Elementos da estatística de saúde, Notas de estudo de Matemática

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1 Introdução A Estatística é um método científico que tem por objetivo o estudo de uma população a partir de informações sobre a mesma. É um conjunto de técnicas que permite, de forma sistemática, organizar, descrever, analisar e interpretar dados oriundos de estudos ou experimentos, realizados em qualquer área do conhecimento. O presente trabalho tem como tema de abordagem: Elementos da estatística de saúde. Em Moçambique os Inquéritos Demográficos e de Saúde (IDS), têm assumido uma importância cada vez mais crescente por se constituírem numa das fontes mais fidedignas de informação sobre saúde, principalmente no que se refere a desagregação geográfica e análise por características seleccionadas da população. Por este motivo, os seus resultados têm sido amplamente divulgados através de variadas formas de difusão.

1.1 Objectivos 1.1.1 Geral  Estudar os elementos da estatística de saúde. 1.1.2 Específicos  Identificar as características da população;  Verificar os registos factos vitais: nascidos vivos e mortos;  Identificar as fontes dados;  Explicar a classificação internacional de doenças. 1.2 Metodologia Segundo Marconi e Lakatos (1992, p. 44), “método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo reflectido e deliberado”. A pesquisa bibliográfica é um procedimento exclusivamente teórico, compreendida como a junção, ou reunião, do que se tem falado sobre determinado tema. Como ensina Fonseca (2002, p. 32), a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de Web sites. Nesta pesquisa será aplicada a pesquisa bibliográfica de modo a garantir o suporte científico mediante o comentário ou estudos que anteriormente forma desenvolvidos por diversos autores em torno do tema em estudo. Igualmente, a pesquisa bibliográfica será aplicada de modo a ajudar na triangulação dos dados que são colhidos durante a pesquisa e, observados pelo autor do trabalho no decurso desta.

2.1.3 Características da população

anos

• 1 Introdução......................................................................................................................
  • 1.1 Objectivos...............................................................................................................
    • 1.1.1 Geral..................................................................................................................
    • 1.1.2 Específicos........................................................................................................
  • 1.2 Metodologia............................................................................................................
• 2 Fundamentação teórica...................................................................................................
  • 2.1 Elementos da estatística de saúde...........................................................................
    • 2.1.1 Definição de saúde............................................................................................
    • 2.1.2 Definição de indicadores...................................................................................
      • 2.1.2.1 Dado, Indicador e Indicador de Saúde.......................................................
    • 2.1.3 Características da população.............................................................................
    • 2.1.4 Recenseamento e estimativas............................................................................
    • 2.1.5 Registos factos vitais: nascidos vivos e mortos................................................
    • 2.1.6 Fontes de dados.................................................................................................
      • 2.1.6.1 Fontes de dados primários..........................................................................
      • 2.1.6.2 Fontes secundárias de dados......................................................................
      • 2.1.6.3 Fontes de dados de mortalidade.................................................................
      • 2.1.6.4 Notificação obrigatória de doenças............................................................
    • 2.1.7 Classificação internacional de doenças (CID)................................................
• 3 Conclusão.....................................................................................................................
• 4 Referencias bibliográficas............................................................................................
  • A População de Moçambique em 2019 tem a seguinte proporção por grupo etário: 46% dos 0- 14 anos de idade, 45% dos 15-
  • Segundo a MISAU (2022), a População de Moçambique em 2021 tem a seguinte proporção por grupo etário: 32% dos 0- anos, e 9% acima dos 50 anos, sendo 6% dos 50-64 anos, e 3% acima de 65 anos.
  • Tabela 1 : População por Grupos Etários e por Sexo, Moçambique, anos de idade, 28% dos 15-49 anos, e 38% dos 50-64 anos, e 2% acima de 65 anos.
• Províncias População Masculino Feminino 0-11 meses 1-4 anos 5-14 anos 15-
• Niassa 2,046,645 1,002,495 1,062,150 78,563 261,985 688,130 882,268 97,633 56, 50-64 anos >65 anos
• Cabo Delgado 2,597,016 1,262,685 1,334,331 91,804 310,229 803,825 1,128,167 159,369 103,
• Nampula 6,335,121 3,088,202 3,246,919 218,939 747,642 2,090,962 2,728,534 361,898 186,
• Zambézia 5,709,418 2,748,414 2,961,004 223,046 740,858 1,832,238 2,455,785 305,730 151,
• Tete 2,989,258 1,469,375 1,519,883 104,697 351,882 920,067 1,372,061 145,932 94,
• Manica 2,174,432 1,048,014 1,126,418 87,177 294,997 641,584 978,535 105,942 66,
• Sofala 2,528,4421 1,229,872 1,298,570 94,424 318,291 721,4971 1,175,213 138,600 80,
• Inhambane 1,547,906 716,772 831,134 42,220 143,276 419,321 722,860 125,789 94,
• Gaza 1,455,550 662,292 793,258 43,126 142,933 407,913 683,426 101,353 76,
• Maputo 2,302,891 1,109,728 1,193,163 64,384 223,291 55,030 1,230,813 152,803 76,
• Cidade Maputo 1,127,565 547,938 579,627 25,456 90,096 226,080 629,389 105,123 50,
• Total nacional 30,832,244 14,885,78 15,946,457 1,073,836 3,625,680 9,307,395 13,987,051 1,800,172 1,038,

7 Fonte: INE, Projecções Anuais da População Total, 2017 – 2050

conjunto. Neste caso, é preciso garantir que a amostra é representativa da população em causa. Por exemplo: a proporção da população com idade inferior a 18 anos ou a proporção de mulheres e de homens na amostra de alojamentos familiares devem refletir a realidade da população total. As pessoas com residência em Moçambique foram classificadas como População Residente Aquelas que no momento do Censo se encontravam no território moçambicano foram consideradas como População Presente Foram Igualmente enumeradas, e consideradas residentes, as pessoas temporaneamente ausentes por um período menor a 6 meses

2.1.5 Registos factos vitais: nascidos vivos e mortos................................................

A taxa de Nati-Mortalidade com Foco Positivo à Entrada reduziu de 0.10% em 2020 para 0.03% em 2021. A Província de Sofala apresenta maior taxa de Nati-Mortalidade com Foco Positivo à Entrada com 0,28%. Tabela 2 : Taxa de Nati-Mortalidade com Foco Positivo à Entrada, por Província, 2021 Província 2021 Total de nascimentos Nados mortos com foco + a entrada Percentagem Niassa 101,058 165 0,16% Cabo Delgado 96,891 87 0,09% Nampula 259,868 53 0,02% Zambézia 244,839 90 0,04% Tete 121,86 133 0,11% Manica 98,919 53 0,05% Sofala 101,899 283 0,28% Inhambane 746,803 96 0,01% Gaza 652,311 59 0,01% Maputo província 604,496 42 0,01% Maputo cidade 765,401 112 0,01% Total 3,794,345 1,173 0,03% Fonte: SISMA- DIS/DPC/MISAU

2.1.5.1 Recém-nascidos e crianças (0-4 anos) Analisando as causas de morte apresentadas para a população nesta faixa etária, verifica- se maior número de mortes por doenças transmissíveis e condições perinatais e nutricionais, o que corresponde ao padrão de causas de mortes esperadas para esta faixa etária. Não houve registo de mortes por doenças não transmissíveis e corresponde ao padrão esperado para esta faixa etária. Gráfico 2 : Dez principais causas de morte em recém-nascidos e crianças (0-4 anos, ambos os sexos), Moçambique 2018-2021. Fonte: MGDH, 2022

2.1.6 Fontes de dados.................................................................................................

2.1.6.1 Fontes de dados primários..........................................................................

Os dados provenientes de fontes primárias fornecem evidências diretas de um evento. A coleta de dados pode ser feita de maneiras distintas: censo populacional ou pesquisa nacional ou local (em geral inquéritos, amostrais ou não). Criar um sistema de informação para servir aos objetivos específicos produzirá dados primários. Ou seja, se diz que os indicadores são baseados

Doenças Casos 2021 Óbitos Taxa de letalidade Cólera 4.948 27 0.5% Diarreia 514.137 144 0.0% Disenteria 88.486 11 0.0% Malária 7.149.149 401 0.0% Meningite 693 21 3.0% Mordeduras de 23.925 0 0.0% Paralisia flácida 626 9 1.4% Peste 144 9 6.3% Raiva 23 0 0.0% Sarampo 4.203 9 0.2% Síndroma febril 2.081.418 24 0.0% Tétano recém 1.134 306 27.0% Fonte: BES-DNSP/Departamento de Epidemiologia/MISAU De um modo geral, importa destacar que os casos de Tétano Recém-Nascido, Sarampo, Peste, Paralisia Flácida Aguda, Diarreia e Cólera, Malária e Meningite, ainda são uma preocupação de Saúde Pública para as doenças de notificação obrigatória.

2.1.7 Classificação internacional de doenças (CID)................................................

A Classificação Internacional de Doenças (CID) é a base para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo e contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte. O documento fornece uma linguagem comum que permite aos profissionais de saúde compartilhar informações de saúde em nível global (Porta, 2014) O novo documento também reflete o progresso da medicina e os avanços na compreensão científica. Os códigos relativos à resistência antimicrobiana, por exemplo, estão mais alinhados ao sistema global de vigilância da resistência antimicrobiana (GLASS). A CID-11 também reflete melhor os dados sobre segurança na assistência à saúde. Isso significa que eventos desnecessários

que podem prejudicar a saúde – como fluxos de trabalho inseguros em hospitais – podem ser identificados e reduzidos.^1 A CID é usada por seguradoras de saúde que tomam decisões de reembolso com base na codificação, por gerentes de programas nacionais de saúde, por especialistas em colecta de dados e por qualquer pessoa que acompanhe o progresso na saúde global e determine a alocação de recursos de saúde. 2.1.7.1 Codificação na CID- Cada doença pode ser dada a uma categoria e receber um código de até seis caracteres de longitude (em formato de X00.000). Cada uma das tais categorias pode incluir um grupo de doenças similares. A CID-10 segue uma hierarquia de Capítulos, que contém Grupos, que contém Categorias, que por sua vez contém Subcategorias que representam o nível de maior detalhamento. Tabela 4 : Codificação na CID- Capítulo Códigos Título I A00-B99 Algumas doenças infecciosas e parasitárias. II C00-D48 Neoplasmas (tumores). III D50-D89 Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários. IV E00-E90 Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas. V F00-F99 Transtornos mentais e comportamentais. VI G00-G99 Doenças do sistema nervoso. VII H00-H59 Doenças do olho e anexos. VIII H60-H95 Doenças do ouvido e da apófise mastoide. IX I00-I99 Doenças do aparelho circulatório. X J00-J99 Doenças do aparelho respiratório. XI K00-K93 Doenças do aparelho digestivo. XII L00-L99 Doenças da pele e do tecido subcutâneo (^1) https://bvsms.saude.gov.br/organizacao-mundial-da-saude-divulga-nova-classificacao-internacional-de- doencas/. Acesso: 02 de outubro de 2022. Às 16h15.

3 Conclusão A malária é a principal causa de internamento nos serviços de pediatria em Moçambique. O Ministério da Saúde (MISAU) tem priorizado a distribuição das redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração (REMILD) através das consultas pré-natais (CPN) e campanhas de distribuição massiva para cobertura universal (CCU). De referir que para o ano 2021, houve registo de mortes por neoplasias malignas, doenças digestivas e doenças geniturinárias que não tinham sido verificadas nos anos anteriores. O ano 2020 foi o único com registo de causas externas numa proporção reduzida. Avaliações sistemáticas das estatísticas de mortalidade possibilitam a identificação do perfil epidemiológico, contribuindo assim para a tomada de decisão com vista à melhoria da saúde da população. É importante a apresentação de estatísticas de mortalidade por causas, pois são essenciais para avaliar o peso da doença e delinear medidas políticas e intervenções efectivas em saúde.

4 Referencias bibliográficas Ferreira, C. da S. (s/d). Elementos de Estatística. Departamento de Estatística – UFJF. Disponível em: https://www.ufjf.br/clecio_ferreira/files/2012/04/Cap1-Amostragem1.pdf. Acesso: 01 de outubro de 2022 às 14h41. MISAU. ( 2022 ). Anuário Estatístico de Saúde -2021. Maputo. Disponível em: https://www.misau.gov.mz/index.php/anuarios-estatistico?download=1321:anuario-estatistico- de-saude-2021. Acesso: 01 de outubro de 2022 às 15h MISAU. (2022). Análise de mortalidade intra-hospitalar e suas causas em Moçambique, 2018 a 2021. Maputo. Organização Pan-Americana da Saúde. (2016). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Décima revisão. 3 v. Washington DC: OMS/OPAS. Porta M. ed. (2014) A dictionary of epidemiology. Sexta edição, editado para International Epidemiological Association. Editores associados: Sander Greenland, Miguel Hernán, Isabel dos Santos Silva, John M. Last. Editora assistente: Andrea Burón.