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Texto apresentado no curso de engenharia civil do centro universitário ages, que aborda os problemas relacionados à diferença humana, presença de etnocentrismo, ideologia de raça e o mito da miscigenação no brasil. O texto discute as ideias de felipe, andré e adilson, e propõe soluções para aperfeiçoamento dos conhecimentos dos estudantes.
Tipologia: Trabalhos
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Texto dissertativo apresentado no curso de Engenharia Civil do Centro Universitário AGES, como um dos pré-requisitos para obtenção da nota parcial nas disciplinas de Antropologia (Camilo Antônio), Metodologia do Trabalho Científico (Maique dos Santos), Empreendedorismo (Cleiton Antônio), Sociologia (Matheus Antônio) e Produção Textual (Itana Virginia) Orientador(a): Maique dos Santos Bezerra Batista Tuma: 1º período turma B Turno: Noturno CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO ÚNICA PONTUAÇÃ O MÁXIMA PONTUAÇÃO OBTIDA
Felipe: - Não aguento mais, veio, toda hora na TV só se fala em discriminação contra negros. É um mimimi. Quando as coisas dão errado na vida deles é porque eles são discriminados. Esse pessoal do movimento negro só fala isso. Nunca as pessoas concretas são culpadas ou responsabilizadas. Não sei se eles são a população mais pobre porque na África ninguém estuda. Vai ver eles não têm tendência para o estudo mesmo, sei lá. Mas a escravidão acabou a tanto tempo e ainda explicamos a situação dos negros no Brasil através da escravidão. Adilson: - Rapaz, cê não sabe de nada. Eu já morei na África , no Congo, na época que meu pai trabalhava na Obdebrech. Eles eram atrasados em algumas coisas, mas eram gente boa. Era uma alegria, como se fosse criança. O povo era ingênuo demais. Só queria saber de festa, música. Então ... assim ... eu conheço esse povo. Sei que são pessoas do bem. Não gosto que sejam tratados mal. Entenderam? Se você tivesse morado na África, convivido com eles, você saberia, ok? André: - Entendi nada. Acho isso uma besteira. Isso aconteceu faz muito Tempo. Hoje, não existe mais isso. Agora, o povo fica insistindo nisso o tempo todo. Não tem condições. Coisa chata. Depois fala de escravidão de negro. Oque tem a ver? Se eles eram escravos, naquele tempo, era porque não sabiam fazer nada, não tinham cultura. Tá certo? No Brasil todo mundo é misturado. Todo mundo vive junto: índio, negro, branco. Tudo. Gente de toda cor. A gente não está estudando isso em Antropologia? Adilson: - Você é burro, André. Só fala besteira, cara? Vai estudar. Você fala essas merdas porque você não conhece os africanos. Você nunca foi na África. Lá, é diferente. É outro mundo. Tá ligado? Lá, eles são tudo negão. Não é como no Brasil que é tudo misturado. Nos EUA não te mistura. Eles são divididos: branco de um lado e preto de outro. Eder: - Talvez até seja melhor, não é? Pelo menos os Estados Unidos são desenvolvidos. Já a gente, com toda essa mistura, em que situação estamos? Ana: - Será que o fato de eles terem se desenvolvido ais tem a ver com a localização geográfica, com o fato de eles estarem situados no hemisfério norte, como a maior parte dos países desenvolvidos? André: - Nada a ver. Eu acho que é porque lá nos EUA eles são, basicamente, filhos de europeus, não se misturam com os negros. Você vê que não tem nenhum país basicamente com população negra que seja desenvolvido? Veja o Brasil. Não é um país sério. Aqui todo mundo quer tirar vantagem das coisas. No Brasil se desenvolveu a valorização da malandragem. Por isso que os europeus metiam o cacete em Neymar na copa. Até no esporte se quer ter vantagem. Ana: - Já vai falar de futebol. Sabe outra coisa não? André: - Cê sabe que sou inteligente. Pare de esculhambar. Acho que é um exemplo bom de nossa forma brasileira de ser. Só isso. Adilson: - Mas, de qualquer forma, eu amo o Brasil. Nós, brasileiros, fazemos muitas merdas, mas não tem melhor lugar para morar no mundo que o Brasil. A gente é boa praça. Brasileiro é só coração: afetivo, brincalhão, festeiro. Gente boa demais. Os gringos adoram o Brasil. A gente acolhe todo mundo. Acho que não tem melhor lugar no mundo para morar.
Um dos principais problemas apresentados é a falta de conhecimento diante a “diferença humana”, pois, seja ela um costume ou uma característica física/visual, é importante que haja alteridade e empatia do indivíduo, e nunca a falta dela, ou seja, há uma existência de uma visão etnocêntrica. Acarretando, dessa forma, na presença da ideologia de raça ou “mito da raça”, seria então um pensamento de que uma raça é mais desenvolvida que a outra, ou até, a teimosia da separação/divisão de raças. Além disso, traz ainda a equivocada ideia de que a escravidão está sempre ligada a raça negra e ainda de que a mistura do Brasil foi um acontecimento involuntário/natural da história, ou o “mito da miscigenação”. 2.2 Fundamentação teórica e discussão Desde os tempos passados até os dias atuais, muito se tem discutido sobre uma concepção ainda antiquada, diante um pensamento, que muitos tinham e ainda tem, de que as pessoas devem ser sempre classificadas e separadas, por sua “diferença”. Nesse sentido, esse seria um fato para todo ser humano, onde as pessoas que eram “diferentes”, um caso totalmente normal, eram distanciadas de um determinado grupo dito “perfeito”. Ainda assim, essa ideia não mudou ao apontar para a ideologia da divisão do indivíduo em raças. Por meio dessas ideias, é certo dizer, que ainda é possível encontrar pessoas que fazem comentários um tanto quanto antiquados, em relação a ideologia racial, pois eles se prendem na divisão dos indivíduos em diferentes raças. Nesse sentido, essa ideia se encontra em boa parte das pessoas, onde utilizam a divisão racial como justificativa para os fatores econômicos, sociais e políticos, e assim apresentam as “diferenças” que as raças denotam. Mas segundo Sowell (2017), todo grupo no mundo apresenta diferenças, principalmente, porque as diferenças são uma regra da existência humana e por isso não tem relação alguma com fator racial. Outro assunto muito forte, bem discutido nas variadas instituições, é sobre a raça negra e a escravidão do Brasil, pois é possível analisar, que existe uma ideia embrionária na mente das pessoas, porque, segundo Sowell (2017), boa parte delas, colocam a diferença racial como principal fator da situação dos escravos, entretanto, escravizar outro indivíduo já é um ato aprendido e adquirido pelo ser humano antes mesmo de aprender a escrever, ou seja, a escravidão aconteceu em inúmeros momentos históricos e não se prende somente a escravidão dos negros e muito menos para explicar a situação dos negros no Brasil no presente.
Nesse rol de ideias, é fundamental perceber que é possível desvendar e explicar, o porquê da ideologia racial está equivocada, pois, segundo Kamel (2006), a ciência já desmentiu o mito da raça, afirmando que raças não existem, ou seja, não é e nunca foi necessário atribuir classificações para as pessoas “diferentes”, porque a única e exclusiva raça que existe, e que se deve acreditar, é a raça humana, devido, principalmente, para não precisar se fixar numa ideia de que os ser humano necessita se separar e se classificar em características (cor da pele, estilo de cabelo, tamanho do nariz e entre outras). Isso se confirma, nesse sentido, com o dogma racial nos EUA, mostrado por Magnoll (2009), com a ideia de que o indivíduo que apresentasse uma quantia de descendentes negros, ou seja, se a “gota de sangue” de um determinado sujeito tivesse uma ascendência negra, era considerado negro, obedecendo as leis impostas na época, onde estava em pleno período de caos racista. A pessoa que, um exemplo para ficar mais claro, tivesse um descendente negro em sua família, era adotado como negro pelo Estado e, dessa forma, obedecia às regras separatistas: proibição do casamento inter-racial, estudo em escolas diferentes e entre outras. De outro modo, juntamente com o “mito racial”, é possível encontrar o “mito da miscigenação” no Brasil, onde vem sendo um assunto muito confundido pela maioria dos brasileiros, pois imaginam que essa “mistura” que o país apresenta tem relação com fatores naturais e tomam esse evento como um sensibilizador para o caos da época. Entretanto, segundo Freyre (2001), a interação genética e social entre senhores e escravos, pela falta de mulheres brancas, ocasionou um total caos sociocultural nas principais regiões antagônicas, a casa-grande (lugar dos senhores) e a senzala (lugar dos escravos), que depois de um tempo aproximou essas duas regiões e tirou os poderes. Nesse sentido, analisando o trabalho de Freyre, Matos et. al. (2014), disse que na colonização portuguesa do Brasil, a sociedade usava os trabalhos dos índios e negros, de forma escrava e agrária, no intuito de tornar-se um povo mestiço, onde a miscigenação seria uma maneira para que os portugueses conseguissem mais espaço territorial. Além disso, Matos et. al. (2014), fala que a maioria dos portugueses que chegavam no Brasil, viam índias e negras no país, como simples meio de povoamento. Desse mesmo modo, ao falar de mestiçagem brasileira, Damata (2010), fala sobre a “fábula das três raças” e o racismo que a maioria das pessoas tem sobre ela, onde diz que a população ainda apresenta dúvidas diante as principais raças brasileiras (índio, negro e branco), vindas, principalmente, nas escolas. Nessa perspectiva, Damata (2010), ainda analisa que com esse mal conhecimento cultural, já de cedo, dos indivíduos, não é difícil prever a decadência econômica e social que o Brasil iria ter, ou seja, o ensino, da maioria das escolas,
DAMATA, Roberto. Relativizando : Uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala : Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 42ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. KAMEL, Ali. Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. MAGNOLL, D. Uma gota de sangue : uma história do pensamento racial. São Paulo: Contexto, 2009. MATOS, C. M. O. et. al. Fundamentos antropológicos e sociológicos. Aracaju: UNIT,
ROCHA, Everardo. O que é Etnocentrismo. São Paulo, SP: Editora Brasiliense,
SOWELL, Thomas. Fatos e falácias da Economia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2017.