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Neste trabalho tive como objetivo fazer uma auto avaliação da minha formação como pedagoga, a partir de reflexões sobre o ensino das artes visuais na ...
Tipologia: Notas de aula
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Pedagogia do Instituto de Educação de Angra dos Reis com requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Luciana Pires de Sá Requião Angra dos Reis, RJ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Pedagogia do Instituto de Educação de Angra dos Reis com requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. BANCA EXAMINADORA
Prof.ª Dr.ª Luciana Pires de Sá Requião – IEAR/UFF Orientadora
Prof.ª Dr.ª Maria Onete Lopes Ferreira – IEAR/UFF
Prof.ª Dr.ª Renata da Silva Bergo – IEAR/UFF Angra dos Reis
Agradeço primeiramente a Deus que me deu saúde, forças e sabedoria para poder chegar ao final da graduação. Agradeço a minha família pelo apoio, principalmente depois do nascimento da minha filha Camila, vocês foram essenciais para que eu pudesse chegar à conclusão da graduação. Minha tia Cida que sempre esteve me ajudando, tirando algumas dúvidas que surgiam durante a graduação, aos meus pais, tios, primos e avós. Ao meu esposo que sempre me deu forças, me buscava na faculdade, cuidava da nossa filha, obrigada por tudo! Agradeço à minha orientadora, professora Luciana Requião pela paciência, dedicação, sugestões e correções. Agradeço a todo corpo docente do instituto de educação de Angra dos Reis, por cada ensinamento e dedicação. A minhas amigas que sempre estiveram dispostas a ajudar, muito obrigada pela força de vocês.
Quando entramos na universidade descobrimos que o ensino é muito diferente do que imaginamos. Ao pensar em fazer pedagogia, a ideia que me vinha a mente era como se fosse uma continuação do curso Normal, que realizei antes do ingresso no curso de pedagogia do Instituto de Educação de Angra dos Reis (IEAR/UFF). No curso Normal as aulas eram mais voltadas para a prática, com pouca reflexão teórica. Na pedagogia, temos várias disciplinas que discutem a relação entre teoria e prática. Senti que nesse curso teria uma maior possibilidade de ampliar meus conhecimentos. E foi a disciplina Educação Infantil aquela com a qual mais me identifiquei. Por sua importância na formação do pedagogo, entendo que os conteúdos da Educação Infantil deveriam ser mais aprofundados, pois é questão central para quem quer seguir nessa área. Durante o curso temos ainda o estágio, que nos propicia fazer uma relação direta entre teoria e prática. Para quem está na universidade é a chance de aprender mais, tirar dúvidas, etc. De todo modo, sempre senti que a carga horária não era suficiente para dar conta de toda a complexidade das discussões e conteúdos pertinentes à Educação Infantil. A importância do tema Educação Infantil vai além de meu interesse pessoal. Em nosso município – Angra dos Reis – vem crescendo cada vez mais o número de pessoas buscando por vagas para seus filhos em creches e escolinhas infantis. Porém, a busca por vagas nas creches municipais é muito maior do que as vagas oferecidas. Dessa forma, entendo que é necessário a formação e a contratação desses profissionais, além de oferta de espaços adequados e de infraestrutura. Em meu percurso de formação, outra disciplina chamou atenção por se articular diretamente com a Educação Infantil, que é a disciplina Arte e Educação. Entendo que na Educação Infantil a criança deve receber novos estímulos para que haja desenvolvimento, e muitos desses estímulos vêm ou poderiam vir através da arte. Neste trabalho abordo o tema das artes visuais na educação infantil e como eu me vejo, como futura pedagoga, diante dessa temática. Algumas questões me ocorrem tais como: será que nós, pedagogos, estamos desenvolvendo com nossos alunos atividades sem “atrapalhar” suas criações e suas apreciações? Será que damos chance suficiente para o aluno
Se fizermos uma revisão da legislação educacional brasileira, veremos que de uma forma ou de outra a arte sempre esteve presente nas escolas. Porém, autores como Silva e Araújo (2007) observam que o ensino de arte passou por diversas fases, destacando três grandes tendências: a pré-modernista, a modernista e a pós-modernista. A pré-modernista tinha como objetivo, inicialmente através dos jesuítas, catequizar os povos e um dos seus instrumentos era o ensino de técnicas artísticas. Nesse ensino predominava a produção de figuras, do desenho do modelo vivo, do retrato, da cópia de estamparias, obedecendo a um conjunto de regras rígidas (SILVA e ARAÚJO, 2007). Os autores informam que através de suas reformas educacionais, Rui Barbosa, implantou o ensino de desenho no currículo escolar, com objetivo de preparar o povo para o trabalho. Para os positivistas a arte só tinha importância quando contribuísse para o estudo da ciência e esse ensino de arte como técnica é visto até hoje em algumas práticas escolares. Elas se manifestam através do ensino de desenho geométrico, ensino dos elementos da linguagem visual, na pintura de desenhos e figuras mimeografadas. Percebe-se então que o ensino de arte como técnica parte de dois princípios, que são: (1) a efetivação do processo de aprendizagem da arte através do ensino de técnicas artísticas, para uma formação meramente propedêutica, que visa, como por exemplo, à preparação para a vida no trabalho; (2) e na utilização da arte como ferramenta didático-pedagógica para o ensino das disciplinas mais importantes do currículo escolar, tais, como Matemática e Língua Portuguesa (SILVA e ARAÚJO, 2007, p.
O ensino de artes nessa concepção serve como um meio para alcançar objetivos que não estão ligados ao ensino de arte propriamente dito. A partir de 1914 o desenho infantil foi visto como livre expressão da criança, merecido de investigação e interpretação. Mesmo com essa nova visão sobre o desenho infantil os valores estéticos só passaram a ser valorizados através das correntes artísticas expressionistas, futuristas e dadaístas na cultura brasileira. Através da nova concepção de criança, de que ela não é um adulto em miniatura mas deve ser respeitada em seu contexto, foi fundada a escolinha de artes do Brasil. Ela recebeu diferentes contribuições e influências teóricas e sua proposta buscou valorizar a arte da
criança, através da concepção de ensino baseada na livre expressão e liberdade criadora. A valorização da expressão e da espontaneidade da criança foram um dos novos métodos, que através dos modernistas Mário de Andrade e Anita Malfatti introduziram a ideia de livre expressão do ensino de arte (SILVA e ARAÚJO, 2007). Segundo Azevedo (2005) todas as crianças eram capazes de produzir e expressar-se através da arte, crianças com necessidade especiais também, mas para que isso acontecesse ela não poderia ser apresentada para a arte do adulto, pois não servia como modelo, por isso o arte/educador deveria interferir o mínimo possível, pois dessa maneira iria conservar um valor muito importante divulgado pela Arte/Educação modernista que seria a originalidade como um fator essencial do fazer artístico. Por tanto, essa concepção é sobre ações mentais desenvolvidas durante a realização de atividades de artes, tendo o resultado final sem muita importância, e a partir dessa ideia surge a concepção de arte como lazer, auto expressão e catarse, o que descaracteriza a arte como conhecimento indispensável para a formação das novas gerações (SILVA e ARAÚJO, 2007). O esvaziamento dos conteúdos de artes ocorreu através da concepção de ensino baseada na simples realização de atividades artísticas, e com a obrigatoriedade do ensino de artes no 1 º e 2 º grau o ensino passou a se chamar educação artística. A lei n° 5.692, promulgada em 11 de agosto de 1971, classificou os componentes do currículo em duas modalidades, a primeira de disciplina (área de conhecimento com objetivos, conteúdos...) e a segunda de atividades (desenvolvimento de práticas e procedimentos). As atividades eram aplicadas apenas para cumprir horários e as aulas eram ministradas por professores que não compreendiam o significado da arte na educação. Os arte/educadores conquistaram o ensino obrigatório de artes para a educação básica através da promulgação da nova LDBEN nº 9394 (BRASIL, 1996), explicitando que o ensino de arte deverá promover o desenvolvimento cultural dos alunos. Depois dos estudos de alguns autores, compreendeu- se que o ensino de arte está baseado no interculturalismo, na interdisciplinaridade e na aprendizagem dos conhecimentos artísticos, a partir da inter-relação entre o fazer, o ler e o contextualizar arte (SILVA e ARAÚJO, 2007). Portanto, o ensino de arte deve ser interdisciplinar com ele mesmo, através das diferentes linguagens, assim também com outras áreas de conhecimento humano.
Art. 2o O prazo para que os sistemas de ensino implantem as mudanças decorrentes desta Lei, incluída a necessária e adequada formação dos respectivos professores em número suficiente para atuar na educação básica, é de cinco anos. (BRASIL, 2016) 1.2 PCN ARTES Para o PCN a arte tem tanta importância como as outras disciplinas, ela está relacionada com as demais áreas e tem suas especificidades. Através da arte o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação quando realiza formas, quando aprecia sua obra ou a dos seus colegas. Essa área também ajuda ao aluno relacionar-se com outras disciplinas do currículo, “ Um aluno que exercita continuamente sua imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais para resolver um problema matemático .” (PCN- Arte, 1997, pag.19) Os fenômenos da natureza, o ciclo das estações, os astros no céu entre outras foram organizados e classificados pelo ser humano, para que se pudesse ter uma compreensão do seu lugar no universo. A arte e a ciência são respostas dessas necessidades mediantes a construção de objetos de conhecimento, de acordo com o PCN: Tanto a ciência quanto a arte, respondem a essa necessidade mediante a construção de objetos de conhecimento que, juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, formam o conjunto de manifestações simbólicas de uma determinada cultura. Ciência e arte são, assim, produtos que expressam as representações imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos, construindo o percurso da história humana.( PCN- Arte, 1997, pag.26) O PCN em arte tem como pressuposto deixar claro algumas seleções e a ordenação de conteúdos, que auxiliam na formação de conteúdos em artes visuais, dança, teatro e música, que possam auxiliar na produção artística e estética do aluno, do iniciante. Segue abaixo alguns critérios para seleção dos conteúdos gerais para artes visuais, dança, teatro e música:
E os conteúdos gerais são:
De acordo com o referencial curricular nacional para educação infantil, A presença das Artes Visuais na educação infantil, ao longo da história, tem demonstrado um descompasso entre os caminhos apontados pela produção teórica e a prática pedagógica existente. Em muitas propostas as práticas de Artes Visuais são entendidas apenas como meros passatempos em que atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou massinha são destituídas de significados (RCNEI, 1998, p. 87). Muitas das vezes essas propostas pedagógicas são entendidas assim por falta de conhecimento por parte do educador, pois para ele a criança está pintando, desenhando, como se fosse um passatempo para ela. Quando um professor age assim está desvalorizando a criatividade e o fazer artístico dessa criança. De outro modo, entendemos que as crianças ao longo de suas vidas adquirem várias experiências, elas exploram, sentem , agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências e com isso criam significados sobre como se faz, o que é, para que serve e sobre outros conhecimentos a respeito da arte. Com isso a arte deve ser entendida como uma linguagem que tem estrutura e características próprias, e onde a aprendizagem ocorre dentro dos seguintes aspectos, como mostra o RCNEI (1998, p.89):
O fazer artístico Crianças de 0 a 3 anos
O autor diz que as respostas devem necessariamente passar por um conflito básico em nosso estágio atual de civilização, que entre o “útil” e o “agradável”, isso seria: as coisas úteis, “sérias”, são aquelas que identificamos como maçantes, trabalhosas; em outros termos: são as obrigações que temos que cumprir, mais ou menos a contragosto, e que nos permitem sobreviver nas selvas de concreto e aço de nossas cidades. Já as agradáveis, prazerosas, são aquelas reservadas às nossas férias e feriados, isto é, as que guardamos para usufruir após terem sido cumpridas as nossas maçantes obrigações. (DUARTE JÚNIOR, 2012, p.11) O autor quis dizer que as coisas que esperamos fazer seriam as mais prazerosas, como ir ao cinema, a um concerto, ouvir músicas, contemplar um quadro, etc., e a arte é uma das atividades mais prazerosas deste mundo. O útil e o agradável acabam refletindo em nossa organização mental, ou seja, na sociedade em que vivemos devemos separar os nossos sentimentos e emoções de nosso raciocínio e intelecção, há locais onde podemos nos expressar e a locais que devemos deixar de lado nossas emoções. Nas escolas não acontece diferente, ficamos “presos” dentro de quatro paredes, não podemos expressar nossas emoções para não atrapalhar no nosso desenvolvimento intelectual. Por isso é que existiriam os recreios e as aulas de arte, para poder ser o momento que temos para sermos “livres”, ou seja, seria a hora em que podemos expressar nossos sentimentos e emoções. Mas, talvez as emoções não atrapalhem nosso desenvolvimento intelectual, ao contrário disso. Por isso, alguns estudiosos propuseram uma educação baseada naquilo que sentimos, ou seja, a educação através da arte. Esta expressão – educação através da arte - , criada por Herbert Read em 1943, popularizou-se e chegou até nós. Posteriormente foi abreviada e simplificada para: arte-educação, mas seu espírito original continua vivo. É preciso dirimir dúvidas desde já: arte-educação não significa o treino para alguém se tornar um artista, não significa a aprendizagem de uma técnica, num dado ramo das artes. Antes, quer significar uma educação que tenha a arte como uma de suas principais aliadas (DUARTE JÚNIOR, 2012, p.12). Após a criação da lei 5.692/71, foi incluído no currículo pelo menos duas horas de aula de arte por semana. O termo arte-educação passou a ser empregado aqui no Brasil, e nesse momento também surgiram cursos de nível superior para formação do arte-educador. Para analisarmos o pensamento que fundamenta o termo arte-educação temos que ir por partes. Arte e educação têm um ponto em comum que é a criação de um sentido para as nossas vidas. Nesse sentido, destacamos alguns pontos abordados pelo autor que consideramos importantes em nossa argumentação.
2.1 Adestramento e aprendizagem Muitas pessoas já ouviram falar sobre experimentos realizados com ratos. Muitos psicólogos utilizam esse animal, pois acreditam que entre ratos e homens a diferença seja pequena. Há um experimento que pode nos auxiliar e servir como ponto de partida em nossas reflexões sobre as formas de aprendizado. Trata-seda caixa de Skinner: Deixando um rato sem beber durante 24 horas e colocando-o depois numa gaiola apropriada (conhecida como “caixa de Skinner”), ele certamente virá a “aprender” um novo comportamento. Nessa gaiola existe uma pequena alavanca que, quando pressionada, fornece uma gota de água. Apoiando-se na alavanca e recebendo a água, logo o animal estabelece a ligação entre uma coisa e outra e passa a acionar o mecanismo “propositalmente” para saciar sua sede. Vamos dizer, então que o rato “aprendeu” a pressionar a barra: ele adquiriu um novo comportamento (DUARTE JÚNIOR, 2012, p.15). Neste experimento só ocorreu um “adestramento” porque o rato necessitava de água, e ele mesmo o auxilia a resolver esse problema para sua sobrevivência. Se ele não estivesse precisando de água, esse “aprendizado” não iria ocorrer. O animal está sempre se adaptando ao meio ambiente para poder sobreviver, esse é o motor da sua “aprendizagem”, garantir a vida. Já nós, seres humanos, temos uma dimensão a mais em relação ao animal, essa dimensão simbólica que é a palavra. Através da palavra podemos, por exemplo, quando se fala “Antártida”, lembramos de uma região que não está no nosso alcance agora, mas podemos saber sobre ela sem ter ido. Portanto o homem tem consciência de outras dimensões e de outros tempos, ele tem uma consciência reflexiva que é pensar em si próprio. Essa é a grande diferença entre o homem e o animal, a consciência reflexiva, simbólica. O homem através da palavra organiza o real e atribui significados. Por exemplo: “vejo uma forma difusa em meio a neblina, não sei o que é, apenas algo vago, sem sentido. Alguém me diz ‘aquilo é uma árvore’ imediatamente a forma ganha um sentido, um significado”(DUARTE JÚNIOR, 2012, p.18). Através do nome adquire uma significação, ou seja, começa a fazer parte da estrutura conceitual. Para nós, seres humanos, tudo na vida tem que ter um sentido. Sonhar, ter nossos valores, casar, escrever, são alguns valores que faz manter a existência humana. Em nosso mundo tudo tem um nome e um valor, nas nossas experiências temos as simbolizações que