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Uma revisão integrativa sobre as emoções e sentimentos revelados por idosos institucionalizados. O artigo aborda a importância da relação social para os idosos, a influência das políticas públicas na vida cotidiana deles, os fatores determinantes que influenciam as emoções dos idosos institucionalizados, e a importância da presença de familiares e da rotina de cuidados para os sentimentos positivos deles. Além disso, o documento discute a importância da compreensão dos aspectos que envolvam a pessoa idosa, bem como a contribuição dos cuidadores para o estímulo da autonomia e da independência possível.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Lima, T. V. da S., Santos, W. P. dos, Freitas, F. B. D. de, Gouveia, B. de L. A., Torquato, I. M. B., & Agra, G. (2016, julho-setembro). Emoções e sentimentos revelados por idosos institucionalizados: Revisão integrativa.
Emotions and feelings revealed in elderly institutionalized: integrative review
Las emociones y los sentimientos revelados en los ancianos institucionalizados: revisión integradora
Tércia Vieira da Silva Lima Wallison Pereira dos Santos Fernanda Beatriz Dantas de Freitas Bernadete de Lourdes André Gouveia Isolda Maria Barros Torquato Glenda Agra
RESUMO: Identificar as emoções e os sentimentos revelados por idosos na instituição de longa permanência para idosos. Trata-se de um estudo de revisão do tipo integrativa, resultando em 15 publicações das quais emergiram duas categorias e duas subcategorias, C1: Emoções e comportamentos revelados por idosos institucionalizados, esta com duas subcategorias: Sentimentos e emoções positivas e Sentimentos e emoções negativas; e a segunda categoria: C2: Comportamento infantilizado associado à dependência do idoso institucionalizado. Palavras-chave: Idoso; Emoções; Instituição de Longa Permanência para Idosos.
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Lima, T. V. da S., Santos, W. P. dos, Freitas, F. B. D. de, Gouveia, B. de L. A., Torquato, I. M. B., & Agra, G. (2016, julho-setembro). Emoções e sentimentos revelados por idosos institucionalizados: Revisão integrativa.
ABSTRACT: Identify the emotions and feelings revealed by older people in long-stay institution. This is a review study of integrative type. Resulting in 15 publications emerged two categories and two sub-categories C1: Emotions and behaviors revealed by institutionalized elderly, the one with two subcategories: Feelings and positive emotions and feelings and negative emotions and the second category. C2: Childish behavior associated with dependence institutionalized elderly. Keywords : Elderly; Emotions; Establishment of Long Term.
RESUMEN: Identificar las emociones y los sentimientos manifestados por las personas mayores en la institución de larga permanencia. Se trata de un estudio de revisión de tipo integrador. Lo que resulta en 15 publicaciones de las que emergieron de las categorías y de dos sub-categorías C1: Las emociones y los comportamientos revelados por los ancianos institucionalizados, el que tiene dos subcategorías: Los sentimientos y las emociones positivas y sentimientos y emociones negativas; y la segunda categoria, C2: Comportamiento infantil asociado con la dependencia de ancianos institucionalizados. Palabras clave: Edad avanzada; Emociones; Establecimiento de largo plazo.
Introdução
São fatos indissociáveis da espécie humana, o nascer, crescer, reproduzir-se, envelhecer, e morrer, instituindo as fases do ciclo da vida, ainda que nem todas as pessoas cumpram todas as fases deste ciclo fisiológico e natural. Em cada canto do mundo, esse ciclo ocorre de forma diferente, dependendo de alguns indicadores, o social e o econômico, e especialmente a queda da fecundidade, da mortalidade e o aumento da expectativa de vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, em 2025, existirão 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, tendo a maioria 80 anos ou mais constituindo, assim, o grupo etário com o crescimento mais acentuado (Brasil, 2003). O envelhecimento é um processo contínuo que começa desde que nascemos e inevitavelmente nos conduz à morte. Este processo provoca alterações em momentos e intensidades diferentes, e dependem de características genéticas, ambientais e sociais (Marin, 2012).
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Os custos financeiros para a manutenção das ILPIs é alto, custos estes destinados ao pagamento de funcionários, o que corresponde a 52,5% do total de despesas dessas casas. Outros 14,1% destinam-se à alimentação e 9,4%, ao pagamento de despesas fixas (telefone, gás, água). Medicamentos são relativamente de baixo custo, e de responsabilidade dos familiares, do Sistema Único de Saúde (SUS) ou advêm de doações (Marin, 2012). A estadia de idosos em ILPIs envolve relações familiares, sociais, econômicas e de sentimentos (Paes, 2007). A emoção é uma experiência subjetiva que envolve a pessoa como um todo (mente e corpo) nomeadamente uma reação observável, uma excitação fisiológica, uma interpretação cognitiva e uma experiência subjetiva (Tavares, et al. , 2012). Os problemas do processo de envelhecimento, na fase idosa, como: perda da utilidade social, incapacidade funcional, aposentadoria, doenças, degeneração física e mental, asexualidade, e proximidade da morte, todos estes infortúnios geram sentimentos negativos à pessoa idosa (Paes, 2007). Por outro lado, o convívio com muitas pessoas gera uma rede de amizade e a formação de outra família, com novas experiências, o que pode tornar a pessoa idosa mais “viva”. No século contemporâneo, com a crescente população idosa, questionamos: a sociedade está pronta para atender a demanda de idosos? E os idosos, o que sentem quando inseridos em uma ILPI? Diante desta contextualização, o objetivo deste estudo é identificar as emoções e sentimentos de idosos residentes em Instituições de Longa Permanência, a partir de uma revisão integrativa em periódicos on line no domínio da saúde. E, assim, apresentar as discussões encontradas nas publicações, com relevância para a temática proposta.
Procedimentos Metodológicos
A pesquisa tem o caráter de uma revisão integrativa e, como propósito, oferecer subsídios que permitam reflexões no cenário da vivência da população idosa residente em Instituições de Longa Permanência, por meio do levantamento de artigos indexados on line no espaço da Biblioteca Virtual em Saúde, e a discussão de seus dados. Método que permite a síntese de múltiplos estudos publicados e possibilita algumas conclusões gerais, a respeito de uma determinada área de estudo.
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A revisão integrativa é considerada como a de mais amplo estudo, tendo o benefício de permitir a inclusão simultânea de pesquisa experimental e quase-experimental, proporcionando uma compreensão mais completa do tema de interesse, além de contribuir para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas, bem como reflexões sobre a realização de futuros estudos (Mendes, Silveira, & Galvão, 2008). Esta abordagem metodológica incide em seis fases, a saber: estabelecer a hipótese ou a pergunta da revisão; selecionar a amostra a ser revista; categorização dos estudos; avaliação dos estudos; interpretação dos resultados e apresentação da revisão ou síntese do conhecimento (Minayo, 2010). Assim, para o delineamento da pesquisa, lançaram-se as seguintes questões norteadoras desta pesquisa: a sociedade está pronta para atender a demanda de idosos? E os idosos, o que sentem quando inseridos em uma ILPI? O cenário da pesquisa proposto foram as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, (BVS) Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Bireme. Para a análise dos resultados, foi empregada a Análise de Conteúdo Temática (Minayo, 2010), a qual compreende três etapas desse processo de análise: pré-análise (organização do material e sistematização das ideias); descrição analítica (categorização dos dados em unidades de registros) e interpretação referencial (tratamento dos dados e interpretações). A coleta de dados foi realizada durante os meses de setembro a dezembro de 2015. O universo estabelecido para o estudo foram todos os artigos encontrados nos periódicos indexados on line, que versassem sobre o tema proposto, e a amostra foi composta por aqueles que corresponderam aos seguintes critérios de inclusão: artigos na íntegra com acesso gratuito, nos idiomas português e inglês, no período dos últimos dez anos. Critérios de exclusão: artigos incompletos e acesso mediante pagamento.
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O quadro 1 apresenta a formação em Enfermagem com o maior número de publicações, evidenciando ser uma área presente em pesquisas envolvendo a pessoa idosa; dessa forma, constatou-se o interesse e envolvimento de enfermeiros diante do envelhecimento, corroborando outros estudos, ao afirmarem que tem crescido o interesse da enfermagem gerontogeriátrica pela população idosa, por meio de publicações em periódicos, trabalhos publicados em anais de evento, livros publicados, apresentando a realidade e contexto dessa temática, além dos diversos benefícios na assistência ofertada ao idoso. Apresenta ainda a tendência de unir enfermeiros sensíveis ao tema, tornando-se um conhecimento fortalecido e com linguagem própria (Santos, 2010). O ano que prevaleceu sobre os demais com o maior número de publicações foi 2012, embora algumas publicações tenham surgido logo após a portaria n.º 2.528 da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), publicada em 19 de outubro de 2006, revelando possíveis associações entre a PNSPI e a prática dos profissionais de saúde. As políticas públicas devem ser adequadas à realidade da pessoa idosa e cada peculiaridade deve ser respeitada; dessa forma, estimulando que haja uma reflexão crítica acerca do impacto e da efetividade da PNSPI na vida cotidiana do idoso (Pinto, & Simson, 2012). O idioma mais frequente foi o português; o alto número de publicações nacionais revela grande preocupação com a transição demográfica do Brasil. A partir de década de 1960, os níveis de mortalidade continuaram a cair, observando-se um acelerado processo de envelhecimento populacional (Vasconcelos, & Gomes, 2012), corroborando estudos realizados que afirmam um acelerado envelhecimento e inversão da pirâmide etária, com projeções ainda maiores, sobretudo no ano de 2050 (Wong, & Carvalho, 2006).
Análise dos resultados
Categoria I – Emoções e comportamentos revelados por idosos institucionalizados
A partir desta categoria, foi possível observar a existência de fatores determinantes que irão influenciar, de forma positiva ou negativa, as emoções da pessoa idosa, convivendo longe de casa, ausente de seus familiares, a partir da vivência na Instituição de Longa Permanência para idoso (ILPI).
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Lima, T. V. da S., Santos, W. P. dos, Freitas, F. B. D. de, Gouveia, B. de L. A., Torquato, I. M. B., & Agra, G. (2016, julho-setembro). Emoções e sentimentos revelados por idosos institucionalizados: Revisão integrativa.
O idoso que mantém uma relação afetiva com familiares e amigos apresenta maior qualidade de vida na fase de envelhecimento e permanece com autonomia no âmbito familiar, apresentando comportamentos e sentimentos positivos como: alegria, satisfação, conforto, segurança, carinho, dentre outros (Wilkinson, Kiata, Peri, Robinson, & Kerse, 2012). Aqueles idosos cuja relação com os familiares é marcada por dificuldades e conflitos tendem a vivenciar sentimentos e emoções negativas, como: solidão, baixa auto-estima, insegurança, apatia, isolamento social e perda de motivação, mesmo convivendo em seu domicílio e com pessoas próximas. Idosos que não recebem apoio familiar, e os que sofrem com a perda do companheiro, mantêm relações interpessoais prejudicadas e são acometidos de comorbidades, sendo mais propensos a apresentar sentimentos negativos, tais como: a perda da autonomia, a sensação de inutilidade, acarretando-lhes desconfortos emocionais, podendo acentuar um processo de limitação social e comportamental dessa pessoa idosa (Guedes, M.H.M., Guedes, H.M., & Almeida, 2011). Portanto, o comportamento limitado de um idoso, dentro da ILP, sofre forte influência trazida da convivência doméstica no processo de envelhecimento, colaborada ainda pela dinâmica adotada dentro das ILPs (Wilkinson, et al. , 2012). Isso corrobora estudos realizados, ao afirmar que a performance apresentada pela instituição é capaz de gerar diversos comportamentos e emoções, a depender desse processo; o idoso poderá expressar sentimentos satisfatórios ou não acerca dessa institucionalização (Lampert, & Rorso, 2015). Dessa maneira emergiram duas subcategorias, a saber: 1 – Sentimentos e emoções positivas; e 2 – Sentimentos e emoções negativas.
Subcategoria I – Sentimentos e Emoções positivas
Foi possível observar que os idosos institucionalizados puderam revelar sentimentos e emoções positivas como: alegria, satisfação, conforto, esperança, acolhimento, cuidado, felicidade, bem-estar e liberdade. Grande parte de idosos institucionalizados optam pela ILPI por vontade própria, revelando o desejo e a autonomia de decidir por seu futuro.
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Pactuando com esse estudo, acredita-se que a presença de doenças altere significativamente o comportamento e emoções revelados por idosos, sobretudo em patologias de cunho neurológico, como a Alzheimer (Lasdilau, Guimarães, & Souza, 2015), que acarreta expressões faciais emocionais em idosos com essa doença. Além da comorbidade, a perda do companheiro, bem como relações conflitantes com a família e situações de abandono, geram apatia, insegurança, isolamento social com perda da auto-estima, uma vez que esses fatores por si só já acarretam a deposição de sentimentos negativos, ocasião em que esses idosos passam a enxergar a ILP como sinônimo de abandono, desconforto e revelam desprezo pela situação a que foram expostos (Wong, & Carvalho, 2006). A perda da autonomia dentro da instituição de longa permanência é observada na medida em que os idosos são levados a respeitar normas, regulamentos e horários impostos pela instituição, pois o idoso obriga-se à preservação de sua rotina nesse local. Dessa forma, a pessoa idosa passa a ser vista como alguém dependente e, consequentemente, sem autonomia, principalmente quando se fala de imposições de regras e rotinas, reforçando-se a analogia do avançar da idade com o aumento da dependência e de limitações^20. O ambiente institucional a que o idoso é exposto é cercado de paradigmas, principalmente no que diz respeito ao isolamento social, considerando-se que sentimentos, a exemplo da tristeza, solidão, isolamento de convivência e apatia, são revelados por esses idosos, quando afirmam a falta de vivências em locais públicos como: feira, bares, restaurantes, festas, shoppings, chácaras, fazendas e templos religiosos, trazendo consigo um deficit de contato com a realidade social externa, e com outras pessoas, impossibilitando ao idoso de exercer a liberdade que detinha, antes da institucionalização^21. Sentimentos depressivos e declínio funcional podem ser observados em idosos que são privados de apoio familiar e que vivem isolados de outros residentes, resultando em uma sua maior irritabilidade^18.
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Categoria II – Comportamento infantilizado associado à dependência do idoso institucionalizado
A perda de autonomia, aliada à subestimação da capacidade de independência do idoso, levam ao fator de infantilização dentro da ILP, uma vez que as necessidades básicas, espirituais e de auto-realização são condicionadas à vontade de cuidadores e profissionais atuante nessas instituições. O idoso passa a se enxergar através de atribuições que são determinadas pela equipe de cuidadores, passando a ser ele coadjuvante de sua própria história, uma vida com total falta de vontades, escolhas e desejos, regulada pela condução de outra pessoa^20. O comportamento infantilizado pode surgir de maneira direta ou indireta, sendo proveniente do excesso de tratamentos infantis e banalização da autonomia do idoso pela própria instituição; dessa maneira, o idoso absorve as condições impostas, de forma a aceitar passivamente tudo que lhe é atribuído. Reforçando essa supressão de vontades, é notável que em grande parte das instituições de longa permanência para idosos, não se tem quartos individuais, banheiros individuais e a presença de espelhos quase sempre não se faz presente, assumindo-se a posição de negação do auto-cuidado e da auto-estima^22. A dependência pode ser entendida como a necessidade de ajuda, assistência e auxílio na realização de atividades da vida diária (AVD). Apontam-se as AVD como sendo: cozinhar, lavar a louça, a roupa, arrumar a cama, varrer a casa, passar roupas, usar o telefone, escrever, manipular livros, sentar-se na cama, transferir-se de um lugar ao outro, dentre outras^23. Ao passo que essa limitação não pode ser suprida por apenas uma adaptação do ambiente, surge uma diminuição da funcionalidade do idoso, resultando na dependência em relação a outras pessoas para a realização de tais AVD^24. O posicionamento de indivíduos ligados ao cuidado com a pessoa idosa pode contribuir para a perda da autonomia com aumento da dependência, amarrado a quaisquer condutas tomadas por esses cuidadores. A superproteção de cuidadores, julgamento de incapacidade e medo de quedas e acidentes com os idosos, pode levar a pessoa idosa à antecipação e imposição inadequada de uma dependência que ele ainda não desenvolveu, seja motora, cognitiva ou espiritual; dessa forma, assumindo um comportamento infantil24, 25.
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Recebido em 09/08/ Aceito em 30/09/