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Texto clássico que descreve a partida do exército persa comandado por anistres, artafernes, megabates e astaspes, entre outros, e a esperada invasão da grécia. O texto também relata o sonho de um grego que avisa xerxes sobre a estratégia dos inimigos e a vitória final dos gregos na batalha de salamina.
O que você vai aprender
Tipologia: Exercícios
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LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
Personagens do drama:
C (oro) formado de anciãos, altos dignatários do rei R (ainha), mãe de Xerxes, viúva de Dario M (ensageiro) (Espectro de) D (ario), rei falecido X (erxes), rei dos persas
à terra grega, são chamados “fiéis”, e das opulentas e multiáureas sedes guardiães, que, por antigüidade, o próprio senhor rei Xerxes 5 nascido de Dario escolheu para vigiar a região. Ao pensar no regresso do rei e do multiáureo exército, já um maligno pressago ímpeto 10 sobressalta íntimo, pois toda força nascida da Ásia se foi, e por jovem marido uiva. Nenhum mensageiro, nenhum cavaleiro chega à cidade dos persas. 15 Eles, de Susa e de Ecbátana e da antiga torre císsia, partiram e foram, uns a cavalo, outros em navio, e peões a pé, dando linha de combate. 20 Assim Anistres e Artafernes
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
e Megabates e Astaspes chefes dos persas, do grande rei vice-reis, avançam, vigias de vasto exército, hábeis arqueiros 25 e cavaleiros, terríveis de ver, temíveis em combate, na nobre glória da vida. Artembares, árdego cavaleiro, e Masistres e o hábil arqueiro 30 bravo Imaios e Farandaces e o condutor de cavalo Sostanes. Outros o grande e multinutriente Nilo enviou: Susiscanes, chefe de fontes nascido de Egisto, 35 e o governador da sagrada Mênfis grande Ársames, e da prístina Tebas mandatário Ariomardos, e os pantaneiros remadores de navios, terríveis, e em número incontáveis, 40 e segue a turba dos lídios luxuriosos junto: eles contêm toda nação nativa do continente: Metragates e o bravo Arcteus, reis vígeis, e a multiáurea Sardes os enviaram 45 montados em muitos carros de duas e de três rédeas, visão terrível de ver. Dizem os vizinhos do sagrado Tmolo que lançarão jugo servil sobre a Grécia: 50 Márdon, Taríbis, bigorna de dardo, e lanceiros mísios. E Babilônia a multiáurea envia a diversa turba copiosa, posta em navios, fiéis à vontade vulnerante do arco. 55 A nação cimitarreira de toda a Ásia segue
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
persa e tropa intrépida.
Do fraudulento logro de Deus EST. que homem mortal há de escapar? Quem com rápido pé salta 95 um salto bem dado?
Erronia acolhe benévola ANT. 3 o mortal nas redes, quando não há para ele 100 como evitar nem fugir.
Por Deus, Parte prevaleceu EST. antiga e impôs aos persas perseguir guerras rompe-torre, 105 tumultos de árdegos cavaleiros e derrocadas de cidadelas.
Souberam do latívio mar ANT. 4 grisalho com veemente vento ver o prado marinho confiantes 111 nas sutis tramas de cordames e engenhos de transportar gente.
Assim vestido de negro o meu EST. 5 coração dilacera-se de pavor, oâ !, pelo exército persa. Dele não se saiba a cidade vazia de homens, grande Susa.
E a cidadela císsia ANT. ecoará em resposta oâ! Assim clama o bando pleno de mulheres e nos véus de linho cairá dilacerando. 124
Toda a cavalaria, EST. 6
LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
toda a infantaria, como enxame, deixou a colmeia com o guia do exército, transposto duplo jugo 130 ao cabo marinho comum às duas terras.
Leitos saudosos de homens ANT. estão cheios de lágrimas. Cada esposa com suave dor 135 faz seguido de saudades o lanceiro impetuoso seu marido e ficou cônjuge só.
Eia, persas! Sentados neste 140 antigo palácio, tenhamos cuidoso e profundo conselho,
Eis que igual a olhos de Deuses 150 luz caminha mãe de rei e rainha minha, prosterno-me, e com palavras de saudação todos devem saudá-la.
mãe de Xerxes, anciã, salve, ó mulher de Dario,
LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
e nas rédeas tinha a boca dócil ao mando, a outra esperneia e despedaça os arreios com as mãos, arrebata com violência, 195 desenfreada, e quebra o jugo ao meio. Cai o meu filho e aproxima-se o pai Dario a lastimá-lo. E quando o vê, Xerxes rasga as vestes sobre si mesmo. Isso é o que vos digo ter visto à noite. 200 Ao me levantar e tocar com as mãos a fonte de belo fluxo, com mão sacrificial fui diante do altar, para fazer oferenda aos Numes protetores, que têm este tributo. Vejo uma águia refugiar-se junto ao altar 205 de Febo, de pavor fiquei sem voz, amigos. Depois avisto um falcão a vibrar velozes asas e a depenar com as garras a cabeça da águia, que nada senão encolher o corpo contrapunha. Isto, para mim, é terrível de ver 210 e, para vós, de ouvir. Bem sabei: meu filho bem sucedido seria um admirável varão, mal sucedido... sem prestar contas ao país, e salvo, será o mesmo senhor desta terra. C. Ó mãe, não queremos por palavras excessivas 215 infundir-te pavor nem audácia. Se viste algum mal, com súplicas pede aos Deuses dêem proteção e perfeitos sejam os bens teus e de teu filho, e do país e de todos os teus. Depois é preciso libar à Terra e aos finados, e pede com doçura 220 a teu esposo Dario, a quem dizes ter visto à noite, que a ti e ao filho envie os bens de sob a terra à luz, e os reveses, cobertos de terra, percam-se por trevas. Isso de coração adivinho com doçura te aconselho. Quanto a isso, discernimos que terás tudo bem. 225
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
é para meu filho e palácio, ao fazer esta avaliação. Realizem-se os melhores votos. Tudo como instas faremos aos Deuses e aos nossos de sob a terra. quando formos para casa. Quero saber isto, 230 ó amigos, onde Atenas se diz situada na terra?
o passo deste mortal dá a saber que é pérsico e traz um claro fato, bom ou mau de ouvir.
Ó terra persa e vasto porto de riqueza! 250 Como de um só golpe se perdeu vasta opulência! A flor dos persas se foi na queda. Ómoi! Mau é primeiro anunciar males, contudo, é necessário desdobrar toda a dor, persas: o exército bárbaro pereceu todo. 255
de ruína! Aiaî! Pranteai, persas, ao ouvir esta dor.
e não esperada vejo a regressária luz.
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
e luminoso dia após noite negriemal.
colide com duros pontais de Silênias, e o quiliarca Dadaces, por golpe de lança, num salto ligeiro, pulou do navio. 305 Tenágon, campeão báctrio, nobre nato, volteia a golpeada-pelo-mar ilha de Ájax. Lílaios, Arsames e, terceiro, Argestes, estes, ao redor da ilha nutriz de pombas, vencidos cabeceiam a vigorosa terra. 310 Dentre os vizinhos de fontes do egípcio Nilo, Arcteus, Adeues e, terceiro, o escudado Farnucos, estes caíram do mesmo navio. Mátalos de Crisa, miriontarca, morto, 314 tingiu a farta umbrosa barba cor de fogo 316 trocando a cor com o purpúreo banho. 317 O mago Árabos e o báctrio Artames, 318 guia de três negras miríades equestres, 315 são residentes da terra cruel, lá pereceram. 319 Ámestris, Anfistreus, senhor de laboriosa 320 lança, e o bravo Ariomardos portador de luto a Sardes, e o mísio Seisames, Táribis, capitão de cinco vezes cinqüenta naves, nascido em Lerna, formoso varão, jaz morto, mísero, não por boa sorte. 325 Siénisis, o primeiro por sua valentia, senhor dos cílices, varão que deu mais dor aos inimigos, com bela glória sucumbiu. Dentre os comandantes, tanto me lembro. Dos muitos presentes proclamo poucos males. 330
opróbrio aos persas e estrídulos gemidos. Mas, voltando atrás, conta-me isto: qual era a quantidade dos navios gregos que ousassem contra exército persa 335
LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
travar combate em batalha naval?
venceria em navios; os gregos dispunham do número total de dez trintenas de navios, e dez, além destes, reservados. 340 Eu sei que Xerxes dispunha de mil navios, em seu número, e superiores em velocidade duzentos e sete navios, assim é a conta. Parecemos em desvantagem nesta batalha? Mas um Nume assim destruiu o exército, 345 pesando pratos de não equivalente sorte: Deuses preservam o país da Deusa Palas.
quem principiou o combate. Foram os gregos, ou o meu filho, ufano de tantos navios?
um ilatente ou maligno Nume, ao surgir. Um grego veio do exército dos atenienses 355 e disse ao seu filho Xerxes o seguinte: quando viessem as trevas da negra Noite, os gregos não esperariam, mas saltariam aos bancos dos navios, cada um ao seu, e salvariam a vida em furtiva escapada. 360 Tão logo ouviu, sem perceber a fraude do grego, nem a recusa dos Deuses, dá a todos os nauarcas esta ordem: quando o Sol deixar de abrasar a terra com raios, e trevas tiverem o templo celeste, 365 dispôr o grosso dos navios em três linhas, para vigiar as fugas e vias do mar rumoroso, e os outros navios em torno da ilha de Ájax: caso os gregos escapassem à maligna sorte, por descobrirem uma furtiva fuga em navios, 370 a decapitação de todos estava promulgada.
LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
Logo, navio contra navio bate o aríete brônzeo, dá início ao combate o navio grego, e quebra a proa do navio fenício 410 toda, um contra outro dirige a nave. Primeiro a torrente do exército persa resistia, mas como muitos navios atulhavam o estreito, não se davam recíproco auxílio, uns com outros colidiam suas brônzeas 415 proas, quebravam todo o renque de remos; e os navios gregos, não sem perícia, em círculo ao redor vulneram e reviram cascos de navios, não mais se via o mar, coberto de naufrágios e de morte de mortais, 420 pontais e recifes estavam cheios de mortos, remavam em fuga sem ordem todos os navios, quantos pertenciam ao exército bárbaro. Como se fossem atuns ou redada de peixes, com lascas de remos e pedaços de paus 425 golpeavam, espetavam, e a lamentação clamorosa cobria a planície do mar, até que o olho da noite negra removesse. Tantos males, nem se por dez dias eu os narrasse, não poderia contar todos. 430 Bem saibas que nunca num único dia tão numerosa multidão de homens morreu
entre os persas e todas as nações bárbaras.
tão doloroso infortúnio lhes sobreveio de modo a pesar na balança duas vezes mais.
Conta que infortúnio dizes ter ocorrido ao exército com maior peso que os males? 440
os mais corajosos e os mais nobres, os que sempre foram os mais leais ao rei,
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
estão mortos de modo vil por morte infame.
Por que morte dizes que estão mortos?
Pequena e pouco abordável. O amigo de coros Pã passeia no seu promontório marinho. Aí os enviou para que, se os náufragos 450 inimigos tentassem fugir para a ilha, facilmente pudessem matar o exército grego, e salvassem os amigos dos caminhos do mar, a perscrutar mal o porvir, pois o Deus deu aos gregos a vitória na batalha naval. 455 No mesmo dia, revestidos de brônzeas armas, saltaram dos navios, e ao redor cercaram toda a ilha, de modo a não haver meio de escapar: por braços, com pedras, foram muito atingidos, e das cordas 460 de arcos, flechas disparadas matavam; por fim, avançando num só assalto, batem e picam em pedaços os infelizes, até que acabaram com a vida de todos. Xerxes lastima ao ver o fundo dos males, 465 pois de seu posto via bem todo o exército, num alto monte perto da planície do mar. Rasgou as vestes e lastimou em voz alta, de repente fez conclamar a infantaria e parte em fuga sem ordem. Tal infortúnio 470 além do anterior tu podes lamentar.
Meu filho descobriu vingança amarga em ínclita Atenas, e não bastaram os bárbaros que antes Maratona matou. 475 Crendo que cobrava reparação, meu filho atraiu sobre si tão numerosos males. Tu, diz: as naus que escaparam à morte, onde as deixaste? Sabes dizer com clareza?
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
Ó visão noturna, manifesta em sonho, com que clareza me mostraste os males! Vós, porém, muito mal interpretastes; 520 todavia, porque assim avaliou a voz vinda de vós, aos Deuses primeiro suplicarei, depois oferecerei à Terra e aos finados dádivas, o pélano de minha casa. Sei que se trata de fatos consumados, 525 mas para o porvir haja algo melhor. Vós deveis, ao tratardes destes fatos, conferir com os fiéis os fiéis conselhos. E se meu filho aqui vier antes que eu, consolai-o e conduzi-o ao palácio. 530 Não se acrescente nenhum mal aos males.
o soberbo e copioso exército persa, e cobriste a cidade de Susa e de Ecbátana 535 com tenebroso luto. Muitas, com mãos suaves rasgando véus, com mádidas lágrimas umidecem os seios, por seu lote de dor. 540 Pérseas, no frouxo pranto por maridos, saudosas de recentes núpcias, perdem leitos conjugais de suaves mantos, volúpia de fausta mocidade, e choram com insaciáveis gemidos. 545 Elevo a morte dos que se foram com sincero severo luto.
LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
Agora inteira pranteia EST. 1 a terra ásia, esvaziada. Xerxes conduziu, popoî! 550 Xerxes destruiu, totoî! Xerxes tudo levou, imprudente, ele e as barcas marinhas. Por que afinal Dario foi tão incólume arqueiro 555 rei de seus concidadãos, condutor querido de Susa?
Infantaria e marinha ANT. 1 num só vôo de proa negra naves conduziram, popoî! 560 Naves destruiram, totoî! Naves com funestos aríetes e os braços dos jônios. Por pouco escapou o rei mesmo, ao que ouvimos, 565 pelas planícies da Trácia e por tempestuosos caminhos.
Os que primeiro morreram – pheû! – EST. 2 colhidos por coerção – eé! – nos pontais de Cicreu – oâ! – 570 rodopiam. Geme e lacera, grita grave dores ao céu, oâ! Oâ! Prolonga a uivada 575 mísera voz clamorosa.
Batidos por mar terrível – pheû! – ANT. são lacerados pelos mudos – eé! – filhos do mar impoluto - oâ! – A casa pranteia o falecido, e os pais sem filhos, 580
LETRAS CLÁSSICAS, n. 6, p. 197-228, 2002.
alvo potável leite, de consagrada novilha, e destilado por flórea operária, fúlgido mel, com gotas de água de virgínea fonte, e sem mescla, vindo de mãe silvestre, este potável licor de vetusta videira, 615 e proveniente da sempre frondosa loira oliveira o oloroso azeite, e flores trançadas, filhas de terra fértil, Eia, amigos! Com estas libações, aos ínferos entoai propícios hinos, e invocai o Nume 620 Dario, eu encaminharei estas honras, poção da terra, aos ínferos Deuses.
tu, envia libações a tálamos sob a terra, 625 nós, com hinos, pediremos aos guias dos finados sejam benévolos sob a terra. Eia, santos Numes ctônios, Terra e Hermes, e o rei dos ínferos, enviai dos ínferos a alma à luz. 630 Se ainda sabe um remédio de males, só ele dos mortais diria o termo.
Ouve-me o venturoso EST. 1 Rei igual a Nume falar em clara língua bárbara esta vária, lúgubre e díssona lástima? 635 Gritarei toda a mísera dor. Ouve-me nos ínferos?
Eia, tu, ó Terra e outros ANT. condutores dos ctônios, 640
TORRANO, Jaa. Ésquilo, Persas.
permiti vós: de vosso palácio venha o Nume grandíloquo, Deus dos persas nascido em Susa. Enviai para cima como não ainda 645 a terra pérsia cobriu.
Querido varão, querido EST. sepulcro, pois cobre querida têmpera. Ó Aidoneu, recondutor, reconduzisses, ó Aidoneu, 650 somente o rei Dario, eé!
Nunca perdeu varões ANT. por belimortíferas erronias. Conselheiro divino se dizia dos persas, e conselheiro divino 655 era, que bem guiava exército, eé!
Senhor, antigo senhor, vem, vem, vem EST. a esta alta crista do sepulcro, movendo no pé açafroada sandália, 660 mostrando o adorno da régia tiara. Vem, ó pai sem-mal Dario, oî!
Para ouvires notícias e novas dores, ANT. ó senhor do senhor, mostra-te. 666 Horrendo um nevoeiro sobrevoa. A nova grei já pereceu toda. 670 Vem, ó pai sem-mal Dario, oî!
Aiaî aiaî! EPODO Ó morto muito pranteado por amigos! Por que isto, ó rei, ó rei? 675 ......................................