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Caso clínico para desenvolver raciocínio
Tipologia: Exercícios
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Não perca as partes importantes!
A participante atendida tinha 18 anos no momento do atendimento, era do sexo feminino, solteira e estudante do terceiro ano do ensino médio. Com o intuito de preservar sua identidade, será utilizado a letra R. para representá-la. R. morava com os pais e sua irmã mais nova, com os quais mantém um bom relacionamento, baseado em bastante diálogo. O tratamento psicoterapêutico foi iniciado e conduzido, em média, durante 4 meses, totalizando, no final, 14 sessões de tratamento, com aproximadamente 60 minutos de duração cada. Para isso, foram utilizadas técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental. A paciente apresentou como queixa inicial a ocorrência de episódios claustrofóbicos e crises de ansiedade, que vinham se apresentando desde o ano anterior e aumentaram muito com a pressão da preparação para o vestibular que ela enfrentava no período. R. se descreve como uma pessoa com vários medos desde criança. Por conta disso, precisou fazer terapia aos 9 anos de idade, pois tinha medo de dormir no escuro e sozinha, no entanto, finalizou o tratamento antes de completá-lo. A paciente não manifesta história médica complicada, com nenhum problema de saúde física ou mental. Esta relatou nunca ter tomado nenhum remédio específico para ansiedade e, atualmente, não faz uso de nenhum medicamento. Além da terapia, que fez quando era criança, não havia buscado nenhum outro tratamento para o que estava sentindo ultimamente. A ansiedade de R. esteve presente de maneira, considerada por ela, leve, desde sua infância, mas se agravou quando entrou no ensino médio e precisou se preocupar com o vestibular seriado que faria no ano seguinte para tentar cursar a graduação que desejava. Tais crises de ansiedade a levaram a ter prejuízos em suas atividades e nas relações interpessoais, por exemplo, com seu namorado e com seus amigos, pois acabava brigando com eles, em momentos de avaliação e simulados acreditava não ser boa o suficiente “A nota apesar de ser alta não foi o que eu imaginei, então não valeu de nada”(sic), “não ser perfeito me desmotiva com os estudos” (sic). Neste ano, a paciente decidiu que queria controlar mais sua ansiedade, uma vez que, atualmente, está no último ano do ensino médio, portanto, irá realizar no final do ano o vestibular, o que a deixa bastante aflita e estressada, tal qual exige muita dedicação e um tempo maior de estudo, pois, além do colégio, ela frequenta um curso preparatório. Uma queixa comum de R. é que ela se incomoda em não ser boa suficiente no que faz, apesar de ser bastante inteligente, ter facilidade e gosto por estudar, ela acha que não estava conseguindo se dedicar tanto quanto desejava. Foi relatado que ela tem uma autocrítica superior ao que gostaria e que sempre se cobrou muito. Dado comportamento é reforçado por seus pais que são bastante exigentes, logo, ela acaba sofrendo muito, na medida em que se frustra quando não atinge as altas expectativas deles e suas próprias. Em relação aos medos, a paciente relatou episódios de claustrofobia, por exemplo, dentro de ônibus e elevadores, onde ela descreveu que parecia não saber como respirar e na última situação, só consegue ir acompanhada de alguém e mesmo assim se sentia muito tensa e angustiada. Além disso, também cita um medo muito grande de cachorros, onde diz perder a noção de onde está, suar e sentir o coração acelerado quando se encontra na presença de um. Também alega grande angústia ao ficar sozinha em casa e ter pensamentos ruminantes de que alguém pode invadir o local. Por conta de tudo descrito, ela tem como um dos objetivos não ter tanto medo das coisas ou, ao menos, saber administrar os medos que tem, além de diminuir sua ansiedade. Sobre os relacionamentos interpessoais, no início do ano, ela terminou um namoro, o que a faz se sentir bastante triste e sozinha. Relata que o apoio que tinha com seus problemas, tanto ansiogênicos como em outros âmbitos, era dado pelo antigo namorado. Além disso, diz ter problemas para se abrir e muito medo de afastar as pessoas, pois não acha que é importante o suficiente para elas. “Estava estudando sozinha em casa e fiquei com medo de alguém estar escondido lá” (sic) “Não estou segura quando estou sozinha” (sic), a paciente relata que essas situações a deixam ansiosa e não consegue focar mais nos estudos. Constatou-se que R. apresentava dificuldades em diversas situações que a faziam se sentir ansiosa, como estudar para o vestibular que irá prestar; estar em lugares fechados, como um elevador; preocupação constante com seu futuro e relacionamentos interpessoais, além de crises de ansiedade que ela descreve como sem um motivo prévio. Ademais, ao decorrer do tratamento, também apresentou intenso medo e angústia ao pensar que algo poderia acontecer com as
pessoas da sua família, receber notícias ruins ou de ter a casa invadida. Apesar de tantos cenários geradores de ansiedade, não foi observado déficit em situações sociais, nem dificuldade com habilidades sociais. Em relação aos sintomas físicos advindos das situações ansiogênicas, foi possível observar através dos relatos da paciente e da aplicação do Inventário Beck de Ansiedade (BAI) (Cunha, 2001), onde ela obteve uma ansiedade de grau significativo (25 pontos), que a paciente, com frequência, e geralmente, sem um motivo específico, sente tremor nas pernas e mãos, coração acelerado, sensação de sufocação e dificuldade de respirar, ondas de calor, suor, sensação de rosto queimando, tensão muscular e incapacidade de relaxar. Além de demonstrar, ainda, sintomas psicológicos, como constante medo de que aconteça o pior, nervosismo, sensação de estar aterrorizada e assustada. Todavia, a paciente nunca manifestou ataques de pânico.