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Uma monografia sobre o estudo da aprendizagem e dos anticonvulsivantes, seus efeitos colaterais e a relação entre eles. O trabalho propõe conhecer o impacto do uso de anticonvulsivantes na aprendizagem ou a inexistência deste. A memória é abordada como uma importante ferramenta na aprendizagem, sendo explicada por meio de uma abordagem que diz que a informação flui a partir do ambiente por meio do armazenamento sensorial e da memória de curta e longa duração. Os anticonvulsivantes são medicamentos utilizados no tratamento de epilepsia e causam efeitos indesejados aos pacientes que podem ou não prejudicar o aprendizado. Palavras-chave: aprendizagem, anticonvulsivantes, efeitos colaterais.
O que você vai aprender
Tipologia: Exercícios
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Belo Horizonte – Minas Gerais
Monografia apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial do Programa de Pós-Graduação em Neurociências, para a obtenção do título de Especialista em Neurociências. Orientador: Prof. Dr. Fabrício de Araújo Moreira
Belo Horizonte – Minas Gerais
“A inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função de interações sociais que são, em geral, demasiadamente negligenciadas.” (Piaget)
Este trabalho propõe o estudo da aprendizagem, dos anticonvulsivantes, seus efeitos colaterais e a relação entre eles. Tal estudo busca conhecer o impacto do uso de anticonvulsivantes na aprendizagem ou a inexistência deste. O aprendizado é a aquisição de novas informações e alterações no comportamento, ou na potencialidade do comportamento. A memória é uma importante ferramenta na aprendizagem e uma abordagem que explica o aprendizado pela memória diz que a informação flui a partir do ambiente por meio do armazenamento sensorial e da memória de curta e de longa duração. Os anticonvulsivantes são medicamentos utilizados no tratamento de epilepsia e causam efeitos indesejados aos pacientes que podem ou não prejudicar o aprendizado.
Palavras chave: aprendizagem, anticonvulsivante, efeitos colaterais.
1 Aprendizagem
Os clientes de terapia ocupacional dispendem a maior parte do tempo do tratamento com o aprendizado, por isso é necessário que tal profissional conheça um pouco mais sobre a teoria da aprendizagem. Segundo Neistadt^1 , o aprendizado pode ser definido como uma alteração relativamente permanente no comportamento, ou na potencialidade de comportamento, que resulta da experiência e não pode ser atribuída a estados corporais temporários induzidos por doença, fadiga ou medicamentoso^1. Os filósofos, desde Platão e Aristóteles, têm debatido se a natureza do conhecimento é determinada principalmente pela mente ou pela experiência sensorial. Alguns teóricos como Pavlov (1849 a 1936), Watson (1878 a 1958) e Skinner (1904 a 1990), acharam que o aprendizado era mais bem explicado pela observação e descrição das relações entre os comportamentos e os eventos observáveis^1. Outra definição diz que o aprendizado é a aquisição de novas informações e/ou conhecimentos. Todo novo comportamento que um organismo apresenta, tanto em decorrência das variações no ambiente, como no organismo, é entendido como aprendizado. A intenção e a motivação para aprender não são essenciais por si mesmas, mas são importantes no foco da atenção do aprendriz^2. A simples repetição em geral não é o melhor método para a aprendizagem, mas provavelmente é ampliado pelo processo de elaboração, que liga o material novo ao já conhecido. Entretanto, a repetição mecânica pode ser útil para certos protocolos, como a aprendizagem da pronúncia de palavras em idiomas estrangeiros^2. A partir da perspectiva de processamento da informação, o aprendizado exige a eficácia da recepção sensorial, do processamento cerebral e do comportamento motor para movimentação ou comunicação^1. A memória é uma importante ferramenta na aprendizagem. Uma abordagem que explica o aprendizado pela memória diz que a informação flui a partir do ambiente por meio do armazenamento sensorial e da memória de curta e de longa duração^2.
participa apenas da construção de ossos e dentes, nem apenas da secreção de neurotransmissores e na contração muscular, mas também em qualquer forma de plasticidade sináptica^3.
A epilepsia é um distúrbio muito comum, caracterizado por crises que, dependendo da área cerebral afetada, podem tomar várias formas e ocorre por motivo de descargas neuronais episódicas^4. O que se inicia como uma descarga anormal local, pode se espalhar para outras áreas do cérebro. Os sintomas particulares produzidos dependem da função da região cerebral afetada, sendo assim, o envolvimento do córtex motor causa convulsões, o envolvimento do hipotálamo causa descarga autonômica periférica e o envolvimento da formação reticular na parte superior do tronco encefálico leva a uma perda da consciência^4. A epilepsia é tratada principalmente com fármacos - anticonvulsivantes, sendo estes eficazes para controlar convulsões em 50-80% dos casos^4. Os pacientes que com epilepsia geralmente necessitam utilizar os anticonvulsivantes de modo contínuo por muitos anos, portanto é essencialmente importante evitar os efeitos colaterais^4. Na tabela 2.1 encontram-se as propriedades dos principais fármacos anticonvulsivantes utilizados no tratamento da doença. Três mecanismos de ação parecem ser importantes na ação dos anticonvulsivantes: (a) potencialização da ação do GABA; (b) inibição da função do canal de sódio; (c) inibição da função do canal de cálcio.
(a) Potencialização da ação do GABA: Alguns fármacos facilitam a abertura dos canais de cloreto mediado pelo GABA. Alguns atuam inibindo a enzima GABA transaminase, que é responsável pela inativação do GABA, e outras inibem a capitação de GABA; ambas, portanto, reforçam a ação do GABA como transmissor inibitório^4. (b) Inibição da função do canal de sódio:
A excitabilidade da membrana é afetada por uma ação nos canais de sódio dependentes de voltagem. Os fármacos bloqueiam preferencialmente a excitação das células que estão disparando repetitivamente em quanto maior a frequência de disparos, maior o bloqueio produzido. Importante salientar a capacidade de estes discriminarem entre os canais de sódio em seus estados de repouso, aberto e inativo^4. (c) Inibição da função do canal de cálcio: Alguns fármacos têm efeito discreto sobre os canais de cálcio, mas um (etossuximida) bloqueia os canais de cálcio tipo T – cuja ativação desempenha um papel na descarga rítmica associada com as crises de ausência^4.
Tabela 2.1 – Propriedades dos principais fármacos anticonvulsivantes
FÁRMACO
LOCAIS DE AÇÃO PRINCIPAIS USOS
Canal de sódio
Receptor GABA
Canal de Cálcio
Outros
Fenitoína ++
Todos os tipos exceto crises de ausência
Carbamazepinaa^ ++
exceto crises de^ Todos os tipos Especialmente^ ausência epilepsia do lobo (também usada^ temporal na nevralgia do O fármaco^ trigêmeo) antiepiléptico mais amplamente usado Valproato ++ +
Inibição do GABA transaminase
A maior parte dos tipos, incluindo as crises de ausência.
Etossuximidab^ ++
Crises de ausência Pode exacerbar as convulsões tônico-clônicas
Fenobarbitalc^ + +
Todos os tipos exceto as crises de ausência Benzodiazepínicos: p.ex.: clonazepam, clobazepam,
++
Todos os tipos Diazepam usado intravenosamente
Fenitoína
Hipertrofia gengival^ Ataxia, vertigem Anemia megaloblástica^ Hirsutismo Reações de hipersensibilidade^ Má-formação fetal Carbamazepina
Sedação, ataxia Visão turva Retenção de água Leucopenia, falência hepática (rara^ Reações de hipersensibilidade ).
Valproato
Geralmente menos do que com outros fármacos Náusea Perda de cabelo Ganho de peso Más-formações fetais Etossuximida (^) Alterações de humorNáusea, anorexia Cefaleia Fenobarbital (^) Contraindicado em porfiria (como os demaisSedação, depressão barbitúricos) Benzodiazepínicos Sedação Síndrome de abstinência Vigabatrina Alterações comportamentais e de humor (ocasionalmente^ Sedação Defeitos do campo visual^ psicose)
Lomotrigina
Tontura Sedação Erupções cutâneas Gabapentina Poucos efeitos colaterais, principalmente sedação.
Fonte: RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; MOORE, P.K. Farmacologia. Rio de Janeiro – Elsevier,
A prática Terapêutica Ocupacional mostra um uso elevado de anticonvulsivantes por pacientes entendidos em clínica pediátrica (0-18 anos). Um levantamento em clínica infantil que atende adversas deficiências mostrou que aproximadamente 67,67% dos pacientes fazem uso de anticonvulsivantes. Estudos em animais já mostraram a influência destes medicamentos6, 7,8,9^ nas habilidades cognitivas, resta-nos conhecer os efeitos destes em humanos.
Os dados para execução da pesquisa foram coletados através do banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS – que engloba o LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO) e PubMed. Foram utilizados como critérios de escolha dos artigos os que foram publicados após o ano de 2007 até a presente data, que sejam de língua inglesa e portuguesa, procurando-se alcançar um número suficiente de artigos que abordem o tema escolhido e os critérios de escolha. Para a pesquisa foram utilizados os descritores: learning (aprendizagem), anticonvulsant (anticonvulsivante), collateral effects (efeitos colaterais). Na tabela 4.1 estão descritos a quantidade de artigos encontrados (lista anexada ao final deste trabalho).
Tabela 4.1 – Artigos encontrados DESCRITOR FONTE (^) PUBLICAÇÃODATA DE LÍNGUA FILTROS QUANTIDADE DE ARTIGOS Aprendizagem BVS 2007 a 2013 Português (^) Disponível Aprendizagem Estudo de coorte Humanos, masculino, criança, pré feminino,- escolar, lactente, nascido. recém- América Brasil. do norte, Artigo
0
PubMed 2007 a 2013 (^) Fulltextavailable Age: 1 years -23 months, 6- 12
0
Anticonvulsivante BVS 2007 a 2013 (^) Disponível Anticonvulsivante, ácido valpróico Estudo de coorte Humanos, feminino, masculino, criança, pré escolar, lactante, recém-- nascido Artigo
1
PubMed 2007 a 2013 (^) Fulltextavailable Age: 1 years, preschool child-23 months, 6- 12
0
anticonvulsivante^ Aprendizagem;^ BVS^ 2007 a 2013^ ^ Disponível Anticonvulsivantes, transtornos cognitivos Estudo de coorte Humanos, masculino, criança, pré feminino,- escolar, lactente, recém nascido -
2
Artigo PubMed 2007 a 2013 0 Efeitos colaterais; anticonvulsivantes
BVS 2007 a 2013 (^) Disponível Estudo de coorte Humanos, masculino, criança, pré feminino,- escolar, lactente, nascido recém- Artigo
0
PubMed 2007 a 2013 0 TOTAL 3
Tabela 2. DESCRITOR FONTE DATA DE PUBLICAÇÃO
LÍNGUA FILTROS QUANTIDADE DE ARTIGOS Learning BVS 2007 a 2013 Inglês (^) Disponível Aprendizagem Estudo de coorte Humanos, feminino, masculino, criança, pré-escolar, lactente, recém-nascido América do norte, Brasil Artigo
5
PubMed 2007 a 2013 Classical article Fulltextavailable Humans Age: 1-23 months, 6- 12 years, preschool child
0
Anticonvulsant BVS 2007 a 2012 (^) Disponível Anticonvulsivante, ácido valpróico Estudo de coorte Humanos, feminino, masculino, criança, pré-escolar, lactante, recém-nascido Artigo
5
PubMed 2007 a 2013 (^) Fulltextavailable Ages: 1-23 months, 6- 12 years, preschool child, newborn
0
Learning; anticonvulsant
BVS 2007 a 2013 (^) Disponível Anticonvulsivantes, transtornos cognitivos Estudo de coorte Humanos, feminino, masculino, criança, pré-escolar, lactante, recém-nascido Artigo
1
PubMed 2007 a 2013 Review Free full text available Humans Ages: Child: birth- 18 years, Infant: birth- 23
0
Foram encontrados15 (quinze) artigos disponíveis, e apenas 03 (três) estão relacionados ao assunto deste trabalho. Os artigos a serem analisados estão descritos abaixo.
ARTIGO 1: Neuropsychological status at seizure onset in children - Risk factors for early cognitive deficits.
Objetivo: Este estudo caracteriza a função neuropsicológica e o desempenho acadêmico na época da primeira crise e identifica os fatores de risco para déficits cognitivos. Métodos: Foram comparadas 282 crianças (entre 6-14 anos, QI 70), com a primeira crise a 147 irmãos saudáveis, em uma bateria de testes padronizados, amplamente utilizados na avaliação neuropsicológica e examinadas as relações com as variáveis clínicas e demográficas. Na tabela 1 deste estudo são apresentadas as características do grupo.
Tabela 1 – Características do grupo