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Este documento aborda a distinção entre o jesus histórico e o jesus da fé, explorando a cristologia cristã. Ele examina os diferentes títulos e atributos atribuídos a jesus, como messias, filho de deus e servo de deus, bem como sua natureza divino-humana. O documento também discute os evangelhos canônicos e apócrifos, os milagres de jesus e sua relação com o reino de deus. Além disso, analisa as expectativas do povo judeu em relação ao messias e como jesus respondeu a elas. Ao final, o documento ressalta a importância do estudo do jesus histórico para compreender melhor a teologia cristã em torno da figura de jesus cristo.
Tipologia: Resumos
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Curso de teologia para Leigos e leigas Área Pastoral de Vila velha –ES
Prof. Carlos José Fernandes 01- PÚBLICO Leigos e leigas no caminho do discipulado afim que possam servir a Igreja com conhecimento teológico –pastoral de forma interdisciplinar planejada e inovadora nas diversas pastorais, organismos, movimentos e serviços existentes em nossas paróquias. 02-ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL O curso será oferecido em dezoito semanas (18) semanas sendo as aulas ministradas ás terças – feiras, das 19hs ás 22hs. Os dias letivos serão os seguintes: 05,12,19 e 26 de Março /02,09,16,23 e 30 de Abril / 07,14, e28 de Maio / 04,11,18 e 24 de Junho, encerrando no dia 02 de Julho de 2024 , tendo como conteúdos Programáticos: MARÇO 05/03 - Definição de cristologia /Jesus Histórico e o Jesus da fé ---- 04 12/03 - Origens e gêneros literários dos Evangelhos ------ 06 19/03 - O Perfil Cristológico no Novo Testamento ------ 08 26/03 - Títulos da Pessoa de Jesus ----- 10 ABRIL 02/04 - A palestina no tempo de Jesus ----- 11 09/04 - A pessoa de Jesus: Humanidade, Divindade, Psicopedagogia --- 16/04 - A união Hipostática e Ações Teândricas ------ 13 23/04 - As Profecias Cristológicas ----- 15 30/04 - A Consciência Messiânica de Jesus ----- 16 MAIO 07/05 - Jesus e a proposta do Reino ---- 18 14/05 - Como o povo via Jesus ------ 20 21/05 - Causas da morte de Jesus ------- 21 28/05 – O Véu do templo se rasgou...------ 23 JUNHO 04/06 – Os “Milagres” de Jesus ---- 25 11/06 – As “ Aparições”: Origem da fé na Ressurreição --- 27 18/06 – A experiência da Ressurreição ----- 27 25/06 - Um olhar sobre Jesus de Nazaré ---- 29 JULHO 02/07 – Momento Orante: a experiência do Caminho ---- 34 03-PROPOSTAS DE LEITURAS : BÍBLIA. A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2003 BERTOLI N, José Antônio. Jesus, um Deus ocultado na pele de um carpinteiro.PR. Oblatos, CERFAUX , Lucien. Cristo na teologia de Paulo. SP: Editora Teológica, 2003 CHARPENTIER , Ettiénne. Cristo ressuscitou. SP. Paulinas, 1983. COMBLIN. Jesus de Nazaré. SP. Paulus, CHEVITARESE. André & CORNELLI. Gabriele (org.). A Descoberta do Jesus Histórico.SP. Paulinas, 2009. CODINA , Victor. Seguir Jesus hoje: da modernidade à solidariedade. São Paulo: Paulus, 1993. DURRWELL, F. X. A Ressurreição de Jesus: Mistério de Salvação. São Paulo: Editora Herder, 1969.
Quem é Jesus Cristo? O que é Jesus Cristo? QUAL SUA MISSÃO?
Cristologia é uma parte da teologia cristã que trata do estudo da pessoa e obra de Jesus Cristo; ou seja, sua natureza divino‐humana, sua encarnação, sua revelação de Deus... Significa o estudo e a reflexão da pessoa de Jesus, de sua mensagem, de suas ações, de sua morte e ressurreição... É uma reflexão de fé, que nasce dentro da comunidade dos apóstolos e discípulos que viveram com Jesus e os que acreditaram pela primeira vez em seu testemunho, e que cresce, se alimenta e se mantém viva e eficaz até hoje por meio de nós... Etimologicamente, Christos é uma palavra que vem da tradução grega do termo hebreu “Messias ”, que quer dizer “ ungido ”. Jesus é o “Messias”, ou seja, o “ungido de Deus”. Assim, Christos é um dos títulos da primitiva comunidade cristã que expressa a fé que professava em Jesus de Nazaré, Salvador da humanidade... Logia significa estudo, doutrina, tratado, reflexão. Basicamente é a doutrina de Cristo conforme revelada nas Escrituras. Temas estudados : A pessoa a obra e o contexto em que Jesus realizou a sua missão. A IMPORTÂNCIA DA CRISTOLOGIA Ao estudar a Cristologia podemos seguir: A Cristologia Ascendente que parte do aspecto humano de Jesus, particularmente da figura do servo de Javé, obediente até a morte e que recebe o título de Kýrios após a sua ressurreição. E a Cristologia Descendente o qual parte da divindade de Jesus considerando-o Deus feito homem. Na tentativa de explicar ou negar a existência de Jesus Cristo foram cometidas muitas heresias (desvio teológico sério na busca da compreensão da pessoa de Jesus Cristo) , dentre elas: Nestorianismo > Defendia que Cristo possui duas pessoas, uma humana e outra divina. Apolinarismo > Dizia que Cristo possuía apenas um corpo humano, enquanto que sua mente e seu espírito provinham da natureza divina. Monofisismo > Afirmava que Cristo possuía uma só natureza que misturava elementos divinos e humanos. Nessa concepção a natureza humana de Jesus supostamente teria sido absorvida por sua natureza divina formando então uma nova e única natureza. Essas correntes e pensamentos foram discutidos e refutados ao longo dos tempos pela Igreja nos seus Concílios, algumas sendo condenadas pelo Concílio de Éfeso em 431 e pelo Concílio de Calcedônia em 451. Outros conflitos cristológicos surgidos, são em parte frutos de duas correntes: uma Teologicamente “pobre ”, de origem judaica e a outra
teologicamente “rica”, platônica. A “cristologia pobre ” ou “ cristologia do baixo ” acentuava a humanidade de Cristo; seus representantes mais antigos era os ebionitas (seita judaico-cristã). A “cristologia rica” ou “cristologia do alto ” era associada aos teólogos alexandrinos e, por sua vez, vai dar mais destaque à parte divina de Cristo, negando-lhe uma alma humana. A Cristologia não é uma ciência das “naturezas” de Jesus Cristo, mas sim de um acontecimento, de uma história... Não existe história da salvação sem Cristologia, assim como não existe Cristologia sem uma história da salvação que se desenvolve no tempo. A Cristologia busca, então, “compreender” o mistério do Cristo a partir das fontes da fé em Jesus Cristo. JESUS HISTÓRICO, JESUS DA FÉ O termo Jesus histórico refere-se a uma série de reconstruções acadêmicas do século I da figura de Jesus de Nazaré. Estas reconstruções são baseadas em métodos históricos, incluindo a análise crítica dos evangelhos canônicos como a principal fonte para sua biografia, juntamente com a consideração do contexto histórico e cultural em que Jesus viveu tentando entender e imaginar o impacto de sua pessoa e de sua mensagem dentro deste mesmo contexto, portanto, parte-se do pressuposto que Jesus deve ser lido dentro do contexto da Galileia daquela época. O JESUS HISTÓRICO O conceito de Jesus histórico envolve um trabalho acadêmico de reconstruir o contexto da Galileia do século I, em que Jesus viveu, como também eventos mencionados nos Evangelhos sobre a sua vida, e outros eventos não mencionados nos textos que compõem a Bíblia. O principal objetivo dessa reconstrução é jogar luz sobre a existência do Filho de Deus, buscando tecer uma biografia sua. Assim, o Jesus histórico passou a ser reconstruído a partir do século XVIII, com estudos que continuaram sendo desenvolvidos nos séculos seguintes, e ainda hoje são motivos de intensos debates. Deste modo, há alguns elementos que compõem uma visão do Jesus histórico, com base na literatura da área, dentre os quais: Ele era judeu de nascimento, vida e morte; Nunca saiu do judaísmo, era avesso à cidade, era pessoa de vilas e pequenas aldeias; Nasceu em Belém da Judéia, mas se criou em Nazaré da Galileia; leigo (família não sacerdotal), pobre, sem proteção de uma classe religiosa ou social. Falava aramaico, entendia as escrituras, não falava latim, grego; Escolheu viver e instaurar o seu ministério em cafarnaum; Era especialista em contar parábolas, em ética autônoma e em profecias apocalípticas, e professava a vinda do Reino de Deus; Foi crucificado na páscoa do ano 30, após menos de um ano como rabi na região próxima do Mar da Galileia; O JESUS DA FÉ Nasce com base nos relatos dos seguidores do Jesus histórico. É o Cristo proclamado como Messias e como Salvador segundo a tradição da igreja. “Não é um retrato do Jesus que realmente existiu, mas do que foi criado pela fé e pela teologia da Igreja.
Além do conteúdo, também o ambiente em que formaram os evangelhos depõe a favor de sua historicidade, e neste sentido a Igreja Primitiva foi super apegada à Tradição. Paulo, que não foi testemunha ocular, ensina que transmite o que recebeu (I Cor 11,23) e os doze apóstolos foram as primeiras testemunhas da ressurreição. (At. 1,8-22). A LINGUAGEM DO MEIO ECLESIAL PRIMITIVO Uma comunidade ou um indivíduo se revela pela sua linguagem, no emprego de certos textos. A fidelidade dos evangelistas à Igreja tem por garantir a mesma fidelidade da Igreja a Jesus. Entre a linguagem distinguimos três grupos: os que se ligam à ideia da tradição de receber e transmitir; os que dizem respeito aos colaboradores imediatos de Jesus, ou seja, testemunha, apóstolo, serviço; E os que dizem respeito sobre a atividade mais vasta dos pregadores do Evangelho (ensinar, proclamar, evangelizar). Jesus usou os métodos de ensino da época, levando os discípulos a memorizar, o que contribuiu para garantir a transmissão fiel de seus ditos e ações. A COMPREENSÃO DE JESUS NA IGREJA PRIMITIVA Foi possível mediante algumas fontes dentre as quais a Patrística que produziu uma quantidade de escritos de bispos, padres, diáconos, monges e leigos. Particularmente eles foram os autores dos primeiros escritos sobre Jesus Cristo, sendo conhecidos como Pais em vista do discípulo ser chamado de filho (ICor 4,15).Todos estes escritos sem a distinção de um grau hierárquico, eram considerados, escritos por mestres aprovados, que possuíam a ortodoxia da doutrina, a santidade de vida e a aprovação eclesiástica. A Patrística manteve um constante contato com a Sagrada Escritura meditando e comentando-a para penetrar na divindade de Jesus. Obstáculos à revelação do mistério de Jesus A mentalidade religiosa de então que considerava como essencial a obediência à lei de Deus promulgada por Moisés. Moldada no embate com a idolatria e para a qual tudo que não coincidisse com Dt 6,4 era idolatria. A mentalidade religiosa estruturada pelo pensamento apocalíptico para a qual o fim de tudo era eminente. Por isso, numa primeira etapa Jesus, em seus ensinamentos revelará não tudo aquilo que poderia ser compreendido, mas tudo o que podia ser aceito e assimilado sem erros, considerando a mentalidade de então. Numa segunda etapa formará o grupo de discípulos orientando-os. Num terceiro estágio selecionará dentro desse grupo dos discípulos alguns aos quais poderá confiar uma doutrina mais elevada. A HISTORICIDADE DOS EVANGELHOS Pondere-se as seguintes razões: a) Apresentam particularidades Históricas, Geográficas, políticas e Religiosas da Palestina, b) Os Apóstolos e Evangelistas dificilmente poderiam mentir, pois viviam em ambiente hostil e poderiam denunciar qualquer desonestidade da parte dos mensageiros da boa-Nova. c) Os Apóstolos e Evangelistas jamais teriam inventado um Messias do tipo de Jesus, d) A figura de jesus é de tal dimensão intelectual, moral e psicológica que seria difícil a rudes homens da galileia inventá-la. e) Quanto aos milagres realizados, não se explicaria o entusiasmo do povo. f) Dificilmente um Pregador deste porte seria “Endeusado”se não houvesse realizado sinais que se impusessem aos discípulos. APÓCRIFOS
Evangelhos que a Igreja não aceitou como autêntica tradição apostólica. Escritos na 2ª metade do Séc. II. Proliferação (em torno de 50), muitos contraditórios entre si. Não foram aceitos como fidedignos pela comunidade cristã e por isso foram pouco difundidos e copiados: comunidade que conviveu com os apóstolos. “A Igreja decidiu o que devia e o que não devia entrar na Bíblia”. “A Igreja decidiu o que devia e o que não devia entrar na Bíblia”. Significa falso, suspeito. Expressão usada quando um fato ou uma obra não tem sua autenticidade provada, ou seja, ela tem sua origem suspeita ou duvidosa. CARACTÉRISTICAS DOS “EVANGELHOS”APÓCRIFOS: a) Utilização esporádica por alguma comunidade, b) Final do Séc. II c) Códices fragmentários d) Estilo fantasioso e lendários ALGUNS APÓCRIFOS DE ACORDO COM A DOUTRINA DA IGREJA
chamá-lo de “homem ”. É como dizer “descendente de seres humanos” (Sl 8, 4). Esse é o uso mais comum dessa expressão.
***** No NT Jesus é chamado de Filho de Deus: Mateus: 11 vezes/Marcos: 7 vezes/Lucas: 9 vezes/Atos: 2 vezes/Epístolas João: 17 vezes/Cartas de Paulo: 18 vezes. A condição divina de Jesus se revela, conforme os evangelhos:
1. Por suas ações
confiante sem ser arrogante, acreditava em valores absolutos sem ser rígido e tinha clareza sobre a própria identidade sem julgar os outros. Abordava as pessoas com técnicas psicológicas que estamos apenas começando a entender. Não se mostrava superior com palestras eruditas, mas tinha a humildade de traduzir o que tinha a passar em histórias simples. Segundo seus ensinamentos, o que sentimos no coração determina quem somos. Quando lemos a Bíblia, encontramos passagens em que ele prega o renascimento, a vida com fé e a necessidade de ter um coração de criança. Afinal, elas são inocentes, crédulas e abertas às próprias emoções. O pioneirismo de Jesus ao tratar de assuntos analisados pela psicopedagogia se dá quando ensina que a identidade do ser humano está profundamente ligada a seu coração. Cristo Amou, sentiu raiva, experimentou o medo, chorou de tristeza e viveu com coragem, sem medo de sentir ou deixar de lado pensamentos profundos e ensinamentos eternos. É possível olhar diretamente para as pessoas sem vê- las em todas as nuances. Cristo já conhecia o aspecto que denominamos como inconsciente, a maneira de descrever o modo como a mente filtra o pensamento. Seguir tradições pode ser benéfico, mas aderir inconscientemente a elas pode trazer prejuízos. E Jesus nunca desejou isso, Não é à toa que em Suas pregações era contrário a seguir tradições sem a consciência do porquê de elas existirem. Ele ensinava que as atitudes retas e íntegras eram consequência de um bom relacionamento com Deus. Pessoas mais espiritualizadas são conscientes das próprias emoções. Quem busca ser grande, precisa aprender a ser pequeno. Quem sonha em ser líder, deve aprender a servir o próximo. E aqueles que sonham em ser grandes pensadores, precisam ter a capacidade de sentir. DIVINDADE A Igreja tirou das Escrituras sua fé na divindade de Cristo com a consciência das exigências monoteístas. Para o NT o Cristo é o Logos que se fez carne, que estava eternamente com Deus e era Deus... Pedro confessa que Jesus é “Filho de Deus”, Tomé adora-o como Meu Senhor e meu Deus”, Paulo fala dele como “adorável na eternidade”. A comunidade apostólica expressa adoração à sua pessoa expressa de mil maneiras a sua incomparável exaltação e glória. Como: "O Verbo Eterno”; “O Santo de Deus”, a “Luz do mundo”, o “enviado de Deus”. Os primeiros cristãos professavam: "Que ele é o enviado do Pai, que tem a vida em si mesmo como a tem o Pai (Jo 5,26). Que ele é o Verbo (Jo 5,36s), e tem a glória junto do Pai, antes do mundo existir (Jo 17,5). A divindade eterna de Cristo transparece em todo o evangelho através de seu auto testemunho. Jesus reivindicou para si a sua divindade única e incomum, declarou-se “EU SOU” e nem os escárnios e os sofrimentos o afastaram desta convicção. Seus atos mostravam a sua divindade, perdoava os pecados, prerrogativa só de Deus (Is 43,25; 44,22); ele perdoou o pecador paralítico (Mc 2,10); anunciou a João que é o Messias (Mt 11,2s). A comunidade primitiva reconhece que ele é Deus (Col 1,16s; 2,9; Hb 1,3). Jesus se autoproclama Filho de Deus, coisa que para os judeus monoteístas é uma blasfêmia, um atentado contra Deus e, por isso afirmam que ele merece morrer (cf. Jo 5,17-18; 10,33); de fato, isto o levou à morte (Jo 19,7). Jamais aconteceu na história que um hebreu tenha adorado outro hebreu, nem Abraão, nem Moisés, nem Davi e nem Salomão como um ser divino.
Quem formulou primeiro a ideia da divindade de Cristo foram os responsáveis pela Igreja, os quais todos eram palestinenses piedosos e de personalidades como Paulo, fariseu, educado na escola de Gamaliel... (At 22,3). As cartas de Paulo vão reforçar a Divindade de cristo: como Filho de Deus (ITs 1,9-10), na carta aos Coríntios (ICor 1,9) escrita em 57 assim como (2Cor 1,19; 6, 12-20 e Rm 5,10). Paulo fala ainda da natureza divina de Cristo (Fl 2,6) imagem do Deus invisível, (Cl 1,15-16), Deus Salvador (Tm 2,23), Deus bendito pelos séculos (Rm 9,5). Para a Samaritana Jesus afirma ser o Messias esperado (Jo 4,25-26), é o próprio Jesus atribuiu-se o título de Filho e Deus: Jo 5,25; / Mt 16,16-17; /Jo 10,30-38. 07- UNIÃO HIPOSTÁTICA E AÇÕES TEÂNDRICAS A expressão “união hipostática ” é usada na teologia para designar a doutrina da união das naturezas divina e humana na única pessoa de Cristo. A doutrina afirma que Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, plenamente Deus e plenamente homem. A definição doutrina foi fornecida no Concílio de Calcedônia, em 451 d.C. onde, a Igreja reconheceu as duas naturezas distintas, humana e divina, que se unem na única pessoa de Cristo. A doutrina serviu para responder a certos conceitos equivocados que tinham surgido a respeito da pessoa do Cristo em relação à sua divindade e humanidade. Sendo Jesus verdadeiro deus e verdadeiro Homem, compreende-se que antes da Encarnação no seio de Maria ela já existia consubstancialmente com o Pai...Ele já preexistia. Fica então afirmado que o Filho de deus subsiste eternamente no Mistério de Deus. A doutrina da igreja afirma que Jesus é verdadeiro homem e em particular os evangelhos testemunham e provam esta verdade: “O verbo se fez carne e habitou entre nós”,(Jo 1,14). Jesus assumiu a carne se tornando homem assimilando a precariedade e a fraqueza humana experimentando cansaço, fome, sede, dores e morte...(Lc 2,40/Mt 4,2/Jo 4,6). Nele, cada uma das naturezas exerce o que lhe é próprio, em comunhão uma com a outra o que a teologia chama de COMUNHÃO DE PROPRIEDADES. A natureza humana de Jesus dorme, come, cresce, sofre, morre e não compartilha a maldade dos homens. A natureza Divina realiza as atividades próprias de Deus: Milagres, perdão dos pecados...visto que esta natureza não se reparte, mas em Cristo o Pai e o Espirito Santo estão presentes... AS AÇÕES TEÂNDRICAS As ações de Jesus resultantes da COMUNHÃO DE PROPRIEDADES são chamadas de TEÃNDRICAS (T heós = DEUS, Aner, Anidros=Homem) ou também divino-humano. Toda a ação de Cristo é da 3ª Pessoa da Santíssima Trindade, quando suas mãos tocavam um doente era a pessoa do filho que tocava mediante a sua humanidade. Jesus tinha ações exclusivamente divinas que ele executava com o Pai e o Espírito Santo (Jo 5,17) ou em sentido estrito, onde sua natureza humana cooperava como instrumento da divindade, (Mc 2,5 /Jo 20,22). Por causa da União Hipostática decorre-se a impecabilidade de Jesus, pois se o mesmo pudesse pecar, devia-se dizer que Deus podia e pode pecar o que seria um absurdo. Jesus foi absolutamente fiel ao Pai. Foi tentado como homem e submetido a duras provas, mas nem por isto pecou, por que fora obediente... Podemos dizer que a natureza humana de jesus se tornou causa eficiente da salvação dos homens. As graças divinas que o Filho de deus quis comunicar
O Verbo tornando-se homem assumiu toda esta realidade contida na psique humana pessoal e coletiva, positiva e negativa. A Partir dele podemos vislumbrar quem e como cada um de nós somos, pois como Jesus cada homem está aberto ao infinito, ao amor plenificado, não só queremos conhecer Deus, mas possuí-lo...
Nos séculos anteriores a Jesus Cristo os judeus em suas escrituras tinham uma série de vaticínios concretos, a respeito do Messias e com características específicas concernentes a Ele. Os judeus são os nossos arquivistas sobre a vida de Jesus Cristo, e os documentos que conservam para nós remontam 15 séculos a.c. São uma série de profecias e cada uma delas descrevem um traço ou uma circunstância dos Messias vindouros, tudo convergindo para a pessoa do Messias. No Antigo Testamento a vinda do Messias foi anunciada com a nitidez descrita hoje pelo Novo Testamento. Eis alguns exemplos:
A espera messiânica na época de Jesus
Na época de Jesus era muito grande a expectativa messiânica: Todos esperavam que Deus restaurasse o Reino através de uma personagem histórica. Várias vezes o povo queria proclamar Jesus como rei, por exemplo depois da multiplicação dos pães (Jo 6,15). Jesus deverá purificar, lentamente, a visão messiânica das multidões (ainda muito nacionalista e temporalista) e dos seus discípulos, que disputavam os primeiros lugares no Reino (Mt 18,1-4). Daí a dificuldade de se compreender a aplicação, por parte de Jesus, desse título ambíguo e confuso, mas que continha, ao mesmo tempo, o essencial de sua missão. No século 1, havia uma forte expectativa messiânica. A literatura apocalíptica produzida durante o período intertestamentário alimentou a esperança de que o Senhor levantaria um líder político e militar que libertaria o povo de Israel do domínio romano e traria um período de prosperidade e predominância para Israel. De modo geral, esperava-se que o Messias:
"Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é apenas um. Amarás ao Senhor teu Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças…” (Dt 6, 4; 11,13; Nm 15,37 ‐ 41). Israel vivia desta fé; por isso, quando ouvem falar da vinda de Deus, desperta em seu coração a esperança de que Deus libertará imediatamente Israel da opressão estrangeira e estabelecerá no meio deles a justiça, a paz e a dignidade. Assim, quando Jesus chega e anuncia: “O Reino de Deus chegou ”, ele responde a uma esperança alimentada há muitos séculos no coração do povo. Toda mensagem de Jesus se resume a isto: “O Reino de Deus chegou”. Tudo na sua vida está voltado para esta ideia central: O Reino chegou. Sua pregação, seus milagres e suas atitudes são sempre para revelar o mistério do Reino e para mostrar que ele já havia chegado. LOCAIS DA PREGAÇÃO DE JESUS Tudo em torno do Mar da Galileia, Como o próprio nome já diz, o mar fica na região da Galileia. Localizada a cerca de 100 quilômetros de Jerusalém. Apesar do nome, o mar da Galileia é um grande lago de água doce, o qual recebe as águas do rio Jordão. Também conhecido como mar de Tiberíades ou lago de Genesaré, que fica a 213 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo e é considerado um mar isolado por não ter nenhuma ligação com outros mares ou oceanos. CAFARNAUM, ONDE O REINO É INSTAURADO Kefar nahum. (Aldeia de Naum), Aldeia prioritária de Pescadores. Jesus se fixa lá e surge a expressão “Reino de Deus”. Lá se torna palco de acontecimentos importantes como: Curou muitas pessoas (Mc. 1:32–34), O servo de um centurião (Lc. 7:1–10), A sogra de Pedro (Mc. 1:21, 29–31), O paralítico baixado através do telhado (Mc. 2:1–12) O homem com a mão mirrada (Mt. 12:9–13). Expulsou muitos espíritos maus (Mc. 1:21–28, 32–34), Levantou dos mortos a filha de Jairo 18–19, 23–26; Mc. 5:22–24, 35–43) Proferiu o sermão sobre o pão da vida, na sinagoga de Cafarnaum (Jo. 6:24– 59). JESUS INSTAURA O “REINO DE DEUS, “ MAS O “ REINO” JÁ EXISTIA Os Imperadores eram considerados “ Divinos" , ou seja: Deuses. O Império Romano poderia ser chamado como “Reino de Deus”. No início do ministério de Jesus o Imperador era Tibério César, Que por sua vez nomeara Pôncio Pilatos como Procurador em Jerusalém. O Reino de Deus / César ao conquistar a palestina tinha por finalidade aumentar o seu domínio jogando nas costas do povo uma pesada carga tributária. As dificuldades dos camponeses serão objeto de interesse de Jesus onde o mesmo vê a Necessidade de Deus intervir. Em Cafarnaum, “instaura” o Reino de Deus em oposição a um reino “mais gigantesco do que ele”. REINO INSTAURADO POR JESUS
a) JUSTIÇA DIVINA > Em oposição a injustiça Romana, (Mt 5,4/Lc 6,21) b ) PAZ > para trabalhar, viver em oposição ao reino de guerras e dominação romana. (Lc 6,27/Mt 5,44) c) COMIDA/FARTURA NA MESA > Rede repleta de peixes em oposição a carestia imposta por Roma) .(Mc 6,35-44 )
d) IGUALDADE > entre homens e mulheres em oposição a Hierarquização de Roma. Ao instaurar o “Reino de Deus", Jesus fundiu a Religião e a Política questões que pesava sobre os seus conterrâneos Camponeses. Ao fazer isto, ele traçou o próprio destino se tornando um bandido social aos olhos de Roma. VIVER O REINO Jesus não explicou claramente o que é o Reino, mas pelo seu anúncio conclui-se que se trata de um modo de viver de acordo com que Deus espera de cada ser humano. Entende-se então que o Reino de Deus não é território, mas o governo do mesmo sobre a humanidade. São atitudes que se manifestam na vida das pessoas... O Reino de Deus é basicamente o domínio, o reinado ou a soberania de Deus sobre tudo. Mateus localizou este Sermão na montanha para fazer um paralelo entre Jesus e Moisés. Como Moisés recebeu a Lei de Deus numa montanha assim Jesus transmite a nova Lei – a Lei do Reino – de uma montanha. 5, 1-12 – Os cidadãos do Reino; 5, 13-16 – Testemunhas do Reino; 5, 17-48 – A Lei no Reino; 6, 1-34 – Nova postura no Reino; 7,1-23 – Conselhos diversos; Conclusão “A multidão ficou impressionada ...Ele falava como quem tinha autoridade ...” Ao dizer que o Reino de Deus chegou, Jesus está dizendo a todos que a HORA dessa libertação já começou. Mas, na sua o Reino de Deus é muito mais que uma libertação de ordem apenas política e econômica. Ele está tentando ensinar que o Reino já começa hoje com a valorização do homem – que deve ser livre, digno, saudável e respeitado. O Reino de Deus começa pela ação e pelo compromisso de cada um em transformar este mundo num mundo de fraternidade e amor.
Jesus de Nazaré, o carpinteiro (cf. Mc 6,3), com seu grupo de discípulos (cf. Mc 3,13-19), recrutados especialmente do meio da classe trabalhadora (pescadores, artesãos, agricultores, pastores…), inicia uma nova prática que causa espanto e escândalo aos grandes de seu tempo: autoridades religiosas e civis. Ele é alguém inserido em seu tempo, conhecendo a estruturação da sociedade do seu tempo (cidades e aldeias), participante do espaço de liberdade que todo judeu acima de 12 anos tinha (sinagoga), anunciando não a si mesmo, mas uma realidade maior, o Reino. Ligado a toda tradição anterior de seu povo, às suas aspirações e esperanças de libertação, de paz, de felicidade para o povo. Por isso, anunciava a presença da salvação através de gestos e sinais concretos. Ambíguos, é verdade, mas reais. Jesus se coloca do lado dos excluídos. Fiel ao seu programa e à sua missão, Jesus convive, a maior parte do seu tempo, com aqueles que não tinham lugar dentro do sistema social existente:
1. Prostitutas – Perseguidas pelos fariseus (Mt 21, 31-32; Lc 7,37-50); 2. Publicanos – tem precedência sobre os escribas (Lc 18,9-14; 19,1-10); 3. Leprosos – são acolhidos e limpos (Mt 8,2-3; 11,5; Lc 17,12) e os sacerdotes são obrigados a dar-lhes prova de sua purificação (Lc 17,14; Mc 1,44; Mt 8,2-4);