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Identificação de Sintomas Vocais em Cantores: Estudo com a Escala de Sintomas Vocais (ESV), Esquemas de Fonoaudiologia

Um estudo que identificou os sintomas vocais em 43 coristas, utilizando a escala de sintomas vocais (esv). O objetivo principal foi comparar os resultados entre cantores com e sem queixas vocais. Os resultados mostraram uma maior pontuação no domínio físico, associado a questões orgânicas da voz, e a importância de estudos que abordam o impacto de uma alteração vocal em cantores.

O que você vai aprender

  • Qual é o objetivo principal deste estudo sobre sintomas vocais em cantores?
  • Como os resultados deste estudo reforçam a importância de estudos sobre a saúde vocal em cantores?
  • Quais domínios apresentaram maior ocorrência de sintomas vocais nos coristas?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

jacare84
jacare84 🇧🇷

4.5

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ESCALA DE SINTOMAS VOCAIS EM CORALISTAS
Nathália Holanda da Fonseca1 ; Adriana de Oliveira Camargo-Gomes2
1Estudante do Curso de Fonoaudiologia - CCS UFPE; E-mail: nathalia-holanda2@hotmail.com,
2Docente/pesquisador do Depto de Fonoaudiologia CCS UFPE. E-mail: acamargogomes@gmail.com.
Sumário: Os principais objetivos deste trabalho foram identificar os sintomas vocais em
coristas, por meio da Escala de Sintomas Vocais (ESV) e os domínios de maior ocorrência
desses sintomas, comparando os resultados entre cantores com e sem queixas vocais. A
pesquisa foi realizada com participantes do coro universitário da UFPE. A coleta dos dados
foi realizada na Clínica Escola de Fonoaudiologia onde os participantes realizaram o
preenchimento da Escala de Sintomas Vocais. O principal resultado observado foi uma
maior pontuação no domínio físico que está associado às questões orgânicas da voz. Os
resultados reforçam a importância do trabalho e acompanhamento fonoaudiológico em
relação à saúde vocal nesse grupo de indivíduos.
Palavras-chaves: canto; protocolos; voz
INTRODUÇÃO
Estilos diferentes de canto podem exigir uma demanda vocal que pode pôr em risco a voz
dos cantores e comprometer suas carreiras (ROSA e PINHO 2007). Por isso, a importância
de estudos que abordam o impacto de uma alteração vocal em cantores (ÁVILA et al.,
2010). A avaliação da saúde vocal, para ser completa, deve também analisar a perspectiva
que o indivíduo tem em relação à sua qualidade de vida, mensurando quando esta se
modifica frente ao problema. Assim, podem-se apreender as consequências funcionais,
sociais e emocionais no desempenho profissional e financeiro decorrentes da alteração
vocal. Por serem mais rigorosos quanto à qualidade de suas vozes, a autoavaliação vocal
do cantor pode ser um aspecto importante a ser considerado no atendimento a essa
população. Os protocolos de autoavaliação auxiliam na verificação do impacto de um
problema de voz na vida de um indivíduo (ÁVILA et al., 2010; BEHLAU et al 2011). A
Escala de Sintomas Vocais (ESV) é considerada o protocolo mais rigoroso e
psicometricamente robusto para a autoavaliação vocal (MORETI et al., 2011a), trazendo
informações de funcionalidade, impacto emocional e sintomas físicos que um problema de
voz ou queixa vocal pode acarretar na vida do indivíduo (BRANSKI et al., 2010). É
também um instrumento considerado o mais detalhado para evidenciar respostas clínicas a
tratamentos nas disfonias. Além de específico, o protocolo possui alto grau de validade,
confiabilidade e sensibilidade para queixas vocais, possibilitando o uso na prática clínica e
pesquisa, como um instrumento que auxilia a compreensão de aspectos inerentes a
pacientes com distúrbios vocais (BEHLAU et al., 2009; MORETI et al., 2012). Em estudo
anterior observou-se que a aplicação de protocolo de autoavaliação vocal em coristas sem
queixas vocais apresentou a sensibilidade do cantor ao impacto orgânico na voz. Além
disso, apontou para a questão de que os cantores, mesmo profissionais e com treino regular
da voz, nem sempre são assistidos de maneira adequada no que se refere à saúde vocal,
desconsiderando-se os cuidados necessários e sadios para a preservação e aprimoramento
da voz (REIS e CAMARGO-GOMES, 2013). Este projeto está inserido em um estudo
maior que visa à investigação das vozes de cantores de diferentes estilos e faixas etárias,
cujo objetivo é identificar as características e possíveis distúrbios vocais, bem como seu
impacto na vida do cantor.
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ESCALA DE SINTOMAS VOCAIS EM CORALISTAS

Nathália Holanda da Fonseca^1 ; Adriana de Oliveira Camargo-Gomes^2 (^1) Estudante do Curso de Fonoaudiologia - CCS – UFPE; E-mail: nathalia-holanda2@hotmail.com, (^2) Docente/pesquisador do Depto de Fonoaudiologia – CCS – UFPE. E-mail: acamargogomes@gmail.com.

Sumário: Os principais objetivos deste trabalho foram identificar os sintomas vocais em coristas, por meio da Escala de Sintomas Vocais (ESV) e os domínios de maior ocorrência desses sintomas, comparando os resultados entre cantores com e sem queixas vocais. A pesquisa foi realizada com participantes do coro universitário da UFPE. A coleta dos dados foi realizada na Clínica Escola de Fonoaudiologia onde os participantes realizaram o preenchimento da Escala de Sintomas Vocais. O principal resultado observado foi uma maior pontuação no domínio físico que está associado às questões orgânicas da voz. Os resultados reforçam a importância do trabalho e acompanhamento fonoaudiológico em relação à saúde vocal nesse grupo de indivíduos.

Palavras-chaves: canto; protocolos; voz

INTRODUÇÃO Estilos diferentes de canto podem exigir uma demanda vocal que pode pôr em risco a voz dos cantores e comprometer suas carreiras (ROSA e PINHO 2007). Por isso, a importância de estudos que abordam o impacto de uma alteração vocal em cantores (ÁVILA et al., 2010). A avaliação da saúde vocal, para ser completa, deve também analisar a perspectiva que o indivíduo tem em relação à sua qualidade de vida, mensurando quando esta se modifica frente ao problema. Assim, podem-se apreender as consequências funcionais, sociais e emocionais no desempenho profissional e financeiro decorrentes da alteração vocal. Por serem mais rigorosos quanto à qualidade de suas vozes, a autoavaliação vocal do cantor pode ser um aspecto importante a ser considerado no atendimento a essa população. Os protocolos de autoavaliação auxiliam na verificação do impacto de um problema de voz na vida de um indivíduo (ÁVILA et al., 2010; BEHLAU et al 2011). A Escala de Sintomas Vocais (ESV) é considerada o protocolo mais rigoroso e psicometricamente robusto para a autoavaliação vocal (MORETI et al., 2011a), trazendo informações de funcionalidade, impacto emocional e sintomas físicos que um problema de voz ou queixa vocal pode acarretar na vida do indivíduo (BRANSKI et al ., 2010). É também um instrumento considerado o mais detalhado para evidenciar respostas clínicas a tratamentos nas disfonias. Além de específico, o protocolo possui alto grau de validade, confiabilidade e sensibilidade para queixas vocais, possibilitando o uso na prática clínica e pesquisa, como um instrumento que auxilia a compreensão de aspectos inerentes a pacientes com distúrbios vocais (BEHLAU et al., 2009; MORETI et al ., 2012). Em estudo anterior observou-se que a aplicação de protocolo de autoavaliação vocal em coristas sem queixas vocais apresentou a sensibilidade do cantor ao impacto orgânico na voz. Além disso, apontou para a questão de que os cantores, mesmo profissionais e com treino regular da voz, nem sempre são assistidos de maneira adequada no que se refere à saúde vocal, desconsiderando-se os cuidados necessários e sadios para a preservação e aprimoramento da voz (REIS e CAMARGO-GOMES, 2013). Este projeto está inserido em um estudo maior que visa à investigação das vozes de cantores de diferentes estilos e faixas etárias, cujo objetivo é identificar as características e possíveis distúrbios vocais, bem como seu impacto na vida do cantor.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho é um estudo transversal descritivo quantitativo e foi realizado com participantes do Coro Universitário que faz parte do Curso de Música da UFPE, localizado no Centro de Artes e Comunicação (CAC) composto por alunos do próprio curso e de outros cursos e procedências. A coleta foi realizada na Clínica Escola de Fonoaudiologia, em sala reservada para esse fim. Este estudo obteve a aprovação do comitê de ética em pesquisas com seres humanos do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, sob número CAAE 02751412.0.0000.5208, parecer nº 76929. A Escala de Sintomas Vocais foi aplicada em 43 cantores participantes do Coral Universitário da UFPE, com idades entre 21 e 80 anos, no período de setembro a novembro de 2014. A escala é constituída por trinta questões, com pontuação de 0 a 4 de acordo com a frequência de ocorrência assinalada, onde: 0= NUNCA , 1= RARAMENTE , 2= ÀS VEZES , 3= QUASE SEMPRE e 4= SEMPRE , com escore máximo de 120 pontos (MORETI et al., 2011a). De acordo com o estudo de validação do protocolo, o valor de corte para disfonia é acima de 16 pontos (MORETI et al., 2014), sendo estes caracterizados na presente pesquisa como sujeitos “com queixa vocal”. Os dados foram avaliados a partir da somatória dos pontos obtidos em cada questão, de acordo com o valor correspondente à frequência de ocorrência marcada pelo sujeito. A somatória dos pontos de todas as questões correspondia ao escore total, cujo resultado foi dividido pelo valor máximo do escore total (120 pontos) e multiplicado por 100, para cálculo do valor relativo, em porcentagem. Da mesma forma, para o cálculo do valor relativo em cada domínio, somou-se a pontuação correspondente às frequências das questões relacionadas aos distintos domínios, dividindo os resultados pela pontuação máxima de cada um, a saber: Limitação = 60; Emocional = 32; Físico = 28. Os resultados também foram multiplicados por 100, para apresentação dos resultados em porcentagem. Para comparação entre os domínios e entre os grupos denominados “com queixa” e “sem queixa”, a partir do valor de corte de 16 pontos do escore total, foi aplicado o teste t de Student para amostras independentes, com nível de significância a 5%.

RESULTADOS Dos 43 sujeitos pesquisados, 27 obtiveram pontuação superior a 16 pontos sendo considerados sujeitos com queixas vocais; e 16 sujeitos obtiveram pontuação inferior a 16 pontos sendo, portanto, considerados sem queixas vocais. A ocorrência de sintomas vocais nos coristas, segundo os domínios representados na ESV, foram: 28,15% no domínio físico; 20,73% no domínio limitação e 8,79% no domínio emocional. A subescala do domínio físico, que está associado às questões orgânicas, obteve pontuação significantemente maior que a do domínio limitação (p= 0,0025) e que a do domínio emocional (p<0,0001). Quanto à ocorrência dos sintomas vocais, nos grupos com queixa (N=27) e sem queixa vocal (N=16), os valores encontrados foram de 26,07% e 7,91%, respectivamente, sendo a diferença significante entre os grupos (p<0,0001). Na comparação entre os grupos, por domínio, foram observadas as ocorrências de 35,84%, 27,96% e 13,77%, respectivamente para os domínios físico, limitação e emocional, no grupo com queixa e as ocorrências de 15,17%, 8,54% e 0,39%, respectivamente para os domínios físico, limitação e emocional, no grupo sem queixa. Em todos os domínios a diferença entre os grupos foi significante (p<0,0001)

ÁVILA, M.E. B.; OLIVEIRA, G.; BEHLAU, M. Índice de desvantagem vocal no canto clássico (IDCC) em cantores eruditos. Pró-Fono Revista de Atualização Científica , v. 22, n. 3, p. 221-226, 2010.

BEHLAU, M.; OLIVEIRA, G.; SANTOS, L. M.; RICARTE, A. Validação no Brasil de protocolos de auto-avaliação do impacto de uma disfonia. Pró-Fono Revista de Atualização Científica , v. 21, n. 4, p. 326-332, 2009.

BEHLAU, M.; SANTOS, L. M. A.; OLIVEIRA, G. Cross-Cultural Adaptation and Validation of the Voice Handicap Index Into Brazilian Portuguese. Journal of Voice , v. 25 , p. 354 - 35 9, 2011.

BRANSKI, R. C.; CUKIER-BLAJ, S.; PUSIC, A.; CANO, S. J.; KLASSEN, A.; MENER, D. Measuring quality of life in dysphonic patients: a systematic review of content development in patient-reported outcomes measures. Journal of Voice , v. 24, n. 2, p. 193- 198, 2010.

FORTES, F.S.G.; IMAMURA, R.; TSUJI, D.H.; SENNES, L.U. Perfil dos profissionais da voz com queixas vocais atendidos em um centro terciário de saúde. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia , v.73, n.1, p.27-31, 2007.

MORETI, F. T. Validação da versão brasileira da Voice Symptom Scale – VoiSS. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia , v. 17, n. 2, p. 238, 2012.

MORETI, F.; ZAMBON, F.; BEHLAU, M. Sintomas vocais e autoavaliação do desvio vocal em diferentes tipos de disfonia. CoDAS , v. 26, n. 4, p. 331-333, 2014.

MORETI, F.; ZAMBON, F.; OLIVEIRA, G.; BEHLAU, M. Equivalência cultural da versão brasileira da Voice Symptom Scale – VoiSS. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia , v. 23, n. 4, p. 398-400, 2011a.

MORETI, F.; ROCHA, C.; BORREGO, M.C.; BEHLAU, M. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de Desvantagem para o Canto Moderno – IDCM. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. v.16, n. 2, p. 146-151, 2011b.

REIS, E.G.; CAMARGO-GOMES, A.O. Índice de desvantagem vocal para o canto em cantores de coro misto. (Resumo Expandido) Anais do XXI CONIC e V CONITI. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2013.

ROSA, L.L.C.; PINHO, S. M. R. Canto sertanejo – interpretando sem sacrifícios. In: PINHO, S.M.R. Temas em voz profissional. Rio de Janeiro: Revinter, 2007.