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Entre velhice e recortes sócias: VANTAGENS, DESVANTAGENS E DESAFIOS, Notas de estudo de Fisioterapia

RESPEITE O AUTOR. Ao fazer uso de uma obra conceda os devidos créditos ao seu autor. No Brasil, até a década de 60, houve um aumento populacional homogênio. A partir da década de 70, notou-se que a proporção entre crianças e pessoas com 60 anos ou mais começou a diminuir, dando início uma mudança demográfica. Em 2050, estima-se que a população mundial terá 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais. Sendo maioria delas nos países em desenvolvimento. Em 2014, os idosos já representavam 13,7% da pop

Tipologia: Notas de estudo

2017

Compartilhado em 01/09/2017

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Entre velhice e recortes sócias: VANTAGENS, DESVANTAGENS E DESAFIOS
Quando pensamos em velhice o que vem em nossa mente? Elementos como rugas, declínio,
deformidade física. Perda de autonomia, do papel social. Preconceitos, finitude e muitas outras
permeiam nosso imaginário. Mas, nem sempre a velhice foi vista desta forma. Talvez, poucos já
se depararam imaginando o porquê formamos a velhice com uma imagem decadente, assim como
afastar a cortina que existe por traz desse novo estilo de velhice e descobrir o cenário que
realmente existe. Então, que tal nos permitir imaginar?
A visão de velhice passou por várias significados através do tempo, culturas e povos. Inumeras
literaturas remontaram essa visão. Para a religião, ela foi concebida como sinal de sabedoria, pelo
fato de os velhos apresentarem um acumulo de experiências vividas ao longo do tempo. Dando a
estes, um papel de destaque como chefes e conselheiros dos demais. Para a Roma antiga, esses
idosos eram vistos como acumuladores de riquezas, poder e influências políticas, visto que era
concedido a eles cargos no senado, os chamados "patrícios". Na idade média, a questão das
riquezas e poder também marcaram essa época, colocando os idosos numa situação de submissão
aos mais fortes. No século XX, com o avanço nas áreas tecnológicas, ciências humanas e
medicina, os idosos ganharam uma melhora na qualidade de vida e consequentemente uma
ampliação do curso desta. Hoje, é uma população que cresce cada vez mais em todo o mundo,
inclusive em países do terceiro mundo.
Surgem novas interpretações de velhice, com uma visão mais positiva para essa fase da vida. Sem
associação de significados de decrepitude e o peso trazido pelo envelhecimento propriamente
dito; entram em cena a "melhor idade", "relativamente jovens", "futuridade", “maturidade”,
“terceira idade” e alguns até arriscam a “quarta idade”.
Vemos uma preocupação com o envelhecimento que recebe um olhar de especialidades
científicas, hábitos saudáveis e um assistencialismo criado pelo governo e setores privados
gerando uma nova realidade para os idosos. Porém, parece que essa realidade não é igual para
todos. Apenas uma pequena parcela da sociedade experimenta esses novos espaços.
Ainda assim, podemos notar idosos desfilando por cenários pouco comuns à sua presença como
cargos importantes, faculdades, academias, comerciais de TV, realyt shows e tantos outros.
Sabemos que a velhice faz parte da evolução da vida humana. A preocupação do homem com o
envelhecimento vem de tempos remotos. O primeiro registro que se tem conhecimento sobre
velhice vem de A.C.(antes de Cristo). Nele, o envelhecimento é tratado como perda da vitalidade.
A evolução da vida do homem até a Idade Média não era observada tal qual conhecemos hoje.
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Entre velhice e recortes sócias: VANTAGENS, DESVANTAGENS E DESAFIOS Quando pensamos em velhice o que vem em nossa mente? Elementos como rugas, declínio, deformidade física. Perda de autonomia, do papel social. Preconceitos, finitude e muitas outras permeiam nosso imaginário. Mas, nem sempre a velhice foi vista desta forma. Talvez, poucos já se depararam imaginando o porquê formamos a velhice com uma imagem decadente, assim como afastar a cortina que existe por traz desse novo estilo de velhice e descobrir o cenário que realmente existe. Então, que tal nos permitir imaginar? A visão de velhice passou por várias significados através do tempo, culturas e povos. Inumeras literaturas remontaram essa visão. Para a religião, ela foi concebida como sinal de sabedoria, pelo fato de os velhos apresentarem um acumulo de experiências vividas ao longo do tempo. Dando a estes, um papel de destaque como chefes e conselheiros dos demais. Para a Roma antiga, esses idosos eram vistos como acumuladores de riquezas, poder e influências políticas, visto que era concedido a eles cargos no senado, os chamados "patrícios". Na idade média, a questão das riquezas e poder também marcaram essa época, colocando os idosos numa situação de submissão aos mais fortes. No século XX, com o avanço nas áreas tecnológicas, ciências humanas e medicina, os idosos ganharam uma melhora na qualidade de vida e consequentemente uma ampliação do curso desta. Hoje, é uma população que cresce cada vez mais em todo o mundo, inclusive em países do terceiro mundo. Surgem novas interpretações de velhice, com uma visão mais positiva para essa fase da vida. Sem associação de significados de decrepitude e o peso trazido pelo envelhecimento propriamente dito; entram em cena a "melhor idade", "relativamente jovens", "futuridade", “maturidade”, “terceira idade” e alguns até arriscam a “quarta idade”. Vemos uma preocupação com o envelhecimento que recebe um olhar de especialidades científicas, hábitos saudáveis e um assistencialismo criado pelo governo e setores privados gerando uma nova realidade para os idosos. Porém, parece que essa realidade não é igual para todos. Apenas uma pequena parcela da sociedade experimenta esses novos espaços. Ainda assim, podemos notar idosos desfilando por cenários pouco comuns à sua presença como cargos importantes, faculdades, academias, comerciais de TV, realyt shows e tantos outros. Sabemos que a velhice faz parte da evolução da vida humana. A preocupação do homem com o envelhecimento vem de tempos remotos. O primeiro registro que se tem conhecimento sobre velhice vem de A.C.(antes de Cristo). Nele, o envelhecimento é tratado como perda da vitalidade. A evolução da vida do homem até a Idade Média não era observada tal qual conhecemos hoje.

Mas, a partir da necessidade da sociedade de identificar os sujeitos e delimitar as fases da sua evolução, é criada uma categorização para marcar o curso da vida do homem. Com fase da infância, juventude, adulta e velhice. Antigamente, o termo velho era uma forma de tratamento atribuída a todos os sujeitos de idade avançada. A situação de "velhice", não remetia sentido de decadência que conhecemos. Entretanto, a chegada da industrialização, faz uma revira volta nas relações trabalhistas. Sendo agora, pautada na produtividade. As pessoas idosas, pela idade avançada e limitações próprias da velhice não conseguem sustentar as longas jornadas de trabalho. São então, afastadas por serem consideradas inválidas para o trabalho. Com dificuldades para se manter, passam a viver um estado de empobrecimento e miséria. Tornam-se um peso para a família e num outro caso, pelo fato de não tê-lá, são entregues a situação de abandono. A partir daí, começa a transformação na imagem da velhice. Ficando agora, fortemente ligada a sinais de incapacidade física, dependência e o termo velho, passa a ser um tratamento pejorativo. A velhice, enche-se de estereótipos marcantes; situação de pobreza, perda de status social, insegurança econômica e preconceitos. Porém, uma pequena parcela da sociedade que não vivencia um envelhecimento decadente; ainda produtivos e ativos, começa a criar outras representações para se distanciar da imagem da velhice empobrecida e discriminada. Outros modos de envelhecer surgem: os relativamente jovens, melhor idade, futuridade, jovens idosos, terceira idade e outros. Imprimindo a fase antes entendida como declínio um ar mais gratificante. A nova velhice inspira possibilidades de expansão na vida. Recebe um olhar de especialidades como a geriatria, gerontologia, outras áreas e programas que passam a estudar o envelhecimento. Espaços são criados com os mais variados serviços que vão dos mais simples até os mais sofisticados. No Brasil, é desenvolvido um modelo de espaço para convivência e refuncionalização do idoso com atividades culturais, de lazer e informação em saúde pelo pionerismo do SESC. A PUC cria o Programa UNATI, Universidade Aberta à Terceira Idade. Mais tarde vem os clubes, as oficinas, áreas de atividades físicas, bailes da terceira idade, enfim. Esses espaços possibilitaram aos idosos, experimentarem novos estilos de vida, descobrir novas identidades. Àqueles que antes viviam uma situação de marginalidade social surge a possibilidade de resocialização e passam a ocupar espaços na sociedade que até então, não eram vistos. Pensar em expansão de vida na velhice é um tanto paradoxo, visto que é fortemente marcada pela finitude do ser e do corpo no nosso imaginário. Onde a figura do velho sem utilidade, cheio de rugas, problemas de saúde fica determinado pelo menos para boa parte da populaç. Diferente da visão de velhice moderna onde o sentido de expansão fica associada a plasticidade, ou seja, capacidade de reconstrução de tudo que é ruim no processo de envelhecimento. O mecanismo de

de velhice com recursos cada vez mais apertados. Isso pode gerar outra situação que é tornar a velhice um problema individual, ou seja, cada um que cuide do seu processo de envelhecer. Enfatizando novos padrões de desigualdade e intolerância. Outro desafio é imaginar até quando essa novo estilo de velhice conseguirá sustentar um discurso pautado na beleza do corpo, vida ativa, cheia de ocupações, ritmo acelerado sem a precariedade dos problemas naturais do processo de envelhecimento como perda cognitiva, disfunções orgânicas, descontrole emocional, cansaço, crises pessoais e tantos outros. Apesar de o cenário se constituir de situações adversas e incertezas, vemos uma busca de uma velhice bem sucedida em todas as esferas. Vemos a criação da delegacia do idoso, passe livre em espaços como cinema, teatros. Não devemos nos esquecer também dos marcos legais importantíssimos como: o estatuto do idoso (lei n°10.741/ 93, a Política Nacional do Idoso, ( lei n° 8842/94), a Política Nacional de Saúde do Idoso, (Portaria n° 1395/99), o dia do idoso comemorado em 1° de Outubro, (lei 11.433/2006), o Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa, (2005), a Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa - PNSPI, ( Portaria n°2528/2066), o Pacto pela saúde, (lei n° 399/2006) e muitas outras. Referências DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: FAPESP, 2004. DEBERT, G. G. Antropologia e o estudo dos grupos e das categorias de idade. In MORAES M. & BARROS L. (Orgs.), Velhice ou terceira idade? Rio de Janeiro: FGV, 2007. DEBERT, G. G., & SIMÕES, J. A aposentadoria e a invenção da “terceira idade” (p.31-48). In DEBERT G. G. (Org.), Antropologia e velhice. Textos didáticos. Campinas: IFCH/UNICAMP,

FERNANDES, MARIA DAS GRAÇAS MELO. Enfermeira. Doutora em Sociologia. Professora do Programa de PÓS-GRADUAÇÃO em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba; GARCIA, LORELEY GOMES. PÓS-DOUTORADA em Women’s Studies. Professora do Programa de PÓS-GRADUAÇÃO em Sociologia e Programa de PÓS-GRADUAÇÃO em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal da Paraíba. O Sentido da Velhice para Homens e Mulheres. FERNANDES, SAULO LUDERS. MESTRE pela Universidade Estadual de Maringá; TOMANIK, EDUARDO AUGUSTO. DOCENTE da Universidade Estadual de Maringá. DESCONSTRUINDO A TERCEIRA IDADE E CONFIGURANDO NOVOS MODOS DE ENVELHECER. FREITAS, E. V. ; PY, L.; CANÇADO, F. A. X.; DOLL, J.; GORZONI, M. L. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2006.

JUNIOR, GILBERTO PINHEIRO. Professor da Rede Estadual de ensino. Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS). Sobre alguns conceitos e características de velhice e terceira idade: uma abordagem sociológica.

MAGALHÃES, D. N. A invenção social da velhice. Rio de Janeiro: Edição do autor,

ROZENDO, ADRIANO. DOUTORANDO em Psicologia da UNESP. Assistente Docente do curso de GRADUAÇÃO em Psicologia da UFMT, Rondonópolis; JUSTO, JOSÉ STERZA. DOUTOR em Psicologia Social. DOCENTE do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da Faculdade de Ciências e Letras- UNESP/Assis, São Paulo. Velho, idoso ou terceira idade : tempo, espaço e subjetividade. Revista Kairós Gerontologia, 14 (2), ISSN 2176-901X, São Paulo, junho 2011: 143-159. Recebido em 14/05/2011. Aceito em 30/05/2011. SILVA, LUNA RODRIGUES FREITAS. Psicóloga clínica. MESTRE em Saúde Coletiva pelo IMSUERJ, 2008. Terceira idade: nova identidade, reinvenção da velhice ou experiência geracional? Physis Revista de Saúde Coletiva , Rio de Janeiro, 18 [4]: 801-815 2008. Sítios acessados Acessado em 30/08/2017. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11433.htm. Lei 11.433, artigo

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