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Especulação: Riscos e Oportunidades em Bolsa, Notas de aula de Estatística

Este documento oferece uma visão geral sobre a atividade de especulação em bolsa, incluindo os principais objetivos, técnicas e riscos associados. Os especuladores tentam antecipar mudanças de preços em horizontes curtos e assumem riscos maiores em busca de retornos acima dos investidores de longo prazo. A alavancagem é uma característica chave que pode oferecer ganhos percentuais enormes em um único dia, mas também implica riscos de perda total do capital. Os passos para se tornar um especulador incluem estudar gráficos de candlesticks e se proteger com stops de proteção adequados.

O que você vai aprender

  • Quais técnicas usam especuladores para tentar prever mudanças de preços?
  • Qual é a função de stops de proteção em operações de especulação?
  • Quais são os principais objetivos de um especulador em bolsa?
  • Quais são os riscos associados à especulação em bolsa?
  • Como os especuladores usam gráficos de candlesticks?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Andre_85
Andre_85 🇧🇷

4.5

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POR FELIPPE ARANHA
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POR FELIPPE ARANHA

Fala-se muito sobre os especuladores do mercado financeiro, mas poucos sabem como de fato funciona esta profissão tão entusiasmante.

Lembro que ainda pequeno eu costumava perguntar o que fazia esse profissional, e as respostas eram sempre os estereótipos básicos que vemos nos filmes e que habitam o imaginário da maioria das pessoas. Hoje sei que a realidade é bem dis- tante dessa ideia geral, e gostaria de passar a minha visão para clarear como é de de fato a vida de um especulador.

Neste e-book tentarei responder de maneira prática a três perguntas básicas: o que faz, o que pensa e como se tornar um, sempre que possível com exemplos.

Meu nome é Felippe Aranha e trabalho no mercado financeiro desde 1998. Sou formado em administração de empresas pela FGV / EAESP e passei por várias corretoras importantes, mas tenho dedicado os últimos 16 anos à especulação profissional autônoma. Espero que você ache esta leitura agradável, assim como eu acho este assunto fascinante.

Para começar, vamos diferenciar o especulador do investidor, deixando bem claro o que cada um deles faz. Você talvez se surpreenda em saber o mar de diferenças que existe entre essas duas profissões.

Na sequência falaremos de alguns princípios básicos que norteiam o pensamento do especulador profissional, e iremos comparar com o pensamento natural que todos temos enquanto iniciantes. Estar ciente dessa maneira de pensar e nos livrar dos velhos hábitos é o primeiro passo para embarcarmos nesta profissão. Por fim, indicarei algumas fontes de consulta caso você queira ir mais a fundo e, quem sabe, se tornar um de nós.

daquela determinada ação, e por isso decida estudar o comportamento dos preços para ver se existe algum padrão que costume preceder uma elevação das cota- ções, com a intenção de segurar aquela operação por apenas alguns minutos, horas, dias, ou poucas semanas.

Sua intenção não é a de agir como sócio da empresa, mas sim a de obter um lucro rápido, sem nenhum interesse nem na atividade relacionada, nem nos motivos que estão levando àquele determinado movimento. Sua única preocupação é a de iden- tificar uma possível subida ou descida de preços e estruturar uma operação que lhe forneça lucro caso esteja certo, ou que o possibilite sair com uma perda pensa- da e controlada caso esteja errado. Para tanto, ele analisa fatores como compor- tamento de preços, liquidez, tamanho da posição, potencial de perda etc.

Nesse sentido, o uso de análise técnica de gráficos pode ser bastante útil quando especulando em bolsa de valores, e mais adiante iremos falar um pouco sobre isso neste ebook.

Um investimento é uma aposta com uma confiança estatística razoável de retorno positivo. Traduzindo do economês para o português, quando você faz um investi- mento você espera que PROVAVELMENTE (nunca terá certeza) receberá o seu ca- pital de volta com lucro. E há uma razão para isso: em última análise, o investidor quase sempre está ajudando a financiar uma empresa ou governo, que por sua vez irá utilizar esses recursos para algum projeto ligado à geração de valor na econo- mia real. Podem por exemplo ser novos equipamentos para aumentar a produtivi- dade de uma fábrica, uma nova unidade de negócios ou ampliação das atividades de uma empresa de serviços.

Diferenças na expectativa de retorno, preservação do capital e estabilidade

Outro fator importante

é a expectativa de retorno,

risco e estabilidade.

Esses negócios geralmente já geram fluxo de caixa ou têm uma boa expectativa de que irão gerar no futuro, e o investidor espera que, além de receber o seu capi- tal de volta, também haja uma remuneração adicional quase certa.

Já o especulador nem sempre tem essa expectativa, pois seu raciocínio é diferen- te. Ele sabe que suas apostas podem ser positivas, mas está ciente de que muitas delas serão negativas. Diferentemente do investidor, que geralmente apenas faz apostas em oportunidades nas quais a expectativa de algum tipo de lucro seja pro- vável, e onde ele acredita que a chance de diminuir ou perder o capital do investi- mento seja baixa, o especulador nem sempre sabe se conseguirá obter lucro na operação, ou mesmo se o capital inicial da sua aposta não sofrerá perdas.

Assim, conforme vai diminuindo a certeza de receber o capital de volta adicionado de uma remuneração, e o risco de perda vai aumentando, a aposta vai cada vez mais deixando de ser classificada como um investimento para se tornar uma espe- culação, e, no extremo, pode chegar ao risco de se perder todo o capital investido e ainda ter de colocar mais dinheiro para cobrir prejuízos adicionais, especialmente no caso de contratos futuros ou na venda de contratos de opções.

Portanto, o especulador assume riscos maiores que o investidor, na esperança de retornos que podem chegar a ser exorbitantes, mas cuja expectativa de que se concretizem raramente é tão alta quanto a do investidor.

A cabeça do investidor busca oportunidades de remuneração do seu próprio capi- tal (existem exceções), sempre que possível com proteção do dinheiro investido.

Já o especulador muitas vezes trabalha com capital de terceiros para obter a cha- mada alavancagem. Limites em corretoras e margens de garantia são bons exem- plos.

Alavancagem é o aumento do seu poder de aposta através da concessão de um limite operacional maior do que você de fato possui depositado. No caso de espe- culadores da bolsa, um bom exemplo é o limite concedido pelas corretoras para que você opere mini contratos futuros de Índice Bovespa.

Outra diferença: Capital próprio vs capital de terceiros

É a alavancagem que faz com que eles corram riscos elevados, até mesmo de perda total do capital da aposta (ou até mais), mas que em compensação oferece o potencial de ganhos percentuais enormes em um único dia.

Resumindo, enquanto investidores se contentam com ganhos anuais acima de algum referencial, como a taxa Selic ou o resultado anual do Ibovespa, os especu- ladores muitas vezes buscam dobrar o capital da aposta em um único dia.

Foi esse mecanismo de alavancagem que tornou possível que eu transformasse R$ 400 em R$ 20.000 em poucas semanas. Não vou falar sobre isso aqui, mas no meu site (Portal Price Action) você encontra mais informações sobre as técnicas que utilizei, na apresentação que fiz no programa “Price Action Expert #21” (ht- t p s : // w w w. p r i c e a c t i o n. c o m. b r / c o n t e u d o - l i v r e / e s c l a r e c e n d o - o - -projeto-de-r400-a-r20-mil-price-action-expert-21/ ), do canal do Esquadrão SST.

Especulador vs Jogador

A essa altura acredito que já esteja bem clara a diferença entre um especulador e um investidor, mas também é importante que não se confunda um especulador profissional com um jogador amador, que geralmente não tem as qualificações necessárias ou não encara o mercado como um negócio.

O fato de que o especulador tenha de lidar com a incerteza em termos de retorno não quer dizer que ele seja displicente ou entre em qualquer aposta que apareça, pois esse seria mais o perfil do jogador.

A expectativa de retorno da aposta de um jogador não profissional da bolsa ou de um cassino na verdade é negativa. Em outras palavras, quando ele faz uma aposta, é esperado que ele perca. As pessoas seguem fazendo apostas amadoras em cassinos ou mesmo na bolsa de valores porque existe um componente rela- cionado à diversão e ao entretenimento: elas gostam da sensação de excitação que o jogo oferece.

Por outro lado, o especulador tenta, dentro do possível, controlar suas emoções, e dá muita ênfase ao controle do risco e à seleção de suas apostas, especialmen- te na bolsa.

Os especuladores são especialistas em lidar com risco, e levam muito a sério a seleção e o gerenciamento das suas operações. Embora existam alguns que se uti- lizem apenas da sua experiência em pregão ou tempo de tela para selecionar e ge- renciar suas operações, essas duas coisas ficam muito mais fáceis de se fazer se ele tiver algum tipo de técnica. Seja qual for o caso, planejamento e disciplina são fundamentais.

O que é um trader?

Chamamos de Trader o especulador da bolsa de valores, que também é conhecido como operador. Alguns deles também participam de “mercados de balcão” fora da bolsa, como por exemplo o Forex. Daqui por diante neste e-book, chamaremos o especulador financeiro de trader.

Outro termo importante de se conhecer é o “Trade”. Chamamos de Trade (sem o r) às operações em bolsa. Sendo assim, um trader faz trades, combinado? “Trade” também pode se referir ao negócio de quem opera profissionalmente na bolsa. Por exemplo: “e aí, como foi o seu trade hoje?”

Traços de personalidade de grandes traders

Pegando carona no que escreveu o meu mestre Al Brooks, um renomado autor de uma técnica chamada “Price Action”, não importa a técnica que utilizem, todos os traders bem-sucedidos têm algumas características em comum, já que todos são:

Disciplinados – têm compromisso em fazer o que é certo;

Objetivos - não deixam as emoções influenciarem em suas decisões;

Pacientes – aguardam situações adequadas ao seu estilo;

Tomadores de risco - confortáveis em lidar com incertezas;

Competentes – Conhecem as técnicas e gerenciam muito bem suas opera- ções.

Princípio conceitual: Seu trade é o seu negócio, cuide dele

Traders profissionais encaram a atividade com muita seriedade, como se fosse um negócio. Eles sabem que nesta carreira irão operar diariamente pelos próximos 10, 20, 30, 40 anos, portanto eles fazem o possível para se manterem calmos e felizes todos os dias, pois não há quem aguente sofrimento constante por décadas a fio. Esse é um dos motivos para que eles se esforcem tanto para aprender técnicas, pois elas ajudam a controlar a ansiedade e ter uma visão melhor do mercado, au- mentando as suas chances de sucesso.

Um trader de sucesso mal pode esperar o próximo pregão abrir, acorda todos os dias empolgado e com muita vontade de colocar em prática tudo o que sabe. Não é apenas pelo dinheiro, é também pelo prazer da atividade. Se você vir um trader constantemente estressado, ele provavelmente está operando posições maiores do que a sua condição permite ou a sua técnica talvez não esteja tão apurada, fazendo com que ele fique ansioso por não entender o que o mercado está fazendo ou sem saber como se virar naquela determinada situação. É preciso técnica e experiência, que só vêm com muito estudo e prática.

Princípio conceitual: Vantagem estatística

Vantagem estatística é uma vantagem que provavelmente irá se concretizar, desde que utilizada ao longo de um número suficiente de tentativas. Não importa se ela não se manifestou nas primeiras investidas, o que importa é que ao longo do tempo ela prevaleça.

Apenas a título de comparação, quando você aprende bem uma técnica, passa a ter uma vantagem real na profissão, assim como os grandes cassinos têm uma vantagem estatística sobre os jogadores. O Cassino não sairá vencedor em cada uma das milhares de apostas diárias que acontecem em suas dependências, e vez ou outra terá de pagar grandes montas a alguns de seus clientes que acertaram em cheio o número que saiu na roleta. Caso o Cassino ganhasse sempre, não have- ria atratividade para os jogadores e a atividade não existiria.

Porém, por ter uma vantagem estatística, que aliás geralmente é estreita, o Cassi- no sabe que, se conseguir manter esse mesmo cliente que ganhou há pouco jogan- do ativamente, provavelmente o dinheiro irá voltar para a banca.

Princípio conceitual: Nenhuma operação individual tem garantia de ganho

Já foi dito que qualquer vantagem estatística que você tenha sobre quem entra do outro lado do seu trade será pequena, e é ao longo de várias operações que o resultado dessa vantagem irá aparecer.

Traders profissionais sabem que não há garantias de que nenhuma operação indi- vidual será bem-sucedida, e que perdas eventuais são inerentes a esta atividade.

Por isso, quando gerenciam corretamente uma operação e ainda assim ela acar- reta em uma perda, eles encaram esse prejuízo como sendo o custo de se fazer negócios, sabendo que se seguirem fazendo a coisa certa ao longo do tempo, é provável que na soma de várias operações saiam com um saldo positivo.

Já os iniciantes dão uma importância demasiada para cada trade individual, e é comum perderem o controle emocional quando um deles dá errado, ignorando o fato de que nesta atividade o risco está sempre presente e que nenhum trade pode dar certeza de ganho.

Com o seu emocional abalado, eles deixam de gerenciar corretamente suas ope- rações, e é nesse momento que surgem as grandes perdas, deixando a tão sonha- da consistência cada vez mais distante e um rombo enorme em suas contas.

Então, a vantagem estatística é a razão de os cassinos se manterem vivos e lucrati- vos ano após ano, década após década. Diferentemente do turista-jogador, do ponto de vista do Cassino e de seus donos, este é um negócio como qualquer outro, embasado em uma vantagem. Para eles não é um jogo, é um negócio sólido.

A mesma coisa vale para os traders profissionais. Quer se tornar um? Estude para que você tenha uma vantagem estatística, não arrisque demais em uma única ope- ração e tenha em mente que é ao longo de vários trades que a sua vantagem irá se concretizar em lucro, por isso se proteja e não dê tanto peso ao resultado individu- al de cada operação, conforme vou explicar a seguir.

Chamamos de “corpo” este espaço mais “gordinho”, que fica entre os preços de abertura e fechamento, e a esse risquinho vertical damos o nome de “sombra”. E por que você quer saber isso tudo? Para tentar entender como foi o humor dos operadores durante aquele intervalo de tempo, você quer saber se a maioria estava mais interessada em comprar ou em vender, e também quer saber se esta- vam indecisos ou convictos.

Esse é o primeiro passo para que você possa tentar interpretar e fazer apostas a respeito da direção futura dos preços, tanto no curto quanto no longo prazo.

Por exemplo, para nós que estudamos uma técnica operacional chamada “Price Action do Al Brooks”, quanto maior o tamanho do corpo, e menor o tamanho da sombra, mais forte terá sido a convicção dos traders em operar naquela direção. Assim, se o candle tiver um corpo branco muito grande, mostra forte convicção na compra durante aquele período que passou, mas se o candle tiver sido uma barra grande preta, mostrará vendedores convictos.

Colocando em miúdos, quando você aprende a ler gráficos de maneira correta, instantaneamente consegue ter uma noção se a oferta e a demanda estão equili- bradas ou desequilibradas, e também consegue ter uma ideia do humor dos agen- tes, além de muitas outras informações. Será que eles estão em pânico ou eufóri- cos? Estão indecisos ou convictos?

Isso tudo que falei acima é de modo geral, porque na realidade tudo depende do contexto em que este candle estiver inserido, portanto não tome decisões basea- das apenas nisso.

Se estiver curioso e quiser se aprofundar um pouco mais, pode ler o artigo “Básico de Candles”, disponível gratuitamente no Portal Price action, assim como vários outros materiais sobre a técnica Al Brooks. Alternativamente, utilize os demais caminhos sugeridos na conclusão deste ebook.

Lendo um gráfico na prática

Pegando carona no que você já sabe, vamos tentar um exemplo prático?

Este abaixo é o gráfico diário da Petrobras. O chamamos de “diário” porque o intervalo de tempo de cada vela foi um dia inteiro de negociação, mas se cada candle fechasse em intervalos de 5 minutos, este seria um gráfico de 5 minutos, se fechasse a cada 60 minutos chamaríamos de gráfico de 60 minutos, e assim por diante.

Perceba que agora você consegue instantaneamente enxergar se cada dia foi de alta ou de baixa, e através dos tamanhos de corpos e sombras também consegue ter uma ideia se os agentes estavam convictos, indecisos, eufóricos, ou em pânico.

Alguns princípios técnicos

Pois bem, agora que você já tem uma noção de como ler gráficos, vamos entrar em alguns princípios mais técnicos da especulação profissional.

O Al Brooks sempre nos lembra que mesmo os traders iniciantes fazem dinheiro suficiente ao longo do tempo, mas algumas perdas que poderiam ser evitadas acabam levando tudo embora todo os ganhos e ainda deixam o saldo negativo, e você deve se livrar delas.

Por isso, apesar de os profissionais encararem com naturalidade quando uma operação consciente dá errado, eles dedicam muita atenção à estruturação de cada novo trade, e se preservam para evitar perdas infantis, que poderiam ser evitadas.

As infantilidades mais comuns são:

1. entrar em operações contra a tendência;

2. montar uma posição muito grande;

3. não cair fora quando a sua premissa se mostrar errada, deixando de acionar

seus stops de proteção.

Profissionais evitam operar contra a tendência, pois sabem que são grandes as chances de os preços seguirem se movendo verticalmente na direção dela.

Já os iniciantes costumam adorar operações contra a tendência, pois nessas situações os preços já subiram ou caíram bastante, tornando a operação “irresis- tível”. Se antes ele já estava pensando em comprar, imagine agora que ficou ainda mais atrativo, já que a ação caiu 5%!

Erro Infantil 1: Operar contra a tendência

“Ficou barato” ele pensa, ignorando o fato de que é justamente isso que os preços fazem em tendências de baixa: eles caem e continuam caindo, e o que parece barato em relação a momentos anteriores talvez pareça muito caro daqui a alguns instantes.

Por isso, certifique-se sempre de que não há uma tendência contrária antes de comprar ou vender, pois, se houver, é importante estruturar as operações de maneira diferente, adequada a este contexto.

Você jamais terá certeza se determinou corretamente se é uma tendência ou se os preços na verdade estão em equilíbrio, só saberá depois que a sua operação já tiver tido um desfecho positivo ou negativo. Por isso, lembre-se sempre de que não há garantias, mas estudando e conhecendo bem as técnicas, é possível que os seus resultados ao longo do tempo mostrem um bom número de acertos, algo primordial para que você adquira confiança e tenha um histórico de resultados consistente.

Isso tudo leva tempo, por isso estude, pratique e não tenha pressa.

Erro Infantil 2: Má escolha do local de stop

Outro benefício de se operar com técnica é a escolha adequada dos níveis de “stop”. Stops são um mecanismo de proteção da sua conta, onde ao atingir um determinado nível ou situação você reconhece que está errado e automatica- mente realiza um prejuízo aceitável, dentro do seu planejamento de risco, de modo a não deixar que essa perda cresça a níveis muito elevados. A ideia é a pre- servação da conta no longo prazo, sem deixar que nenhuma operação individual coloque em risco o seu capital total.

É importante saber que stops de proteção existem para te proteger, mas se forem mal colocados irão ficar toda hora te tirando de boas operações com pe- quenas perdas, para logo em seguida você assistir de fora do barco os preços indo na direção que teria rendido lucro.

Se isso estiver ocorrendo, os stops estarão na verdade te prejudicando, e não te ajudando. Que isso ocorra uma vez ou outra faz parte da atividade, mas ficar toda hora acumulando pequenos prejuízos e não ter ganhos suficientes para compen- sar faz um estrago tão ruim na sua conta quanto ter um grande prejuízo de uma só vez, pois ambos levam à falta de consistência e, no limite, à quebra da conta.

É por isso que traders profissionais sabem que colocar os stops nos lugares cor- retos é fundamental para evitar este tipo de problema, e sem técnica isso é algo muito difícil de se fazer.

Preços flutuam, e é importante saber diferenciar oscilações de tamanhos nor- mais daquelas que de fato representam uma ameaça e uma quebra de premissa. Ler o contexto do mercado e gerenciar trades de maneira correta evita que você seja tirado muito cedo e com prejuízo de uma operação que na verdade seria lucrativa.

Traders iniciantes têm tanto medo de perder qualquer quantia, por menor que seja, que acabam virando mestres em colocar stops muito curtos para evitar prejuízos maiores, sem perceber que essas pequenas perdas se acumulam e se transformam em prejuízos enormes.

Stops de proteção são fundamentais, mas certifique-se de que eles estão jogando a seu favor e não contra você: Acima, o gráfico diário de ABEV3 mostra um exemplo hipotético de um stop mal colocado. Digamos que um trader tenha comprado a máxima indicada pela seta verde. Se ele tivesse colocado um stop de, digamos, 3% (destacado pela seta laranja), ignorando o fato de que a pressão de compra estava tão forte que eventuais oscilações para baixo provavelmente seriam seguidas de novas altas, pois seriam meras realizações de lucro e não uma ameaça à tese de alta, ele teria sido estopado com prejuízo de 3% durante as duas barras de queda, em uma operação que logo em seguida chegou a dar um ganho de até 8,33% (destacado pela seta azul). Em outras palavras, com medo de sofrer um grande prejuízo, o iniciante decidiu sair com perda em uma oscilação que podia ser considerada absolutamente normal, saindo negativo de uma boa compra em um contexto de alta.