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ESTERQUEIRAS PARA CURRAIS DE ABATEDOUROS
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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MANUAL TÉCNICO, 04 ISSN 1983-
Jader Zacharias Freitas
Niterói-RJ julho de 2008
MANUAL TÉCNICO, 04 ISSN 1983-
Jader Zacharias Freitas
Niterói-RJ julho de 2008
Jader Zacharias Freitas^1
O resíduo básico dos estábulos e currais (água, fezes e urina), geralmente lançados sem qualquer tratamento, no solo, nos lagos, nos rios, favorece a proliferação de moscas e exala gases com mau cheiro. No entanto, várias alternativas de manejo e tratamento desse subproduto têm sido desenvolvidas e testadas para amenizar seus efeitos sobre o meio ambiente. O uso de esterqueiras para armazenagem de dejetos de bovinos é uma alternativa de baixo custo para a tentativa de impedir que os dejetos percolem ou lixiviem pelo solo, isto é, sejam carreados para os cursos d’água subterrâneos e/ou superficiais. Na prática, muitas vezes o esterco é amontoado em áreas próximas ao estábulo, o que faz com que ele perca grande parte de suas características como adubo orgânico, além de poder causar doenças. Em 1.000kg de esterco bovino curtido há o equivalente a 155kg de sulfato de amônia, 100kg de fosfato natural e 40kg de cloreto de potássio. É o que se deixa de aproveitar nas propriedades rurais por falta de uma esterqueira. A esterqueira permite a fermentação do esterco, o que diminui o seu poder poluidor e possibilita o seu aproveitamento como fertilizante em lavouras, pastagens e pomares. Outra grande vantagem desse processo é que durante a fase de curtimento, a elevada temperatura proveniente da fermentação (ação das bactérias) destrói a maioria das sementes de pragas e germes causadores de doenças. Há modelos de esterqueiras para os dejetos de bovinos de acordo com a forma de utilização dos dejetos - líquidos ou sólidos. Qualquer que seja o modelo, o local para a construção deve ficar afastado, no mínimo, 50m do estábulo e 200m das residências, para evitar transtornos causados pela ploriferação de moscas e mau cheiro.
(^1) Técnico em Agropecuária da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF. Av. Alberto Lamego, 2.000 - Horto - 28013-600 - Campos dos Goytacazes - RJ.
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A construção da chorumeira começa pela escavação do local onde será instalada. O fundo deve ser bem compactado, nivelado com uma camada de 5cm de concreto magro, sobre a qual deve ser feita uma laje de concreto armado de 10cm de espessura. Uma maneira fácil e econômica de construir as paredes desse tipo de esterqueira é usar tijolos de cimento de 20cm de largura, reforçados com pilaretes e cintas, na base e no topo, previamente definidos no projeto. Se a parede tiver mais de 1,6m de altura, será preciso uma cinta intermediária a meia altura, e mais a cinta de amarração (para travar as paredes) com vergalhões. As paredes devem ser rebocadas, sendo que as internas com argamassa de impermeabilização para evitar qualquer infiltração. A parte superior da chorumeira deve ser fechada para evitar proliferação de moscas, acidentes ou queda de animais no seu interior. Para o fechamento, pode-se usar laje maciça ou pré-moldada, deixando-se uma abertura com tampa (60x60cm), o que facilita a visita periódica e a utilização do mangote de sucção. No fundo da chorumeira deve ter um rebaixo (caixa de coleta) no piso para facilitar a descarga.
Embora o sistema de compostagem (curtimento do esterco com restos orgânicos sobrepostos em camadas sobre o solo) seja muito utilizado hoje em dia, as esterqueiras para material sólido são bem aceitas pelos produtores que têm pouca disponibilidade de água e não possuem equipamento como trator e carreta-tanque. Os locais mais adequados para a construção de esterqueiras para materiais sólidos são os terrenos inclinados , que permitem a execução de forma semi-enterrada, o que reduz custos de construção e facilita a carga e descarga do esterco (dejetos).
Fonte: www.banet.com.br
O tempo necessário para completar a fermentação do material varia em torno de 60 a 90 dias , dependendo da temperatura média da região onde será construída a esterqueira. Em regiões mais quentes, a fermentação é mais rápida. Importante considerar as condições em que o gado está sendo criado. Se confinado, a produção de dejetos é de 40kg/animal/dia ; quando semi- confinado, é de 15kg/animal/dia.
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Sendo assim, 25 vacas criadas em sistema de confinamento produzirão 1.000kg/dia de esterco (40kg/vaca/dia x 25 vacas). Considerando que o esterco tem densidade de 600kg/m^3 , a quantidade produzida ocupará um volume aproximado de 1,7m^3 /dia (1.000kg divididos por 600kg/m^3 ). Para 20 dias de coleta de esterco, então, será necessário um compartimento de 34 m^3. Utilizando-se as medidas de 2,5m de altura, 3,2m de largura e 4,25m de comprimento, obtém-se um compartimento necessário para o período de 20 dias. Assim, para um período mínimo de curtimento de 60 dias, a esterqueira deverá ser dividida em três compartimentos de 34m^3 cada, que deverão ser preenchidos a cada 20 dias. Após raspar o curral, o esterco pode ser transportado por carroça, carrinho-de-mão ou carreta de trator e despejado pelo lado de trás (parte mais alta) da esterqueira. A retirada é feita pelo lado mais baixo, como demonstrado na figura seguinte, após o tempo necessário para a fermentação do material, ou seja, em torno de 60 dias (curtimento).
Fonte: www.banet.com.br
A esterqueira para material sólido pode ser feita com concreto armado e tijolo de cimento. A construção começa pela escavação do local onde ela será instalada. O fundo do terreno deve ser bem compactado e nivelado e, a seguir, devem ser feitas as fundações. Na maioria dos casos, é usada a viga de baldrame, com 20cm de largura e 40cm de altura. Para facilitar, a fundação pode ser feita com tijolos de cimento abertos para receberem concreto. O piso de concreto, com 10cm de espessura, deve ser feito sobre uma camada de 5cm de concreto magro, respeitando o caimento necessário de 2% para a coleta do chorume. As paredes são feitas com tijolos de cimento de 20cm de largura e revestidas com argamassa de impermeabilização. Os pilares pré-moldados das divisórias frontais podem ser semelhantes àqueles usados nos muros de placas de concreto, e as ranhuras laterais servem para encaixar as tábuas de fechamento. O uso desse tipo de material é conveniente, pois facilita a descarga do esterco depois de curtido. A cinta de amarração no topo da parede da esterqueira, com vergalhões, é necessária. A área pode ser coberta com telhas de fibrocimento ou outro material disponível para proteger o esterco da água da chuva e do sol. O chorume (líquido que escorre do esterco) deve ser conduzido para um tanque, evitando-se, assim, o seu escorrimento, infiltração e proliferação de
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BANET. Esterqueiras. Disponível em:< (http://www.banet.com.br/construcoes/ bovinocultura/esterqueiras/esterqueiras.htm>. Acesso em: 27 nov. 2007.
CAMPOS, A. T. et al. Tratamento biológico aeróbico e reciclagem de dejetos de bovinos em sistema intensivo de produção de leite. Ciência Agropecuária , Lavras, v. 26, n. 2, p. 426-438, 2002.
TRIPOD. Esterqueiras e biodigestores. Disponível em: <http://esterqueira. tripod.com/esterqueirasebiodigestores/index.html>. Acesso em: 27 nov. 2007.
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SECRETARIA DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, PESCA E ABASTECIMENTO
SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL