que “...eles,segundo parece, não tem e nem entendem de nenhuma crença”. Também depois de sua chega o padre Manoel da Nóbrega afirma categoricamente “é gente que nenhum conhecimento tem de Deus, nem ídolos”(10/04/1549)e, em sua informação das terras do Brasil. Pero Magalhães de Gândavo,em 1570, e Gabriel Soares de Souza, em 1587 escreviam que os Tupinambás não tem “nem fé, nem lei , nem rei”.Também Cardim. Os Tupinambás não tinham religião, mas, porém - como era obvio em um povo “natural”- uma vaga noção de divindade.O homem natural trazia consigo em baixo relevo, a possibilidade de uma religião,e de uma religião monoteísta,conforme a teoria da “degeneração”, devido ao isolamento das tribos do Brasil.
gráficos que partiria desde o incipiente continuísmo das práticas tradicionais até as recentes incorporações e ressignificações de símbolos intertribais e extras culturais. Assim, se apresentam a arte gráfica Tupinambá, entre a tradição e a contemporaneidade, sintetizando, de forma ilustrativa, os percalços transpostos por este grupo étnico no estabelecimento da sua indianidade.
TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA
O Povo Tupinambá de Olivença foi obrigado a viver por décadas, e décadas no anonimato sem ter direito a mostrar seu rosto e sua voz a fim de preservar à vida, ameaçada de extinção. Ressurgiram com toda força depois que a Região Cacaueira sofreu ataque do fungo denominado Vassoura de Bruxa, os chamados Coronéis do Cacau viram seu império desmoronar, e o poderio ser levado ao vento, mas, parece que eles estão adormecidos, esperando a qualquer momento contra atacar novamente. São formados por 3.700 índios cadastrados pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e distribuídos em 23 diferentes comunidades: Olivença, Acuipe, Acuipe de Cima, Acuipe do Meio, Acuipe de Baixo, Sapucaieira, Cururupe, Pixixica, entre outras. Os índios tupinambás foram dados como extintos desde o século XVII, mas tiveram o seu reconhecimento oficial pelo FUNAI, em maio de 2002, e agora querem preservar a história da tribo, buscando resgatar o máximo possível a sua cultura. Vieira, 2003. Trata-se de um povo que, devido ao distanciamento do cotidiano indígena, deixou para trás suas tradições que necessitam ser resgatadas. São inúmeros os relatos de massacre contra os índios e muitos povos desapareceram ao longo de séculos de dominação. A falta de trabalho é um dos problemas que os tupinambás enfrentam. Como não possuem terras para cultivar, os índios são obrigados a trabalhar como empregados em fazendas vizinhas à aldeia. A renda média é inferior a um salário mínimo por família. A devastação da floresta impede o extrativismo de consumo e a miséria está presente na maioria das casas e na aldeia. Outro problema enfrentado pelos tupinambás refere-se à educação escolar. Eles esperam a construção de uma escola para colocar em prática o ensino específico e comportar todos os estudantes de 1ª a 8ª série em salas distintas, pois as salas atuais são de séries mistas. Os tupinambás estudam em escolas normais espalhadas por diversas localidades da região. Eles não utilizam livros didáticos diferenciados, mas os mesmos utilizados por escolas não indígenas da rede pública. Com o recente reconhecimento pelo FUNAI dos índios de
Olivença como tupinambás, ressurge a necessidade de uma reorganização dessa tribo, tanto sob o ponto de vista cultural como escolar. Com o recente reconhecimento pelo FUNAI dos índios de Olivença como tupinambás, ressurge a necessidade de uma reorganização dessa tribo, tanto sob o ponto de vista cultural como escolar. Quem desconhece a história do Povo Tupinambá, acreditava que estavam extintos desde o século XVIII, uma mentira que vinha se sustentando ao longo de três séculos, todas às tentativas que foram feitas no sentido de retomar nosso Território Sagrado foi abortada pelo sistema, muitos líderes foram mortos, ou desapareceram com eles. Foi feito um estudo antropológico, onde foram encontrados sítios arqueológicos de cerâmica tupi, e cemitérios indígenas, e a nossa presença física. Garantindo assim o nosso direito originário. Daí surge a maior problemática dos Tupinambás o luta para recuperar a terra.
MISTURA DE REFERÊNCIAS
Boné de hip hop, bermuda praieira, pinturas de jenipapo no corpo, alargadores de madeira nas orelhas. É uma mistura curiosa de referências culturais. Mas, depois de meia hora de conversa com Jaborandy Yandê, a impressão de que ele é um surfista tirando onda de índio vai embora. O responsável pela transformação é o discurso contundente e seguro sobre sua identidade e seu povo. Como um dos jovens líderes indígenas da região Sosígenes do Amaral e Silva Junior, que escolheu o nome Jaborandy, viaja pelo País, debate com a Fundação Nacional do Índio [Funai], discute a política pedagógica da escola indígena com a Diretoria Regional de Educação e parece conhecer cada um dos parentes distribuídos nas 23 comunidades tupinambás de Olivença. Não gosto de pedir nada, mas só estamos exigindo o que é nosso por direito. Se o assunto é brigar por direitos, Lorena Gonçalves [ou Iracema Yandê], 23 anos, que trabalha ensinando cultura indígena para as crianças da tribo, não pensa duas vezes. Com quatro filhos, já esteve em três retomadas e viveram três meses na Suíça, participando de encontros para divulgar a cultura. Ela podia estar na casa da mãe, na cidade, com laje e tudo, mas prefere ficar na aldeia. Minha mãe diz que deve ser o sangue de índio