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ESTUDO MORFOLÓGICO DAS GRANULAÇÕES ..., Notas de estudo de Anatomia

P A L A V R A S - C H A V E : granulações aracnóides, desenvolvimento, classificação. Morphological study of human arachnoid granulations with reference to ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Wanderlei
Wanderlei 🇧🇷

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ESTUDO
MORFOLÓGICO DAS
GRANULAÇÕES
ARACNÓIDES
HUMANAS COM
REFERÊNCIA
A SUA
CLASSIFICAÇÃO
M.H.
MIRANDA-NETO*,
R.M.C.
BRANCALHÃO**,
RR
CHOPARD***,
S.L MOUNARI*
RESUMO
- O
estudo
das
granulações
aracnóides
humanas
por
estereomicroscópio
e
microscópio
óptico revelou que
em um mesmo indivíduo
estão
presentes
granulações
morfologicamente
distintas,
que
classificamos
em
simples
e
lobuladas.
As
granulações
simples
eram
pequenas
e completamente envoltas por
cápsula
fibrosa
que delimitava, em
torno
das
granulações,
espaço
subdural
contínuo
desde
o
pedículo
até
o
ápice.
As
granulações
lobuladas
eram
maiores
que
as
simples;
em seu ápice a cápsula era delgada e ocorria interrupção do
espaço
subdural, devido à fusão do
tecido
Gbroso
da
cápsula
com a periferia da granulação. As granulações
simples
estavam possivelmente em fase
inicial de desenvolvimento, enquanto as granulações lobuladas estariam em
Case
mais avançada, com estrutura
morfológica
ideal
para
absorção
do
LCR.
PALAVRAS-CHAVE:
granulações
aracnóides,
desenvolvimento,
classificação.
Morphological study of human arachnoid granulations
with
reference to
their
classification
SUMMARY -
Stereomicroscopic
and
microscopic
study showed human arachnoid granulations
with
different
morphology
that
we
classified
in simple and lobate.
Simple
granulations
were
small and completely involved by
fibrous
capsule
that
delimited
a
continuous
subdural
space
from
the
pedicle
to the apex. Lobate granulations
were
bigger
than
the
simple;
in the apex the
fibrous
capsule
was thinner
than
in
other
regions,
and
fused
with
granulation
periphery
causing
interruption of subdural
space.
Simple
granulations
might
be
an
initial
development stage;
lobate
granulations
would
represent a higher development stage,
with
ideal
morphologic structure for absorption of the
CSR
KEY
WORDS:
arachnoid granulations, development,
classification.
A
estrutura e
ultra-estrutura
das granulações aracnóidesm sido extensamente estudadas
para
elucidar a existência ouo de canais funcionais
para
a drenagem do líquido cerebrospinal
(líquido cefalorraquidiano,
LCR).
Proposições
evolutivas mostram que as granulações aracnóides
humanas
crescem
e
se
desenvolvem
com a idade ^
5
»
11
'
20
.
Wolpow
&
Schaumberg
17
descrevem
que
as
granulações aracnóides humanas apresentam dois tipos morfológicos: granulações pequenas
revestidas por
cápsula
fibrosa separada do corpo da granulação pelo
espaço
subdural e granulações
maiores, onde existem regiões em que o corpo da granulação se
projeta
através da
dura-máter.
Kida et al.
8
e Yamashima
18
*
19
revelam que, na porção apical, as granulações aracnóideso
se
apresentam envoltas
pela
cápsula fibrosa nem pelas células endoteliais. Neste
caso,
o espaço
subdural perde
sua
continuidade e
as
células
aracnóides ficam em contato com a luz do
seio
sagital
superior. Por outro lado, outros autores
afirmam
que
a
granulação aracnóide é
totalmente
revestida,
Estudo
realizado em cooperação
entre
os
Departamentos de
Ciências
Morfofisiológicas da Universidade
Estadual
de
Maringá
(UEM) e de
Anatomia
do
Instituto de
Ciências
Biomédicas
da
Universidade de
o
Paulo (ICB
-
USP):
*
Professor
Adjunto
e
Professora
Assistente
do
Departamento
de
Ciências
Morfofisiológicas da UEM; **
Professora
Assistente
do
Departamento
de
Ciências
Biológicas
e
Fisíco-Químicas
da
UNEOESTE;
***
Professor
Assistente
Doutor
do
Departamento
de
Anatomia
do
ICB-USP.
Aceite:
29-julho-1993.
Dr.
Marcílio
Hubner de
Miranda
Neto
- Universidade Estadual
de
Maringá
-
Av.
Colombo
3690
Bloco
H-79
Sala
07
-
87020-900
Maringá
PR - Brasil.
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ESTUDO MORFOLÓGICO DAS GRANULAÇÕES ARACNÓIDES

HUMANAS COM REFERÊNCIA A SUA CLASSIFICAÇÃO

M.H. MIRANDA-NETO, R.M.C. BRANCALHÃO, RR CHOPARD*, S.L MOUNARI

RESUMO - O estudo das granulações aracnóides humanas por estereomicroscópio e microscópio óptico revelou que em um mesmo indivíduo estão presentes granulações morfologicamente distintas, que classificamos em simples e lobuladas. As granulações simples eram pequenas e completamente envoltas por cápsulafibrosa que delimitava, em torno das granulações, espaço subdural contínuo desde o pedículo até o ápice. As granulações lobuladas eram maiores que as simples; em seu ápice a cápsula era delgada e ocorria interrupção do espaço subdural, devido à fusão do tecido Gbroso da cápsula com a periferia da granulação. As granulações simples estavam possivelmente em fase inicial de desenvolvimento, enquanto as granulações lobuladas estariam em Case mais avançada, com estrutura morfológica ideal para absorção do L C R.

PALAVRAS-CHAVE: granulações aracnóides, desenvolvimento, classificação.

Morphological study of human arachnoid granulations with reference to their classification SUMMARY - Stereomicroscopic and microscopic study showed human arachnoid granulations with different morphology that we classified in simple and lobate. Simple granulations were small and completely involved by fibrous capsule that delimited a continuous subdural space from the pedicle to the apex. Lobate granulations were bigger than the simple; in the apex the fibrous capsule was thinner than in other regions, and fused with granulation periphery causing interruption of subdural space. Simple granulations might be an initial development stage; lobate granulations would represent a higher development stage, with ideal morphologic structure for absorption of the C S R

K E Y WORDS: arachnoid granulations, development, classification.

A estrutura e ultra-estrutura das granulações aracnóides têm sido extensamente estudadas

para elucidar a existência ou não de canais funcionais para a drenagem do líquido cerebrospinal

(líquido cefalorraquidiano, L C R ). Proposições evolutivas mostram que as granulações aracnóides

humanas crescem e se desenvolvem com a idade ^ 5 » 11 ' 20. Wolpow & Schaumberg^17 descrevem que as

granulações aracnóides humanas apresentam dois tipos morfológicos: granulações pequenas

revestidas por cápsula fibrosa separada do corpo da granulação pelo espaço subdural e granulações

maiores, onde existem regiões em que o corpo da granulação se projeta através da dura-máter.

Kida et al.^8 e Yamashima 18 * 19 revelam que, na porção apical, as granulações aracnóides não

se apresentam envoltas pela cápsula fibrosa nem pelas células endoteliais. Neste caso, o espaço

subdural perde sua continuidade e as células aracnóides ficam em contato com a luz do seio sagital

superior. Por outro lado, outros autores afirmam que a granulação aracnóide é totalmente revestida,

Estudo realizado em cooperação entre os Departamentos de Ciências Morfofisiológicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB

  • USP): * Professor Adjunto e Professora Assistente do Departamento de Ciências Morfofisiológicas da UEM; ** Professora Assistente do Departamento de Ciências Biológicas e Fisíco-Químicas da U N E O E S T E ; * * * Professor Assistente Doutor do Departamento de Anatomia do ICB-USP. Aceite: 29-julho-1993. Dr. Marcílio Hubner de Miranda Neto - Universidade Estadual de Maringá - Av. Colombo 3690 Bloco H-79 Sala 07
  • 87020-900 Maringá PR - Brasil.

havendo, portanto, um espaço subdural em torno delas 1 * 3 ' 6 * 7 ' 9 * 12 * 14. A existência dessas controvérsias

nos motivou a realizar estudo meso e microscópico das granulações aracnóides humanas, buscando

desta forma contribuir com informações referentes a sua morfologia.

MATERIAL E MÉTODO

O material consistiu de 20 peças anatômicas obtidas de cadáveres de adultos de ambos os sexos, com idade variando entre 20 e 40 anos. As peças retiradas foram fixadas em formalina a 10% por 96 horas; a seguir este material foi reduzido a pequenas amostras com aproximadamente 1 cm, contendo o seio sagital superior e as estruturas adjacentes. Trinta amostras do material foram dissecadas e analisadas sob estereomicroscópio. A seguir, 15 destas amostras foram submetidas ao processo de elaboração de preparados totais pelo método de Van Gieson segundo Otto e 15 à metodologia histológica de rotina para inclusão em parafina e realização de cortes de 20 micrômetros, corados pelos métodos de Azan e deWeigert. Os preparados totais foram fotografados com auxílio de estereomicroscópio Zeiss, enquanto os cortes selecionados para documentação foram fotografados emfotomicroscópio Wild M.20.

RESULTADOS

As observações sob estereomicroscópio revelaram a presença de granulações aracnóides caracterizadas por dimensões e formas diversas, perfurando o folheto interno da dura-máter e projetando-se na luz do seio sagital superior (Figura 1). Nas regiões em que estavam presentes as granulações, como ocorre no assoalho do seio sagital superior (Figura 2B), a dura-máter apresentava-se dissociada em feixes de espessuras e direções várias, cruzando-se em planos diferentes, formando malhas que deixavam espaços irregulares predominantemente losângicos por onde penetravam os pedículos das granulações. Em direta continuidade com os feixes da dura-máter, observou-se delgada membrana que se descreveu como cápsula fibrosa. Esta interpõe-se entre o seio sagital superior e a granulação, acompanhando a granulação desde a região pedicular até o ápice; entre esta cápsula e a granulação notou-se delicada fenda correspondente ao espaço subdural (Figura 2A). Nas granulações aracnóides menores, a cápsula era constituída de tecido conjuntivo denso e delimitava o espaço subdural, contínuo desde o pedículo até o ápice da granulação (Figura 2A). Na região apical das granulações maiores ocorriam interrupções do espaço subdural, devidas à união dos feixes colágenos da periferia da granulação com os da cápsula fibrosa. Nesses locais, os feixes de colágenos da cápsula dissociavam-se bruscamente e, com aspecto ondulado, espraiavam-se sobre a periferia da granulação, formando redes frouxas e delicadas (Figura 4A). Os feixes de fibras elásticas acompanhavam a disposição descrita para os feixes colágenos; nas regiões de interrupção do espaço subdural as fibras elásticas organizavam-se em feixes concêntricos que se uniam aos feixes elásticos da cápsulafibrosa (Figura 4B). Com base nessas características, reunimos as granulações aracnóides em dois grupos:

A. S I M P L E S : Em geral menores e arrendondadas, revestidas por cápsulafibrosa contínua desde o pedículo até o ápice: entre a cápsula fibrosa e a peri feria da granulação nota-se o espaço subdural ininterrupto (Figuras 1 e 2A).

B. L O B U L A D A S : São as maiores granulações, podendo apresentar nas suas superfícies sulcos únicos ou múltiplos, de direções diferentes, determinando aspectos bi ou plurilobulados. Esta disposição em boceladuras nos permitiu distinguir lóbulos irregulares menores e maiores (Figuras 1 e 3). No ápice desses lóbulos observou-se adelgaçamento da cápsula fibrosa, com interrupção do espaço subdural e fusão dos elementos fibrosos da cápsula com a periferia da granulação (Figuras 3 e 4).

interrompido na região apical, provavelmente estudaram granulações aracnóides tabuladas^8 » 1 **^16 " 20.

Em vista do exposto acreditamos que, para se estudar as granulações aracnóides, deve-se

considerar o estágio do desenvolvimento em que se encontram.

CONCLUSÕES

1. Em material de um mesmo indivíduo podem ser encontradas granulações aracnóides em

diferentes estágios de desenvolvimento. 2. As granualções SIMPLES (menores) são completamente

envoltas pela cápsula fibrosa e espaço subdural contínuo. 3. Nas granulações L O B U L A D A S

(maiores), a cápsula fibrosa da região apical funde-se com a periferia da granulação, ocorrendo a

interrupção do espaço subdural nesta região. 4. Para se estudar as granulações aracnóides, deve-se

levar em consideração suas diferenças morfológicas (quando SIMPLES ou L O B U L A D A S ) e a

região estudada (pedículo, centro ou ápice).

REFERÊNCIAS

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