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Um estudo comparativo entre as versões animais e humanas (cat-a e cat-h) do children's apperception test (cat), utilizado em crianças brasileiras de 7 e 8 anos. O documento analisa as diferenças quantitativas e qualitativas entre as duas versões do teste, incluindo o tempo gasto, número de palavras, descrições e rejeições, temas, identificações e motivações. O estudo mostra que as formas humanas do cat podem ser mais adequadas para crianças desta faixa etária, pois estimulam a formulação de estórias mais do que a versão animal.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
1 / 11
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Dentre as diversas possibilidades de estudo da personalidade infantil, as técnicas projetivas têm mostrado sua valiosa colaboração. O Children's Apperception Test, elaborado por Bellack em 1949, introduziu-se progressivamente como técnica indispensável na realização dos exames psicológicos para crianças. Constituído inicialmente de 10 figuras de animais em diversas situações, através delas a criança é levada a contar estórias que permitirão revelar a dinâmica das suas relações interpessoais e conhecer a estrutura relativa a seus problemas de desenvolvimento. A escolha de figuras animais baseou-se na idéia de que as crianças se identificam com maior facilidade com estímulos animais do que humanos. As justificativas apresentadas salientavam que os animais podiam oferecer algum disfarce nas
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. USP.
Arq. bras. Psic. apl., Rio de Janeiro, 28 (1): 3747, (^) jan./mar. 1976
atribuições de sentimentos negativos, ou seja, a idéia de dominação ou agressão podia ser mais facilmente atribuída à figura de um leão do que à de um homem. Outras justificativas referiam-se ao grande número de respostas animais dadas pelas crianças do Rorschach, em oposição à quase ausência de respostas humanas e ao fato de as figuras animais pertencerem ao mundo da criança, através do I contato que ela tem com as fábulas, fIlmes e brinquedos. Esta utilização dos estímulos animais com o objetivo de conhecer e com- preender a personalidade infantil levou vários pesquisadores a estudarem sua vali- dade, em oposição às técnicas que faziam uso de figuras humanas. A revisão da literatura sobre o assunto (1,4,5,6,8,9, 10, 13, 14 e 18), mostra que os estímulos humanos parecem ser mais motivadores que os animais, sobretudo com crianças entre 7 e 10 anos ou com crianças· de idade mental superior à cronológica, não existindo, entretanto, homogeneidade nos resultados. Bellack e Hurvich (3) resumem esta problemática concluindo que "algumas crian- ças parecem dar-se melhor com os estímulos animais e outras com estímulos humanos, e tais preferências podem estar associadas a variáveis específicas de personalidade: por exemplo, as que têm dificuldade em formular respostas reagem melhor diante das figuras animais". Analisando essa falta de concordância nos resultados, podemos observar a grande variabilidade das situações experimentais, sendo que certos pesquisadores
do esta de um autor para o outro. A utilização de tal material cria uma ambigüi- dade quanto à idade e ao sexo dos personagens representados no material humano e que não se encontra no animal. Além da constituição diferente de amostras quanto à idade, sexo, nível intelectual, socioeconômico e tipo de psicopatologia, verifica-se ainda que estas pesquisas, na maioria das vezes, preocuparam-se muito mais com a interpretação superficial do teste (comparação do número de palavras, tempo de reação etc.) do que com a interpretação dinâmica. Esforços no sentido de controlar variáveis e analisar o teste de um modo mais profundo foram realizados por Haworth (11) e Lawton (12). Utilizando uma forma experimental do CAT-H, Haworth comparou-a com o CAT original e estudou de uma maneira mais aprofundada a dinâmica das estórias empregando o guia de mecanismos adaptativos nas respostas CAT - Haworth (11) -, que tem por base a avaliação dos mecanismos de defesa utilizadas pelas crianças frente aos estímulos animais e humanos. Seus resultados não demonstram dife- renças significativas entre as duas formas seja quanto ao número de pontos críticos encontrados, seja ao número de mecanismos de defesas inadequados utilizados. Seguindo o mesmo processo experimental, Lawton (12) confirmou esses resultados. Quanto ao conteúdo das estórias analisado em função da interpretação dinâmica das estórias ·CAT de Haworth, os resultados de Lawton assemelham-se aos de Haworth. As ~iferenças mai.s marcantes encontradas foram as seguintes:
38 A.B.P.A. 1/
Progressivas de Raven - escala especial, aceitando-se somente crianças cujos resul- tados fossem igual ou superior ao termo médio. Quanto à escolaridade, tomaram- se crianças cujas idades se enquadrassem exatamente nos limites correspondentes às La e 2. a séries do 1.0 grau (7 anos a 7 anos e 11 meses e 8 anos a 8 anos e 11 meses, respectivamente). A caracterização geral da amostra estudada está colocada no quadro 1.
Escolaridade
1.0 ano
2.0 ano
Quadro 1 Características gerais da amostra
Dados gerais Idade média
7a. 2m.
8a.4m.
Raven
N.o de percentil pontos
20 75
21 75
3.2 Material e procedimentos usados
Sexo
M F
12 12
12 12
Utilizou-se os testes do CAT-A e CAT-H nas suas formas originais. A aplicação foi feita em condições normais, de acordo com as normas prescritas por seus autores.
Aspectos quantitativos:
.. Número de descrição: respostas descritivas, enumeração dos detalhes da figura sem elaboração de estória.
40 A.B.P.A. 1/
Aspectos qualitativos:
fossem descritos com igual importância, a escolha recaía sobre· aquele mais seme- lhante ao sujeito, em função do sexo e da .idade, ou sobre o conjunto dos perso- nagens existentes.
A fim de verificar a existência de diferenças significativas nestes aspectos entre as duas formas do CAT, utilizou-se o teste do X 2 , nível de significância .05.
mais elevado no CAT-H. Além disso, o número de descrições na forma humana
Estes resultados parecem confirmar pesquisas anteriores quanto ao fato dos estímulos humanos com crianças de sete anos e mais serem mais estimuladores que os animais. O CAT-H seria desta forma mais adaptado para as crianças desta faixa de idade, provocando maior atração e estimulação de est6rias. As rejeições e o tempo médio total, por sua vez, aparecem com resultados bastante semelhantes, não se encontrando diferenças significativas entre as duas formas.
2 Ver - Muller. Le CAT. Recherches IUr le dY1lllmisme enfantin. p. 47-53. Boulanger- Balleyguier. La penon1lll1ité des enfants normaux et caractérlels à traven le test d'aperception CAT. p.59-65. 3 Em anexo, os quadros 1 e 2 forneçem os resultados quanto aos aspectos quantitativos e os quadros 3 a 5, quanto aos aspectos qualitativos. Os resultados significativos são indicados com asteriscos.
CAT·A e CAT·H 41
discrepância nos resultados desta prancha se deve, a nosso ver, à própria estrutura do material do CAT-A e CAT-H (ratinho substituído por uma criança). Por outro lado, a projeção de sentimentos mais negativos é facilitada no CAT-A, sobretudo nas pranchas m, VII e X, enquanto o inter-relacionamento
Mesmo assim pode-se dizer que, de modo geral, as duas formas do CAT se assemelham bastante quanto aos temas, identificações e motivações, sendo as poucas diferenças constatadas resultado das variações dos estímulos nas pranchas
Referências bibliográficas
CAT·A e CAT-H^43
Quadro 1 Tempo e número de palavras utilizadas na formulação das 10 estórias do CAT-A e CAT-H
CAT-A
Tempo médio (em minutos) 40'
Número médio de palavras 712
Quadro 2
CAT-H
45'
801
Teste de significação
0,
5,22*
Descrições e rejeições apresentadas pelos sujeitos no CAT-A e CAT-H
CAT-A
Número de descrições 54
Número de rejeições 5
44
CAT-H
31
7
Teste de significação
6,22*
0,
A.B.P.A. 1/
Prancha
11
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
46
Quadro 4 Heróis indicados com maior freqüência nas estórias
Herói CAT-A^ CAT-H
As crianças 33 38 Uma criança 3 4 O adulto 6 2
Os três (^22 ) Os dois juntos 11 4 O sozinho 4 6
O adulto (^33 ) A criança (^4 )
O adulto 17 15 O adulto e os fllhos 15 19 A criança de bicicleta 6 11
A criança (^21 ) Uma criança (^9 )
A criança da frente 20 18 Os três (^9 ) O adulto (pai ou mãe) (^7 )
A criança (^31 ) O adulto (^13 )
A criança (^10 ) A mãe ou o pai (^10 ) A família (^8 )
A criança 40 38 O adulto (pai ou mãe) 1 2
A criança (^24 ) O adulto 9 14 Os dois 7 2
Teste de significação
0, 0, 2,
2, 3, 0,
1, 6,36·
0, 0, 1,
3, 3,
0, 4,16· 2,
0, 0,
0, 0, 1,
0, 0,
0, 1, 2,
A.B.P.A. 1/
11 III IV V VI VII VIII IX Motivações mais freqüentes nas estórias do CAT-A e CAT-H CAT-A e CAT-H Teste de 8,14*
- Quadro X