Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

ESPECIALIZAÇÃO DE PSICOPEDAGOGIA, Manuais, Projetos, Pesquisas de Psicopedagogia

APOSTILAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021

Compartilhado em 21/11/2021

thaise-sonaria
thaise-sonaria 🇧🇷

5

(1)

3 documentos

1 / 46

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e

Pré-visualização parcial do texto

Baixe ESPECIALIZAÇÃO DE PSICOPEDAGOGIA e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Psicopedagogia, somente na Docsity!

SUMÁRIO

  • 1 INTRODUÇÃO
  • 2 O PSICOPEDAGOGO
  • 2.1 Diagnóstico Psicopedagógico Clínico
  • 3 MODALIDADE DE APRENDIZAGEM
  • 4 DESENVOLVIMENTO INFANTIL
  • 5 A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA DA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
  • 6 DIAGNÓSTICO DO DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
    • psicopedagógica...................................................................................................... 6.1 Recursos a serem usados no diagnóstico e intervenção
  • 7 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
  • 7.1 Entrevista de Queixa
  • 7.2 Entrevista de anamnese
  • 7.3 EOCA...................................................................................................................
  • 7.4 Observação lúdica
  • 7.5 Provas Operatórias Piagetianas
  • 7.6 Técnicas Projetivas Psicopedagógicas................................................................
  • 7.7 Área Psicomotora
  • 7.8 Área Pedagógica
  • 7.9 Área Social
  • 8 ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO E ENCAMINHAMENTO
  • 8.1 Entrevista Familiar Exploratório Situacional (E.F.E.S.)
  • EDUCACIONAL 9 A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EM COLABORAÇÃO À GESTÃO

1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

2 O PSICOPEDAGOGO

Fonte: dialogosdosaber.com.br

O Código de Ética do Psicopedagogo, no seu artigo 1°, define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana: seus padrões normais e patológicos considerando a influência do meio, família, escola e sociedade no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. A Psicopedagogia surge para atender a uma demanda específica de auxílio à superação das dificuldades de aprendizagem, atuando de forma preventiva e terapêutica. A Psicopedagogia se divide em três processos: prevenção, diagnóstico e intervenção. Na prevenção, o psicopedagogo realiza uma investigação institucional, avaliando os processos didáticos e metodológicos aplicados, e a dinâmica dos profissionais, buscando compreender o processo ensino/aprendizagem e propondo alternativas que otimizem os esforços empreendidos pelos envolvidos. A Psicopedagogia, na forma clínica, busca a promoção da saúde mental auxiliando o indivíduo na superação das dificuldades de aprendizagem, investigando os sintomas, a modalidade de aprendizagem e desenvolvendo atividades interventivas. O atendimento psicopedagógico com uma postura clínica considera a singularidade do sujeito, os aspectos inconscientes envolvidos no não aprender nos seus diversos contextos (biológico, afetivo e cognitivo), além da família e da escola.

assimilação, o sujeito transforma a realidade para integrá-la às suas possibilidades de ação e, através da acomodação, transforma e coordena seus próprios esquemas ativos, para adequá-los às exigências da realidade. As modalidades de aprendizagem sintomáticas são geradas por um desequilíbrio nos movimentos de assimilação e/ou acomodação. O excesso (hiper) ou escassez (hipo) em um desses movimentos afeta o resultado (aprendizagem), ou seja, dificuldades de aprendizagem estão relacionadas a uma hiperatuação ou hipo - atuação de um desses processos. Quando há o predomínio da assimilação, as dificuldades de aprendizagem são da ordem da não resignação, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de modo subjetivo, não internalizando as características próprias do objeto. Quando a acomodação predomina, o sujeito não empresta sentido subjetivo aos objetos, antes, resigna-se sem criticidade. As modalidades de aprendizagem sintomáticas são assim descritas:

  • Hipoassimilação: nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre ou baixa, o que resulta na pobreza no contato com o objeto.
  • Hiperassimilação: sendo a assimilação o movimento de adaptação que permite a alteração das informações fornecidas pelo meio, para que possam ser incorporadas pelo sujeito, na aprendizagem sintomatizada pode ocorrer um exagero desse movimento, de forma que o sujeito não se submete ao aprender. Nesse movimento, há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos;
  • Hipoacomodação: a acomodação consiste em adaptar-se para que ocorra a internalização. A sintomatização da acomodação ocorre pela resistência em acomodar elementos do meio (informações), que pode ser definida como a dificuldade de internalizar os objetos;
  • Hiperacomodação: se acomodar significa internalizar os elementos do meio (informações), o exagero nesse processo pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade, levando à submissão e à obediência acrítica às normas; As informações, ou elementos do meio, são pouco alterados, de forma que não podem ser incorporados pelo sujeito, apenas acomodados. Analisando a forma como operam as modalidades de aprendizagem, existem três grupos de modalidades (organizações) que perturbam o aprender: hipoassimilação-Hipoacomodação; hiperassimilação-hipoacomodação; e hipoassimilação-hiperacomodação.

4 DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Fonte: daddy.com.br

O conceito de desenvolvimento infantil pode ser entendido como um processo que envolve vários aspectos: crescimento físico, maturação neurológica, construção de habilidades relacionadas ao comportamento e às esferas cognitivas, social e afetiva da criança. O desenvolvimento adequado habilita a criança a atender à demanda do meio, tornando-a “competente” para responder às suas necessidades, considerando o seu contexto de vida. O desenvolvimento infantil relaciona-se diretamente com fatores biológicos e ambientais. Os fatores biológicos estão relacionados a danos ocorridos nos períodos pré, peri e pós-parto, que podem conduzir a deficiências e problemas no desenvolvimento neurológico. Neste grupo estão os distúrbios de ordem genética, malformações congênitas, prematuridade, hipóxia cerebral, meningites e condições da gestação da mãe (uso de drogas, fumo e doenças) que podem impactar o desenvolvimento da criança. Os fatores ambientais estão relacionados à exposição da criança aos estímulos e situações do meio, tais como condições de habitação, higiene, conforto, nutrição, estímulo familiar e vida social. Neste contexto, a reabilitação é o processo pelo qual a criança com alterações no desenvolvimento poderá ser adequadamente estimulada com o objetivo de melhorar a funcionalidade das suas habilidades físicas, mental e/ou social. Nessa perspectiva, todo trabalho de reabilitação, independentemente da idade, deve estar

forma o cabe ao psicopedagogo vasculhar cada “canto” da pessoa, enxergando não apenas o que a criança mostra, mas saber perceber que a mesma pode ter algum problema imperceptível que está dificultando sua aprendizagem e saber conduzi-la a outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, etc., com intuito de investigar múltiplos fatores que influenciam o não aprender dessa criança.

O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta fundamental é investigar todo o processo de aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para valendo-se desta investigação entender a constituição da dificuldade de aprendizagem (RUBINSTEIN, 1987, apud UHLMANN 2018, p. 225).

É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo, porém uma vez iniciado esse processo, deve-se lançar mão de todos os instrumentos diagnósticos necessários. Essa busca terá o intuito de descobrir as razões que impedem o sujeito de aprender, situação essa levantada por uma queixa seja do educador, da família, da escola ou até mesmo do próprio sujeito. Caberá, portanto, ao psicopedagogo “ouvir” essa queixa, analisá-la, interpretá-la e seguir com seu processo de avaliação como função diagnóstica na busca em atender as necessidades educativas traduzidas em situações passíveis de melhora e com a concretização de auxílio e suporte.

6 DIAGNÓSTICO DO DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM

Investigação é um termo utilizado por Rubinstein (1987), e que definem a psicopedagogia. O profissional desta área deve analisar o modo de como ela se expressa, seus gestos, a entonação da voz, tudo. O psicopedagogo deve também enxergar não só o que essa criança mostra, mas saber perceber que ela pode ter algum problema imperceptível que está dificultando sua aprendizagem e saber conduzi-la para um outro profissional, como: psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, etc., isso significa saber investigar os múltiplos fatores que levam está criança a não conseguir aprender.

O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta 6 fundamentalmente é investigar todo o processo de aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para

valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem (RUBINSTEIN, 1987, apud MORAIS, 2010, p. 6). Diagnosticar um distúrbio de aprendizagem é uma tarefa difícil e para fazê-lo de modo preciso e eficiente há que se ter a participação de equipe interdisciplinar e utilização de diferentes instrumentos para avaliação. O diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário. É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da escuta psicopedagógica para que se possa decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção. Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a criança possui algum tipo de dificuldade na aprendizagem, fato que normalmente só é detectado quando ela é inserida no ensino formal. Porém, uma vez realizada essa constatação, cabe à equipe investigar a sua causa e, para tanto, deve-se lançar mãos de todos os instrumentos diagnósticos necessários para esse fim. O diagnóstico psicopedagógico abre possibilidades de intervenção e dá início a um processo de superação das dificuldades. O foco do diagnóstico é o obstáculo no processo de aprendizagem. É um processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldade dentro do contexto da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é uma exploração problemática do aluno frente à produção acadêmica. Durante o diagnóstico psicopedagógico, o discurso, a postura, a atitude do paciente e dos envolvidos são pistas importantes que ajudam a chegar nas questões a serem desvendadas. É através do desenvolvimento do olhar e da escuta psicopedagógica, trabalhados e incorporados pelo profissional que poderão ser lançadas as primeiras hipóteses acerca do indivíduo. Esse olhar e essa escuta ultrapassam os dados reais relatados e buscam as entrelinhas, a emoção, a elaboração do discurso inconsciente que o atendido traz. O objetivo do diagnóstico é obter uma compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios que estão ocorrendo neste processo que leve a um prognóstico e encaminhamento para o problema de aprendizagem. Procura-se

cada aluno. O diagnóstico não deverá somente fundamentar uma deficiência, mas apontar as potencialidades do indivíduo. Não é simplesmente o que este tem, mas o que pode ser e como poderá se desenvolver.

É de extrema relevância detectarmos, através do diagnóstico, o momento da vida da criança em que se iniciam os problemas de aprendizagem. Do ponto de vista da intervenção, faz muita diferença constatarmos que as dificuldades de aprendizagem se iniciam com o ingresso na escola, pois pode ser um forte indício de que a problemática tinha como causa fatores intra-escolares (BOSSA, 2000, apud MORAIS, 2010, p. 8). Ao se instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente para o significado do sintoma a nível familiar e escolar e não o veja apenas em um recorte, como uma deficiência do sujeito. Que o psicopedagogo, através do diagnóstico acredite numa aprendizagem que possibilite transformar, sair do lugar estagnado e construir. Que ele seja o fio condutor que norteará a intervenção psicopedagógica.

6.1 Recursos a serem usados no diagnóstico e intervenção psicopedagógica

O Código de Ética da Psicopedagogia, em seu Capítulo I – Dos Princípios – Artigo 1º afirma que o psicopedagogo pode utilizar procedimentos próprios da Psicopedagogia, procedimentos próprios de sua área de atuação. O psicopedagogo pode usar como recursos a entrevista com a família; investigar o motivo da consulta; conhecer a história de vida da criança, realizando a anamnese; entrevistar o aluno; fazer contato com a escola e outros profissionais que atendam a criança; manter os pais informados do estado da criança e da intervenção que está sendo realizada; realizar encaminhamentos para outros profissionais, quando necessário. Também há outros recursos, referindo-se as Provas de Inteligência (WISC); Testes Projetivos; Avaliação perceptomotora (Teste de Bender); Teste de Apercepção Infantil (CAT.); Teste de Apercepção Temática (TAT.); Provas de nível de pensamento (Piaget); Avaliação do nível pedagógico (nível de escolaridade); Desenho da família; Desenho da figura humana; Teste HTP ( casa, árvore e pessoa); Testes psicomotores; Lateralidade; Estruturas rítmicas... A autora não apresenta restrição quanto ao uso dos testes, no entanto, alguns destes testes (Wisc, Teste de Bênder, CAT, TAT, Testes Projetivos), aqui no Brasil, são considerados de uso exclusivo de psicólogos. Para evitar atritos, o psicopedagogo pode ser criativo e desenvolver atividades que

possibilitem fazer as mesmas observações que tais testes. Ele também pode organizar uma equipe multidisciplinar, de maneira a que se faça uma avaliação de todos os aspectos sobre os quais recai nossa hipótese diagnóstica inicial. Exemplo: teste de inteligência (psicólogos); testes de audição e de linguagem (fonoaudiólogos). Os pedagogos especialistas em psicopedagogia, podem usar testes como o TDE, Metropolitano, ABC, Provas Piagetianas, provas pedagógicas, etc. O uso de jogos também é sugerido como recurso, considerando que o sujeito através deles pode manifestar, sem mecanismos de defesas, os desejos contidos em seu inconsciente. Além do mais, no enfoque psicopedagógico os jogos representam situações-problemas a serem resolvidos, pois envolvem regras, apresentam desafios e possibilita observar como o sujeito age frente a eles, qual sua estrutura de pensamento, como reage diante de dificuldades.

7 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

A aprendizagem é um processo que está sempre em busca de novos conhecimentos, que necessita de um aprendiz capaz de conhecer o mundo que o rodeia e a si próprio. Envolve as experiências individuais, resultando numa mudança de comportamento. É uma interação entre os aspectos biológicos, afetivos, intelectuais e culturais, que levam ao processo educativo. Estamos sempre em processo de aprendizagem, pois continuamos a aprender por toda nossa vida.

[...] "para a aprendizagem ocorrer, é necessário que haja uma interação ou troca de experiências do indivíduo com o seu meio ambiente ou comunidade educativa"(LAKOMY, 2008, apud ESPÍNDOLA, 2016, p. 3). A dificuldade de aprendizagem pode surgir a qualquer momento, problemas de vários fatores interferem na aprendizagem. Estas dificuldades não são determinadas por um único fator, portanto, deve-se fazer uma investigação detalhada para descobrir o que leva a esta dificuldade de aprendizagem, podem ser originados por fatores orgânicos, específicos, emocionais e ambientais. Nunca um problema de aprendizagem virá isolado, é antes de tudo um sintoma. Esta dificuldade pode vir em termo restrito, como um problema clínico e num sentido geral, como uma questão no próprio conhecimento.

de determinados alunos ou alunas que apresentem dificuldades em seu desenvolvimento pessoal ou desajustes com respeito ao currículo escolar por causas diversas, e a fundamentar as decisões a respeito da proposta curricular e do tipo de suportes necessários para avançar no desenvolvimento das várias capacidades e para o desenvolvimento da instituição. A avaliação psicopedagógica envolve: a) a identificação dos principais fatores responsáveis pelas dificuldades da criança. Precisa determinar se tratasse de um distúrbio de aprendizagem ou de uma dificuldade provocada por outros fatores (emocionais, cognitivos, sociais...). Isto requerer que sejam coletados dados referente à natureza da dificuldade apresentada pela criança, bem como que se investigue a existência de quadros neuropsiquiátricos, condições familiares, ambiente escolar e oportunidades de estimulação oferecidas pelo meio a que a criança pertence; b) o levantamento do repertório infantil relativo as habilidades acadêmicas e cognitivas relevantes para a dificuldade de aprendizagem apresentada, o que inclui: conhecimento, pelo profissional, do conteúdo acadêmico e da proposta pedagógica, à qual a criança está submetida; investigação de repertórios relevantes para a aprendizagem, como a atenção, hábitos de estudos, solução de problemas, desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.; avaliação de pré-requisitos e/ou condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos; identificação de padrões de raciocínio utilizados pela criança ao abordar situações e tarefas acadêmicas, bem como déficits e preferências nas modalidades percentuais etc.; c) a identificação de características emocionais da criança, estímulos e esquemas de reforçamento aos quais responde e sua interação com as exigências escolares propriamente ditas. Ela deve ser um processo dinâmico, pois é nela que são tomadas decisões sobre a necessidade ou não de intervenção psicopedagógica. Ela é a investigação do processo de aprendizagem do indivíduo visando entender a origem da dificuldade e/ou distúrbio apresentado. Inclui entrevista inicial com os pais ou responsáveis pela criança, análise do material escolar, aplicação de diferentes modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de competência e dificuldades apresentadas. Durante a avaliação podem ser realizadas atividades matemáticas, provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções

cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos. Inicialmente, deve-se perceber, na consulta inicial, que a queixa apontada pelos pais como motivo do encaminhamento para avaliação, muitas vezes pode não só descrever o sintoma, mas também traz consigo indícios que indicam o caminho para início da investigação.

“A versão que os pais transmitem sobre a problemática e principalmente a forma de descrever o sintoma, dão-nos importantes chaves para nos aproximarmos do significado que a dificuldade de aprender tem na família” (FERNÁNDEZ, 1991, apud MORAIS, 2010, p.4). Avaliar as aprendizagens de um aluno equivale a especificar até que ponto ele desenvolveu determinadas capacidades contempladas nos objetivos gerais da etapa. Para que o aluno possa atribuir sentido às novas aprendizagens propostas, é necessária a identificação de seus conhecimentos prévios, finalidade a que se orienta a avaliação das competências curriculares a avaliação psicopedagógica irá fornecer informações importantes em relação as necessidades dos alunos, bem como de seu contexto escolar, familiar e social, e ainda irá justificar se há ou não necessidade de introduzir mudanças na oferta educacional. Depois de coletadas informações que considera importante para a avaliação, o psicopedagogo irá intervir visando à solução de problemas de aprendizagem em seus devidos espaços, uma vez que a avaliação visa reorganizar a vida escolar e doméstica da criança e, somente neste foco ela deve ser encaminhada, vale dizer que fica vazio o pedido de avaliação apenas para justificar um processo que está descomprometido com o aluno e com a sua aprendizagem. De fato, se pensarmos em termos bem objetivos, a avaliação nada mais é do que localizar necessidades e se comprometer com sua superação. De acordo com a Epistemologia Convergente, os passos para a avaliação psicopedagógica clínica são: levantamento da queixa com contrato firmado por ambas as partes, Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), escolha dos instrumentos de acordo com o primeiro sistema de hipótese, anamnese, aplicação das provas de todas as áreas com segundo sistema de hipótese, levantamento de dados escolares, análise e conclusão da terceira e última hipótese, informe psicopedagógico, devolutiva escolar e familiar e pôr fim a proposta de intervenção.

bloqueiam novas experiências da criança por si só evitando por exemplo, comer sozinha para não se sujar, não tiram a fralda para não urinar em casa, também não permitem que haja o processo de desenvolvimento do equilíbrio entre assimilação e acomodação, causando o processo chamado de hipoassimilação, onde os pais acabam retardando o desenvolvimento da criança. Por outro lado, existem pais que forçam as crianças a realizarem sozinhas atividades para as quais ainda não possuem maturidade em seu organismo, não estando portando a criança pronta para assimilar, é o chamado Hiperassimilação, que acaba acelerando negativamente o pensamento da criança, tornando as precoces. Dando continuidade ao processo investigatório, o psicopedagogo por meio da Anamnese também abordará a história clínica da criança, abordando as possíveis doenças, como foram diagnosticadas e tratadas, se resultaram em alguma consequência. É também de grande relevância saber a história escola do sujeito, desde quando começou a frequentar a escola, como foi o primeiro dia de aula, se existiram frustrações, entusiasmos, porque os pais escolheram aquela escola, se houve alguma troca de escola, quais são os aspectos positivos e negativos e as possíveis consequências para o processo de aprendizagem. As informações obtidas na Anamnese deverão ser registradas para levantar hipóteses que poderão justificar a defasagem do indivíduo, bem como auxiliar na seleção de outros instrumentos de diagnóstico.

7.3 EOCA

EOCA é a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, elaborada por Jorge Visca, aplicada aos sujeitos em processo de aprendizagem. É o primeiro momento do psicopedagogo com o avaliando que traz a queixa, com o objetivo de observação e das reações do sujeito frente à aprendizagem. O profissional precisa conhecer melhor a maneira como a criança aprende a fazer o que lhe ensinam. Os materiais são deixados sobre uma mesa, que podem ser: lápis de cor, giz de cera, massa de modelar, caneta hidrocor, régua, barbante, palitos de sorvete, borracha, tesoura, cola, papel pautado, papel sulfite, papel colorido, revistas, gibis, livros de acordo com a faixa etária do avaliando, jogos, lápis grafite sem ponta, para

que se possa observar a iniciativa do sujeito. Utilizar materiais que sejam coerentes com o ambiente do sujeito. Diante da mesa com todos os materiais já dispostos segue para a aplicação da EOCA, deve-se seguir as seguintes consignas. Consigna de abertura ou inicial, "Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu". Caso o sujeito não se manifeste, parte para a consignação múltipla. Consigna múltipla, "Você pode ler, escrever, pintar, desenhar, recortar, calcular, pode fazer o que quiser". Esta será uma opção, caso ele não responda a consigna de abertura, onde você irá mostrar várias opções de acordo com os materiais presentes na mesa. Consigna fechada, "Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já fez". Fazer algo diferente e observar a iniciativa da criança. Consigna direta, "Gostaria que me mostrasse algo de leitura, escrita ou matemática". Esta consigna será determinada de acordo com a queixa. Consigna de pesquisa, "Para que serve isto, o que você fez, que horas são, que cor você está utilizando, etc." Esta consigna questiona vários materiais expostos, para investigar o conhecimento do sujeito. Deve-se anotar tudo o que for falado e feito pelo avaliando, inclusive suas reações. Isto é um trabalho de muita observação e sensibilidade do psicopedagogo, respondendo somente o que lhe for perguntado e estritamente o essencial, sem qualquer tipo de demonstração satisfatória ou insatisfatória. Deixar o avaliando se manifestar livremente. Alguns fatores devem ser observados, como a temática, ou seja, todas as falas do indivíduo. A dinâmica são todas as manifestações não verbais, como postura, manuseio do material, postura corporal, etc. O produto é aquilo que o sujeito realmente produziu durante a EOCA. A dimensão afetiva manifestada através do comportamento do avaliando como medos, frustrações, fugas, distração, resistência, ansiedade, choro, etc. A dimensão cognitiva também deve ser observada através da utilização dos materiais, estratégias utilizadas durante a atividade, organização, planejamento, a construção da sua produção e suas relações durante o pensamento para execução da tarefa.