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Elogio da Loucura: As Raízes do Humanismo por Erasmo de Rotterdam, Notas de estudo de Religião

Elogio da loucura é um clássico universal escrito por erasmo de rotterdam, que utilizou o tema da loucura para denunciar problemas sociais e promover o realismo. Escrito em 1509, o livro é uma estratégia literária para evitar censura e chamar a atenção para os desafios da sociedade da época. Erasmo, que era um conhecedor da cultura grega, usou a figura da deusa da loucura para representar as mulheres e os excluídos, desafiando as normas da sociedade medieval. O livro é considerado uma obra fundamental para o humanismo cristão renascentista.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gisele
Gisele 🇧🇷

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
MARCOS ANTÔNIO DE FIGUEIREDO FURTADO
ELOGIO DA LOUCURA, DE ERASMO DE ROTTERDAM: AS
RAÍZES DO HUMANISMO
CAMPINA GRANDE _ PB
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS

MARCOS ANTÔNIO DE FIGUEIREDO FURTADO

ELOGIO DA LOUCURA, DE ERASMO DE ROTTERDAM: AS

RAÍZES DO HUMANISMO

CAMPINA GRANDE _ PB

MARCOS ANTÔNIO DE FIGUEIREDO FURTADO

ELOGIO DA LOUCURA, DE ERASMO DE ROTERDAM: AS RAÍZES

DO HUMANISMO

Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Estadual da Paraíba como pré-requisito para obtenção do grau de Licenciado em Letras, habilitação em Língua Espanhola.

Orientador: Prof. Esp. Gustavo Enrique Castellón Agudelo

CAMPINA GRANDE _ PB

A Deus, Ser Supremo e de pensamentos insondáveis, cuja substância a um só tempo está em toda a parte e cujos pensamentos se elevam sobremaneira acima dos pensamentos humanos; as nuvens são o pó de Seus Pés.

Aos meus pais, que aceitaram a grande empreitada de ver comigo o real, que se dispõe para a gente no meio da travessia.

RESUMO

Erasmo confrontou o idealismo teórico da religião com o realismo do dia a dia. O conflito entre idealismo e realismo surgiu em Erasmo quando se desiludiu com a igreja católica, mas se não fosse essa desilusão e mágoa que o Holandês levou consigo não teríamos conhecido essa obra fantástica, Elogio da loucura, que é um clássico universal. Aprendemos com isso que as desilusões levam ao escritor a transcender e ultrapassar seus limites de criação na maioria das vezes. Essa desilusão leva a liberdade de pensamento sem apegar nas preocupações, a exemplo disso Erasmo, tinha essa liberdade conquistada através do apoio financeiro de alguns burgueses, assim como a maioria dos humanistas, e por outro lado por que era padre. Usou o tema da loucura, que começa a dizer no primeiro capitulo: “e a loucura fala” para evitar que sua obra fosse censurada, então denunciou problemas sociais através dessa estratégia literária, na esperança de aprendermos com a obra um pouco do realismo para melhorarmos nossas relações e ações com o mundo. O que Erasmo fez foi espantar a sociedade de sua época com obra Elogio da loucura, na forma de chamar atenção pra si, coisa que faziam os renascentistas, pois ao contrario do homem medieval que tinha as atenções voltadas somente para Deus, que conhecemos por Téocentrismo, já os humanistas cultivavam o Antropocentrismo. Fez isso para que as gerações futuras tomassem alguma atitude e não ficar parados diante dos problemas que fatalmente aparecem no dia a dia, que não devemos fugir como fizeram os românticos, cientistas e os religiosos. Erasmo ironizou os homens religiosos e de ciências que conhecemos por cientistas universitários e padres. Não só os religiosos como muitos pensam, mas também a sociedade como todo. Mostrou a face sonhadora e idealizadora da vida acadêmica dos monastérios, era preciso mostrar o outro lado nunca visto, uma revolução, que revelou a vida no seu cotidiano massacrante de amores adúlteros, das falsidades e do egoísmo humano, por isso Erasmo se tornou humanista. Revelou a impotência do homem comum diante dos poderosos.

Palavras chaves: confronto, desilusão, transcender e humanista.

RESÚMEN

Erasmo enfrentó al idealismo teórico con el realismo, la religión del humanismo. El conflicto entre el idealismo y el realismo surgió en Erasmo cuando se desilusionó con la Iglesia Católica, pero si no fuera por la decepción y el dolor que del holandés traído con él no tendríamos el placer de haber conocido su obra fantástica, Elogio de la locura que es un clásico universal. Aprendemos de esto que las decepciones del escritor trascienden y superan los límites de la creación. Esta desilusión llevó a la libertad de pensamiento y sin preocupaciones de apego a ejemplo, Erasmo, utilizó el tema de la locura, que comienza en el primer capítulo de decir: "y la locura habla" para evitar que su trabajo fuera censurado, a continuación, denuncia los problemas sociales a través de esta estrategia literaria, con la esperanza de aprender del realismo para mejorar nuestras acciones en el mundo. Lo que Erasmo hizo fue espantar la sociedad de su época, en la forma de llamar atención para sí, cosa que los renacentistas hacían, pues al contrario do hombre medieval que tenía las atenciones solo para Dios, que conocemos por Teocentrismo, ya los humanistas cultivan el Antropocentrismo. Erasmo hizo eso para que las generaciones futuras tomasen alguna actitud y no quedasen de pie delante de los problemas que aparecen inevitablemente en la vida cotidiana, y no huir como lo hacían los románticos, los científicos y los religiosos. Lo que nuestro escritor hizo fue ironizar los hombres y las ciencias religiosas que conocemos como ciencias universitarias, y los sacerdotes. Peno no a religiosos como muchos piensan, sino la sociedad en su conjunto. Mostró el lado soñador, y la ideología de la vida académica teórico de los monasterios, quería mostrar su faces nunca vistas, una revolución que revela la vida en su día a día los amores adúlteros y las falsedades del egoísmo humano, por lo que se convirtió en humanista. Reveló la impotencia del hombre común ante los poderosos.

Palabras clave: conflicto, desilusión, trascender y humanista.

1. INTRODUÇÃO

Isaías Pessotti (1995), em seu livro “A loucura e suas épocas” diz: “se entendermos a loucura como a perda das capacidades racionais ou a falência do controle voluntário sobre as paixões, uma história da loucura deveria começar, praticamente, com a história da espécie humana” (PESSOTTI, 1995). A humanidade nunca soube bem quem são os verdadeiros loucos. Nas sociedades primitivas, os loucos eram tratados como deuses. Na Idade Média, Época de Erasmo de Rotterdam, os loucos eram queimados vivos, acusados de bruxaria e heresia. Somente a partir do século XIX, surgirão os hospícios e os malucos passaram ser tratados como doentes mentais dignos de serem cuidados como doença patológica. Aqui no Brasil foi fundado o primeiro hospício no tempo do imperador Dom Pedro II. Hoje em pleno século XXI continuamos sem saber quem são os verdadeiros loucos. Se quem parece louco não é louco, então louco só pode ser quem não parece ser louco! Essa foi à linha de pensamento que talvez Erasmo de Rotterdam seguisse. Segundo essa linha de pensamento, não só os loucos que são loucos, a loucura pode estar disfarçada na sanidade, vejamos o raciocínio dele: a pessoa que é considerada “normal”, por exemplo, um indivíduo é considerado “normal” se tiver nas perfeitas condições e equilíbrio de suas faculdades mentais, correto? O menor exagero e descuido da mente já estão no terreno da loucura, pode ser qualquer um, um cientista, um religioso. Ser louco é não agir de acordo com a maioria que segue as normas pré-estabelecidas? Então é melhor ser louco, pois o louco não esconde o que ele é! Por que o perfeito equilíbrio das faculdades mentais é uma raridade humana, já diz o ditado popular “ninguém é perfeito”. E no mundo atual já não sabemos mais quem está louco ou não, não é verdade?

2. CONHECIMENTO GREGO ROMANO

A obra Elogio da loucura é destinada o seu amigo Thomas Morus no inicio do livro no prólogo propriamente dito, Erasmo fala a seu companheiro ilustre: “preferi recria-me, e inventei o elogio da loucura a fim de sair um pouco dos pensamentos sérios do dia a dia, pois as circunstâncias pediam isso, julguei conveniente diverti-me com o Elogio da loucura que todo homem possui em seu intimo”. (Rotterdam,1509,p.08). “Sei muito bem o que os homens pensam de mim e sei também de todo o mal que procuram dizer da loucura, mesmo entre os loucos (...) tão logo me vistes, vossa fisionomia se transformou. Foi suficiente me mostrar para expulsar a tristeza de vossas almas! Se fizerdes questão de saber por que me revesti hoje desta roupagem inusitada... Prestai atenção, ireis ouvir de mim mesma... Isto é da loucura!” (Rotterdam,pág.11). Erasmo usa a estratégia de criar a deusa da loucura e intitula o primeiro capítulo “E a loucura fala” foi esse o encontrado para escapar da inquisição ou ser chamado de herege do que foi acusado depois de sua morte e seu livro lançado na fogueira do Índex dos livros proibidos pela a igreja católica. Enfim, se loucos são os indivíduos que apresentam algum desvio em relação ao comportamento social, que escapa das “normas” impostas pela sociedade, para mantermos as aparências, dessa mesma sociedade que tem por base os princípios da república grega, com certeza precisamos mudar. Erasmo mostra-nos que a obra é repleta de citações clássicas, escrita no estilo típico dos humanistas, que é o retorno ao classicismo grego. Erasmo mostra que realmente conhecia a cultura grega, pois era tradutor e professor de grego e latim, logo no inicio do livro faz comparação da deusa da loucura aos deuses gregos do Olimpio, por exemplo, na (pág. 20, Erasmo): “Ela é filha de Plutón (Plutão) e de Neotetes (a juventude), educada e amamentada pela Inebriação e a Ignorância, cujos companheiros fiéis incluem muitos amigos: Philautia (amor-próprio), Kolakia (elogios), Lethe (esquecimento), Misoponia (preguiça), Hedone (prazer), Anóia (Loucura), Tryphe (falta de vontade), Komos (destempero) e Eegretos Hypnos (sono morto)”.

Rotterdam também cita muitas frases de gente famosa da antiguidade grega, pois era grande conhecedor da língua e costume da Grécia assim como todo humanista, no mais tarde

“capaz de fabricar todos os narradores que entender, não está limitado a saber apenas o que as suas personagens sabem, porquanto ele sabe, e não o esquece nunca, tudo quanto tiver acontecido depois da vida delas” (SARAMAGO, 1990, p. 19).

O Elogio é um sarcasmo só, chegando a recomendar: “Não tens quem te elogie? Elogia-te a ti mesmo”. A retórica é ironizada aos estóicos, amarfanhados – “nunca tendo feito a barba, distintivo da sabedoria (se bem que tal distintivo seja também comum aos bodes)”. E arrasa a própria sabedoria, quando decide que “loucura é o mesmo que sabedoria”. (Rotterdam, p.15). No Elogio são criticados os sábios, uma vez que “... estes, calcando o pudor aos pés, subornam qualquer panegirista adulador, ou um poetastro tagarela, que, à custa do ouro, recita os seus elogios, que não passam, afinal, de uma rede de mentiras”. Nessas duas citações ver- se logo a critica aos sábios que ele faz em todo o livro sem cerimônia nenhuma (p. 17, Rotterdam, Erasmo. Elogio da loucura). A constatação dele com sua obra, a loucura pode ser amenizadora para a velhice “(... os jovens mudam inteiramente de caráter logo que principiam a ficar homens e, orientados pelas lições e pela experiência do mundo, entram na infeliz carreira da sabedoria porque os velhos são duas vezes crianças...)”. (Rotterdam, 2003, p.28). Foi uma brilhante idéia de criar Elogio da loucura para diminuir a desumanidade que imperava e que impera ainda hoje, pois como sabemos todo o conhecimento e poder era e é destinado aos homens de ciência e da religião. Com isso Erasmo fez elogio à loucura excluída da sociedade considerada uma patologia, para vermos a exclusão das mulheres, dos excluídos, fazendo assim uma espécie de “O grito dos Excluídos”, de acordo com sua época é claro, só que bem discreto para não aparecer muito devido às perseguições.

“... muito mais a dose das paixões que a da razão”. É verdade que a autora às vezes peca como é o caso da demonstração, secularmente antecipada, de um chauvinismo injusto, quando garante: “... a mulher é sempre mulher, isto é, sempre louca, seja qual for à máscara sob a qual se apresente”, mas amenizando a possibilidade de qualquer amou feminino, uma vez que a loucura também é mulher” (Erasmo, 2003, p.39).

“Ora, se for excluído da sociedade, o homem, longe de poder suportar os outros, não poderá suportar a si próprio; desgostoso com tudo o que tiver alguma relação consigo, logo se tornará a seus próprios olhos um objeto de ódio, de aversão e de horror.” (Rotterdam, 2003, p.34).

Quem participou do Grito dos “Excluídos” sabe que os tempos são outros ao invés de discrição e o receio, os padres de hoje fazem questão de aparecer como forma de divulgar o evento que ocorre todos os anos no dia sete de setembro. Erasmo fez o que uma pessoa sensata e sem medo do perigo pode fazer por as outras pessoas, pois que ao invés de pensar somente em si no seu egoísmo, teve compaixão, que é se por no lugar do outro, com isso pensou nos excluídos querendo ou não ao escrever Elogio da loucura.

“o homem é o mais infeliz de todos os animais, pois todos os outros estão satisfeitos de ficar nos limites prefixados pela natureza, enquanto só o homem se esforça por ultrapassá-los”. (Rotterdam, 2003, p.49)

Essa compaixão e humanismo de Erasmo estão sendo vistas só agora, depois de quinhentos anos em campanhas publicitárias do governo tipo: “gentileza gera gentileza”, faixas de pedestre no trânsito, ora se não é pensar e se por no lugar do outro visto somente agora? E que Erasmo viu tudo isso há quinhentos anos, pensando nos excluídos como a mulher e os pobres de sua época, por exemplo, ao redigir a deusa de loucura que é uma mulher? Na época de Erasmo de Rotterdam se uma pessoa fosse apanhada fazendo algo diferente do “normal” à pessoa era considerada louca. Quando alguém era “especial” e insistia no absurdo, ela era chamada de bruxa podendo ir parar na fogueira como herege. Agora um louco que convenceu muita gente como fez Martinho Lutero es considerado líder. E quem insistir contra as idéias desse líder era preso e torturado até a morte.

“... espanta-me a ingratidão e a indiferença dos homens! Nunca houve um só homem que testemunhasse ao meu favor, não faltou quem escrevesse em honra de Homero, de tiranos, das moscas e da calvície como fez Sinésio (bispo grego)...”. (Rotterdam,2003, p.10).

Erasmo viu que as guerras e conflitos religiosos de sua época estavam gerando muitas mortes em nome dessa razão dogmática da igreja e de Lutero e ele como padre e teólogo resolveu escrever Elogio da loucura. Quando alguém era louco, mais bem louco mesmo, era fácil de identificá-lo, ele agia e se vestia diferente dos outros, acreditava numa lógica particular. Ora se fossemos avaliar por essa lógica medieval, não escaparia quase que ninguém na atualidade. Quem é louco num lugar, pode ser normal em outro. Normalmente as pessoas loucas estão em minoria. Foi pensando nisso que Erasmo fez a deusa da loucura. Vendo que na antiguidade, na Grécia, ser louco era uma exceção e que o loco era tratado como um deus do

A arte e a literatura refletiram bem essas mudanças. Em lugar do egoísmo do Teocentrismo veio o humanismo social, homem no centro das atenções, uma espécie de Antropocentrismo ao invés de Teocentrismo medieval (Deus no centro) que imperava. No Humanismo como no Realismo, certifica um enorme interesse em descrever, analisar e até criticar a realidade do homem. A fala da deusa da loucura procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de fugir da realidade, os humanistas procuram apontar suas falhas como forma de estimular a mudança nas instituições e dos comportamentos humanos, pois afinal somos humanos perecíveis a falha. Em lugar de heróis e deuses como ocorreu nos contos antigos e medievais, como a guerra de Tróia e Rei Artur surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitadas como qualquer um. Elogio da loucura trás um tema atual que é a loucura, a exemplo basta as manifestações dos vândalos quebrando o patrimônio publico, para tornar a temática da obra bem contemporânea, na tentativa de ridicularizar com humor a forma de tentar mostrar a realidade para os homens religiosos e de ciências e até o homem comum, para que pudesse encarar os problemas e não fugir. Erasmo espantou a sociedade de sua época com obra Elogio da loucura, na forma de chamar atenção pra si, coisa que faziam os renascentistas, pois ao contrario do homem medieval que tinha as atenções voltadas somente para Deus, que conhecemos por Téocentrismo, os humanistas cultivavam o Antropocentrismo. Com a obra Elogio da loucura, Erasmo não fez manifesto e nem tão pouco o gritos dos excluídos, já que ele que não podia fazer, pois ainda pertencia à igreja Católica, por isso ele dedicou o livro, e deixou aos cuidados de seu amigo Thomas Morus, também humanista. Com a obra Erasmo confrontou o idealismo teórico da religião com o realismo do dia a dia. O conflito entre idealismo e realismo surgiu em Erasmo quando desiludiu com a igreja católica, mas se não fosse essa desilusão e mágoa que o Holandês levou consigo não teríamos conhecido essa obra fantástica, que é um clássico universal. Aprendemos com isso que as desilusões levam o escritor a transcender e ultrapassar seus limites de criação. Essa desilusão levou a liberdade de pensamento ignorando as preocupações. Para isso Erasmo, usou o tema da loucura, que começa a dizer no primeiro capitulo: “e a loucura fala” para evitar que sua obra fosse censurada, então denuncia problemas sociais através dessa estratégia literária, na esperança de aprendermos com o realismo a melhorar nossas ações para o mundo.

3. ERASMO DE ROTTERDAN

Escrita em 1509, de veia satírica, recheado de humor dos absurdos da filosofia, até, mais universalmente, do comportamento humano, sendo, deste modo, totalmente acessível ao leitor leigo. O texto foi escrito em viagem para a Inglaterra a cavalo feita por Erasmo. Quem fala no livro é a própria loucura, meio esse encontrado por ele para fugir das perseguições vividas pela inquisição. Aos vinte anos, escreveu O desprezo do mundo e logo depois Bem da paz, obras que trouxe fama. (ERASMO, p.18) Seus trabalhos mais destacados foram o Manual do Cristão Militante (1504), Adágios Reunidos (1500), Diálogos (1518) e o Elogio da Loucura (1509). Já reconhecido pelo mundo culto da sua época, foi apadrinhado por Henry de Bergen, bispo de Cambrai e, na Holanda, foi protegido por Ana de Brosselons, a marquesa de Nassau, que lhe propôs recursos para diversas viagens pela Inglaterra e Itália. Doutorou-se pela Universidade de Bolonha, tempo no qual conviveu com homens célebres, como o papa Júlio II, Aldo Manuzio e Thomas Morus, este seu grande amigo humanista. Abandonou o sacerdócio, em favor de uma sólida formação humanista cristã, conseguida através de grande sensibilidade e de indiscutível independência. Apesar de ser um pacifista e manter-se sempre distante dos conflitos da sua época conturbada, aquela citada independência estimulou-o para uma obra que atravessou imponente, cinco séculos, sempre detentora de uma modernidade que nos estimula a reconhecer no autor grande clarividência. Faleceu na Basiléia, aos setenta anos, em 11 de julho de 1536. Em 1553, suas obras, que sempre incomodaram, foram incluídas no Index, rol de livros proibidos pela Inquisição, o Santo Ofício, que de santo, na verdade, nunca teve nada. O que se ver na obra de Erasmo é a percepção de que algo devemos fazer para mudar o pensamento desumano que ainda reina no mundo, pois somos nós universitários letrados representantes dos cientistas com sede de poder começado pelos os filósofos gregos até nos dias de hoje, no qual reprovamos e censuramos todo mundo, nisso geramos discriminação que gera escravidão, amarras, grades curriculares, correntes literárias, foi o que Erasmo tentou falar em seu elogio da loucura, à mais de quinhentos anos atrás. Humanistas e humanos como Erasmo devemos acreditar que a razão tem que ser utilizada a humanidade, e não o contrario, pois afinal somos humanos e não maquinas.

precisou revelar a fonte que é evidente de sua ideologia. Essa ideologia chegou a Erasmo de forma direta ou indireta devido ao convívio nos monastérios romanos que fatalmente conheceu as obras de Tácito o historiador romano que escreveu muito sobre as loucuras dos imperadores romanos, pois Erasmo passou muitos anos estudando filosofia para sua graduação de teologia em Bolonha (Itália). Elogio da loucura é um divisor de águas para o pensamento do homem medieval para o renascimento moderno da época das grandes navegações.

5. ÉPOCA RENASCENTISTA

5.1 MOVIMENTO LITERÁRIO

Retorno ao classicismo grego-romano estilo típico dos humanistas, que volta ao classicismo grego, pois Erasmo de Rotterdam, conhecedor e estudioso do mundo grego, inventa a deusa da loucura, que inovou o pensamento ocidental patriarcalista da idade Média à época Moderna de Cervantes, chegando à idade contemporânea com Machado de Assis com a obra O alienista. Erasmo deu voz e vez às mulheres através da deusa da loucura, caracterizada de uma mulher vestida de vestido cor roxa que quer dizer mistério e respeito para as mulheres. Finalizando, com essa razão mais humana poderemos inovar e esquecer de vez a razão hermética dos gregos desumana, vazia de sentimentos e compaixão que perpétua até hoje, sem que ninguém critique e nem renove nada, ficando explicito a manobra feita pelos os gregos para dominar e conquistar os povos na antiguidade. Acreditando que o futuro da humanidade não está nas luzes da razão dos iluministas que copiaram dos gregos, e sim da razão mais humana e menos teórica dos humanistas e que essa razão seja mais prática e menos teórica que movimente as idéias e os pensamentos. O Humanismo literário como ficou conhecido foi uma linha de pensamento literário que iniciou-se na Itália e espalhou-se por toda a Europa, contribuindo também para a renovação dos estudos universitários, filosofico e científico e também a criação das primeiras escolas e universidades na Europa. Na área dos intelectuais, no século XIV estava os humanistas italianos em Florença que se interessaram pela antiga cultura greco romana, foi por isso que Erasmo se torno na

Inglaterra professor de grego e latim, mais adiante só lecionando o inglês, dedicando-se à procura de tradução e divulgação dos escritores clássicos. O movimento desencadeado por esses intelectuais recebeu esse nome Humanismo porque a preocupação principal foi e é o ser humano, diferente do Teocentrismo que via Deus nos centro das atenções do homem ocidental, o humanismo tinha o homem ( ser humano ) como centro, cientificamente falando uma especie de Antropocentrismo das preocupações imediatas.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após brevemente ter exposto a obra, explicarei melhor o titulo do trabalho Elogio da loucura de Erasmo de Rotterdam: As raízes do humanismo. Assim como as raízes de uma planta absorve água do solo para as suas necessidades do dia a dia, que retém sais minerais da terra e suga água para crescer, florescer e dar frutos, o mesmo fez Erasmo de Rotterdam que absorveu os conhecimentos do mundo Greco romano para florir com suas idéias de humanistas em pró do humanismo cristão renascentista. O renascimento foi um movimento pelo qual lutou para trazer de volta os bons valores Greco romano, coisa que muitos o fizeram, porém sem se importar com os valores humanos somente absorveram os valores bons e ruins para a humanidade. Outros valores renascentistas, como a exaltação da beleza e do prazer, se encontravam em profusão nos clássicos greco-romanos. Para Erasmo, esses princípios eram mais interessantes do que as abstrações (teorias) da filosofia escolástica. “Além disso, dizia “ele:” O prazer físico e o bom humor não conflituam com o cristianismo”. Afinal das contas somos ser humanos frágeis e perecíveis as falhas e ao erro. Por outro lado o renascimento de Erasmo, o humanismo cristão, buscou absorver os pensamentos filosóficos e a arte, que é o essencial para a vida social do homem. Devemos lembrar que com o renascimento ao contrario do iluminismo, como o próprio nome nos chama atenção (re) nascimento, ou seja, o ressurgimento desses pensamentos na filosofia e na arte, no entanto, Deus não foi esquecido, o homem (humanidade) só se encontra num plano próximo de Deus, onde não mais somente Deus, mas também a humanidade está além da natureza.