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Neste documento, os autores apresentam um estudo sobre o músculo anconeus, um músculo penate que tem uma função primária na estabilização do joelho durante a extensão do cotovelo. Eles modelaram a força vectorial do músculo por dois componentes funcionais ortogonais: um tangencial e outro radial. O estudo inclui uma análise da disposição do placa motora do músculo, bem como uma descrição da arquitetura muscular do músculo. O objetivo principal deste trabalho é determinar as propriedades arquitetônicas e funcionais do músculo anconeus.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
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Maria das Graças Wanderley de Sales Coriolano
Coriolano, Maria das Graças Wanderley de Sales Estudo morfuncional do músculo ancôneo através da observação em humanos e eletroneuromiografia de superfície/ Maria das Graças Wanderley de Sales Coriolano. – Recife: O Autor, 2006. 114 folhas : il., fig., gráf., tab.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Patologia, 2006.
Inclui bibliografia e anexos.
611.73 CDU (2.ed.) UFPE 611.73 CDD (22.ed.) C CCS2006-
ii
Aos meus professores orientadores, Prof. Adelmar Amorim e Prof. Otávio Lins, que
estiveram ao meu lado nessa jornada, e que depositaram nessa proposta de
trabalho dedicação e incentivo.
À Emmeline Costa de Lima e Jaqueline Mª Santos de Melo que contribuíram no que
foi preciso para a realização do trabalho no laboratório de eletroneuromiografia do
hospital das clínicas da UFPE. Meus agradecimentos também aos demais
voluntários que participaram desta etapa do trabalho.
Ao Departamento de Anatomia da UFPE, através da Profª Elizabeth da Silveira
Neves, e aos técnicos do setor, pelo acesso às peças anatômicas.
À Prof. Silvia Regina Arruda de Moraes que ao longo da minha formação acadêmica
semeou a paixão pela anatomia e me mostrou os primeiros passos para a pesquisa
nesse campo.
Ao Prof. Bianor da Hora, anatomista, autor do trabalho: O “musculus anconeus”,
contribuição ao estudo da sua arquitetura e das suas funções. Sua obra me
incentivou ainda mais no estudo da arquitetura muscular.
Ao Dr. Arturo, que contribuiu para uma das etapas deste estudo, através do seu
trabalho na área de diagnóstico por imagem.
iii
WANDERLEY, G. Estudo morfuncional do músculo ancôneo através da observação em humanos e eletroneuromiografia de superfície. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Patologia – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
Introdução: O músculo ancôneo, que apresenta características peculiares, é
mencionado escassamente na literatura científica. Ele é considerado por alguns
autores um prolongamento vestigial do m. tríceps braquial, com o qual pode estar
fundido, enquanto outros autores o consideram um músculo independente. O m.
ancôneo está ativo durante a extensão do cotovelo, porém sua ação extensora
efetiva é pequena, sendo o m. tríceps braquial o principal responsável por este
movimento. O m. ancôneo parece atuar também como um estabilizador da
articulação do cotovelo. Há poucos estudos abordando os aspectos da arquitetura
muscular do ancôneo. Objetivo: Este trabalho visou (1) estudar as características
morfológicas e arquiteturais do ancôneo, (2) analisar alguns aspectos cinesiológicos
que ajudem a clarificar a função do músculo e (3) mapear a sua área de placa
motora. Material e Método: Para o estudo morfológico e arquitetural do m. ancôneo
dissecamos vinte membros superiores de cadáveres fixados em formol, adultos, sem
distinção de sexo, idade ou grupo étnico. Para analisarmos a ação do ancôneo na
articulação do cotovelo modelamos sua ação decompondo o vetor de força do
músculo em dois componentes funcionais ortogonais: um componente tangencial
(único efetivo na produção de movimento rotatório) e um componente radial
(estabilizador ou de coaptação). O mapeamento da área de placa motora do m.
ancôneo foi realizado a partir do registro do potencial de ação composto do músculo
sobre a pele que recobre o m. ancôneo. Resultados e conclusões: O ancôneo é um
músculo independente que apresenta origem e inserção distinta do m. tríceps
v
Introduction: The anconeus, a muscle with peculiar characteristics, is scarcely
mentioned in the scientific literature. It is considered by some authors a part of the
triceps muscle, while other authors consider it an independent muscle. The
anconeus muscle is active during the extension of the elbow, however its effective
action on elbow extension is small and the triceps muscle is the main extensor of the
elbow. The anconeus muscle may also act as a stabilizer of the elbow joint. There
are few studies on the architectural features of the anconeus muscle. Objectives:
The aim of this work was (1) to study the morphological and architectural features of
the anconeus muscle, (2) to analyze some kinesiological aspects the could help
clarify its function and (3) to map its motor end-plat area. Material and method: For
the morphologic and architectural studies we dissected twenty adult cadavers fixated
with formalin, without distinction of sex, age and ethnic group. To study the action of
the anconeus on the elbow joint we modeled the force vector of the muscle by two
orthogonal functional components: A tangential component (the only effective in
production of rotatory movement) and a radial component (effective on stabilizing the
joint). Mapping of the motor end-plate was performed by analyzing the composed
muscle action potential recorded over the skin the recover the muscle. Results and
conclusions: The anconeus muscle is an independent muscle, presenting origin and
insertion distinct form the triceps. Architecturally the anconeus is a penate muscle,
with its muscle fibers measuring about one third of the length of the entire muscle.
Therefore, the anconeus presents features of a force muscle, instead of an excursion
muscle. The anconeus muscle is active during elbow extension, however most of its
force is modeled by the radial (stabilizing) component. The tangential component,
the only effective on producing movement of rotation, is very small. Therefore, the
vi
main function of the anconeus muscle seems to be to stabilize the elbow joint during
extension. The motor end-plate area of the anconeus muscle is a line parallel to the
ulna. This shape of the motor end-plate area may be predicted by the location of the
innervation point in the middle of the muscle fibers and by the architectural features
of the anconeus - a penate muscle with fibers that leaves obliquely a tendon
expansion and travel towards the ulna, where it attaches.
Key words: Anconeus, morphology, muscular architecture, kinesiology, motor end-
plat area.
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o local do tendão de origem comum dos músculos extensores do punho. (A 11). -Figura 5 Ilustra o ancôneo, a expansão tendinosa ao longo da borda látero-inferior e as fibras do músculo classificadas de acordo com a orientação. -Figura 6 Medida do ângulo de penação do ancôneo em relação ao eixo de geração de força (tendão) de um voluntário representativo. Imagem do ultrasom -Figura 7 (Modificado de Smith, 1991): Arranjos dos fascículos musculares: a- bipenado – reto femoral; b- fusiforme – braquial; c- multipenado – deltóide; d- longitudinal – sartório; e- radiado – peitoral maior f- unipenado – tibial posterior. -Figura 8 (Hamill, 1999): Comprimento das fibras musculares: à direita, um músculo fusiforme; à esquerda, um músculo penado. -Figura 9 (Modificada de Hamill, 1999): ASTF e ASTA: nas imagens A e B as secções transversais anatômicas das fibras penadas e fusiformes respectivamente; na imagem C a secção transversal fisiológica da fibra penada.
Capítulo 2 -Figura 1 Cotovelo em flexão de 90º. A estrela anterior representa o fulcro. A estrela posterior representa a origem do ancôneo. O Vm (vetor de força do músculo) orienta-se em direção à origem do músculo. -Figura 2 Cotovelo em flexão crescente: 30º, 90º e flexão total, respectivamente. -Figura 3 Cotovelo em flexão de 90º, comparando os vetores: m. ancôneo e m. tríceps braquial respectivamente. -Figura 4 (Rasch, 1991): Resolução de um vetor que representa uma força muscular. X é o centro da articulação, em torno do qual o osso gira. OM é um vetor representando um músculo tracionando com uma força de 100 Kg a um ângulo de 50º do osso. OR é o componente rotatório; OS é o componente estabilizador.
ix
Capítulo 3 -Figura 1 Eletrodo desenvolvido para o estudo. -Figura 2 Realização do experimento em um dos sujeitos. -Figura 3 Resultados do experimento em um dos sujeitos. -Figura 4 Representação das áreas de placa dos 12 sujeitos (linhas finas) e da “área de placa média” (a linha mais grossa). -Figura 5 Representação da placa motora prevista do ancôneo em uma peça anatômica.
Capítulo 1 -Gráfico 1 Correlação entre o comprimento da ulna e a inserção da base do ancôneo. Medidas em cm. -Gráfico 2 Correlação entre a expansão tendinosa na borda látero-inferior. Medidas em cm. -Gráfico 3 (Abrams, 2005): Comprimento da fibra muscular (cm) versus área de secção transversal fisiológica (ASTF em cm^2 ). -Gráfico 4 (Lieber, 2000): Comparação entre as áreas de secção transversal fisiológicas (cm^2 ) dos músculos: ANE, ancôneo neste estudo; PQ, pronador quadrado e POP, poplíteo respectivamente. -Gráfico 5 (Modificado de Lieber, 2001): Este gráfico pode ser usado para comparar a força relativa e a capacidade de excursão dos músculos. A estrela é o m.ancôneo deste estudo; BR=m.braquirradial; ECRB=m.extensor radial curto do carpo; ECRL=m.extensor radial longo do carpo; ECU=m.extensor ulnar do carpo; EDCI, EDCR e EDCS=m.extensor comum dos dedos para o indicador, anular e dedo mínimo respectivamente; EDQ=m.extensor do quinto dedo; EIP=m.extensor próprio do indicador; EPL=m.extensor longo do polegar; FCR=m.flexor radial do carpo; FDPI, FDPR e FDPS=mm. flexores profundo dos dedos; FDSI, FDSM e FDSR=mm. flexores superficiais dos dedos; PQ=m.pronador quadrado; PL=m.palmar longo; PT=m.pronador redondo.
xi
xii
Dedicatória...........................................................................................................
Agradecimentos...................................................................................................
Resumo...............................................................................................................
Abstract................................................................................................................
Lista de Figuras...................................................................................................
Lista de Gráficos..................................................................................................
Lista de Tabelas..................................................................................................
Lista de Abreviaturas e Siglas.............................................................................
Introdução ..........................................................................................................
Revisão de Literatura ........................................................................................
Capítulo 1: Estudo Morfológico Macroscópico
Introdução................................................................................................. Material e Método..................................................................................... Resultados................................................................................................ Discussão..................................................................................................
Capítulo 2: Estudo Cinesiológico
Introdução.................................................................................................. Material e Método...................................................................................... Resultados................................................................................................. Discussão..................................................................................................
Capítulo 3: Mapeamento da Área de Placa Motora
Introdução.................................................................................................. Material e Método...................................................................................... Resultados................................................................................................. Discussão..................................................................................................
Conclusões ........................................................................................................
Referências. .......................................................................................................
Anexos:
Anexo A ..............................................................................................................
Relatório de aprovação do comitê de ética em pesquisa com seres humanos
do CCS.
i ii iii v vii ix x xi 14 19
Há uma extensa variação no tamanho, forma e complexidade dos
músculos, estando cada um adaptado para fornecer um grau apropriado de
direção e força de contração, suficientes para satisfazer às características das
articulações sobre as quais eles atuam (GRAY, H., 1979).
O músculo (m.) ancôneo apresenta características peculiares e é
mencionado escassamente na literatura científica, sendo considerado como um
prolongamento vestigial do m. tríceps braquial com o qual pode estar fundido.
Essa idéia de fusão com o m. tríceps braquial é compartilhada por alguns
autores (TESTUT, L.; LATARGET, A., 1975; GRAY, H. 1988; PLATZER, W.,
1988; MOORE, K.L., 2001), contudo a questão é ainda controversa, pois
existem relatos de sua individualidade (HORA, B., 1959; PROMETHEUS,
2006).
O ancôneo é um músculo triangular, cujo tendão se origina no epicôndilo
lateral do úmero, e se insere na face lateral do olécrano e no 1/4 superior da
superfície posterior da borda da ulna (CUNNINGHAM, D.J.,1949; DALLALANA,
E.M. et al., 1985; ABRAHAMSSON, S. et al., 1987; GARDNER, E. et al., 1988;
ASHWORTH, C. et al., 1990; KENNETT, R. P.; FAWCETT, P. R. W., 1993;
DÂNGELO, J.G.; FATTINI, C.A., 2000).
O m. ancôneo é inervado por um ramo do nervo radial que também
inerva a cabeça medial e lateral do m. tríceps braquial (KENNETT, R. P.;
FAWCETT, P. R. W., 1993; FERREIRA, A.S., 1999).
Os aspectos morfológicos macroscópicos do m. ancôneo e suas
relações anatômicas são questionadas, e maior discussão existe sobre a sua
real ação na articulação do cotovelo.
A ação de um músculo pode ser estimada pelo direcionamento de suas
fibras e pelos seus pontos de origem e inserção. Quando a inserção fixa de um
músculo encontra-se distante da juntura e a inserção móvel próxima dela, há
um poderoso componente de deslocamento e somente um modesto
componente de coaptação, tal músculo tem sido designado músculo de
excursão (GRAY, H., 1979). Em contraste, o autor afirma que um músculo de
estabilização, que se origina em uma base fixa próxima à uma juntura e tem
uma inserção móvel em um ponto mais distante, mostra uma força importante
agindo ao longo do osso, para a articulação em todas as suas posições, mas
apresenta um componente de deslocamento insignificante. Tais forças podem
suportar a carga, por exemplo, do braço pendente, mas durante um
deslocamento rápido de um segmento do membro, a força centrífuga originada
que tende a separar as superfícies articulares é muito grande para ser
contrabalanceada apenas pela musculatura de excursão. (GRAY, H., 1979).
O m. ancôneo se encontra ativo durante a extensão do cotovelo
(KENNETT, R. P.; FAWCETT, P. R. W., 1993; DÂNGELO, J.G.; FATTINI, C.A.,
2000; MOORE, K.L., 2001), todavia apresenta um pequeno momento de ação
como extensor desta articulação e sua função é secundária, sendo o m. tríceps
braquial o principal responsável por este movimento (ASHWORTH, C. et al.,
1990; KAPANDJI, I.A., 2000; SPENCER, A.P.,1991; DÂNGELO, J.G.; FATTINI,
C.A., 2000; MOORE, K.L., 2001).