Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Elaborate Biomedicina, Esquemas de Biomedicina

Biomedicina Estética e farmácia

Tipologia: Esquemas

2023

Compartilhado em 24/03/2023

douglas-braga-33
douglas-braga-33 🇧🇷

1 documento

1 / 1

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Neves Jr. R.J.A1*, P. I. Junior2, Oliveira.G1, Armando. C, & S. M. Simons1
1Laboratório de Parasitologia, Instituto Butantan; 2Laboratório de Toxinologia Aplicada, Instituto Butantan, São Paulo, SP, Brasil.
*e-mail: roberto.neves@esib.butantan.gov.br
Os artrópodes constituem um dos grupos mais antigos de animais, como sugerido por sua ampla distribuição e abundância. Assim como os demais invertebrados, os
artrópodes apresentam importantes mecanismos de defesa. Em resposta à invasão por patógenos, seu sistema imunológico produz um complexo arranjo de
peptídeos e outras moléculas com atividades antimicrobianas específicas contra os invasores eucarióticos e procarióticos (bactérias, vírus, fungos). Dentre os
artrópodes, os carrapatos constituem um importante grupo de ectoparasitos hematófagos. Durante o período de ingurgitamento, os carrapatos podem adquirem
patógenos, que pofrm colonizar seu sistema digestivo e glândulas salivares, podendo mais tarde ser transmitido aos organismos parasitados pelos carrapatos também
durante a alimentação destes, principalmente pela salivação, ou defecação, ou ainda pela liberação do líquido coxal (em argasídeos). A saliva dos carrapatos
apresenta complexa mistura de moléculas bioativas como anticoagulantes, vasodilatadoras, antiplaquetárias, imunomoduladoras e antinflamatórias, capazes de
neutralizar os mecanismos de defesa dos hospedeiros vertebrados. Além disso, a transmissão de certos patógenos, como Borrelia burgdorferi, pode ser facilitada
pela presença de moléculas que o protegem do ataque do sistema imunológico dos hospedeiros. Pensando nisso, utilizamos neste trabalho a saliva de Amblyomma
sculptum,que na fase é pouco específico em relação aos hospedeiros, atacando inclusive o ser humano, e por ser vetor da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da
febre maculosa.
A hipótese deste trabalho é que na saliva do A. Sculptum contenham
moléculas capazes de inibir ou proliferar determinados microrganismos
podendo assim auxiliar em exames, medicamentos e vacinas e em estudos de
infecções de patógenos, trazendo mais conhecimento sobre a capacidade
vetorial dos carrapatos.
Os carrapatos foram alimentados sobre coelhos (Orytolagus caniculus).
CEUA 4487090320
A saliva foi obtida utilizando a técnica de Kaufman, 1978, e a dopamina
como estimulante da salivação das fêmeas semi-ingurgitadas. (Foto 1,2)
Para determinar a concentração e o perfil proteico da saliva foram
realizadas as dosagens por A 280nm e o SDS-PAGE 10%, respectivamente.
Para a análise da atividade biológica utilizou-se as bactérias
Foi realizada uma diluição seriada da saliva (2 a 0,00375 µg/poço). A
reação foi avaliada através da absorbância A 595 nm (espectrofotômetro
Victor 3-1420).
REFERENCIAS:
BULET, P.; DIMARCQ J.L.; HETRU C.; LAGUEUX, M.; HEGY G.; VAN DORSSELAER A.; HOFFMANN J.A. A
novel inducible antibacterial peptide of Drosophila carries an O-glycosylated substitution. J Biol Chem.
1993, Jul,15; 268 (20): 14893-7.
Foto 01
Gram-negativas
Escherichia coli
Salmonella enterica arizonae
Enterobacter cloacae
Serratia marcescens
Gram-positivas
Staphylococcus aureus
Micrococcus luteus
Bacillus megaterium
Staphylococcus epidermidis
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
controle 2 1 0,5 0,25 0,125 0,06 0,03 0,015 0,0075 0,00375
A 595 NM
ASS (µg/POÇO )
Bactérias Gram (-)
Escherichia coli Serratia marcescens Enterobacter cloacae Salmonella enterica arizonae
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
controle 2 1 0,5 0,25 0,125 0,06 0,03 0,015 0,0075 0,00375
A 595 NM
ASS (µg/POÇO )
Bactérias Gram (+)
Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermidis Micrococcus luteus Bacillus megaterium
Análise eletroforética (SDS-PAGE 10%). Saliva de fêmea semingurgitada de
Amblyomma sculptum.(Foto 3)
1. Padrão de massa molecular (GE); 2. Saliva sem redução (15 µg); 3. Saliva com
redução por β-mercaptoetanol (15 µg). Corado por Coomassie blue.
Foto 03
Gráfico 01 - Média e controle das bactérias Gram-Positivas
Gráfico 02. Média e controle das bactérias Gram-negativas
Os nossos resultados, mesmo que preliminares, indicaram que a saliva promoveu
mudanças na proliferação em 5 bactérias e inibição celular em 3 bactérias. Este
tipo de estudo pode vir esclarecer pontos ainda obscuros quanto a capacidade
vetorial destes hematófagos, e futuramente possamos identificar as moléculas
responásveis pela atividade moduladora encontrada nestes ectoparasitas.
FINANCIADORAS:
Instituto Butantan, Fundação Butantan e CNPq.
Foto 02
Foto 01 Autoria Própria carrapatos salivando para a coleta Foto 02 Daniela Lourenço de Oliveira Zoom
do carrapato durante a salivação

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Elaborate Biomedicina e outras Esquemas em PDF para Biomedicina, somente na Docsity!

Neves Jr. R.J.A

1

* , P. I. Junior

2,

Oliveira.G

1

, Armando. C, & S. M. Simons

1 1

Laboratório de Parasitologia, Instituto Butantan;

2

Laboratório de Toxinologia Aplicada, Instituto Butantan, São Paulo, SP, Brasil.

*e-mail: roberto.neves@esib.butantan.gov.br

Os artrópodes constituem um dos grupos mais antigos de animais, como sugerido por sua ampla distribuição e abundância. Assim como os demais invertebrados, os artrópodes apresentam importantes mecanismos de defesa. Em resposta à invasão por patógenos, seu sistema imunológico produz um complexo arranjo de peptídeos e outras moléculas com atividades antimicrobianas específicas contra os invasores eucarióticos e procarióticos (bactérias, vírus, fungos). Dentre os artrópodes, os carrapatos constituem um importante grupo de ectoparasitos hematófagos. Durante o período de ingurgitamento, os carrapatos podem adquirem patógenos, que pofrm colonizar seu sistema digestivo e glândulas salivares, podendo mais tarde ser transmitido aos organismos parasitados pelos carrapatos também durante a alimentação destes, principalmente pela salivação, ou defecação, ou ainda pela liberação do líquido coxal (em argasídeos). A saliva dos carrapatos apresenta complexa mistura de moléculas bioativas como anticoagulantes, vasodilatadoras, antiplaquetárias, imunomoduladoras e antinflamatórias, capazes de neutralizar os mecanismos de defesa dos hospedeiros vertebrados. Além disso, a transmissão de certos patógenos, como Borrelia burgdorferi , pode ser facilitada pela presença de moléculas que o protegem do ataque do sistema imunológico dos hospedeiros. Pensando nisso, utilizamos neste trabalho a saliva de Amblyomma sculptum , que na fase é pouco específico em relação aos hospedeiros, atacando inclusive o ser humano, e por ser vetor da bactéria Rickettsia rickettsii , causadora da febre maculosa. A hipótese deste trabalho é que na saliva do A. Sculptum contenham moléculas capazes de inibir ou proliferar determinados microrganismos podendo assim auxiliar em exames, medicamentos e vacinas e em estudos de infecções de patógenos, trazendo mais conhecimento sobre a capacidade vetorial dos carrapatos.

  • Os carrapatos foram alimentados sobre coelhos ( Orytolagus caniculus ). CEUA Nº 4487090320
  • A saliva foi obtida utilizando a técnica de Kaufman, 1978, e a dopamina como estimulante da salivação das fêmeas semi-ingurgitadas. (Foto 1,2)
  • Para determinar a concentração e o perfil proteico da saliva foram realizadas as dosagens por A 280nm e o SDS-PAGE 10%, respectivamente.
  • Para a análise da atividade biológica utilizou-se as bactérias
  • Foi realizada uma diluição seriada da saliva ( 2 a 0 , 00375 μg/poço). A reação foi avaliada através da absorbância A 595 nm (espectrofotômetro Victor 3 - 1420 ). REFERENCIAS: BULET, P.; DIMARCQ J.L.; HETRU C.; LAGUEUX, M.; HEGY G.; VAN DORSSELAER A.; HOFFMANN J.A. A novel inducible antibacterial peptide of Drosophila carries an O-glycosylated substitution. J Biol Chem. 1993, Jul,15; 268 (20): 14893-7. Foto 01 Gram-negativas
  • _Escherichia coli
  • Salmonella enterica arizonae
  • Enterobacter cloacae
  • Serratia marcescens_ Gram-positivas
  • Staphylococcus aureus
  • _Micrococcus luteus
  • Bacillus megaterium
  • Staphylococcus epidermidis_ 0 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, controle 2 1 0,5 0,25 0,125 0,06 0,03 0,015 0,0075 0, A 595 NM ASS (μg/POÇO ) Bactérias Gram (-) Escherichia coli Serratia marcescens Enterobacter cloacae Salmonella enterica arizonae 0 0, 0, 0, 0, 0, 0, controle 2 1 0,5 0,25 0,125 0,06 0,03 0,015 0,0075 0, A 595 NM ASS (μg/POÇO ) Bactérias Gram (+) Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermidis Micrococcus luteus Bacillus megaterium Análise eletroforética (SDS-PAGE 10%). Saliva de fêmea semingurgitada de Amblyomma sculptum. (Foto 3) 1. Padrão de massa molecular (GE); 2. Saliva sem redução (15 μg); 3. Saliva com redução por β-mercaptoetanol (15 μg). Corado por Coomassie blue. Foto 03 Gráfico 01 - Média e controle das bactérias Gram-Positivas Gráfico 02. Média e controle das bactérias Gram-negativas Os nossos resultados, mesmo que preliminares, indicaram que a saliva promoveu mudanças na proliferação em 5 bactérias e inibição celular em 3 bactérias. Este tipo de estudo pode vir esclarecer pontos ainda obscuros quanto a capacidade vetorial destes hematófagos, e futuramente possamos identificar as moléculas responásveis pela atividade moduladora encontrada nestes ectoparasitas.

FINANCIADORAS:

Instituto Butantan, Fundação Butantan e CNPq. Foto 02 Foto 01 Autoria Própria – carrapatos salivando para a coleta Foto 02^ Daniela Lourenço de Oliveira Zoom do carrapato durante a salivação