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tipos de neuroses, classificação
Tipologia: Notas de estudo
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Compartilhado em 19/12/2013
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Estudo Psicanalítico sobre a Neurose Obsessiva Compulsiva
Dentre as diversas e complexas manifestações neuróticas, sem dúvida nenhuma a que nominamos de neurose obsessiva compulsiva, afigura-se como a mais interessante e rica em conteúdos simbólicos. Porém, ao falarmos de Conteúdos Simbólicos, talvez o termo seja muito fraco para expressar o que de fato ocorre no núcleo dessa neurose, pois não estamos falando de uma montagem simbólica comum, o indivíduo afetado por tal desequilíbrio age como se o símbolo fosse a realidade, e não uma mera representação da mesma.
Modernamente a neurose obsessiva compulsiva é denominada pela psiquiatria pelo Termo Técnico: Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Porém, o enfoque psiquiátrico moderno diverge da abordagem psicanalítica tanto na etiologia de tal neurose como no seu tratamento.
Nesse estudo, no entanto, não iremos tratar das diferenças, e sim das similitudes e complementações que ambas podem oferecer no tratamento dessa incômoda e persistente neurose.
Em minha experiência profissional, bem como na pesquisa da Literatura Psicanalítica, pude observar e alistar particularidades normativas que sempre estão presentes no comportamento neurótico compulsivo obsessivo.
O neurótico tem consciência da absurdidade de alguns de seus pensamentos, por isso uma dolorosa dissociação se estabelece no ego, e a pessoa afetada fica atormentada pelas repetições ideativas.
Frente a esse fato, podemos definir as obsessões ideativas, como intensificações de pensamento ego-distônicos, recursivos e intrusivos, que leva o paciente a ser pensado pelos seus muitos pensamentos, gerando uma ansiedade atormentadora.
Objetivando aliviar a ansiedade causada pelas obsessões, o neurótico recorre a ações ritualizadas, essas por sua vez são chamadas de Compulsões.
Os atos compulsivos mais comuns podem ser reduzidos a cinco categorias primárias: rituais envolvendo a verificação; rituais envolvendo a limpeza; pensamentos obsessivos sem compulsões; lentidão obsessiva e rituais mistos.
No tratamento analítico, o terapeuta não deve se apressar em acabar com o sintoma, pois como gratificação secundária, os sintomas obsessivos compulsivos podem estar impedindo uma desintegração psicótica no neurótico, o doente se agarra a seus sintomas estranhos para garantir seu equilíbrio egóico.
O analista deve estar interessado em descobrir a função inconsciente do sintoma, e a sua
configuração compensatória no mundo intrapsíquico do afetado, desvendando pouco a pouco, em sua psicobiografia, como foi levado a montar reativamente certo tipo de sintoma.
Esse processo lento e gradativo mostra-se fundamental para a compreensão da organização simbólica do paciente, possibilitando a perlaboração dos conteúdos analisados, eliminando não só os sintomas, mas sim o núcleo de ansiedade básica atrás do fenômeno.
O Comportamento Obsessivo Compulsivo
Descreverei agora alguns dos sintomas que aparecem com mais freqüência nessa neurose: lavar as mãos demoradamente inúmeras vezes durante o dia (alguns pacientes são levados a levantar-se durante a noite para fazê-lo); tomar longos e repetidos banhos por não se sentir limpo; passar a maior parte do tempo limpando as coisas; preocupar-se fanaticamente com germes e contaminações; verificar repetidamente se portas e janelas foram fechadas; dar valor excessivo a números ou a contagens (é como se quisessem ficar livres do tempo, porém, estranhamente, é a sua cronometragem que os prendem); pensamentos catastróficos (algo de ruim que pode acontecer a qualquer momento); simetria neurótica; pensamentos ligados a castigo e morte, etc...
De forma coerciva, essas pessoas são vítimas de suas compulsões; mesmo que racionalmente não queiram praticar suas esquisitices, são devastadas por uma enorme ansiedade que, por fim, as leva a ceder ao ritual neurótico.
Uma outra peculiaridade marcante é a busca pela perfeição, tanto intrapsiquicamente como extrapsiquicamente. Sua exigência maior é encontrar aquilo que é perfeito, mesmo que racionalmente admita que tal exigência é absurda e frustrante.
O desequilíbrio gera uma acentuada ambivalência relacional, são capazes de ruminar interminavelmente uma pequena atitude, desgastando e fadigando qualquer pessoa de seu convívio.
Por causa do conflito interno, tudo que fazem requer muito esforço, podem criar uma tempestade num copo dágua na realização de qualquer atividade corriqueira, por mais simples que pareça.
Os pensamentos intrusivos se avolumam de tal forma na mente neurotizada, que é muito comum ficarem presos por uma cadeia interminável de pensamentos, que por vezes paralisam totalmente ações práticas, fazendo com que a dúvida seja a regra geral do comportamento compulsivo obsessivo. São fracos em tomar decisões, não sabendo como agir frente a escolhas banais do cotidiano.
Embora tudo isso se suceda ao neurótico obsessivo compulsivo, muitos deles conseguem levar uma vida como qualquer outro, são normalmente inteligentes e,
Frente a esse fato, Freud revelou que uma das características marcantes do desequilíbrio é a sua vinculação estrutural com o sentimento de culpa. Sobre isso ele escreveu: Aquele que sofre de compulsões e de interdições se comporta como se estivesse sob o império de uma consciência de culpa, a cujo respeito, aliás, nada sabe; sob o jugo, portanto, de uma consciência de culpa inconsciente, como nos sentimos forçados a dizer, por mais que essas palavras resistam a se combinar.
Examinando a religião, Freud chegou a perceber semelhanças desconcertantes entre os atos compulsivos e as práticas religiosas, que ao seu entender visavam essencialmente a mesma coisa: afastar o sentimento de culpa por uma reparação compensatória ritualística. Tanto no religioso como no obsessivo, a fórmula principal é o deslocamento psíquico (semelhante ao que acontece no sonho), pelo qual os detalhes triviais da atividade ritual se tornam a coisa mais importante, uma vez que se expulsou à força o conteúdo verdadeiramente significativo.
Em sua famosa tese da Concordância Essencial, Freud descreve: Podemos conceber a neurose obsessiva como a contra partida patológica da formação religiosa, a caracterizar a neurose como uma religiosidade individual e a religião como uma neurose obsessiva universal.
Um Caso de Neurose Obsessiva Compulsiva
Quando José Roberto resolveu me procurar, acerca de dois anos atrás, contava nessa época com 37 anos. Trazia em sua bagagem existencial muito sofrimento e angústia, e uma certa descrença prévia que dizia que a psicanálise não poderia ajudá-lo em seu desconforto.
Era solteiro e morava com a mãe, junto com sua irmã mais velha e seu cunhado. Seu pai havia morrido há seis anos atrás, fato que acabou por agravar e intensificar os sintomas obsessivos compulsivos, culminando em sua internação na ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas, onde permaneceu por quatro meses.
Mesmo antes da morte do pai, José Roberto foi procurar ajuda médica para seus estranhos sintomas, e há 10 anos atrás foi diagnosticado como portador do Transtorno Obsessivo Compulsivo. A partir daí diversos medicamentos foram tentados (Clomipramina-Anafranil; Fluoxetina-Prozac; Sertranil-Zoloft, entre outros), infelizmente os sintomas persistiram e acabaram por se solidificarem, levando o paciente cada vez mais a um isolamento social.
Quando o pai ainda era vivo, embora já sentisse a ação da obsessão compulsiva, conseguia controlá-la. Trabalhava como protético no consultório do pai, embora tenha admitido durante o tratamento que não gostava da ocupação profissional.
Com a morte do pai, José Roberto abandonou o serviço e confinou-se em sua casa, o
que veio a agravar e intensificar os sintomas obsessivos compulsivos. Ficava preso por horas no banheiro e, ao sair, o ritual continuava levando, por exemplo, o infeliz a demorar 40 minutos ou mais para colocar uma simples cueca, pois um pensamento recursivo lhe suscitava a dúvida se a peça íntima fora colocada do lado certo.
Tinha uma preocupação exagerada a tudo que se referia à religião, pois lhe vinha à mente a idéia de que se não prestasse atenção em coisas sagradas seria seriamente castigado por Deus.
Em seu quarto havia uma Bíblia dada pela sua mãe, que era foco de muitos de seus rituais. Tinha uma preocupação absurda em verificar se a janela do seu quarto estava bem fechada, pois o vento poderia derrubar a Bíblia e danificá-la, o que configuraria um enorme desrespeito de sua parte, passível de um terrível castigo divino.
Outra área que lhe causava forte sentimento de culpa, era a sexual. O paciente tinha uma forte fixação fetichista, colecionando diversas calcinhas e sutiãs rendados. Mais do que isso, também tinha tendência ao travestismo, pois gostava de dormir e se olhar no espelho com as roupas íntimas femininas.
As poucas vezes que conseguia sair de casa ia ao shopping, e lá seu martírio aumentava, pois admitia que ao ver uma bela mulher, não sabia se o que lhe chamava mais atenção era o seu corpo ou suas peças íntimas. Embora realçasse na fala as peças íntimas, toda vestimenta da mulher lhe excitava, bem como detalhes (unhas grandes e pintadas de vermelho; o batom exuberante; o salto alto que sustentava belos pés, etc...), ao ponto de dizer com uma certa angústia nas sessões de análise, que não sabia se queria uma bela mulher ou se preferia ser em suas fantasias eróticas a bela mulher.
Conscientemente se recriminava terrivelmente por tais ideações, e reiterava repetidas vezes que não era um homossexual, e sim homem.
No contato social José Roberto era simpático e quase sempre muito calmo. Conseguia disfarçar quase sempre seus sintomas incomuns. É lógico que pessoas mais observadoras notavam algo de estranho em seu comportamento, muitas vezes expondo- o.
Um belo exemplo disso foi narrado pelo próprio paciente em uma sessão. Alguns anos atrás o paciente era sócio de um clube, e como era obrigado a conviver com várias pessoas, sua preocupação de esconder seu comportamento estranho era muito grande.
Uma certa vez, ao entrar no toalete para tomar banho após as atividades esportivas, começou a ser enredado pelo ritual obsessivo, coisa que foi percebida por alguns colegas que automaticamente começaram a ridicularizá-lo.
Ele ficou com muita raiva de seus colegas. Três dias após o ocorrido ele voltou ao toalete, como estava sozinho tomou logo o seu banho e foi dormir na casa de um colega
terapia, que suas fantasias sexuais eram fantasias internas de incorporação e de introjeção, pois ao se travestir de mulher, tinha sua mãe permanentemente junto de seu corpo.
Durante todo o tratamento o paciente fez considerável progresso. Interrompeu gradativamente seu isolamento uterino, fez um curso profissionalizante e voltou a trabalhar. Com um distanciamento da figura materna, os sintomas diminuíram cerca de 70%. Recentemente conseguiu passar no vestibular de uma prestigiada universidade, depois de abandonar os estudos acadêmicos por doze anos.
Está muito contente e confiante, pois seu quadro é de estabilidade, mesmo tendo por livre iniciativa abandonado a ajuda medicamentosa.
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/neurose-obsessiva-compulsiva/ 197/#ixzz2hDyupZvB
Neurose - Psicanálise de Freud
Neurose , também conhecida como psiconeurose ou distúrbio neurótico, é um termo
que refere-se a qualquer desequilíbrio mental que causa angústia e ansiedade, porém ao
contrário da psicose e algumas outras desordens mentais, não impede ou afeta o
pensamento racional. Neurose é particularmente associada ao campo da psicanálise.
História e uso do termo neurose
Para diferenciar entre neurótico e neurose : "neurótico", ou afetado pela neurose , é o
termo que descreve a pessoa com depressão ou ansiedade, falta de emoções, pouca
auto-confiança, e/ou instabilidade emocional. O termo neurose foi cunhado em 1769
pelo médico escocês William Cullen para referir a "desordens do sentido e ação". Para
ele, a neurose descreve várias desordens nervosas e sintomas que não poderiam ser
explicados psicologicamente. Neurose deriva da palavra grega neuron (nervo) com o
sufixo osis (doença ou condição anormal). Entretanto, o termo neurose foi mais
influenciado por Sigmund Freud e Carl Jung mais de um século depois.
Freud entendia a neurose como o resultado de um conflito entre o Ego e o Id, ou
seja, entre aquilo que o indivíduo é (ou foi) de fato, com aquilo que ele desejaria
prazerosamente ser (ou ter sido), ao passo que a psicose seria o desfecho análogo de um
distúrbio entre o Ego e o Mundo.
Hoje em dia o termo neurose não é mais comum entre médicos. O DSM-III
("Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders") eliminou a categoria
neurose. Isso segue a tendência de dar descrições de comportamento conhecidas ao
invés de termos que referem-se a mecanismos psicológicos ocultos devido a
dificuldades no diagnóstico.
Neurose pela psicanálise
Como doença a neurose representa uma variedade de condições psiquiátricas, nas
quais a angústia emocional ou conflito inconsciente são expressados através de várias
perturbações que podem ser físicas, fisiológicas e/ou mentais. O sintoma definitivo é
ansiedade. Tendências neuróticas são comuns e podem se manifestar como depressão,
ansiedade aguda ou crônica, tendências obsessivas-compulsivas, fobias e até desordens
de personalidade. Neurose não deve ser confundida com psicose, a qual refere-se à
perda de contato com a realidade.
O termo conota uma doença ou desordem real, porém sob sua definição geral, a
neurose é uma experiência humana normal. Segundo a psicanálise , a maioria das
pessoas é afetada pela neurose de alguma forma. Um problema psicológico desenvolve
quando a neurose começa a interferir com o funcionamento normal do indivíduo,
causando ansiedade. De acordo com a teoria da psicanálise , neurose pode ter raízes nos
mecanismos de defesa do ego, porém os 2 conceitos não são sinônimos. Mecanismos de
defesa são uma forma normal de desenvolver e manter um sentido consistente de si
mesmo (ego), enquanto somente aqueles com pensamentos e comportamentos que
produzem dificuldades para viver devem ser classificados como tendo neurose.
Efeitos e sintomas da neurose